Poucos textos religiosos tem o
impacto e o fascínio da parábola do Filho Pródigo, que deveria ser chamada a
parábola do Pai misericordioso ou perdoador, já que Ele é o centro da revelação
e do ensinamento de Jesus. Muitos desconhecem que esse itinerário do filho
pródigo, é também o percurso do penitente que almeja o reencontro com o Pai e
ser perdoado.
De fato, todos somos como o filho que quis sair de casa e fazer a sua
própria vida fora do plano e da proposta de Deus. Caímos na real, sentimos
saudade e arrependimento de termo-nos distanciado e afastado de um Pai amoroso
e decidimos voltar. A confissão ou a reconciliação é o sacramento da volta, do
retorno à vida da graça, do refazer a aliança e resgatar a amizade com o
Senhor.
Longe de ser uma experiência opressora, culpabilizante ou torturadora,
se trata de um encontro com a graça e o perdão divino onde estabelecemos um
diálogo de fé e confiança com quem em nome de Deus exerce as funções de pai,
mestre, médico e juiz da benevolência e misericórdias divinas. Como o filho
pródigo celebramos a festa da vida nova, do reencontro e da verdadeira paz, por
isso após termos recebido a absolvição dos pecados só os convidados a uma
oração de ação de graças e louvor pelo grandioso dom do perdão e da
reconciliação.
Confessar-se é reempreender o caminho da santidade, da vivência e
realização da filiação divina que nos conduz a plena felicidade, que implica e
consiste num estado de harmonia e comunhão com Deus. Por maiores que sejam
nossas culpas e pecados, Deus sempre está nos esperando, para nos dar sempre o
seu perdão, porque a sua misericórdia, compaixão e bondade são infinitas. Não
negligenciemos esta fonte, espaço e berço da humanidade nova, esta forja e
escola de santidade que é o sacramento da confissão. Que Nossa Senhora Mãe da
Misericórdia, Refugio e Consolação para todos os pecadores nos ajude a celebrar
com alegria, fé e confiança o sacramento da Volta. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Fonte: CNBB
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