1° Leitura: Is 42,1-4.6-7
Sl: 28(29)
2° Leitura: At 10,34-38
Evangelho: Mt: 3,13-17
O mistério do Batismo do Senhor: uma Epifania!
A Festa de hoje encerra o sagrado
Tempo do Natal mistério do Senhor que faz parte da Semana da Epifania, esse
último período do tampo natalino que celebra a Manifestação do Senhor que veio
na nossa carne mortal, na nossa humana natureza para nos encher com a Sua
divindade. Trata-se, portanto, de um mistério de Manifestação, de Epifania do
Senhor Jesus: o Pai apresenta, manifesta publicamente a Israel o Salvador que
Ele nos deu, o Menino que nasceu para nós: “Tu és o Meu Filho amado; em Ti ponho
o Meu bem-querer”, ou, segundo a versão de Mateus: “Este é o Meu Filho amado, em Quem Me comprazo!” (3,17). Solenemente, o Pai derrama sobre o Filho todo o Seu Amor – e esse Amor
não é uma coisa: é uma Pessoa – o próprio Espírito Santo de Amor, que aparece
sob a forma corpórea de uma pomba!
Estas palavras ditas pelo Senhor
santíssimo, Deus de Israel, contêm um significado muito profundo: o Pai
apresenta Jesus usando as palavras do profeta Isaías, que ouvimos na primeira
leitura da missa. Mas, note-se: Jesus não é somente o Servo de quem falava a
leitura; Ele é o Filho, o Filho amado! O Servo que o Antigo Testamento anunciava
é muito mais que um servo: é também e misteriosamente o Filho amado
eternamente! No entanto, é Filho que sofrerá como o Servo, que deverá exercer
sua missão de modo humilde, pobre e doloroso!
Hoje, às margens do Jordão, Jesus foi
ungido com o Espírito Santo como o Messias, o Cristo, aquele que as Escrituras
prometiam e Israel esperava. Agora, Ele pode começar publicamente a missão de
anunciar e inaugurar o Reino de Deus. Esta missão, o Senhor começou desde que
Se fez homem por nós; agora, no entanto, vai manifestar-Se publicamente,
primeiro a Israel e, após a ressurreição, a toda a humanidade. É na força do
Espírito Santo que Ele pregará, fará Seus milagres, expulsará Satanás e
inaugurará o Reino; é na força do Espírito que Ele viverá uma vida de total e
amorosa obediência ao Pai e doação aos irmãos até a morte e morte de cruz. Ele
é o Ungido pelo Pai com o Espírito Santo para trazer a Vida divina para toda a
criação e toda a humanidade. É esse Espírito bendito a força que Dele sai e
cura a todos; é na força desse Espírito Bom e Criador que o nosso Cristo
“passou fazendo o bem e curando a todos os que se encontravam sob o poder do
reino de Satanás porque Deus estava com Ele!” (At 10,38)
Mas, atenção: como já dissemos, esse
Jesus que é o Filho, é também o Servo sofredor, anunciado por Isaías. Hoje, nas
palavras pronunciadas no Jordão, o Pai revela a Jesus qual o modo, qual o
caminho que Ele deve seguir para ser o Messias como Deus quer: na pobreza, na
humildade, no despojamento, no serviço! É assim que o Reino de Deus será
anunciado no mundo. Jesus deverá ser manso: “Ele não clama nem levanta a voz, nem
se faz ouvir pelas ruas”. Deve ser cheio de misericórdia para
com os pecadores, os fracos, os pobres, os que vivem na solidão, na amargura,
os sem esperança: “Não quebra a cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega”. Ele irá
sofrer, ser tentado ao desânimo, mas colocará no Seu Deus e Pai toda a Sua
esperança, toda a Sua confiança: “Não esmorecerá nem Se deixará
abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra”. O Senhor Deus estará sempre com Ele e Ele veio não somente para
Israel, mas para todas as nações da terra: “Eu, o Senhor, Te chamei para a
justiça e Te tomei pela mão; Eu Te formei e Te constituí como aliança do povo,
luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão,
livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Que surpresa! Jesus é o Messias que
não somente é um servo enviado por Deus, mas o próprio Filho amado, Filho
bendito gerado no Amor do Pai; Jesus é o Messias que exercerá Sua missão não em
gloria, mas em humilde serviço e tribulação; Jesus é o Messias não somente para
Israel, mas para toda a humanidade que, crendo Nele, Nele encontrará a luz de
Deus!
E o Nosso Senhor já começa cumprindo
Sua missão na humildade: Ele entra na fila dos pecadores, para ser batizado por
João. Ele, que não tinha pecado, assume os nossos pecados, faz-Se solidário
conosco; Ele, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! “João tentava dissuadi-Lo, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser
batizado por Ti e Tu vens a mim?’ Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar,
pois assim nos convém cumprir toda a justiça’” (Mt 3,14s). Assim
convinha, no plano do Pai, na Justiça de Deus, que Jesus Se humilhasse, Se
fizesse Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na
humildade, não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não
para ser servido, mas para servir. Eis o caminho que o Pai indica a Jesus, eis
o caminho que Jesus escolhe livremente em obediência ao Pai, eis o caminho dos
cristãos, o caminho da Igreja, e não há outro!
Que mistério tão grande, Irmãos! O
Menino que nasceu para nós, a Criança admirável que cresceu em sabedoria, idade
e graça, submisso aos Seus pais na família de Nazaré, o Deus perfeito, filho da
Toda Santa Mãe de Deus, Aquele que com o brilho de Sua Estrela atraiu a Si
todos os povos, hoje é apresentado pelo Pai: Ele é o Filho querido, Ele é o
Servo sofredor, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Ele é o
Messias, o Ungido de Deus! Acolhamo-Lo na nossa existência e no nosso coração e
nossa vida terá um novo sentido. Seguindo-O, chegaremos ao coração do Pai que o
enviou e é Deus com Ele, nosso Salvador e com o Bom e Vivificante Espírito
Santo pelos séculos dos séculos. Amém.
Fonte: http://visaocristadomhenrique.blogspot.com.br/
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