11 de jan. de 2014

Da pia batismal ao calvário



Padre Fábio de Melo
Foto: Natalino Ueda/Cancaonova.com
Não podemos desvincular o batismo do martírio. A criança que recebe o batismo, quando pequeno, precisa saber que, um dia, ele precisará viver como Cristo, tocar na realidade do martírio.

Não há como desvincular a pia batismal do calvário. O Cristianismo só é verdadeiro quando conciliarmos esses dois territórios.Essa criança passará pelo duro processo de virar um cristão.

Santo Agostinho dizia: “Deus só nos pede aquilo que já nos deu: o amor!”. Você só vai exigir do seu filho aquilo que você deu ao longo da vida dele.

No batismo, recebemos todas as graças necessárias para vivermos esse aperfeiçoamento humano, a fim de nos tornarmos semelhante a Cristo. Ao longo da vida, precisamos passar pelo sangue, pela luta, pelo suor ou pela lágrimas. As religiões sérias também exigem sacrifício.

Chega de superficialidades! Essa não é a via de regra dentro da Igreja. Não podemos tolerar que o nosso Cristianismo não nos leve a mergulhar com profundidade nessas questões.

"Deus não pode fazer nada com as nossas obras se não possuir o nosso coração", afirma padre Fábio.
Foto: Natalino Ueda/Cancaonova.com

O cristão está, o tempo todo, procurando o caráter de Cristo. Se Deus é tão presente em nós, a ponto de converter o nosso querer, se Ele age no profundo dos meus desejos, então será muito mais tranquilo querer o que Deus quer para mim.

Deus não pode fazer nada com as nossas obras se não possuir o nosso coração. Não podemos correr o risco e impedir a oportunidade de Deus nos salvar agora.

Eu não vim celebrar a Missa para vocês, mas celebrá-la com vocês. O mundo quer que nos calemos, que nos limitemos a uma prática religiosa fria e infértil, mas não podemos admitir que nossa pia batismal esteja desvinculada do martírio, do sacrifício de Jesus.

É um risco muito grande deixarmos de lutar! Corremos o risco de pensar que já chegamos ao final. O meu martírio, que me faz chegar à sabedoria de investigar os avessos do evangelho. O lado direito do evangelho muitas vezes é o lado mais confortável, mais fácil. Agora o avesso do evangelho, investiga nosso real motivo, nossa real intenção no seguimento de Cristo.

O seguimento de Cristo é também desconforto. Cuidado, pois se não nos convertermos de verdade, geraremos ateísmo. Se não mergulharmos no mais profundo da proposta de Jesus, corremos o risco de não nos deliciarmos com o Cristianismo.

Viver o Evangelho é um sacrifício que nos provoca uma enorme satisfação interior. Pare de passar maquiagem na alma. Quanto mais mascarados estivermos, mais seremos cristãos medíocres e geraremos ateísmo dentro da Igreja.

Não é máscara, não é maquiagem que Deus quer fazer em nossa vida; mas transformação profunda para que os outros percebam que há muito de Jesus em nós.

Todos nós somos cheios de defeitos. Por que, muitas vezes, nos sentimos tão maus, tão ruins? Você viu quem eram os amigos de Jesus? Olhando para eles, tão fracos e limitados, podemos ter esperança e olhar para Jesus, crendo que Ele pode nos transformar.

A única forma de vencermos o pecado é olhando de frente, contando com a graça de Deus.

Transcrição e Adaptação: Cristiane Viana (@vianacn)

data/01/06/13 
Palestra do acampamento Sagrado Coração de Jesus 
Fonte http://www.cancaonova.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...