21 de dez. de 2013

A consagração de Caio a Maria

Este é o testemunho de Caio, uma de nossas crianças, daquilo que ele experimentou com a consagração ao Pai por Maria.
A consagração de Caio a Virgem MariaNo dia 13 de maio de 2012, uma criança, o Caio Basile de Oliveira, de 8 anos, juntamente com 18 crianças se consagrou, aqui na Canção Nova, como escravo de Maria, segundo o livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignon de Monfort. Esta criança, como as outras, se preparou durante 33 dias para este momento, conforme o material disponibilizado para as crianças da comunidade Arca de Maria. No início da preparação, ele fez dois pedidos a Nossa Senhora de Fátima: o primeiro pedido foi fazer a primeira comunhão, pois desde os 3 anos ele pedia para comungar, aos 4 anos entrou na fila da comunhão e se ajoelhou diante do padre, que ministrava Jesus, e erguendo as mãos disse docemente a Jesus: “Vem Jesus, vem ficar no meu coração!” Depois disso voltou para o banco comungando espiritualmente; o segundo pedido foi de conhecer o Papa no dia 10 de julho de 2013.
Depois da consagração, alguns dias depois, ele serviu o altar na Santa Missa, pois o mesmo já era coroinha e, providencialmente nesta missa, estava celebrando o nosso querido Bispo Dom Beni. À medida que o Bispo ia se paramentando, o Caio começou a chorar de emoção, pois viu ali a oportunidade de se realizar o grande sonho da primeira comunhão. Foi então que o Bispo compadecido dele perguntou o porquê estava chorando e o menino Caio, olhando para o bispo, com os olhos cheios de lágrimas perguntou para ele: “Bispo deixa eu fazer a primeira comunhão?” e o Bispo lhe perguntou: “Mas você está preparado meu filho?” e o Caio inocentemente respondeu: “Sim, só falta me confessar!”. Então, o Bispo pediu ao Padre que estava ali para, o mais rápido possível, preparar o dia de sua primeira comunhão.
A consagração de Caio a Virgem MariaO Caio teria que esperar 2 anos para fazer a sua primeira comunhão, mas com a graça de Deus e a intercessão de Nossa Senhora, que não resiste ao pedido dos mais pequeninos, providenciou tudo para que a primeira comunhão do Caio acontecesse na Paróquia de Santo Antônio. No ano seguinte, Caio ganhou uma relíquia de Frei Galvão de presente. Digo isso porque foi este um dos maiores sinais do Céus na vida do Caio, que confirma ser este Santo o seu “Padrinho Espiritual”.
No ano seguinte, aconteceu no Brasil a Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013), no Rio de Janeiro. Sua mãe Andrea Basile de Oliveira, sabendo que a cidade ficaria muito cheia e que seria muito difícil levar uma criança para outro estado, em meio a uma multidão de jovens, orou pedindo a Nossa Senhora a providência no impossível, para que o Caio conhecesse o Papa Francisco. Foi então que a agenda da JMJ 2013 foi alterada e Nossa Senhora trouxe o Papa, nada mais nada menos que para a casa dela, bem próximo da casa de seu filhinho predileto Caio, na Basílica Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil!
No dia anterior a visita do Papa Francisco, a mãe do Caio foi até a Basílica de Aparecida com ele e seus dois irmãos Isabel de 7 anos e Raphael de 9 anos , levando consigo uma mochila com cobertas e alimentos para passar a noite na fila e assistir a Santa Missa no interior da Basílica. E, de fato, conseguiram entrar e providencialmente ficaram próximo ao corredor da procissão de entrada. Ali, encontrou alguns Freis, com os quais a mãe do Caio partilhou o seu pedido da consagração de conhecer o Papa, e emocionados pediram as pessoas que ali estavam, passagem para que o Caio chegasse ao corredor, mas as pessoas não se compadeceram e não permitiram. Foi então, que os Freis bravos falaram alto pela terceira vez com o povo e o segurança os ouviu e deu ordem para que passassem o Caio por cima para que ficasse com ele na grade. Na hora que o Santo Padre entrou na procissão de entrada, ficou lado a lado com o Caio, e o Caio ficou em estado de choque, muito emocionado chorava de alegria, pois finalmente poderia conhecer o Papa. Apesar de não ter sido dia 10, foi no mês de Julho de 2013, mostrando a todos nós quão prediletas são as crianças e como são caras suas orações ao coração do Pai do Céu e de Maria.
A consagração de Caio a Virgem Maria“A oração das crianças salvará o mundo!”, dizia São Pio de Pietrelcina. Hoje, o Caio faz parte do Movimento Eclesial Armada Branca, no qual é um pequeno apóstolo de Maria, que serve no Ninho de Oração. Neste, ele reza o Terço juntamente com outras crianças, para ajudar Nossa Senhora na intercessão pela Paz do Mundo, pela conversão dos pecadores, pelas crianças não nascidas. Essas crianças também oferecem-se a Deus Pai por Maria com pequenos sacrifícios, na mesma espiritualidade dos três pastorinhos de Fátima.
Que possamos cada vez mais cuidar de nossas crianças, obedecendo a ordem de nosso Mestre, Jesus: “Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus” (Mc 10, 13-14).
Andrea Basile de Oliveira – Cachoeira Paulista (SP).


Reflexão do Evangelho (4° Domingo do Advento)

Liturgia deste Domingo. 22/12/13

1° Leitura (Is 7, 10-14)
Sl 23 (24)
2° Leitura (Rm 1, 1-7)
Evangelho (Mt 1, 18-24) 

Estamos às portas do Santo Natal. Eis o que vamos contemplar nos ritos, palavras e gestos da sagrada liturgia: o Verbo eterno do Pai, o Filho imenso, infinito, existente antes dos séculos, fez-Se homem, fez-Se criatura, fez-Se pequeno e veio habitar entre nós. Sua vinda ao mundo salvou o mundo, elevou toda a natureza, toda a criação. Mas, atenção: a Palavra de Deus hoje nos diz que este acontecimento imenso, fundamental para a humanidade e para toda a criação, passou pela vida simples e humilde de um jovem carpinteiro e de uma pobre menina-moça prometida em casamento numa aldeia perdida e pobre das montanhas da Galileia. O Deus infinito dobrou-Se, inclinou-Se amorosamente sobre a pequena e pobre realidade humana para aí fazer irromper o Seu plano de amor! Acompanhemos piedosamente o Evangelho deste Quarto Domingo do Advento.

São Mateus diz que a Mãe de Jesus “estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo”. As palavras usadas pelo Evangelista são simples, mas escondem uma realidade imensa, misteriosa, inaudita. Pensemos em José e Maria, ainda jovens. Eles certamente se amavam; como todo casal piedoso daquela época pensavam em ter filhos – os filhos eram considerados uma bênção de Deus. Mas, eis que antes de viverem juntos, a Virgem se acha grávida por obra do Espírito Santo! Deus entra silenciosamente na vida daquele casalzinho. Nós sabemos, pelo Evangelho de São Lucas, que Maria disse “sim”, que Maria acreditou, que Maria deixou que Deus fosse Deus em sua vida: “Eu sou a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38) De repente, eis que uma vida de família, que tinha tudo para ser pacata e serena, viu-se agitada por uma tempestade! Por um lado, a Virgem diz “sim” a Deus e, sem saber o que explicar ou como explicar ao noivo, cala-se, abandonando-se confiantemente nas mãos do Senhor. Por outro lado, José sabe que o aquele filho não é seu; não compreende como Maria poderia ter feito tal coisa com ele: ser-lhe infiel... E, no entanto, não ousa difamar a noiva. Resolve deixá-la secretamente. Quanta dor, quanta dúvida, quanto silêncio: silêncio de Maria, que não tem o que dizer nem como explicar; silêncio de José que, na dor, não sabe o que perguntar à noiva; silêncio de Deus que, pacientemente, vai tecendo a Sua história de salvação na nossa pobre história humana. E, então, como fizera antes com a Virgem, Deus agora dirige Sua palavra a José: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu Lhe darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o Seu povo de seus pecados”. Atenção aos detalhes! O Anjo chama José de “filho de Davi”. É pelo humilde carpinteiro que Jesus será descendente de Davi. Se José dissesse “não”, Jesus não poderia ser o Messias, Filho de Davi! Note-se que é José quem deve dar o nome ao Menino, reconhecendo-o como seu filho. Note-se ainda o nome do Menino: Jesus, isto é, “o Senhor salva”! Deus, humildemente, revela Seu plano a José e, depois de pedir o “sim” de Maria, suplica e espera o “sim” de José. E, como Maria, José crê, José se abre para Deus em sua vida, José mostra-se disposto a abandonar seus planos para abraçar os de Deus, José diz “sim”: “Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa!”

Eis! Adeus, para aquele casal, ao sonho de uma vida tranquila! Adeus aos filhos nascidos da união dos dois! Agora, iriam viver somente para Aquele Presente que o Senhor lhes havia dado, para a Missão que lhes tinha confiado... O plano de Deus passa pela vida humilde daquele casal. Para que São Paulo pudesse dizer hoje na Epístola aos Romanos que é “apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho... que diz respeito ao Filho de Deus, descendente de Davi segundo a carne”, foi necessária a coragem generosa da Virgem Maria e o sim pobre e cheio de solicitude do jovem José. Para que a profecia de Isaías, que ouvimos na primeira leitura, fosse concretizada, foi necessário que aquele jovem casal enxergasse Deus e seu plano de amor nas vicissitudes de sua vida humilde e pobre!

Também conosco é assim! O Senhor está presente no mundo. O que veio pela Sua bendita Encarnação, nunca mais nos deixou. Na potência do Seu Espírito Santo, Ele Se faz presente nos irmãos, nos acontecimentos, na Sua Palavra e, sobretudo nos sacramentos. Sabemos reconhecê-Lo? Abrimo-nos aos Seus apelos? E na nossa vida: essa vida miúda, como a de José e Maria, será que reconhecemos que ela é cheia da presença e dos apelos do Senhor? No Advento, a Igreja não se cansa de repetir o apelo de Isaías profeta: “Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o Justo; abra-se a terra e brote a Salvador!” (Is 45,8). É interessante este apelo: a salvação choverá do céu, vem de Deus, é dom, é graça... Mas, por outro lado, ela brota da terra, da terra deste mundo ferido e cansado, da terra da nossa vida miúda e, por vezes, ressequida e sem graça...


Supliquemos à Virgem Maria e a São José que intercedam por nós, para que sejamos atentos em reconhecer o Senhor nas estradas de nossa existência e generosos em corresponder aos Seus apelos, como o sagrado casal de Nazaré. Assim fazendo e assim vivendo, experimentaremos aquilo que o Carpinteiro e sua santa Esposa experimentaram: a presença de Jesus no dia-a-dia humilde de nossa vida.

por : Dom Henrique Soares da Costa




21 de Dezembro - São Pedro Canísio

São Pedro Canísio
1521-1597

A catequese sempre exerceu um fascínio tão grande sobre Pedro Canísio que, quando tinha menos de treze anos, ele já reunia meninos e meninas à sua volta para ensinar passagens da Bíblia, orações e detalhes da doutrina da Igreja. Mais tarde, seria autor de um catecismo que, publicado pela primeira vez em 1554, teve mais de duzentas edições e foi traduzido em quinze línguas. Mas teve também grande atuação no campo teológico, combatendo os protestantes.

Peter Kanijs para os latinos, Pedro Canísio nasceu em 8 de maio 1521, no ducado de Geldern, atual Holanda. Ao contrário dos demais garotos, preferia os livros de oração às brincadeiras. Muito estudioso, com quinze anos seu pai o mandou estudar em Colônia e, com dezenove, recebeu o título de doutor em filosofia. Mas não aprendeu somente as ciências terrenas. Com um mestre profundamente católico, Pedro também mergulhou, prazerosamente, nos estudos da doutrina de Cristo, fazendo despertar a vocação que se adivinhava desde a infância.

No ano seguinte ao da sua formatura, os pais, que planejaram um belo futuro financeiro para a família, lhe arranjaram um bom casamento. Mas Pedro Canísio recusou. Não só recusou como aproveitou e fez voto eterno de castidade. Foi para Mainz, dedicar-se apenas ao estudo da religião. Orientado pelo padre Faber, célebre discípulo do futuro santo Inácio de Loyola, em 1543 ingressou na recém-fundada Companhia de Jesus. Três anos depois, ordenado padre jesuíta, recebeu a incumbência de voltar para Colônia e fundar uma nova Casa para a Ordem. Assim começou sua luta contra um cisma que abalou e dividiu a Igreja: o protestantismo.

Quando era professor de teologia em Colônia, sendo respeitado até pelo imperador, Pedro Canísio conseguiu a deposição do arcebispo local, que era abertamente favorável aos protestantes. Depois, participou do Concílio de Trento, representando o cardeal Oto de Augsburg. Pregou e combateu o cisma, ainda, em Roma e Messina, onde lecionou teologia. Mas teve de voltar à Alemanha, pois sua presença se fazia necessária em Viena, onde o protestantismo fazia enormes estragos.

Foi nesse período que sua luta incansável trouxe mais frutos e que também escreveu a maior parte de suas obras literárias. Fundou colégios católicos em Viena, Praga, Baviera, Colônia, Innsbruck e Dillingen. Foi nomeado pelo próprio fundador, Inácio de Loyola, provincial da Ordem para a Alemanha e a Áustria. Pregou em Strasburg, Friburg e até na Polônia, sempre denunciando os seguidores do sacerdote Lutero, pai do protestantismo.

Admirado pelos pontífices e governantes do seu tempo, respeitado como primeiro jesuíta de nacionalidade alemã, Pedro Canísio morreu em 21 de dezembro de 1597, em Friburg, atual Suíça, após cinqüenta e quatro anos de dedicação à Companhia de Jesus e à Igreja. Foi canonizado por Pio XI, em 1925, para ser festejado, no dia de sua morte, como são Pedro Canísio, doutor da Igreja, título que também recebeu nessa ocasião.

Fonte: http://www.paulinas.org.br

Maria, Mãe de Deus Final

A decisão final
    Gustavo Kralj
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"A Celestino, guardião
da Fé, a Celestino todo
o Concílio agradece:
um só Celestino, um
só Cirilo, uma só Fé
do Sínodo, uma só
Fé no mundo inteiro!"
 "Papa Celestino I",
Basílica de São Paulo
Extramuros, Roma
(Itália)
Os legados pontifícios chegaram finalmente a Éfeso, e o Concílio, sob a presidência de São Cirilo, representando o Sumo Pontífice, iniciou sua segunda sessão em 10 de julho. Os enviados papais traziam uma carta de São Celestino, datada do mês de maio, pedindo à magna assembleia que promulgasse a sentença proferida pelo Sínodo romano contra o Patriarca de Constantinopla. Vendo claramente expressa a vontade de Deus na decisão pontifícia, todos os Bispos presentes exclamaram: "Este é o justo julgamento! A Celestino, novo Paulo, a Cirilo, novo Paulo, a Celestino, guardião da Fé, a Celestino, concorde com o Sínodo, a Celestino todo o Concílio agradece: um só Celestino, um só Cirilo, uma só Fé do Sínodo, uma só Fé no mundo inteiro!".13
As atas da primeira sessão, depois de examinadas e confirmadas, foram lidas em público. Segundo os belos termos de Rohrbacher, nessa segunda reunião respirou-se "todo o perfume da santa antiguidade: o espírito de fé, de piedade, de santa polidez; o espírito de união com o Sucessor de Pedro; o espírito de amor e de submissão filial para com sua autoridade, em suma, o espírito da Igreja Católica".14
Nas sessões subsequentes tratou-se dos casos de João de Antioquia e de outros dissidentes, os quais foram convocados por três vezes e, em vista de sua recusa a comparecer, foram excomungados. Aprovaram-se também seis cânones nos quais não apenas se renovava a condenação de Nestório, mas também de alguns pelagianos. Encerrado o Concílio em 31 de julho, ficava definida para sempre a doutrina católica sobre a Santa Mãe de Deus.
III - Maria é mãe da Pessoa de Cristo
Até aqui acompanhamos os dramáticos lances e o glorioso desfecho dessa histórica polêmica. Cabe-nos perguntarmos agora como explicar essa verdade que nossa Fé afirma e o senso católico proclama em nossos corações: a maternidade divina de Maria Santíssima.
Por que quis Deus ter uma mãe humana? Para abordar adequadamente esta questão, comecemos por lembrar um importante aspecto do plano divino para a Redenção: Nosso Senhor Jesus Cristo, embora pudesse ter escolhido outro meio para Se encarnar, "julgou melhor assumir o homem da própria linhagem que fora vencida para, por meio dele, vencer o inimigo do gênero humano". 15 Assim, da mesma forma que uma mulher, pela sua desobediência, havia cooperado para a ruína do gênero humano, a obediência de uma Virgem cooperaria de forma decisiva para a Redenção.
orthodoxwiki.org    
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São Cirilo, "invicto
assertor e sapientí-
ssimo doutor da
maternidade 
divina"
 Imagem da Igreja
de São Pedro e São
Paulo, Cracóvia
(Polônia)
Ora, quando uma mulher concebe um filho e o dá à luz, ela é mãe da pessoa que nasceu, e não apenas do seu corpo. Porque estando alma e corpo substancialmente unidos, ela gera o ser humano completo, ainda que a alma tenha sido criada por Deus.
Maria era, portanto, Mãe da Pessoa de Cristo. E na pessoa divina de Cristo estavam unidas a natureza humana e a natureza divina, desde o primeiro momento do seu ser. Por isso, conclui o Papa Pio XI, "se a Pessoa de Jesus Cristo é única, e esta é divina, sem dúvida alguma Maria deve ser chamada não somente Mãe de Cristo homem, mas Mãe de Deus, Theotókos".16 A Virgem Maria não engendrou uma pessoa humana à qual, depois, Se uniria o Verbo, como dizia Nestório, mas, pelo contrário, foi o Verbo que "Se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1, 14).
A grandeza e profundidade desse atributo de Nossa Senhora foram recentemente postos em realce pelo Papa Bento XVI, ao afirmar: "Theotókos é um título audaz. Uma mulher é Mãe de Deus. Poder-se-ia dizer: como é possível? Deus é eterno, é o Criador. Nós somos criaturas, vivemos no tempo: como poderia uma pessoa humana ser Mãe de Deus, do Eterno, dado que todos nós vivemos no tempo, todos nós somos criaturas?".
E, discorrendo belamente sobre o Mistério da Encarnação, o Santo Padre responde: "Deus não permaneceu em si mesmo: saiu dele próprio, uniu-se de tal modo, de forma tão radical com este homem, Jesus, que este homem Jesus é Deus, e se falamos dele, podemos sempre falar de Deus. Não nasceu apenas um homem que tinha a ver com Deus, mas nele nasceu Deus na Terra. [...] Naquele momento, Deus queria nascer de uma mulher e ser sempre Ele mesmo: nisto consiste o grande acontecimento".17
Coube ao grande São Cirilo - cuja festa se comemora no mês de março - "invicto assertor e sapientíssimo doutor da maternidade divina da Virgem Maria, da união hipostática em Cristo, e do primado do romano pontífice",18 defender a verdadeira doutrina nos tempos da Igreja primeva. Peçamos, pois, sua intercessão para compreendermos amorosamente o dom infinito obtido por Maria pelo seu "fiat" em resposta ao pedido do Pai Eterno (Lc 1, 38) e roguemos a Ela que nos obtenha a inestimável graça de adorarmos seu Divino Filho por toda a eternidade. ² (Revista Arautos do Evangelho, Março/2011, n. 111, p. 18-23)
Por: Pe. Ignacio Montojo Magro,

Virgem Maria Maria, Mãe de Deus 1° parte

A heresia nestoriana e o dogma da Maternidade Divina

I - Gênese de uma heresia
"Que ninguém chame Maria de Mãe de Deus: Ela é uma mulher, e é impossível que Deus tenha nascido de uma filha de Adão!".1 Mal caiu esta afirmação da boca do presbítero Anastásio, um frêmito de surpresa e indignação percorreu a Catedral de Constantinopla. Até então, jamais ocorrera ali que alguém pusesse em dúvida essa verdade na qual tinha crido a Igreja desde havia muito,2 e naquele momento o pregador negava com tamanha empáfia.
Filiais e aflitos olhares crivaram então o semblante do Patriarca que, sentado em sua cátedra, devia ser o guardião da Fé. Ele, entretanto, não apenas permanecia em silêncio, mas ainda aquiescia com um enfático movimento de cabeça apoiando a insólita afirmação.
O povo, escandalizado, começou a abandonar a catedral.
   Gustavo Kralj
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"Nossa Senhora com
o Menino Jesus"
(Constantinopla
950-1050) - Metro-
politan Museum
of Art, Nova York
A origem de um Patriarca controvertido
Capital oriental do Império Romano, em Constantinopla mesclavam-se tumultuosamente a controvérsia teológica e as intrigas palacianas, acentuadas pelas características do temperamento oriental. Assim, logo que vagou a Sé Patriarcal em fins do ano 427, as facções representadas na corte passaram a promover seus respectivos candidatos ao cobiçado posto.
Teodósio II, porém, decidiu não prestar ouvidos a nenhum dos partidos e, a fim de evitar discórdias, optou por escolher um estrangeiro. Sua eleição recaiu sobre um monge de Antioquia, excelente orador, dotado de sonora voz e com fama de santidade. Alguns o tinham como um segundo Crisóstomo. Seu nome era Nestório.
Infelizmente, a reputação do candidato não correspondia à realidade. Embora aparentando piedade, zelo e retidão de costumes, o padre Nestório era sedento de adulações e lisonjas. Ocupar tão importante cátedra afagava seus ambiciosos anseios e, por isso, nada mais receber o convite, partiu para a Nova Roma, acompanhado de Anastásio, seu confidente.
No caminho, deteve-se algum tempo com o Bispo de Mopsuéstia, Teodoro, que havia enveredado por sendas tortuosas na especulação teológica, aventando teses cristológicas por demais temerárias.3 E o pensamento heterodoxo de Nestório em matéria de cristologia se originou ou se agravou no convívio com esse prelado.
A alegria dos constantinopolitanos pela chegada do novo Patriarca transformou-se logo em temor e desconfiança, pois quem prometia ser um zeloso pastor não tardou em manifestar orgulho e falta de integridade. E o sermão acima referido foi o estopim da nova heresia que o recém-eleito Patriarca disseminaria pelo Oriente cristão.
Graves repercussões da nova doutrina
Afirmava Nestório que Maria é mãe apenas da natureza humana de Cristo e por isso deve ser chamada simplesmente Mãe de Cristo (Christotókos). Falar em Mãe de Deus seria, segundo suas palavras, "justificar a loucura dos pagãos, que dão mães a seus deuses".4 Maria teria dado à luz o homem Jesus no qual o Verbo, o Filho de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, habitara como num templo. Ou seja, em Jesus Cristo haveria duas pessoas, uma divina e outra humana, e não uma só Pessoa divina, com duas naturezas distintas, a divina e a humana, como nos ensina a Doutrina Católica.
Desse enunciado deduzia-se uma série de proposições contrárias à Fé. Em primeiro lugar, as dores da Paixão teriam sido sofridas apenas pela humanidade de Cristo e, portanto, não poderiam satisfazer Deus Pai com méritos infinitos. Assim sendo, não haveria propósito em falar de Redenção, pois "nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de oferecer- se em sacrifício por todos".5
De outro lado, a expressão "o Verbo Se fez carne" perderia seu sentido, pois, por muito que se afirmasse haver em Cristo a união de duas pessoas, a divina e a humana, não se poderiam atribuir as ações da suposta pessoa humana de Cristo à sua pessoa divina. E várias passagens do Evangelho se tornariam problemáticas, entre as quais a seguinte: "para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa" (Mt 9, 6). Pois, se fosse apenas uma pessoa humana, o Filho do Homem jamais teria esse poder.
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Até a chegada de Nestório, jamais
ocorrera que alguém pusesse em
dúvida na Igreja de Constanti-
nopla a Maternidade de Maria
 "O Concílio de Éfeso define ser
Maria a Mãe de Deus" - Basílica
Nacional da Imaculada
Conceição,  Washington
Também não se compreenderia a resposta de Jesus ao apelo de Filipe - "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta" -, quando lhe disse: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai... Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim?" (Jo 14, 8-10).
Semeia-se a discórdia no Oriente católico
De pouco adiantaram a Nestório as caridosas advertências de seus concidadãos e até dos seus irmãos no episcopado, para dissuadi-lo do erro. Pelo contrário, o pertinaz Patriarca condenou publicamente os opositores de suas ideias e fê-los prender e maltratar, acusando-os de promover a desordem pública.
Enquanto isso, uma recopilação escrita das pregações de Nestório espalhava-se pelas demais Igrejas do Oriente, semeando a divisão no povo fiel.
II - O Concílio de Éfeso
A nova heresia não tardou em chegar à Igreja de Alexandria, governada desde o ano 412 pelo Patriarca São Cirilo. Decidido como sempre, ele não demorou em pôr-se a campo para cortar- lhe o caminho. Ao mesmo tempo em que expedia cartas a Bispos, presbíteros e monges reiterando a doutrina sobre a Encarnação do Verbo e a Maternidade Divina, cuidou prudentemente de não alardear os erros e o nome do heresiarca, pois, "movido de intensa caridade", persistia em "não admitir que alguém pudesse dizer amar mais Nestório do que ele".6
No fim do ano 429, escreveu-lhe mansamente pela primeira vez, advertindo- o dos rumores que corriam na região acerca de suas doutrinas e pedindo explicações. Não tendo obtido por resposta senão um ácido convite à moderação cristã, São Cirilo expôs-lhe numa segunda missiva, com luminosa e sobrenatural clarividência, o pensamento universal da Igreja. Nestório, porém, não cedeu, replicando com nova carta contendo o elenco das suas ideias.
Roma entra na disputa
Em vista da inutilidade dos recursos ao seu alcance, só restava a São Cirilo recorrer a Roma e assim o fez, enviando ao Papa São Celestino I um documentado relato da controvérsia com o Patriarca de Constantinopla, no qual figuravam textos das pregações de Nestório, acompanhadas por uma síntese dos seus erros, assim como um florilégio de textos patrísticos em sustento da verdadeira doutrina e cópias das cartas por ele enviadas ao herege.
Nestório, por sua vez, já havia informado o Papa São Celestino I sobre a situação, embora em termos estudadamente ambíguos, com o objetivo de conquistar o seu favor.
Reconhecendo o perigo, São Celestino convocou, no mês de agosto de 430, um sínodo em Roma para tratar deste relevante assunto. Os escritos de Nestório foram cuidadosamente examinados, confrontados com uma longa série de textos dos Padres da Igreja.7 Ante a evidência de heresia, a nova doutrina foi condenada categoricamente.
   Gustavo Kralj
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No Concílio de Éfeso a doutrina de
Nestório foi reprovada como ímpia
e contrária à Fé Católica
 "Concílio de Éfeso", por C. Vigarini
(1949) - Mosteiro da Visitação,
Ein Kerem, Israel
De próprio punho, o Papa escreveu a Nestório ratificando os ensinamentos cristológicos de São Cirilo e advertindo-o de que incorreria em excomunhão caso não se retratasse por escrito dos seus erros no prazo de dez dias. Também aos principais Bispos do Oriente, ao clero e ao povo de Constantinopla foram enviadas cartas a fim de que, dizia o texto, "fosse conhecida nossa sentença sobre Nestório, ou seja, a divina sentença de Cristo sobre ele".8
Designado para executá-la em nome do Sumo Pontífice, São Cirilo convocou um sínodo em Alexandria e, em nome dessa assembleia, escreveu nova carta ao heresiarca, expondo de forma assaz detalhada a verdade católica sobre a Encarnação, e enumerando doze erros que Nestório deveria abjurar por escrito, caso quisesse manter-se no redil da Igreja. Era o terceiro e último apelo que lhe fazia à conversão.
Ele, entretanto, valendo-se de sua influência na corte de Constantinopla, tentou obter apoio do Imperador, o qual, para dirimir as contendas e dúvidas, e atendendo a diversos apelos, pensou em convocar um concílio ecumênico. O Papa concordou com a decisão imperial e enviou seus legados, dando-lhes instruções muito precisas sobre a postura a ser tomada ante os Padres Conciliares: recomendou-lhes defenderem a primazia da Sé Apostólica, exercerem o papel de juízes impolutos e estarem sempre unidos ao zeloso patriarca de Alexandria.
A Fé da Igreja nesse atributo essencial de Maria Santíssima estava em jogo na assembleia, e, como sublinha o historiador jesuíta padre Bernardino Llorca, "a situação era, na realidade, sumamente delicada. O Papa já havia exarado a sentença contra a doutrina de Nestório, de modo que o concílio não podia senão proclamar essa declaração pontifícia. Qualquer outra conduta podia ocasionar um cisma".9
O Concílio de Éfeso
Pouco antes de 7 de junho de 431, festa de Pentecostes, começaram a chegar a Éfeso os representantes das várias Igrejas particulares. Entretanto, o atraso dos legados do Papa e de alguns Bispos, motivado pela longa e dificultosa viagem, adiava o início das sessões, concorrendo para diminuir o ânimo de alguns Padres conciliares e causar certa insegurança nos demais.
Enquanto isso, Nestório se afanava em atrair para a sua doutrina os incautos e desavisados, referindo-se despectivamente a São Cirilo como "o egípcio". Decidiu então o Patriarca de Alexandria abrir sem mais tardança o concílio, valendo-se da autoridade conferida pelo Papa, antes mesmo da chegada dos padres romanos e sem dar ouvidos às enfáticas queixas da facção contrária.
A primeira sessão conciliar
Iniciou-se no dia 22 de junho com a proclamação do símbolo de fé niceno- constantinopolitano. Nestório, embora tivesse sido convocado a estar presente, enviou mensagem dizendo que não compareceria enquanto não chegassem todos os Bispos. O Concílio, porém, prosseguiu seus trabalhos com a leitura das doutrinas contidas nas cartas trocadas entre São Cirilo e o heresiarca. À leitura da defesa do Patriarca alexandrino, estrugiram prolongados e calorosos aplausos, sendo sua missiva declarada ortodoxa e conforme o símbolo de Niceia, enquanto a de Nestório foi reprovada como ímpia e contrária à Fé Católica. Completaram-se os trabalhos e os estudos conciliares, lendo-se a sentença exarada pelo Papa no Sínodo de Roma e uma longa série de textos patrísticos alicerçando a posição católica.
Gustavo Kralj    
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"Aquele que me viu, viu
também o Pai. Não credes
que estou no Pai, e que
o Pai está em mim?"
(Jo 14, 8-10).
 "Nosso Senhor ensinando"
Cemitério de Campo
Verano, Roma (Itália)
Infrutíferos foram os esforços para reconduzir Nestório à casa paterna. A todos os enviados do Concílio que procuraram dissuadi-lo do erro, expulsou-os grosseiramente de sua presença. Em vão. Sobre ele recaiu o anátema: "Nosso Senhor Jesus Cristo, por ele blasfemado, estabeleceu, pela boca deste santíssimo Sínodo, que o mesmo Nestório está excluído da dignidade episcopal e de todo e qualquer colégio sacerdotal".10
Júbilo na cidade abençoada pelos passos de Maria
Os fiéis de Éfeso - cidade na qual, segundo a tradição, Maria Santíssima havia residido - exultaram ao ser anunciada a sentença definitiva reafirmando a doutrina da maternidade divina. Todos acorreram à Igreja de Santa Maria aos brados de "Theotókos!", a fim de festejar a decisão, como narra Pio XI em sua encíclica comemorativa do 15º centenário do mencionado Concílio: "O povo de Éfeso estava tomado de tanta devoção e ardia de tanto amor pela Virgem Mãe de Deus que, tão logo ouviu a sentença pronunciada pelos Padres do Concílio, aclamou-os com alegre efusão de ânimo e, provendo-se de tochas acesas, em multidão compacta os acompanhou até suas habitações. E certamente, a própria grande Mãe de Deus, sorrindo suavemente do Céu ante tão maravilhoso espetáculo, retribuiu com coração materno e com seu benigníssimo auxílio os seus filhos de Éfeso e todos os fiéis do mundo católico, perturbados pelas insídias da heresia nestoriana".11
Revolta e confusão
Porém, numa missiva dirigida ao Imperador, assinada por mais seis outros Bispos, Nestório levantou objeções à sua condenação. Junto com João - Patriarca de Antioquia, que não chegara a tempo de participar do Concílio - reuniu-se em conciliábulo com a minoria dos Bispos contrários à decisão de São Cirilo de iniciar os trabalhos sem esperar pelos retardatários. Declararam depostos de suas sedes episcopais São Cirilo e Memnon, Bispo de Éfeso, e exigiram de todos os outros Bispos que se retratassem no tocante aos doze anátemas. No entanto, essa reduzida assembleia não tentou reabilitar Nestório, pois João de Antioquia, embora seu amigo, o considerava culpado de heresia.12
O Imperador Teodósio II, confuso ante as notícias contraditórias que lhe enviavam de Éfeso, emitiu um edito proibindo os prelados de regressarem a suas cidades antes de ser feita uma investigação sobre todo o sucedido. A ordem imperial regozijou o partido dos hereges, os quais se julgaram sob o amparo da autoridade temporal e, em consequência, autorizados a tomar toda sorte de medidas arbitrárias. Essas iam desde a tentativa de sagrar um novo Bispo de Éfeso até o uso de violência física contra o povo miúdo, indignado com o rumo que tomavam as coisas, e mesmo contra alguns Padres Conciliares. Entretanto, tais manifestações de prepotência e de injustiça não iriam durar.
Por: Pe. Ignacio Montojo Magro

20 de dez. de 2013

Chegou o Natal....

"Chegou o Natal. Como sempre, transtornado e materializado. Um Natal como os outros natais. Como o mundo deturpou o verdadeiro sentido do Natal! 

Imagine o Cristo nascendo pobremente naquela manjedoura, cercado de animais, sem nenhum conforto, e tudo isso por amor aos homens. E agora ver que os homens usam o seu nome para aumentar as vendas de presentes, e muitas outras coisas que transformaram nos símbolos do Natal. 

Não é correto também iludir nossas crianças com a história de Papai Noel. Não combinam com a nossa maneira de viver esses enfeites de trenó, papel picado imitando neve, Papai Noel e tantas outras baboseiras." 


Padre Léo
Fonte: https://www.facebook.com/PadreLeoEterno

Francisco: "Nossa relação com Deus gosta do silêncio"

 2013-12-20


Cidade do Vaticano (RV) – “Somente o silêncio pode guardar o mistério do caminho que o homem percorre com Deus. E que o Senhor nos dê a graça de amar o silêncio, longe de qualquer publicidade”: este foi o fulcro da homilia proferida pelo Papa na missa da manhã de sexta-feira, 20, na Casa Santa Marta. A reflexão de Francisco se inspirou nos momentos da Anunciação, proposta no Evangelho do dia.

O Senhor sempre cobriu o mistério, nunca fez publicidade dele; isto não seria cristão. E também o mistério da maternidade virginal de Maria foi coberto, por toda a vida! A sombra de Deus em nossas vidas nos ajuda a descobrir o nosso mistério do encontro com o Senhor, do caminho da vida com Ele”.

“Cada um de nós – disse ainda o Papa – sabe como o Senhor age misteriosamente em nosso coração e em nossa alma. E qual seria a nuvem, o poder, o estilo do Espírito Santo para cobrir o nosso mistério?”, questionou, respondendo:

Esta nuvem em nossa vida se chama silêncio, aquilo que se estende sobre o mistério da nossa relação com o Senhor, da nossa santidade e dos nossos pecados. Não se pode explicar este mistério, mas quando não existe silêncio em nossas vidas, o mistério se perde”.

“A Mãe de Jesus foi o perfeito ícone do silêncio, desde o anúncio de sua maternidade ao Calvário”, apontou o Papa, lembrando de quantas vezes ela não revelou seus sentimentos para guardar o mistério da relação com o seu Filho, até o silêncio mais cruento, “aos pés da Cruz”:

O Evangelho não nos diz se ela pronunciou ou não alguma palavra... estava silente, mas dentro de seu coração, quantas coisas dizia ao Senhor: ‘Você me disse que ele seria grande, que teria reinado para sempre e agora... o vejo ali’. Maria era humana! E talvez tivesse vontade de dizer: ‘Fui enganada!, mas Ela, com o silêncio, ocultou o mistério que não entendia e com seu silêncio, deixou que seu mistério crescesse e florescesse na esperança”, concluiu o Papa.

Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va


20 DEZ São Domingos de Silos

Os santos da Igreja de Cristo foram verdadeiros luzeiros para o mundo, pois levaram com sua vida e palavras a Luz do Mundo que é Jesus Cristo. São Domingos nasceu em Cañas, vila da província de Navarra (Espanha), isto no ano 1000, dentro de uma humilde família cristã.
Quando o pai do pastorinho de ovelhas Domingos enxergou a inclinação do filho para os estudos religiosos, tratou logo de encaminhar Domingos para a formação que o levou – por vocação – ao Sacerdócio. Ordenado Sacerdote, passou mais de um ano na família e depois viveu dezoito meses na solidão. Com o passar do tempo entrou para a família beneditina, ingressando no mosteiro de Santo Emiliano, onde logo foi feito mestre dos noviços pelo abade do mosteiro. Em seguida, foi encarregado de restaurar o priorado de Santa Maria de Cañas. Após isso, foi feito prior do mosteiro de Santo Emiliano. Um dia, o príncipe de Navarra, sem dinheiro para as suas guerras, veio ao mosteiro exigir uma contribuição exorbitante. Os monges estavam dispostos a ceder, mas o prior deu uma recusa humilde e categórica. Fugindo da vingança do príncipe, Domingos exilou-se em Burgos onde Fernando Magno, rei de Castela e Aragão, recebeu o fugitivo em seu palácio. São Domingos retirou-se, todavia, para um eremitério fora da cidade. O rei pensou então no mosteiro de São Sebastião de Silos, quase abandonado, e deu-o ao recém-chegado, a 14 de janeiro de 1041.
Na Ordem de São Bento, São Domingos de Silos descobriu seu chamado a uma contemplação profunda e ações que salvassem almas, sendo assim recebeu de um anjo em sonho a promessa de 3 coroas que significavam: uma por ter abandonado o mundo mal e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado castidade perfeita; e a terceira pela restauração de Silos. De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos de pai (abade) no mosteiro de São Sebastião em Silos, este local tornou-se centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o Mundo. O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro.
São Domingos amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra. Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de São Domingos.
São Domingos de Silos, rogai por nós!

O maravilhoso poder da água benta

Fazer devotamente o sinal-da-cruz com água benta traz incontáveis benefícios para o corpo e para a alma: afugenta os demônios, obtém o perdão dos pecados veniais, pode livrar-nos de acidentes e até curar doenças.
Oscar Motitsuki
Pia Agua Benta.jpgAfirmou-me um sacerdote amigo que inúmeros católicos, mesmo dos mais instruídos, não sabem para que serve a água benta. É pena! Por isso, não se beneficiam desse precioso instrumento instituído pela Igreja para ajudá-los em praticamente todas as circunstâncias e dificuldades da vida!
Para que serve?
Há várias formas de usá-la. A mais comum é persignar-se com ela. Outra é aspergi-la sobre si mesmo, sobre outras pessoas, lugares ou objetos. Qualquer leigo ou leiga pode fazer isto. Naturalmente, quando feito por um sacerdote tem mais peso.
Seu efeito mais importante é afastar o demônio. Este "ronda em torno de nós como o leão que ruge", procurando fazer- nos toda espécie de mal, como nos adverte São Pedro (I Ped 5,8). Os espíritos malignos, cujas misteriosas e sinistras operações afetam às vezes até as atividades físicas do homem, querem, antes de tudo, induzir-nos ao pecado grave, que conduz ao inferno. Para isto empregam todos os recursos. Às vezes, por exemplo, provocam em nós um sem número de incômodos físicos ou psicológicos.
Outras vezes provocam pequenos incidentes, em nosso dia-a-dia, criam atrapalhações que parecem ter causas meramente naturais.
Por exemplo, na hora de cumprir um dever, a pessoa sente um inexplicável mal-estar, um inesperado desânimo, uma estranha dor de cabeça... Em certas oportunidades, sem qualquer motivo, o marido fica repentinamente irritado contra a esposa, ou vice-versa, daí surge uma discussão e se quebra a paz do lar. Ou, então, o pai ou a mãe deixa-se levar por um movimento de impaciência e repreende duramente o filho, em vez de admoestá-lo com doçura. O filho se revolta, sai de casa. Está criado um problema! Tudo isso pode ser evitado afugentando o demônio com um simples sinal-dacruz, feito com água benta. Quando você sentir uma irritação estranha, faça essa experiência, e preste atenção no efeito salutar que produz! Logo lhe voltará a serenidade.
Além do mais, a água benta é um sacramental que nos alcança o perdão dos pecados veniais, pode livrar-nos de acidentes (trânsito, assaltos, quedas), e ajuda até a curar doenças. O conhecido livro "Tesouro de Exemplos" conta que uma criança gravemente enferma ficou imediatamente curada ao receber a bênção de São João Crisóstomo com água benta.
A água benta, como todo sacramental, leva-nos a invocar, nas diversas circunstâncias do dia, o socorro do Divino Espírito Santo, para o bem de nossa alma e de nosso corpo.
Outro benefício muito interessante e pouco conhecido: ela pode ser usada eficazmente em proveito de pessoas que se acham distantes de nós. E mais, cada vez que a utilizamos para fazer o sinal da- cruz, na intenção das almas do purgatório, elas são aliviadas dos seus sofrimentos.imagem_5.jpg
De onde vem esse poder maravilhoso?
Vem do fato de ser ela um sacramental instituído pela Santa Igreja Católica (ver box ao lado). O sacerdote benze a água, enquanto ministro de Deus, em nome da Igreja e na qualidade de representante dela, cujas orações nosso Divino Salvador sempre atende com benevolência.
É importante lembrar que para ser verdadeiramente água benta, ela precisa ser benzida pelo sacerdote segundo o cerimonial prescrito pela Igreja, no "Ritual de Bênçãos" e no próprio "Missal Romano", ambos publicados pela CNBB.
São belas e altamente significativas as orações para a bênção da água. Por exemplo, esta: Senhor Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda a vida, abençoai esta água que vamos usar confiantes para implorar o perdão dos nossos pecados e alcançar a proteção da vossa graça contra toda doença e cilada do inimigo.
Concedei, ó Deus, que, por vossa misericórdia, jorrem sempre para nós as águas da salvação para que possamos nos aproximar de Vós com o coração puro e evitar todo perigo do corpo e da alma. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Portanto, não se esqueça!
É muito conveniente ter sempre consigo água benta para usar em qualquer circunstância. Por exemplo, benzer-se com ela ao sair e ao entrar na igreja, em casa ou no local de trabalho; ao iniciar uma oração, um serviço, uma viagem. Para afastar do lar a influência maléfica dos demônios, é muito aconselhável aspergir na casa algumas gotas de vez em quando. Isto pode ser feito por qualquer pessoa da família. É claro que pedir a um Padre para benzer a casa é muito melhor! Portanto, a água benta é sempre benfazeja e eficaz
Sacramentais, o que são?
Os sacramentais são sinais sagrados instituídos pela Igreja para proporcionar aos fiéis benefícios principalmente espirituais, mas também temporais, obtidos pela impetração da própria Igreja.imagem_2.jpg
São sacramentais, por exemplo: bênçãos de pessoas, de famílias, de casas e de objetos (água, velas, medalhas, imagens, sinos, etc.).
Embora os sacramentais tenham analogias com os sacramentos, são essencialmente diferentes em dois pontos principais:
1º - Os sacramentos foram instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo, e são apenas sete.
Já os sacramentais são instituídos pela Igreja, a qual pode aumentar seu número o quanto julgar conveniente para o bem das almas.
2º - Os sacramentos têm o poder de produzir a graça santificante pelo próprio fato de serem administrados validamente.
Os sacramentais conferem apenas uma graça auxiliar, pelo poder das preces da Igreja e dependendo das boas disposições de quem os recebe. Um efeito muito importante dos sacramentais é o de preparar a alma para receber a graça divina e ajudá-la a cooperar com ela.
(Revista Arautos do Evangelho, Junho/2006, n. 30, p. 32 e 33)

O primeiro presépio Como surgiu o piedoso costume de montar presépios por ocasião do Natal?

.Victor Toniolo 

Corria o ano de 1223.
A neve cobria com seu alvo manto a pequenina cidade de Greccio, no centro-sul da Itália. Os sinos repicavam festivamente, anunciando a noite de Natal.
Todos os habitantes, camponeses em sua maioria, encontravam-se reunidos em tornPresepio.jpgo de São Francisco de Assis, que procurava explicar- lhes o mistério do nascimento do Menino-Deus. Eles ouviam com respeito, mas... não davam mostras de terem realmente compreendido. O que fazer?
São Francisco procurou um modo mais didático de explicar aos iletrados aldeões a história do Natal.
Mandou trazerem-lhe uma imagem do Menino Jesus, uma manjedoura, palhas, um boi e um burro.
Os campônios entreolharam-se, surpresos, mas providenciaram tudo sem demora.
Em pouco tempo, o Santo compôs a cena: no centro, a manjedoura com as palhas; no fundo, os dois pacíficos animais. Faltava apenas a imagem do Menino Jesus. Com grande devoção, São Francisco tomou- a nos braços, para depositá-la na manjedoura.
Dá-se então um grande prodígio! Ante os olhos maravilhados de todos, a imagem toma vida e o Menino sorri para São Francisco. Este abraça ternamente o Divino Infante e O deita sobre as palhas da manjedoura, enquanto todos se ajoelham em atitude de enlevada adoração.
O Menino-Deus sorri uma vez mais e abençoa aqueles camponeses ali prostrados a seus pés.
Poucos instantes depois, havia sobre as palhas uma simples imagem inanimada... Mas na alma de todos permaneceu a recordação viva do Menino Jesus. Ele lhes havia sorrido!
A partir de então, o povo de Greccio montava todos os anos o “presépio de São Francisco”, na cândida esperança de que o  milagre se renovasse. Não foram iludidos em sua esperança. Embora a imagem não mais tomasse vida, a Virgem Maria lhes falava especialmente à alma nessas ocasiões, com graças sensíveis.
Que graças? As graças próprias à Liturgia do Natal.
Só para os aldeões de Greccio? Não! Em todos os presépios do mundo está presente o Menino Jesus — com Maria, sua Mãe, e São José — à espera apenas de que nos acerquemos para, também nós, recebermos um sorriso e uma bênção. É justamente por este motivo que se espalhou por todo o universo católico o costume de montar presépios por ocasião do Natal.
Faça, leitor, como os habitantes de Greccio. Ajoelhe-se piedosamente diante do Menino Jesus no presépio e, por intercessão da Virgem Maria, peça para si e para todos os seus entes queridos esse sorriso que comunica felicidade, essa bênção que transmite paz
(Revista Arautos do Evangelho, Dez/2003, n. 24, p. 50-51)

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...