28 de set. de 2013

Miroslav Bulešić, o pároco mártir

2013-09-28 L’Osservatore Romano
Martirizado com crueldade só por ter desempenhado o ministério sacerdotal. Trata-se do jovem pároco  Miroslav Bulešić (1920-1947), que o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Francisco, beatifica, no sábado 28 de Setembro, em Pula na Croácia.
Filho de Miho (Miguel) e Lucija,  Miroslav Bulešić nasceu na pequena aldeia da Ístria de   Ćabrunići (Zabroni), na paróquia de Svetvinčenat (Sanvincenti), no dia 13 de Maio de 1920. Frequentou a escola básica em Juršići (1926-1930), onde o seu professor de religião (catequista) foi o zeloso sacerdote Ivan Pavić. Depois de ter concluído o liceu,  Bulešić decidiu prosseguir os estudos de filosofia e teologia e de se preparar para o sacerdócio. Como pároco procurou conhecer pessoalmente os paroquianos, incentivando-os a participar na santa missa dominical. Esta sua actividade era observada atentamente pelos inimigos da Igreja nas fileiras dos partidários. Não  gostavam que o pároco tivesse mais influência do que eles sobre os próprios paroquianos.
A partir de 19 de Agosto 1947 a padre  Miroslav Bulešić foi confiada a tarefa de administrar as crismas em Pazin. Os responsáveis do seminário nada sabiam sobre as desordens e as agressões projectadas pelos comunistas. No início, nos arredores de Pazin, a crisma foi conferida sem dificuldade, mas imediatamente houve blocos das estradas e dos crismandos, a fim de que não alcançassem as paróquias. Os militantes  comunistas agrediam os sacerdotes e as crianças, ridicularizando-os publicamente. Neste clima  Bulešić chegou a Lanišće em 23 de Agosto de 1947 e aqui passou a noite com a intenção de administrar a crisma no dia seguinte. Quando chegou à casa paroquial com o enviado do bispo de Trieste crismou outros sete jovens, que por causa dos bloqueios das estradas não tinham conseguido chegar a tempo à igreja. Pouco depois, fez irrupção na casa um grupo de comunistas, que se lançaram sobretudo e com mais violência sobre o jovem padre Miroslav, batendo nele sem piedade. Algumas testemunhas assistiram impotentes ao que estava a acontecer. Padre Miroslav estava coberto de sangue. Por duas vezes ouviram-no exclamar: «Jesus, acolhe a minha alma». Em seguida, o seu assassino cortou-lhe a garganta com uma faca. O sangue do mártir manchou as paredes e o chão. Isto aconteceu por volta das 11h00 do dia 24 de Agosto de 1947.
Jure Bogdan, postulador


Um cristão é capaz de enfrentar as humilhações com alegria e paciência, diz o Papa

VATICANO, 27 Set. 13 / 03:53 pm (ACI/EWTN Noticias).- A prova para compreender se um cristão é um cristão realmente está na "capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações". Assim o indicou o Papa Francisco nesta manhã na homilia da Missa que presidiu na Casa Santa Marta onde reside.
O Papa voltou novamente a advertir sobre o perigo das "tentações do bem-estar espiritual", que impedem de amar a Cristo com todo o coração. Sim, "mas até um certo ponto." O perigo da tibieza, de uma fé feita de cálculos e de passos contidos, sempre está à espreita. E o Papa Francisco desenvolveu o seu pensamento, de um modo que não deixa lugar a desculpas. O ponto de partida é o Evangelho de Lucas, na passagem onde Jesus pergunta primeiro aos seus discípulos o que as pessoas falam Dele e depois o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: "O Cristo de Deus".
"Esta pergunta é dirigida também a nós", diz o Papa, que enumera imediatamente depois uma série de respostas das quais se filtra a essência de uma fé amadurecida pela metade. "Para ti, quem sou eu? O proprietário desta empresa, um bom profeta, um bom professor, alguém que faz que o seu coração se sinta bem?". Sou "alguém que caminha contigo na vida, que te ajuda a seguir adiante, a ser um pouco 'bom?" Sim, é verdade, mas a coisa não acaba aí.
"Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério, né? Quem pode explicá-lo?... Mas ele o disse! Se cada um de nós, na oração, olhando para o tabernáculo, disser ao Senhor: ‘Tu es Cristo, o Filho de Deus vivo", primeiro não o pode dizer por si mesmo, tem que ser o Espírito Santo quem o diga nele. E, segundo, prepara-te, porque Ele responderá: "É verdade".
"Jesus pede a Pedro que não revele a sua resposta a ninguém e anuncia a sua Paixão, morte e Ressurreição". E aqui, o Papa Francisco recorda a reação do chefe dos Apóstolos, como se descreve no Evangelho de São Mateus, que declara: "Isto não acontecerá jamais". "Pedro se assusta, se escandaliza", nem mais nem menos que outros cristãos que dizem: "isso nunca vai acontecer! Vou seguir-te até aqui". Este é o modo para "seguir Jesus para conhecê-lo até um certo ponto".
"E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isto. Porque se pensarmos o contrário é pecado! Mas não basta. Com o bem-estar espiritual até um certo ponto".

"Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até a morte, a morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura e bem-estar? Ou eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações".

O escândalo da cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos, diz o Papa, querem ressurgir, mas "nem todos" pretendem fazê-lo pelo caminho da cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se contrariamente ao que Jesus fez e pede para imitar.

"A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: ser cristão do bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou ser o cristão que está próximo a Jesus, pelo caminho de Jesus".


São Venceslau - Mártir, padroeiro da Boêmia (907-935)


   O bondoso monarca da Boêmia,Vratislau, antes de morrer, deixou, como herdeiro do trono, seu filho Venceslau, nascido no ano 907, na atual República Checa. Com isso, despertou em sua mulher, Draomira, a ira e a vingança, pois era ela própria que desejava assumir o governo do país. Se não fosse possível, pretendia entregá-lo a seu outro filho, Boleslau, que tinha herdado o caráter e a falta de escrúpulos da mãe, enquanto Venceslau fora criado pela avó, Ludmila, que lhe ensinou os princípios de bondade cristã. Por isso, não passava por sua cabeça uma oposição fatal dentro do próprio lar. Assim, acabou assassinado pelo irmão, de acordo com um plano diabólico da malvada rainha.


Mas antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Vratislau, elevando ao trono seu filho Venceslau. Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Venceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu.

Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Venceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido. Dedicava-se aos mais pobres, encarcerados, doentes, viúvas e órfãos, aos quais fazia questão de ajudar e levar palavras de fé, carinho e consolo.

A popularidade de Wenceslau cresceu ainda mais quando, para evitar uma batalha com o duque Radislau, que se opunha ao seu governo cristão, propôs que, em vez de entrarem em guerra, duelassem entre si, evitando, assim, a morte da população inocente. Quem vencesse ficaria com o poder. No dia e na hora marcada, os adversários encontraram-se no campo de batalha. Radislau, imediatamente, atacou, de lança em punho. Contam os registros que, no momento em que feriria Wenceslau mortalmente, apareceram dois anjos que o mandaram parar. Radislau caiu do cavalo e, quando se levantou, já era um homem modificado. Naquele momento, pediu perdão e jurou fidelidade ao seu senhor.

Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Venceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. No dia 28 de setembro de 935, durante a festa de batismo de seu sobrinho, enquanto todos festejavam, Venceslau retirou-se para a capela para rezar. Draomira sugeriu ao filho Boleslau que aquele seria o melhor momento para matar o próprio irmão. Boleslau invadiu a capela e apunhalou o irmão no altar da igreja.
Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Venceslau, pois em poucos dias Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I.

O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em são Venceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu são Venceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa.

Para o Papa o primeiro é anunciar a salvação e a misericórdia de Deus, diz perito após entrevista

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Set. 13 / 03:32 pm (ACI).- Massimo Introvigne, sociólogo italiano especialista no tema da liberdade religiosa, lamentou o "mal-estar" suscitado em alguns católicos, depois das declarações do Papa Francisco à revista italiana Civiltà Cattolica, e explicou que "o ensinamento moral para o Papa vem depois do anúncio da salvação através da misericórdia de Deus".
Introvigne indicou que "o modo de expressar-se em uma entrevista não é o mesmo de uma encíclica: é muito fácil nos encontrar com frases suscetíveis de serem tiradas do contexto e colocadas com malícia na primeira página".
O sociólogo assinalou que é importante tentar compreender o contexto no qual se dão as palavras do Papa, "para transformar também o mal-estar em reflexão cultural e política, em vez de guarda-los no interior e cuspi-los depois como veneno, como acontece com tantos comentários alterados que proliferam na Internet".
O mal-estar suscitado, disse Introvigne "se manifesta quando Francisco anuncia que não pretende falar muito ‘dos assuntos relacionados ao aborto,matrimônio homossexual e ao uso de métodos anticoncepcionais’".
"Não afirma que não falará nunca, e de fato, de repente, no dia 20 de setembro falou do aborto, com clareza, aos médicos católicos. Mas disse que falará pouco disto, que deixará estes temas aos episcopados nacionais –na Itália o Cardeal Bagnasco está se expressando com particular clareza– e falou também que acha que algumas pessoas na Igreja falam muito deles".
O perito italiano indicou que "em um mundo muito afastado da fé, Francisco pensa que o Papa deve partir novamente do primeiro anúncio", o "das coisas elementares: que Jesus Cristo é Deus e veio para a nossa salvação, que oferece a todos a sua misericórdia, que converter-se é possível, que a conversão não é um esforço individual, mas passa sempre pela Igreja".
"Francisco se preocupa em primeiro lugar do que "esta fé é" e a anuncia através do rosto misericordioso do Senhor que oferece o seu perdão a todos, também aos homossexuais, às mulheres que abortaram e aos divorciados que voltaram a casar".
Introvigne assegurou que "não é que o anúncio moral não faça parte da mensagem cristã, nem que Francisco pense em mudar a doutrina. Mas, o ensinamento moral para o Papa vem depois do anúncio da salvação através da misericórdia de Deus".
"A ditadura do relativismo ataca a moral para destruir a fé. O Papa Francisco pensa que não deve aceitar esta opção do terreno de combate feita para outros. Inverte a lógica do mundo e fala de outra coisa: anuncia a compaixão e a misericórdia, ao mundo mostra Jesus misericordioso e crucificado, convida todos a ficarem primeiro aos seus pés".
O sociólogo italiano apontou que "muitos estudos sociológicos confirmam que são muitos, no mundo inteiro, os que se deixam comover por este chamado do Papa Francisco".
"Outros, que podem estar chateados com as suas estratégias e prioridades, poderão deixar-se entusiasmar no coração pelo magistério do Papa Bergoglio: o convite a "sair" e anunciar a fé àqueles que não vão à Igreja".


"Que o mundo necessite tantas coisas, mas que sem a fé não possa sobreviver, era –depois de tudo– também o maior ensinamento de Bento XVI", disse.

Médico italiano entrega ao Papa Francisco instrumentos com os quais praticou abortos

ROMA, 27 Set. 13 / 04:22 pm (ACI/EWTN Noticias).- A história da conversão de Antônio Oriente, atual vice-presidente da Associação Italiana de Ginecologistas e Obstetras Católicos (AIGOC) comove aqueles que a conhecem. Faz uns dias, teve a oportunidade de cumprimentar rapidamente o Papa Francisco e lhe entregou os instrumentos cirúrgicos que usou por anos para praticar abortos.
Em declarações ao Grupo ACI, o médico narrou a sua história. Por vários anos Oriente praticou abortos por dinheiro. Provinha de uma família pobre e para ele, o êxito era "avançar" em sua carreira e subir de classe social.
Sua história começou a mudar depois do seu casamento com Maria Carmela, uma pediatra que amava as crianças. Passaram os anos e não podiam conceber um filho, enquanto Oriente continuava -como ele diz- "matando os filhos dos outros".
Todos os dias quando voltava para casa, o médico encontrava a sua esposa chorando. Uma noite decidiu ficar até tarde no seu consultório porque "estava destruído, e não podia voltar assim para a minha casa".
Naquela madrugada, um casal de esposos bateu na porta do consultório pensando que o médico estava passando por algum problema.
O casal escutou a sua história de dor e o convidou para participar de um encontro de oração para conseguir um pouco de paz.
"Depois disso –afirma Oriente-, comecei a conhecer um Deus diferente ao que eu conhecia, porque antes o cristianismo parecia para mim uma obrigação e eu o odiava. Este Deus era misericordioso e me dizia: ‘abre-te a mim, abandona todo o teu sofrimento’".
"Um dia sentado diante do crucifixo escrevi uma carta ao Senhor, o que eu chamo de um testamento espiritual: Nunca mais a morte até a morte. Que classe de filho sou eu que assassino os filhos dos outros? Abandono a cultura da morte e abraço a vida".
Antônio e a sua esposa começaram a levar uma vida de católicos comprometidos e pouco tempo depois, depois de vários anos de tentativas frustradas, Maria Carmela ficou grávida.
"Com esta gravidez milagrosa, o doente deixou de ser para mim um pedaço de carne e converteu-se em um pedaço da carne do Cristo ao que tinha o privilégio de tocar com minhas mãos, e desde esse dia, dediquei totalmente a minha vida a Cristo e à luta da vida", adicionou.
No dia 20 de setembro deste ano, Oriente pôde estar perto do Papa Francisco na audiência privada que o Pontífice concedeu aos participantes da Conferência Internacional Mater Care que se celebrou em Roma.
Antônio não fazia parte da delegação de ginecologistas que cumprimentaria o Santo Padre. Sem audiência reservada nem inscrição feita, Oriente decidiu viajar a Roma para participar da Conferência.
Horas antes de tomar o seu voo, passou pelo seu consultório e "como um robô", conforme explica, dirigiu-se à cadeira dos pacientes para olhar debaixo dela. Encontrou aí uma imagem de 1999 da Virgem de Luján, a padroeira da Argentina, país natal do Papa Francisco.
Nesse instante, Oriente compreendeu que devia levar a imagem consigo e voar com mais decisão que nunca até Roma.
"Ao chegar à Sé de Pedro –conta-, encontrei-me com um Bispo, disse-lhe que percorri 800 quilômetros até chegar ali e que trazia comigo as ferramentas doaborto para deixa-las diante do Papa. A Virgem esteve comigo".
O médico atribui a imagem da Virgem de Luján a uma paciente argentina que faz muitos anos deve ter deixado lá. A mulher pedia um aborto, mas ele a dissuadiu e hoje em dia "é profundamente feliz com o seu filho".
No seu rápido encontro com o Papa lhe disse: "Santo Padre eu já não faço mais abortos, estou a favor da vida, queria uma bênção para os médicos que querem fazer uma equipe de saúde a favor da vida".
O ginecologista lhe entregou nesse instante uma bolsa com o material cirúrgico, ao que o Papa respondeu –conforme relata Oriente-: "Esta noite farei uma oração. Isto, tenho que levar comigo para o meu quarto na Santa Marta". Depois, lhe impôs as suas mãos e lhe disse: "Você está abençoado e lute pela vida".


Oriente explica que com este gesto, "os instrumentos da morte foram abandonados aos pés do sucessor de Pedro na Terra, tal e como a morte fica aos pés de Jesus a favor da vida".

Os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael 29/09

Celebramos a festa dos três Arcanjos que a sagrada Escritura menciona pelo seu nome próprio: Miguel, Gabriel e Rafael. Mas, o que é um anjo? A sagrada Escritura e a tradição da Igreja fazem-nos descobrir dois aspectos. 

Por um lado, o Anjo é uma criatura que está diante de Deus, orientada, com todo o seu ser para Deus. Os três nomes dos Arcanjos terminam com a palavra "El", que significa "Deus". Deus está inscrito nos seus nomes, na sua natureza. A sua verdadeira natureza é a existência em vista d'Ele e para Ele.

Explica-se precisamente assim também o segundo aspecto que caracteriza os Anjos: eles são mensageiros de Deus. Trazem Deus aos homens, abrem o céu e assim abrem a terra. Exactamente porque estão junto de Deus, podem estar também muito próximos do homem. De facto, Deus é mais íntimo a cada um de nós de quanto o somos nós próprios.

Como um anjo para os outros
Os Anjos falam ao homem do que constitui o seu verdadeiro ser, do que na sua vida com muita frequência está velado e sepultado. Eles chamam-no a reentrar em si mesmo, tocando-o da parte de Deus. Neste sentido também nós, seres humanos, deveríamos tornar-nos sempre de novo anjos uns para os outros anjos que nos afastam dos caminhos errados e nos orientam sempre de novo para Deus.

Se a Igreja antiga chama os Bispos "anjos" da sua Igreja, pretende dizer precisamente o seguinte: "os próprios Bispos devem ser homens de Deus, devem viver orientados para Deus.
 "Multum orat pro populo" "Reza muito pelo povo", diz o Breviário da Igreja a propósito dos santos Bispos. O Bispo deve ser um orante, alguém que intercede pelos homens junto de Deus. Quanto mais o fizer, tanto mais compreende também as pessoas que lhe estão confiadas e pode tornar-se para elas um anjo um mensageiro de Deus, que as ajuda a encontrar a sua verdadeira natureza, a si mesmas, e a viver a ideia que Deus tem delas. 




São Miguel: dar lugar a Deus no mundo 



Tudo isto se torna ainda mais claro se olharmos agora para as figuras dos três Arcanjos cuja festa a Igreja celebra hoje. Antes de tudo está Miguel. Encontramo-lo na Sagrada Escritura sobretudo no Livro de Daniel, na Carta do Apóstolo São Judas Tadeu e no Apocalipse. Deste Arcanjo tornam-se evidentes nestes textos duas funções. Ele defende a causa da unicidade de Deus contra a soberba do dragão, da "serpente antiga", como diz João. É a perene tentativa da serpente de fazer crer aos homens que Deus deve desaparecer, para que eles se possam tornar grandes; que Deus é um obstáculo para a nossa liberdade e que por isso devemos desfazer-nos dele.

Mas o dragão não acusa só Deus. O Apocalipse chama-o também "o acusador dos nossos irmãos, que os acusava de dia e de noite diante de Deus" (12, 10). Quem põe Deus de lado, não enobrece o homem, mas priva-o da sua dignidade. Então o homem torna-se um produto defeituoso da evolução. Quem acusa Deus, acusa também o homem. A fé em Deus defende o homem em todas as suas debilidades e insuficiências: o esplendor de Deus resplandece sobre cada indivíduo.

É tarefa do Bispo, como homem de Deus, fazer espaço para Deus no mundo contra as negações e defender assim a grandeza do homem. E o que se poderia dizer e pensar de maior sobre o homem a não ser que o próprio Deus se fez homem? A outra função de Miguel, segundo a Escritura, é a de protector do Povo de Deus (cf.
 Dn10, 21; 12, 1). Queridos amigos, sede verdadeiramente "anjos da guarda" das Igrejas que vos serão confiadas! Ajudai o povo de Deus, que deveis preceder na sua peregrinação, a encontrar a alegria na fé e a aprender o discernimento dos espíritos: a acolher o bem e a recusar o mal, a permanecer e tornar-se sempre mais, em virtude da esperança da fé, pessoas que amam em comunhão com Deus-Amor. 

São Gabriel: Deus que chama




  Encontramos o Arcanjo Gabriel sobretudo na preciosa narração do anúncio a Maria da encarnação de Deus, como nos refere São Lucas (1, 26-38). Gabriel é o mensageiro da encarnação de Deus. Ele bate à porta de Maria e, através dela, o próprio Deus pede a Maria o seu "sim" para a proposta de se tornar a Mãe do Redentor: dar a sua carne humana ao Verbo eterno de Deus, ao Filho de Deus.

Repetidas vezes o Senhor bate às portas do coração humano. No Apocalipse diz ao "anjo" da Igreja de Laodiceia e, através dele, aos homens de todos os tempos: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele" (3, 20). O Senhor está à porta, à porta do mundo e à porta de cada um dos corações. Ele bate para que o deixemos entrar: a encarnação de Deus, o seu fazer-se carne deve continuar até ao fim dos tempos.

Todos devem estar reunidos em Cristo num só corpo: dizem-nos isto os grandes hinos sobre Cristo na Carta aos Efésios e na Carta aos Colossenses. Cristo bate.
Também hoje Ele tem necessidade de pessoas que, por assim dizer, lhe põem à disposição a própria carne, que lhe doam a matéria do mundo e da sua vida, servindo assim para a unificação entre Deus e o mundo, para a reconciliação do universo.

Queridos amigos, compete-vos bater à porta dos corações dos homens, em nome de Cristo. Entrando vós mesmos em união com Cristo, podereis também assumir a função de Gabriel: levar a chamada de Cristo aos homens.
 


São Rafael: recobrar a vista

São Rafael é-nos apresentado sobretudo no Livro de Tobias como o Anjo ao qual é confiada a tarefa de curar. Quando Jesus envia os seus discípulos em missão, com a tarefa do anúncio do Evangelho está sempre ligada a de curar. O bom Samaritano, acolhendo e curando a pessoa ferida que jaz à beira da estrada, torna-se silenciosamente uma testemunha do amor de Deus. Este homem ferido, com necessidade de curas, somos todos nós. Anunciar o Evangelho, já em si é curar, porque o homem precisa sobretudo da verdade e do amor.

Do Arcanjo Rafael são referidas no Livro de Tobias duas tarefas emblemáticas de cura. Ele cura a comunhão importunada entre homem e mulher. Cura o seu amor. Afasta os demónios que, sempre de novo, rasgam e destroem o seu amor. Purifica a atmosfera entre os dois e confere-lhes a capacidade de se receberem reciprocamente para sempre. Na narração de Tobias esta cura é referida com imagens legendárias.

No Novo Testamento, a ordem do matrimónio, estabelecido na criação e ameaçado de muitas formas pelo pecado, é curado pelo facto de que Cristo o acolhe no seu amor redentor. Ele faz do matrimónio um sacramento: o seu amor, que por nós subiu à cruz, é a força restauradora que, em todas as confusões, dá a capacidade da reconciliação, purifica a atmosfera e cura as feridas. Ao sacerdote é confiada a tarefa de guiar os homens sempre de novo ao encontro da força reconciliadora do amor de Cristo. Deve ser o "anjo" curador que os ajuda a ancorar o seu amor no sacramento e a vivê-lo com empenho sempre renovado a partir dele.

Em segundo lugar, o Livro de Tobias fala da cura dos olhos cegos. Todos sabemos quanto estamos hoje ameaçados pela cegueira para Deus. Como é grande o perigo de que, perante tudo o que sabemos sobre as coisas materiais e que somos capazes de fazer com elas, nos tornamos cegos para a luz de Deus.

Curar esta cegueira mediante a mensagem da fé e o testemunho do amor, é o serviço de Rafael confiado dia após dia ao sacerdote e de modo especial ao Bispo. Assim, somos espontaneamente levados a pensar também no sacramento da Reconciliação, no sacramento da Penitência que, no sentido mais profundo da palavra, é um sacramento de cura. A verdadeira ferida da alma, de facto, o motivo de todas as outras nossas feridas, é o pecado. E só se existe um perdão em virtude do poder de Deus, em virtude do poder do amor de Cristo, podemos ser curados, podemos ser remidos.
"Permanecei no meu amor", diz-nos hoje o Senhor no Evangelho (Jo
 15, 9). No momento da Ordenação episcopal Ele di-lo de modo particular a vós, queridos amigos. Permanecei no seu amor! Permanecei naquela amizade com Ele cheia de amor que Ele neste momento vos doa de novo! Então a vossa vida dará fruto um fruto que permanece (Jo 15, 16). 

Benedicto XVI, fragmentos de uma homilia pronunciada a 29 de septembro de 2007.


Fonte: www.pt.josemariaescriva.info


27 de set. de 2013

O ENCONTRO DE FRANCISCO COM OS CATEQUISTAS



O Papa encontrou na tarde desta sexta-feira, 27/09 2013 na Sala Paulo VI, os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese organizado no âmbito do Ano da Fé. Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que "a catequese é um pilar para a educação da fé".

"É preciso bons catequistas!", exclamou, agradecendo aos presentes por esse serviço "à Igreja e na Igreja". "Mesmo se por vezes pode ser difícil, há muito trabalha, se esforça e não se veem os resultados desejados, educar na fé é belo! Talvez seja a melhor herança que podemos dar: a fé! Educar na fé" para que cresça.

Ajudar as crianças, os adolescentes, os jovens a conhecer e a amar sempre mais o Senhor é uma das aventuras educacionais mais bonitas, se constrói a Igreja! 'Ser' catequistas! Não trabalhar como catequistas, eh! – observou.

Isso não serve! Eu trabalho como catequista porque gosto de ensinar... Mas se você não é catequista, não serve! Não será fecundo! Não será fecunda! "Catequista é uma vocação: 'ser catequista', essa é a vocação; não trabalhar como catequista. Vejam bem,não disse 'trabalhar como catequista, mas sê-lo', porque envolve a vida. E assim se conduz ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho".

Francisco convidou a recordar aquilo que Bento XVI disse: "A Igreja não cresce por proselitismo. Cresce por atração". "E aquilo que atrai – precisou o Papa – é o testemunho. Ser catequista significa dar testemunho da fé; ser coerente na própria vida. E isso não é fácil! Não é fácil. Nós ajudamos, conduzimos ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho."

Em seguida, recordou aquilo que São Francisco de Assis dizia a seus confrades: "Preguem sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as palavras". Mas antes vem o testemunho: "que as pessoas vejam o Evangelho em nossa vida. E 'ser' catequistas requer amor, amor sempre mais forte a Cristo, amor a seu povo santo. E esse amor não se compra nas casas comerciais; não se compra nem mesmo aqui em Roma. Esse amor vem de Cristo! É um presente de Cristo!

É um presente de Cristo! E se vem de Cristo parte d'Ele e nós devemos partir novamente de Cristo, desse amor que Ele nos dá. O que significa esse partir novamente de Cristo, para um catequista, para vocês, também para mim, porque também eu sou um catequista? O que significa?

O Papa respondeu com três coisas. Em primeiro lugar, partir novamente de Cristo significa ter familiaridade com Ele. Mas ter familiaridade com Jesus: Jesus o recomenda com insistência aos discípulos na Última Ceia, quando se aproxima a viver a doação mais alta de amor, o sacrifício da Cruz.

Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam em meu amor, permaneçam junto a mim, como os ramos na videira. "Se estivermos unidos a Ele – observou Francisco – podemos dar fruto, e essa é a familiaridade com Cristo. Permanecer em Jesus!" É um permanecer apegado a Ele, "com Ele, falando com Ele: mas, permanecer em Jesus".

"A primeira coisa para um discípulo – prosseguiu – é estar com o Mestre, ouvi-lo, aprender d'Ele. E isso vale sempre, é um caminho que dura a vida inteira."

O Papa contou um episódio: "Numa de minhas saídas, aqui em Roma, numa missa aproximou-se um senhor, relativamente jovem e me disse: 'Padre, prazer conhecê-lo, mas não creio em nada! Não tenho o dom da fé! Entendia que era um dom... 'Não tenho o dom da fé! O que me diz?' 'Não desanime. Cristo lhe quer bem. Deixe-se olhar pelo Senhor! Nada mais que isso'.

E isso digo a vocês: deixem-se olhar pelo Senhor! – exortou o Santo Padre:

"Entendo que para vocês não è tão simples: especialmente para quem é casado e tem filhos, é difícil encontrar um tempo longo de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário fazer todos do mesmo modo; na Igreja há variedade de vocações e variedade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo adequado para estar com o Senhor; e isso se pode, é possível em qualquer estado de vida."

O Papa acrescentou o segundo elemento: "partir novamente de Cristo significa imitá-lo no sair de si e ir ao encontro do outro. Essa é uma experiência bonita, e um pouco paradoxal. Por qual motivo? Porque quem coloca no centro da própria vida Cristo, se descentra! Quanto mais se une a Jesus e Ele se torna o centro da sua vida, mais Ele o faz sair de si mesmo, o descentra e abre você aos outros.

"O coração do catequista vive sempre esse movimento de 'sistole – diastole': união com Jesus – encontro com o outro. Sistole – diastole. Se falta um desses dois movimentos, não bate mais, não pode viver."

O terceiro elemento, que está sempre nessa linha: "partir novamente de Cristo significa não ter medo de ir com Ele às periferias". De fato, o Pontífice exortou a não ter medo de caminhar com Jesus às periferias:

"Se um catequista se deixa tomar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranqüilo acaba por tornar-se uma estátua de museu; se um catequista é rígido torna-se estéril. Pergunto-lhes: alguém de vocês quer ser covarde, estátua de museu ou estéril?"
Francisco pediu criatividade e nenhum medo de sair dos próprios esquemas: isso caracteriza um catequista. Quando permanecemos fechados em nossos esquemas, nossos grupos, nossas paróquias, nossos movimentos – explicou – ocorre o que acontece a uma pessoa fechada em seu quarto: adoecemos.

A certeza que deve acompanhar todo catequista – acrescentou Francisco é que Jesus caminha conosco, nos precede. "Quando pensamos ir longe, a uma periferia extrema, Jesus está lá."

Fonte: 

São Vicente de Paulo 27/09


São Vicente de Paulo (1581-1660) Fundou as congregações: A Confraria das Damas da Caridade Os Servos dos Pobres Os Padres da Missão Os Padres Lazaristas e as Filhas da Caridade




Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581.

Na infância, foi um simples guardador de porcos, o que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de sua época. Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio "dono", que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao cristianismo.

Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte.

Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil pessoas famintas.

Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser o ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para a caridade: a "Confraria das Damas da Caridade", os "Servos dos Pobres", a "Congregação dos Padres da Missão", conhecidos como padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as "Filhas da Caridade", em 1633.

Este homem prático, firme, dotado de senso de humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: "Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto", morreu em Paris no dia 27 de setembro de 1660.

Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem, ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.

Fonte: http://www.paulinas.org.br

O Deus que achamos ter achado - Pe. Zezinho, scj

Achar que achamos não é o mesmo que ter achado...
Conta uma lenda que um garimpeiro solitário e extremamente vaidoso de sua capacidade de achar o que os outros não achavam, sob os aplausos dos amigos, embrenhou-se pelo sertão, jurando que jamais voltaria para a sua cidade sem a maior pedra preciosa do mundo. Ele revelaria ao mundo a pedra de maior valor que qualquer ser humano pudesse ter visto. Trinta anos depois, voltou feliz e vitorioso com um diamante de dois quilos. Foi aquela festa. Os velhos amigos e os novos o aplaudiam pelo feito, e ele foi chamado por todas as comunidades da região a dar palestras e testemunhos sobre seu grande achado, até que um experiente conhecedor de pedras preciosas pediu para examiná-lo. Era falso!
Os fãs do garimpeiro falsário, ao invés de abandonar o mentiroso, atacaram o estudioso. Já não se importavam com a verdade e sim com as façanhas e as histórias do garimpeiro, que era tão simpático e querido, falava tão bem e tinha sofrido tanto... E daí, se a pedra não era um diamante! Afinal, ele era autêntico e sincero! Não merecia ser desmascarado... Apoiado por seus fãs, o aventureiro continuou dando testemunho do seu grande encontro com a grande mentira. Havia mais gente querendo ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo do que gente querendo ver e ouvir o especialista em pedras preciosas. O marketing do aventureiro foi mais eficiente! Ficaram com ele.
O mundo está cheio de profecias, livros, testemunhos e depoimentos de quem garante que encontrou Deus. Alguns realmente tiveram um encontro com Ele. Outros, pela vida que vivem, não o acharam. Estão mentindo. A televisão está cheia de atores, atrizes, apresentadores e apresentadoras dizendo-se católicos ou evangélicos e vivendo, mostrando e ensinando o oposto do que um verdadeiro evangélico faria. Das duas, uma: ou não se converteram, mas está na moda dizer que se converteu, ou acharam a fé errada e embarcaram numa Igreja ou em grupos que se proclamam de Cristo ou batizados no Espírito, mas ensinam o contrário do que Cristo ensinou. Nunca é demais ficar atentos. Jesus nos alertou contra eles (Mt 7, 15). Há pessoas dizendo ter achado o que não acharam. Pelos frutos os conhecereis, opinava Jesus! (Mt 7,16)
Quanto a nós, não temos o direito de dizer que achamos. Também temos os nossos erros e pecados. Melhor é dizer que estamos buscando ainda mais, agora na penitência por saber do quanto já fomos capazes de errar no passado... Talvez um dos sinais mais claros de que encontramos os sinais do Criador que buscamos é o desejo de não errar mais e de nunca mais ferir a quem quer que seja! Quem não tem perdão nem desculpas a pedir pode não ter achado! Deve ser por isso que João Batista começa a sua pregação pedindo um coração penitente e Jesus também começa a dele na mesma afinação: Fazei penitência porque o Reino está chegando! (Mt 3,2; 4,17).
Vale a pena debruçar-nos sobre esta verdade. Sem penitência e desejo de ser melhores nenhuma religião dá certo!

www.padrezezinhoscj.com


CONHEÇA AS BESTAS DO APOCALÍPSE DE SÃO JOÃO. DE ONTEM E DE HOJE.

Depois de morar com Santa Maria em Éfeso - alguns sustentam que não era exatamente em Éfeso -, João foi para Roma defender a Cristandade das perseguições, mas acabou preso e submetido ao martírio do óleo fervente do qual se salvou milagrosamente. Mais tarde foi enviado para o exílio em Patmos, onde recebeu as visões do Apocalipse. 

A Igreja estava praticamente dizimada pelo Imperador Romano Domiciano – o mais sangrento e implacável perseguidor da Igreja no primeiro século. Com a maioria dos Apóstolos e discípulos de primeira geração já mortos, o massacre fazia com que os seguidores de Jesus em todo Império Romano não vissem mais razão para acreditarem nas promessas de Cristo. Principalmente porque, com Jerusalém destruída por Tito no ano 70, sem sobrar pedra sobre pedra do Templo, como profetizado por Jesus, todos passaram a esperar a volta imediata de Cristo para conduzir Israel para a vitória sobre o inimigo. Irmãos, os judeus convertidos, os pagãos convertidos e até mesmo os Apóstolos e discípulos de primeira e segunda geração, custaram a compreender que o Reino de Deus não é desse mundo - "Não podeis conhecer ainda toda a verdade, pois não podeis suportar, mas quando vier o Paráclito, o Advogado, o Espírito da verdade, toda a verdade lhes será revelada." 

O Apocalipse é, antes de tudo, um estandarte da vitória Cristã, o canto de triunfo da Igreja perseguida, primeiro pelo Império Romano, no contexto histórico das visões de São João, depois, para o todo o sempre, servindo de apoio para a luta contra o mal que nunca deixará de perseguir o Corpo de Cristo. A Luta continua.

O Apocalipse não se prende apenas ao contexto histórico, mas trata de valores eternos, sobre os quais apoiamos a fé Cristã em todos os tempos.

O próprio São João disse: o anticristo já habitava o mundo no primeiro século. "São sete reis, dos quais 5 já caíram, um existe." É claro que esses cinco caídos são os que haviam precedido Domiciano, quais sejam: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. "Um existe": Vespasiano, e que durou pouco. Depois veio Tito. E o oitavo, a grande "besta" é bem clara de ser identificada: Domiciano, o grande perseguidor da Igreja daquele tempo.

A besta que se levanta do mar é o próprio Império Romano. Bem sabemos que o Império dominou toda a região do Mediterrâneo chamando-o de "mare nostrum". A prostituta é todo o sistema político e moral da Roma pervertida. 

Se quisermos saber quem é a grande besta do Apocalipse hoje, também é o grande perseguidor da Igreja nos dias de hoje. Não há apenas um. É todo um sistema. É uma cultura que quer impedir a Religião - de modo especial a Católica. A Igreja incomodou os romanos e incomoda, ainda hoje, todo o "establishment" mundial. Não é necessário citar nominalmente os grupos que perseguem a Igreja. São amplamente conhecidos. 

A Igreja não aceita tudo o que esse sistema contemporâneo deseja: o aborto, o infanticídio, a eutanásia, o divórcio, o suicídio assistido, a destruição de embriões, a reprodução assistida, o casamento de pessoas do mesmo sexo, o incentivo da sexualidade infantil e tantas outras ideais que estão em desacordo com a moral Católica que foi passada de Cristo aos Apóstolos, que receberam revelações do Espírito da Verdade, que sagraram Bispos e formaram no decorrer de 2000 mil anos um Magistério que nunca caiu e jamais cairá. 

Eis que: “As portas do inferno jamais prevalecerão sobre a minha Igreja. Estarei com vocês, todos os dias, até a consumação dos tempos”.

*Fonte: Curso de História da Igreja Antiga, do Professor Felipe Aquino.

*Foto: Capa do dvd do filme "O Apocalípse", de Richard Harris.


26 de set. de 2013

Conhecer Jesus com o Catecismo, a oração e o discipulado, exorta o Papa

VATICANO, 26 Set. 13 / 02:45 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco celebrou nesta manhã, como todos os dias, a Missa na capela da Casa Santa Marta, em sua homilia o Santo Padre afirmou que não se pode conhecer Jesus em "primeira classe", mas na vida cotidiana.
O Papa desenvolveu a sua homilia a partir da pergunta que Herodes faz a Jesus. Um interrogatório, disse, "que na realidade se fazem todos os que encontram com Jesus", uma pergunta "que se pode fazer por curiosidade" ou se "pode fazer por segurança".
Do mesmo modo, observou que lendo o Evangelho vemos que "algumas pessoas começaram a sentir medo deste homem, porque poderia levá-los a um conflito político com os romanos".

O Santo Padre acrescentou que "não se pode conhecer Jesus sem ter problemas. E eu 
ousaria dizer: se quiser ter problemas, siga a estrada para conhecer Jesus. E terá não um, mas muitos problemas! Mas é o caminho para conhecer Jesus! Não se pode conhecer Jesus em primeira classe! Jesus é conhecido no caminhar cotidiano de todos os dias. Não se pode conhecer Jesus na tranquilidade nem na biblioteca. Conhecer Jesus!".


Do mesmo modo explicou que se pode conhecer Jesus no Catecismo porque este nos ensina muitas coisas sobre Jesus. "Devemos estudá-lo, devemos aprendê-lo".
Assim, continuou, "conhecemos o filho de Deus, que veio para nos salvar; entendemos toda a beleza da história da Salvação, do amor do Pai, estudando o Catecismo". A este ponto, perguntou "quantas pessoas leram o Catecismo daIgreja Católica desde que se publicou faz 20 anos?".

"Sim, se deve conhecer Jesus no Catecismo. Mas não é suficiente conhecê-lo com a mente: este é um passo", assinalou Francisco. Mas é necessário conhecê-lo no diálogo com Ele, falando com Ele, na oração, de joelhos. "Se não rezamos, se não falamos com Jesus, não o conhecemos. Sabemos coisas de Jesus, mas não temos esse conhecimento que o coração dá na oração", disse o Pontífice.
Ao conhecimento de Jesus através do Catecismo e da oração acrescentou uma terceira via: o discipulado, "ir com Ele, caminhar com Ele". Por isso, indicou o Papa, "é necessário conhecer Jesus com a linguagem da ação".
Para concluir assinalou que "não se pode conhecer Jesus sem envolver-se com Ele, sem apostar a vida por Ele. Quer saber quem ele é? Lê o que a Igrejate diz sobre Ele, fala com Ele na oração e caminha em seu caminho com Ele".


O filósofo e o barqueiro





Um barqueiro transportava um filósofo em sua barca. 

Durante a travessia, disse o filósofo ao barqueiro:
- Então, meu velho, você sabe alguma coisa?
- Eu? Sei remar e nadar.
- Não sabe filosofia?
- Nunca ouvi falar disso.
- Não sabe astronomia?
- Não, senhor.
- Não conhece a gramática?
- Também não, senhor.

E assim foi o filósofo perguntando muitas coisas e o barqueiro respondendo:
- Não sei nada disso.
- Pois, assim, você perdeu a metade da vida, acrescentou o filósofo.

Nisso, distraídos pela conversa, deram contra um rochedo, partiu-se a barca e os dois naufragaram... O barqueiro, nadando, alcançou a margem; ao passo que o filósofo se afogava.

O barqueiro, malicioso, gritou-lhe:
- Senhor filósofo, não sabe nadar?
- Não.
- Ah! não sabe? Então o sr. é um infeliz; perdeu a vida inteira. Suas astronomias e filosofias não lhe servem para nada.


Isto mesmo se pode dizer dos que sabem tudo deste mundo, menos a doutrina cristã, pois: A ciência mais apreciada é que o homem bem acabe: porque, no fim da jornada, aquele que se salva sabe, e o que não, não sabe nada.

 Fonte: Blog do Angueth

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...