Como resistir às Provações
O Senhor conclui o Seu Sermão da Montanha comparando a vida
com a construção da casa. Ele mostra como uma vida virtuosa ajuda as pessoas a
suportar as inevitáveis provações da vida enquanto que uma vida descuidada
enfraquece a força espiritual e faz as pessoas presa fácil às tentações.
"Assim, todo aquele que ouve as minhas palavras e as
põe em prática será semelhante a um homem ajuizado, que constrói sua casa sobre
a rocha. Cai a chuva, correm as enxurradas, sopram os ventos que se lançam
contra essa casa. mas ela não desaba, porque está construída sobre a rocha. Mas
todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática será semelhante
a um tolo, que constrói sua casa sobre a areia. Cai a chuva correm as
enxurradas, sopram os ventos que se lançam contra essa casa, e ela desaba: é um
destruição total! Quando Jesus acabou estes discursos, a multidão estava tomada
de admiração pelo seu modo de ensinar. Porque a ensinava como detentor de
autoridade própria e não como os mestres da lei" (Mateus 7:24-29).
A comparação da vida com a casa foi facilmente entendida
pelo povo que vivia na Terra Santa. Esse país na sua maior parte é montanhoso.
Uma chuva torrencial e repentina enche rios secos com rápidas torrentes de água
que descem os vales carregando tudo pelo caminho. Nenhuma construção colocada
no caminho das torrentes suporta a pressão da água, principalmente se a casa
for construída em cima de areia. Por isso que pessoas de bom senso sempre
constroem suas casas em cima de rochas e suficientemente altos para não serem
inundadas.
Várias tempestades são inevitáveis na vida de uma pessoa.
Podem ser incêndios, terremotos, guerras, perseguição, doenças incuráveis,
morte de ente querido e outros desastres que acontecem inesperadamente e
alteram o curso da vida de uma pessoa. Em um instante tudo poderá estar perdido
- saúde, família, felicidade, prosperidade ou paz de espírito. Em tal condição,
a queda se manifestará em perda de fé, desespero e queixa contra Deus.
As tempestades interiores que podem ser mais perigosas que
as tempestades físicas, também são inevitáveis, por exemplo: paixões furiosas,
grandes tentações, dúvidas torturantes sobre assuntos de fé, ataques de raiva,
ciúme, inveja, medo, etc. Neste caso a queda está no render-se à tentação,
renunciando Deus e a fé ou desobedecendo a voz de sua consciência em algum
aspecto. Essas crises interiores não são apenas conseqüências de desfavoráveis
circunstâncias de vida, mas também resultados de ações de pessoas más ou do
diabo que de acordo com as palavras de um apóstolo, "Sede sóbrios! Vigiai!
Vosso adversário, o Diabo, ronda qual leão a rugir, buscando a quem
devorar" (1 Pedro 5:8).
Nota: No dia de nossa morte deveremos passar pela última
provação. Como descrito nas vidas de santos, quando a alma se separa do corpo o
outro mundo se abre à sua vista, e ela poderá ver os gentis anjos e também os
demônios. Os demônios procuram transtornar a alma da pessoa mostrando a ela os
pecados cometidos quando em vida terrena. Tentando persuadir que não existe
salvação para ela. Ao fazer isso eles tentam levar a alma ao desespero e
arrastá-la ao abismo. Mas o Anjo da Guarda protege a alma dos demônios e traz
confiança e esperança para a misericórdia de Deus. Se a pessoa viveu em pecado
e sem fé, os demônios se apoderam da alma. Essa passagem da alma desde o
momento de deixar o corpo até chegar ao trono de Deus é chamada "Mitarstva
"em russo, "Toll Houses "em inglês, (pedágios ou cobradores de
taxas ou impostos, em português). Talvez esta seja a provação de que fala o
apóstolo Paulo quando ele sugere que os cristãos devam revestir-se das
armaduras da retidão para resistir os espíritos malignos dos ares no dia mau e
depois de tudo superar, continuar de pé (Efésios 6:12-13). A armadura da
retidão, como explicado pelos santos pais da Igreja, são as virtudes da pessoa
e o dia mau é tempo da grande tentação depois que a alma deixa o corpo. Depois
de ser transportada fora do céu, os maus espíritos pairam entre o céu e a terra
e colocam obstáculos no caminho da alma que se dirige ao trono de Deus. Somente
depois do Juízo Final os demônios serão confinados finalmente ao abismo.
Quem poderá ser calmo e feliz num meio de tanta inconstância
de assuntos terrenos? São aquelas pessoas que estão com Cristo e em Cristo.
Pessoas que vivem em obediência às leis de Cristo, fincados numa rocha sólida e
protegidos das tempestades. Possuindo fé e amor a Deus elas não devem temer
porque o Senhor não permitirá um verdadeiro fiel que seja testado mais do que
ele pode suportar (1 Corintios 10:13). Mas quem não segue os mandamentos de
Cristo não consegue suportar quando confrontado com difíceis provações. É
provável que ela se afogue no desespero e a sua queda será a sua destruição e
um alerta para os outros. Ao observar isso um antigo sábio escreveu:
"Passa a tormenta: o mau desaparece, mas o justo permanece firme para
sempre" (Provérbios 10:25).
Os Santos Pais comparam a dor ou aflição com fogo. O mesmo
fogo que transforma palha em cinzas ele purifica o ouro das impurezas. O Senhor
assegura os justos: " Jamais te atingirá desgraça alguma, nem chegará o
mal, à tua casa. Pois a seus anjos Deus ordenará em teus caminhos todos te
guardarem. Nas suas próprias mãos hão de levar-te para que em pedra alguma tu
tropeces. Sobre a serpente e a víbora andarás, o leão e o dragão hás de
esmagar. " (Salmo 91:11).
Conclusão
Assim, em Seu Sermão da Montanha, o Salvador nos dá
instruções vivas e compreensíveis sobre como se tornar justo e construirmos
dentro de cada um de nós a harmoniosa e magnificente casa da perfeição
espiritual onde habitará o Espírito Santo.
Resumindo os conselhos de Deus, o Salvador nos ensina como
colocar a Sua vontade em primeiro lugar, ensina a direcionar todos os nossos
atos à gloria de Deus, procurar imitar a perfeição de Deus e ter uma poderosa
confiança de que Ele nos ama e sempre se preocupa conosco.
Com relação aos outros, o Senhor ensina que devemos perdoar
os nossos ofensores, sermos misericordiosos, compassivos e procurando a paz,
tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, amar os outros, inclusive
nossos inimigos, não procurarmos vingança, não condenarmos ninguém, mas ao
mesmo tempo nós nos precavermos de
"cães," especialmente os falsos profetas.
Com relação às nossas aspirações interiores, o Senhor nos
ensina a sermos humildes e afáveis, evitar a hipocrisia e dupla personalidade,
desenvolver nossas boas qualidade, empenharmo-nos para a retidão, sermos
constantes em boas ações, laboriosos, pacientes e corajosos, guardar nossos
corações na pureza e aceitar sofrimentos por Cristo e Sua Verdade com alegria.
Todo o esforço espiritual de um homem não é inútil: esse esforço torna-o firme
e forte durante as tempestades da vida e prepara para ele a eterna recompensa
no céu.
Fonte: http://www.paideamor.com.br/
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