24 de abr. de 2014

João XXIII e as botas de camponês que ele nunca tirou

Conheça alguns fatos e curiosidades da infância e juventude de Angelo Roncalli.


Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 25 de novembro de 1881, em Soto il Monte, uma cidadezinha perto de Bérgamo, sendo o terceiro filho de uma família de operários. Começou a frequentar a escola aos 6 anos com o pároco da cidade, o Pe. Rebuzzini.

Já na escola pública, um dia o inspetor chegou e começou a fazer algumas perguntas aos alunos. Uma das mais difíceis, porque ninguém acertava, foi a seguinte:

- O que pesa mais: um quilo de palha ou um quilo de ferro?

A maioria das crianças respondia que era o quilo de ferro, enquanto outras diziam simplesmente que não sabiam. Angelo, o menino gordinho, se levantou e respondeu com segurança:

- Pesam a mesma coisa. A diferença é que é preciso colocar muito mais palha.

O inspetor o parabenizou pelo seu acerto. Mais tarde, o professor também se tornou seu amigo, mas seus coleguinhas, por inveja, acabaram batendo nele. Somente um o defendeu: seu amigo Battistel.

Depois de cursar seus primeiros estudos em Bérgamo, e já sendo seminarista, prosseguiu seus estudos em Roma, desde 1900. Em 1905, o cardeal Radini-Tedeschi, de enorme importância na luta entre a Igreja e o poder temporal na Itália, foi nomeado bispo de Bérgamo e escolheu como secretário o recém-ordenado Roncalli, que presenciou o impressionante trabalho social do seu bispo, sempre defensor dos operários.

Quatro anos mais tarde, Roncalli foi designado como professor de Sociologia e História da Igreja no seminário de Bérgamo, após ter publicado dois livros: um sobre a vida do cardeal César Baronio e outro, de caráter mais erudito, chamado “Atas da visita apostólica de São Carlos Borromeu a Bérgamo”. Sendo professor, editou uma conferência sua na qual tratava do trabalho assistencial da Igreja desde a antiguidade.

Eram famosas suas enormes botas, que ele nunca tirava, quando ir dar aulas no seminário.

Um aluno daquela época recorda: “Ele nunca tirou aquelas botas de camponês. Mesmo se tivesse se proposto a a chegar à sala de aula silenciosamente e sem ser percebido pelos seus alunos, ele nunca teria conseguido, devido ao barulho produzido por aquelas enormes botas”.

E acrescenta: “Ainda consigo imaginá-lo chegando à sala de aula correndo, frequentemente atrasado e com a respiração difícil, por ter subido as escadas correndo”.

Quando seu bispo morreu, em 1914, o jovem Roncalli lhe dedicou uma cuidadosa e apaixonante biografia.

Fonte: Aleteia

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