10 de dez. de 2016

10/ Dez Santa Joana Francisca de Chantal, modelo de mãe, irmã e religiosa


Neste dia queremos lembrar a vida da santa que na liturgia comemoraremos amanhã, Joana Francisca de Chantal, modelo de jovem, mãe, irmã e, por fim, de religiosa. Nasceu em Dijon, centro da França, em 1572 e foi pelas provações modelada até a santidade.
A mãe tão amada faleceu quando Joana era criança; o pai, homem de caráter exemplar, era presidente da câmara dos vereadores e por causa de maquinações políticas chegou a sofrer pobreza e muitas humilhações. Joana, que recebeu da família a riqueza da fé, deu com 5 anos um exemplo marcante quanto a presença de Jesus no Santíssimo Sacramente, pois falou a um calvinista que questionava o pai: “O Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse. Se pretendeis não aceitar o que Ele falou, fazeis dele um mentiroso”.
Santa Joana Francisca com 20 anos casou-se com um Barão (Barão de Chantal), tiveram quatro filhos, e juntos começaram a educar os filhos, principalmente com o exemplo. Joana era sempre humilde, caridosa para com o esposo, filhos e empregados; amava e muito amada.
Tristemente perdeu seu esposo que foi vítima de um tiro durante uma caça e somente com a graça de Deus conseguiu perdoar os causadores, e corajosamente educar os filhos. Como santa viúva, Joana conheceu o Bispo Francisco de Sales que a assumiu em direção espiritual e encontrou na santa a pessoa ideal para a fundação de uma Ordem religiosa. Isto no ano de 1604. A partir disso, começou e se desenvolveu uma das mais belas amizades que se têm conhecido entre os santos da Igreja.
Santa Joana Francisca de Chantal, já com os filhos educados, encontrou resistência dos seus familiares, porém, diante do chamado de Cristo, tornou-se fundadora das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora. Seguindo o exemplo de Maria, a santa de hoje com suas irmãs fizeram um grande bem à sociedade e à toda Igreja. A longa vida religiosa da Senhora de Chantal foi cheia de trabalhos, sofrimentos e consolações. Faleceu em Moulins, no ano de 1641. Nessa época, já existiam na França noventa casas da sua Ordem.
São Francisco de Sales nunca abandonou a filha espiritual; sobreviveu-lhe ela dezenove anos e repousa a seu lado na capela da Visitação, em Annecy (local da fundação da primeira casa da Ordem das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora).
Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!

Canção Nova 

9 de dez. de 2016

9/12 – São João (Juan) Diego Cuauhtlatoatzin


Os registros oficiais narram que Juan Diego, para nós João Diego, nasceu em 1474 na calpulli, ou melhor, no bairro de Tlayacac ao norte da atual Cidade do México. Era um índio nativo, que antes de ser batizado tinha o nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como “águia que fala” ou “aquele que fala como águia”. Era um índio pobre, pertencia à mais baixa casta do Império Azteca, sem ser, entretanto, um escravo. Dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa, numa pequena casa, mas não tinha filhos. Atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524, se converteu e foi batizado, junto como sua esposa. Receberam o nome cristão de João Diego e Maria Lúcia, respectivamente. Era um homem dedicado, religioso, que sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Costumava caminhar de sua vila à Cidade do México, a quatorze milhas de distância, para aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social. A esposa, Maria Lúcia, ficou doente e faleceu em 1529. Ele, então, foi morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas. Fazia esse percurso todo sábado e domingo, saindo bem cedo, antes do amanhecer.
Durante uma de suas idas à Igreja, no dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, entre a vila e a montanha, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, num lugar hoje chamado “Capela do Cerrinho”, onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”. A Virgem o encarregou de pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. Como o bispo não se convenceu, ela sugeriu que João Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição. Na terça-feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no alto da colina de Tepeyac. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, João Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Tinha, então, cinquenta e sete anos.
Após o milagre de Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem, depois de ter passado seus negócios e propriedades ao seu tio. Dedicou o resto de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos nativos, que se convertiam. Ele amou, profundamente, a santa eucaristia, e obteve uma especial permissão do bispo para receber a comunhão três vezes na semana, um acontecimento bastante raro naqueles dias. João Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural. O Papa João Paulo II, durante sua canonização em 2002, designou a festa litúrgica para 9 de dezembro, dia da primeira aparição, e louvou São João Diego, pela sua simples fé nutrida pelo catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.

Cléofas 

8 de dez. de 2016

Papa confia à Imaculada Conceição as necessidades do mundo

08/12/2016 




Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde desta quinta-feira, 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada, o Papa Francisco dirigiu-se à Praça de Espanha, centro de Roma, para renovar o tradicional ato de homenagem e de oração aos pés do monumento à Imaculada, dirigindo-se a seguir à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”

Às 7h30 da manhã, como reza a tradição, uma equipe do corpo de bombeiros depositou flores aos pés da estátua, no alto da coluna, e colocou uma coroa de flores na imagem. Durante todo o dia foram realizadas diversas cerimônias e procissões diante da imagem, sob a responsabilidade de diversos grupos.





Após saudar populares presentes na Praça de Espanha, Francisco depositou flores aos pés do monumento e recitou a seguinte oração:
Ó Maria, nossa Mãe Imaculada, no dia de tua festa venho a Ti, e não venho sozinho: Trago comigo todos aqueles que o teu filho me confiou, nesta cidade de Roma e em todo o mundo, para que Tu os abençoe e os salve dos perigos.
Trago a Ti, Mãe, as crianças, especialmente aquelas sozinhas, abandonadas, e que por isso são enganadas e exploradas.
Trago a Ti, Mãe, as famílias, que levam em frente a vida e a sociedade, com seu compromisso diário e escondido; especialmente as famílias que têm mais dificuldades, por tantos problemas internos e externos.
Trago a Ti, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres, e confio a ti especialmente quem, por necessidade, se esforça em realizar um trabalho digno e aqueles que perderam o trabalho ou não conseguem encontrar um.
Temos necessidade de teu olhar imaculado, para reencontrar a capacidade de olhar para as pessoas e as coisas com respeito e reconhecimento, sem interesses egoístas ou hipocrisia.
Temos necessidade de teu coração imaculado, para amar de maneira gratuita, sem segundas intenções, mas buscando o bem do outro, com simplicidade e sinceridade, renunciando à máscaras e truques.
Temos necessidade de tuas mãos imaculadas, para acariciar com ternura, para tocar a carne de Jesus nos irmãos pobres, doentes, desprezados, para levantar aqueles que caíram e sustentar quem vacila.
Temos necessidade de teus pés imaculados, para ir de encontro àqueles que não podem dar o seu primeiro passo, para caminhar nos caminhos de quem está perdido, para ir e encontrar as pessoas sozinhas.
Nós te agradecemos, ó Mãe, porque mostrando-se a nós livre de qualquer mancha de pecado,Tu nos recordas que antes de tudo existe a graça de Deus, existe o amor de Jesus Cristo que deu a vida por nós, existe a força do Espírito Santo que tudo renova.
Faz que não cedamos ao desencorajamento, mas, confiando na tua constante ajuda, nos empenhemos a fundo para renovar nós mesmos, esta Cidade e o mundo inteiro.
Reza por nós, Santa Mãe de Deus".
A Imaculada e os Papas
O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em 8 de dezembro de 1854 pelo Beato Papa Pio IX.
Três anos mais tarde, em 8 de dezembro de 1857, o Papa abençoou e inaugurou o monumento da Imaculada na Praça de Espanha.
O Papa Pio XII, por sua vez, foi o primeiro a enviar flores à Praça de Espanha na Solenidade da Imaculada.
São João XXIII, em 1958, dirigiu-se à Praça de Espanha e depositou aos pés do monumento um cesto contendo rosas brancas. Sucessivamente, visitou a Basílica de Santa Maria Maior.
Tal gesto foi repetido também pelos Papas Beato Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI.
(JE)


Rádio Vaticano 

Papa: o Sim de Maria é um sim total e incondicional

08/12/2016



Por ocasião da festa da solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco procedeu esta manhã, às 12,00 horas de Roma, na Praça de S. Pedro, à celebração Mariana do Ângelus. Peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo congregaram-se na Praça de S. Pedro para assistir a cerimônia
.
Na sua alocução Francisco iniciou por sublinhar que as leituras “hodierna solenidade da Imaculada Conceição da Beata Virgem Maria, apresentam duas passagens cruciais na história das relações entre o homem e Deus: podemos dizer, acrescentou Francisco, que conduzem às origens do bem e do mal”.
 “O livro do Génesis nos mostra o "não das origens", no momento em que o homem preferiu olhar para si mesmo, em vez de confiar no seu Criador, quis fazer por conta própria, escolheu ser autossuficiente. Assim, rompendo a comunhão com Deus, esvaziou-se a si mesmo e passou a ter medo, a esconder-se e a acusar o seu próximo. Isso é o que faz o pecado. Mas o Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal; imediatamente o procura e lhe faz uma pergunta cheia de apreensão: "Onde você está?". É a pergunta de um pai ou de uma mãe que procura o filho perdido: "Onde estás? Em que situação encontras?". E Deus faz isso com tanta paciência, até preencher a distância criada nas origens.”
A segunda passagem crucial, narrada hoje no Evangelho, é quando Deus vem habitar entre nós, se faz homem como nós. E isso só foi possível por meio de um grande “Sim”, o de Maria no momento da Anunciação.
 “Graças à este “sim” Jesus iniciou o seu caminho pelas estradas da humanidade; iniciou este percurso em Maria, vivendo os primeiros meses de vida no útero da mãe: não apareceu já adulto e forte, mas seguiu todo o percurso de um ser humano. Se fez em tudo igual a nós, excepto numa coisa: o pecado. Por isso, escolheu Maria, a única criatura sem pecado, imaculada. No Evangelho, com uma palavra, ela é chamada de "cheia de graça", isto é repleta de graça. Isso significa que nela não há lugar para o pecado. E também nós, quando nos dirigimos a ela, reconhecemos nela esta beleza: a invocamos como "cheia de graça", sem a sombra de mal”, sublinhou Francisco.
Maria responde à proposta de Deus dizendo: "Eis aqui a serva do Senhor". Ela não diz: "Desta vez vou fazer a vontade de Deus, eu estou disponível, depois vamos ver ...". O seu é um “sim” total, incondicional. Tal como o “não” das origens tinha fechado a passagem do homem a Deus, assim o “sim” de Maria abriu, para nós, o caminho para Deus. É o “sim” mais importante da história, o “sim” humilde que abate o “não” soberbo das origens, o “sim” fiel que cura a desobediência, o “sim” disponível que derrota o egoísmo do pecado.
 “Também para cada um existe uma história de salvação feita de sim e de não a Deus. Às vezes, porém, somos especialistas nos Sim à metade: somos bons em fingir de não entender bem o que Deus quer e o que a consciência sugere. Somos também astutos, e para não dizer um não verdadeiro a Deus dizemos: "eu não posso", "não hoje, mas amanhã"; "amanhã serei melhor, amanhã eu vou rezar, vou fazer o bem, amanhã." Assim, no entanto, fechamos a porta ao bem, e o mal aproveita desta falta de um “sim”. Em vez disso, cada “sim” pleno a Deus dá origem a uma história nova: dizer sim a Deus é verdadeiramente "original", não o pecado, que nos torna velhos dentro, nos envelhece por dentro. Cada sim a Deus origina histórias de salvação para nós e para os outros.”
Neste caminho do Advento, Deus nos quer visitar e espera pelo nosso "sim", mediante o qual dizemos a Deus: "Creio em Ti, espero em Ti, eu te amo; faça-se em mim segundo a tua vontade". Com generosidade e confiança, como Maria, vamos dizer hoje, cada um de nós, este sim pessoal a Deus.
Após a oração mariana do Ângelus, o Papa Francisco recordou o terremoto que abalou nesta quarta-feira (07/12), a ilha de Sumatra, na Indonésia.
“Garanto a minha oração pelas vítimas e os seus familiares, pelos feridos e todos os que perderam as suas casas. Que o Senhor dê força à população e sustente o trabalho de socorro.”
A seguir, saudou todos os fiéis com afecto, especialmente as famílias e grupos paroquiais. “Saúdo os fiéis de Rocca di Papa com a tocha de Natal, o grupo "Projeto Rebecca" que se ocupa de crianças necessitadas, e os fiéis de Biella.
Nesta Solenidade da Imaculada Conceição a Ação Católica Italiana renova a sua adesão. “Dirijo um pensamento especial a todas as associações diocesanas e paroquiais. A Virgem Imaculada abençoe a Ação Católica e a torne sempre mais uma escola de santidade e de generoso serviço à Igreja e ao mundo”, disse Francisco.
“Nesta tarde eu vou até a Praça de Espanha para renovar o tradicional ato de homenagem e de oração aos pés do monumento à Imaculada. Depois vou à Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”. Peço-vos que se unam a mim neste gesto que expressa a devoção filial a nossa Mãe celeste”.
O Papa concluiu desejando a todos boa festa e bom caminho de Advento sob a guia da Virgem Maria. “Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até breve!”.
 Rádio Vaticano 

Imaculada Conceição: o dogma que a própria Virgem Maria confirmou – e pessoalmente!

Como é que poderia aquela pobre menina saber que, quatro anos antes, tinha sido promulgado o dogma pelo papa Pio IX? Ela nem sabia o que significava "conceição"!



O ano era 1858. No sopé dos Pirineus, na França, “uma pequena moça” apareceu para a adolescente Bernadette Soubirous, de 14 anos, durante uma série de visões que durou cinco meses, de fevereiro a julho. A “Senhora” pediu que fizéssemos penitência pela conversão dos pecadores e que fosse construído um santuário em cima do depósito de lixo em que as aparições ocorriam.
Bernadette, a menina asmática da família mais pobre da cidade, virou objeto imediato de descrédito. Perseverante apesar do escárnio e da suspeita, Bernadette aprendeu a obediência naquela que o papa Pio XII chamaria de “Escola de Maria”. Graças à sua submissão às orientações da Senhora, brotou no local uma fonte cujas águas dotadas de poderes de cura realizaram vários milagres já confirmados.
A menina retransmitiu ao pároco o pedido da Senhora para que fosse construída uma capela sobre a gruta. Ele inicialmente rejeitou o pedido, mas, depois de algum tempo, a baixa instrução de Bernadette acabou servindo para confirmar a autenticidade daqueles eventos sobrenaturais e dos complexos conceitos envolvidos neles.
É que a “Senhora” tinha se apresentado a Bernardette declarando: “Eu sou a Imaculada Conceição”!

Ora, como é que poderia aquela pobre menina saber que, quatro anos antes, tinha sido promulgado pelo papa Pio IX o dogma da Imaculada Conceição? Ela nem sequer sabia o que a palavra “conceição” significava!
As autoridades locais queriam impedir as multidões de visitar o local. Tentavam forçar uma condenação por parte do bispo, que criou uma comissão de investigação. Quatro anos mais tarde, as aparições foram declaradas autênticas e, em 1876, a basílica sobre a gruta foi consagrada.
Graças às aparições em Lourdes, o dogma da Imaculada Conceição se tornou assunto de discussão comum e ajudou a espalhar uma compreensão da lógica divina ao preservar Maria da mancha do pecado.
Bernadette morreu num convento, escondida do mundo, vinte e um anos depois da última aparição. Seu corpo permaneceu incorrupto internamente, mas não sem defeitos exteriores; durante a terceira exumação, em 1925, revestimentos de cera foram colocados em seu rosto e em suas mãos antes que o corpo fosse transferido para um relicário de cristal, naquele mesmo ano. Para os católicos, os santos incorruptos ajudam a contemplar o quanto a iluminação divina consegue elevar um ser humano a um estado tal de santidade que as próprias células destinadas ao pó permanecem preservadas.
O dogma
Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX proclamou, com a bula “Ineffabilis Deus”, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria, ou seja, que Nossa Senhora foi preservada por Deus, desde o instante da sua concepção, pelos méritos da redenção de Cristo, do pecado original que mancha todos os homens devido à transgressão de Adão, a fim de preparar a mais perfeita Mãe para o seu Filho.
A definição do dogma da Imaculada Conceição constituiu um longo caminho de discernimento, no qual o “sensus fidelium” teve um papel muito importante. De fato, o sentir do povo fiel esteve à frente da formulação do dogma já desde os primeiros séculos do cristianismo. O povo cristão acreditou e defendeu intensamente a verdade da pureza de Maria desde os inícios, sobretudo no Oriente, onde os Padres da Igreja a definiam como a “Panaghia”, a toda santa, santificada pelo Espírito Santo, “lírio puríssimo”, “imaculada”.
O dogma da Imaculada levou à culminação um longo caminho de discernimento teológico e doutrinal da Igreja e foi recebido com grandes festejos, adquirindo, poucas décadas depois, o caráter de solenidade com vigília, como as grandes festas do calendário cristão.


Fonte: Aleteia 

08 DEZ Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Neste dia, estamos solenemente comemorando a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos
Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.
A Igreja ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Rapidamente a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu Sou a Imaculada Conceição”.
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

Via: Canção Nova 

Caminho do Dogma

O posicionamento da Igreja em relação ao Dogma da Imaculada Conceição seguiu um caminho que partiu do coração dos fiéis e cresceu nas universidades e entre ordens religiosas.



A parti do século XI, por influxo de Santo Anselmo, a teologia começou a superar a explicação material da transmissão do pecado original vinculada ao prazer sexual generativo. A explicação orientou-se para a solidariedade moral jurídica com o primeiro homem, Adão o que facilitava a admissão de uma exceção.


Restava outro obstaculo a ser superado quanto a á fé na universalidade de redenção operada por Cristo: não teria Maria sido também ela redimida por Cristo? Esta era a razão pela qual muitos escolásticos se opunham á Imaculada Conceição, entre eles, São Tomás de Aquino (+ 1274) e São Boaventura (+ 1274).


Embora na questão do Dogma da Imaculada tenha precedência a intuição da devoção popular do povo cristão o qual, como que "por instinto" compreendeu que em Maria jamais poderia haver sombra de pecado, a teologia também ofereceu sua contribuição.


O primeiro tratado de que se tem notícias é do teólogo beneditino Eadmer de Canterbury (+ 1134), discípulo de Santo Anselmo, intitulado Tractatus de Conceptione Sanctae Marie. Ele defende a intuição  do povo  cristão e demostra a possibilidade através da distinção entre: concepção ativa ( no pecado) e concepção passiva (sem pecado). Porém foi João Duns Scotus (+ 1308) quem apresentou um argumento forte que por fim, prevaleceu: o argumento da "redenção preservativa".


Duns Scotus ensinava em Paris, onde o ambiente era desfavorável á ideia da Imaculada Conceição. Ele aproveita uma intuição de seu mestre Guilherme Ware. Scotus vai explicar que o privilégio de Maria Imaculada não só não atenta contra a universalidade da redeção, mas inclusive manifesta sua eficácia "preservando-a " do pecado original. O argumento apresentado salienta o fato de que a Imaculada Conceição não é uma exceção á redenção de Cristo, mas um caso de ação salvífica perfeita e eficaz do único salvador, Jesus Cristo: "Como perfeitíssimo mediador, Cristo exerceu o grau mais perfeito possível de mediação relativamente a uma pessoa para a qual Ele era mediador. Ora, para pessoa alguma Ele exerceu um grau mais excelente do que para Maria. Isso, porém, não teria acontecido se Ele não houvesse merecido preservá-la do pecado original"


A partir de então, a causa da Imaculada Conceição foi ganhando adeptos no ambiente teológico e intelectual dos centros de cultura europeu, até o ponto de o Concílio de Brasileia, a que já se aludiu anteriormente, reunido em 1439, ter feito um decreto definindo o Dogma da Imaculada Conceição, a pedido do Cônego João Romiroy, mas a definição não foi válida, dado o concílio ter rompido sua comunhão com Roma. O certo é que a opinião de Scotus vai ser decisiva de agora em diante e será abraçada, sobretudo pelos franciscanos, tornando-se progressivamente comum entre os teólogos, sendo aceita pelas universidades que a exemplo do que fez a Universidade Sorbonne de Paris em 1496, comprometem-se a defender a causa da Imaculada Conceição. Nos séculos XVII-XIX, a causa da Imaculada Conceição vai encontrar ardorosos defensores entre os jesuítas que divulgam deste período mais de 300 abras sobre o assunto.


O Magistério da Igreja acompanhou com atenção, todo este debate sendo que há uma coerência dos Papas no sentido de jamais terem se manifestado contrários á idéia da Imaculada Conceição. A ação da Santa Sé neste caso foi moderadora, promotora de amadurecimento, esclarecedora e por fim, decisória. O primeiro Papa que se pronunciou oficialmente sobre a Imaculada Conceição foi Sisto IV, Papa de 1471 a 1484. Ele aprovou uma missa e um ofício em honra da Imaculada Conceição e proibiu que " maculistas" e "imaculistas" continuassem se acusando mutuamente de heresia.


É de se notar a manifestação de Alexandre VII publicando a bula Sollicitudo Omnia Ecclesiarum (1661) na qual se declara favorável á Imaculada Conceição de Maria e proibindo que seja atacada de qualquer forma. Também Clemente IX determinou em 1708 que a data de 8 de dezembro fosse festa obrigatória. A discussão sobre o assunto estava serenada quando o Papa Pio IX em 1848 constitui uma comissão teológica para examinar o assunto. A comissão considera "moralmente  segura " a cresça na Imaculada Conceição de Maria, mas aconselha o Papa a consultar os bispos. O Papa, então, consulta o episcopado através da encíclica Ubi primum (1849).  O resultado é uma grande convergência a favor da definição dogmática. O Papa manda preparar a bula da definição dogmática a qual passa por oito redações, até a redação definitiva proclamada mo dia 8 de dezembro de 1854, na Basílica de São Pedro, em Roma.  


Por Dom Pedro Cipollini (Bispo de Santo André ) 
Fonte : Revista O Mílite 
N° 297 
Edição Abril de 2016 



  

7 de dez. de 2016

Audiência: a esperança cristã é dos pequeninos

07/12/2016


Quarta-feira, dia 7 de dezembro: na audiência geral na Sala Paulo VI o Papa iniciou um ciclo de catequeses sobre o tema da esperança cristã. De modo particular neste tempo litúrgico do Advento “é importante refletir sobre a esperança” – disse o Santo Padre.
Francisco fez referência ao profeta Isaías que, por ordem de Deus consola e encoraja o seu povo exilado na Babilónia. Com o exílio, perdeu tudo: a pátria, a liberdade, a dignidade e até a confiança em Deus. Sentia-se abandonado e sem esperança. Tudo na vida lhe parecia um deserto; mas é precisamente aí que Deus decidiu descer.
O Santo Padre recordou também João Batista que grita: «Preparai o caminho do Senhor endireitai as suas veredas» e o facto de que no tempo de Batista o povo israelita sofria sob a dominação dos Romanos, que o tornava estrangeiro na sua própria pátria, governado pelos poderosos que decidiam como queriam da vida do povo.
Mas a verdadeira história não é a história feita pelos poderosos mas pelos pequenos afirmou o Papa:
“Mas a verdadeira história não é aquela feita pelos poderosos, mas aquela feita por Deus juntamente com os seus pequeninos. Aqueles pequenos e simples que encontramos com Jesus quando nasce: Zacarias e Isabel, idosos e marcados pela esterilidade, Maria, jovem rapariga virgem prometida em casamento a José, os pastores de Belém, que eram desprezados e não contavam nada. São os pequeninos, tornados grandes pela sua fé, os pequeninos que sabem continuar a esperar.”
“Deixemo-nos ensinar a esperança, aguardemos confiantes a vinda do Senhor e então os desertos da nossa vida, sejam eles quais forem, transformar-se-ão num jardim florido” – disse o Santo Padre no final da sua catequese.
Nas saudações destaque para a mensagem do Papa aos peregrinos de língua portuguesa, em particular, a um grupo de jovens de Lisboa, a quem disse para procurarem sempre o “olhar de Nossa Senhora que conforta todos aqueles que estão na provação e mantém aberto o horizonte da esperança”.
No final da audiência geral o Papa Francisco fez um apelo contra a corrupção e pelos direitos humanos:
“ Nos próximos dias acontecem duas importantes jornadas promovidas pelas Nações Unidas: contra a corrupção no dia 9 de dezembro e aquela pelos direitos humanos de dia 10 de dezembro. São duas realidades estreitamente ligadas: a corrupção é o aspeto negativo a combater, a começar pela consciência pessoal e vigiando sobre os ambientes da vida civil, especialmente, sobre aqueles mais em risco; os direitos humanos são o aspeto positivo a ser promovido com decisão sempre renovada, para que ninguém seja excluído do efetivo reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana. O Senhor nos apoie neste dúplice compromisso.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!
(RS)

Rádio Vaticano 

Apelo: contra a corrupção e pelos direitos humanos

07/12/2016 



No final da audiência geral desta quarta-feira dia 7 o Papa Francisco fez um apelo contra a corrupção e pelos direitos humanos:
“ Nos próximos dias acontecem duas importantes jornadas promovidas pelas Nações Unidas: contra a corrupção no dia 9 de dezembro e aquela pelos direitos humanos de dia 10 de dezembro. São duas realidades estreitamente ligadas: a corrupção é o aspeto negativo a combater, a começar pela consciência pessoal e vigiando sobre os ambientes da vida civil, especialmente, sobre aqueles mais em risco; os direitos humanos são o aspeto positivo a ser promovido com decisão sempre renovada, para que ninguém seja excluído do efetivo reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana. O Senhor nos apoie neste dúplice compromisso.”

Rádio Vaticano 

Papa ao jornal belga: laicidade sadia é aberta à transcendência

07/12/2016 



Os frutos do Jubileu da Misericórdia, a laicidade, os desafios para os jovens e para a Europa: estes são alguns dos temas comentados por Francisco numa entrevista concedida ao semanal católico belga "Tertio", publicado esta quarta-feira (07/12).
Laicidade saudável
O Papa observa que um Estado laico é melhor do que um Estado confessional. Todavia, não é saudável o laicismo que “fecha as portas à transcendência”, trata-se de uma “herança que o Iluminismo nos deixou”. Para Francisco, a abertura à transcendência faz parte da essência humana, e quando um sistema político ignora esta dimensão, descarta a pessoa humana.
Não se pode fazer guerra em nome de Deus
O Papa responde a uma pergunta sobre as guerras e o fundamentalismo religioso. Antes de tudo, defende que “nenhuma religião como tal pode fomentar a guerra”, porque – neste caso – estaria “proclamando um deus de destruição, um deus de ódio”. “Não se pode fazer a guerra em nome de Deus”, “em nome de nenhuma religião”. Por isso, “o terrorismo e a guerra não se relacionam com a religião”. O que acontece é que “usam deformações religiosas para justificá-las”. O Pontífice reconhece que “todas as religiões têm grupos fundamentalistas. Todas. Inclusive nós”. Esses pequenos grupos, acrescenta, “adoeceram a própria religião” e “dividem a comunidade, o que é uma forma de guerra”.
Líderes europeus
Na entrevista, Francisco fala também do continente europeu e ressalta que, mesmo passados 100 anos da I Guerra Mundial, “estamos sempre num estado de conflito mundial, em pedaços”. Dizemos com a boca “nunca mais a guerra”, “mas enquanto isso fabricamos armas e as vendemos para quem combate em nome dos interesses dos fabricantes de armas. O preço é muito alto: o sangue”. Francisco considera que hoje faltam líderes verdadeiros na Europa, como Schumann, De Gasperi e Adenauer, que lutaram contra a guerra. “A Europa necessita de líderes, líderes que olhem para frente”.
Jubileu da Misericórdia, uma ideia inspirada pelo Senhor
Uma parte importante da entrevista é dedicada ao Jubileu da Misericórdia. O Papa revela que a ideia não surgiu imediatamente, mas se inspirou de modo especial na acção do Beato Paulo VI e de S. João Paulo II. A convocação de um Ano Santo extraordinário nasceu de uma conversa com Dom Rino Fisichella, presidente do dicastério para a Nova Evangelização. Foi uma ideia que veio do “alto”, “creio que o Senhor a inspirou”. Um evento, prossegue, que “evidentemente foi muito bem”. E destaca que “criou muito movimento” por ter se realizado em todo o mundo, e não só em Roma. “Tantas pessoas se sentiram chamadas a se reconciliarem com Deus, a sentirem o carinho do Pai”.
Sinodalidade
Outro tema foi a sinodalidade, em que Francisco recorda que a Igreja nasce da comunidade, da base. Portanto, ou existe uma Igreja piramidal, onde se faz o que diz Pedro, ou uma Igreja sinodal, em que Pedro é Pedro, mas acompanha a Igreja. “A experiência mais rica disso tudo foram os últimos dois Sínodos”, aponta o Papa. Para ele, “é interessante a riqueza da variedade de tons, que é própria da Igreja. É unidade na diversidade”. Nos Sínodos, cada um disse o que pensava “sem medo de se sentir julgado”, “todos tinham a atitude de escuta, sem condenar”. Houve uma discussão “como irmãos”. “Houve uma liberdade de expressão muito grande” e “isso é belo”. “Pedro garante a unidade da Igreja” e é preciso “progredir na sinodalidade”, defende Francisco. E aos jovens recordou a experiência da JMJ de Cracóvia, pedindo a eles que não tenham vergonha da fé, que busquem novos caminhos e “não se aposentarem aos 20 anos.”.
Media e desinformação
O Papa faz também uma reflexão sobre os meios de comunicação, destacando que os media “tem uma responsabilidade muito grande”, pois podem formar “uma boa ou uma má opinião”, “podem construir”, “fazem um bem imenso”. Todavia, podem fazer danos através da “tentação da calúnia”, para “sujar as pessoas” e difamá-las. A desinformação, adverte, é o maior mal que os media podem fazer, “porque orientam a opinião pública numa direcção, deixando a outra parte da verdade”. Francisco pede ainda transparência e limpidez na cobertura, sem cair na “doença da coprofilia”, isto é, comunicar o escândalo, “coisas ruins”, porque assim podem provocar danos.
Sacerdotes e ternura
O último pensamento do Papa é direccionado aos sacerdotes, aos quais pede que amem sempre Nossa Senhora, que jamais se sintam órfãos, que se deixem guiar por Jesus e busquem sua carne sofredora nos irmãos. E exortou: “Não tenham vergonha da ternura. Hoje se necessita de uma revolução da ternura neste mundo que sofre de cardiosclerose”.

    Rádio Vaticano 

7/12 – Santo Ambrósio

O jovem prefeito da Ligúria e da Emília, Ambrósio, nascido em Treves pelo ano de 340, era ainda catecúmeno, quando por aclamação popular subiu a sede episcopal de Milão. A respeito da religião cristã estava ainda por aprender quase tudo, e se dedicou sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura com tanto empenho que logo a dominou. Ambrósio, porém, não era um intelectual puro; era sobretudo um ótimo administrador da comunidade cristã a ele confiada. Tornou-se um verdadeiro pai espiritual dos jovens imperadores Graciano, Valentino II e do temível Teodósio I que não hesitou em repreender asperamente, exigindo dele uma penitência pública de expiação quando, para conter uma revolta, fez massacrar a população de Tessalônica. Ambrósio é o símbolo da Igreja renascente, após os sofridos anos de vida escondida e das perseguições. Por meio dele a Igreja de Roma tratou sem sombra de servilismo com o poder público. Foram as suas qualidades pessoais que impuseram o bispo de Milão a devota atenção de todos. A atividade diária de Ambrósio era dirigida antes de tudo a orientação da própria comunidade, e ele cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana.
Santo Agostinho, que foi seu assíduo ouvinte, refere-nos em suas Confissões quão grande foi o prestígio da eloquência do bispo de Milão e quão eficaz o tom de voz deste apóstolo da amizade. Os seus livros publicados e que chegaram até nós nada mais são que apressadas transcrições e reutilizações de discursos, pouco ou nada revisados. Os seus célebres Comentários exegéticos, antes de serem reunidos em volumes, tinham sido pregados a comunidade cristã de Milão. Aí encontramos o tom familiar do pastor que se dirige com amável simplicidade ao seu rebanho. Sente-se aí palpitar o coração de um grande bispo, que consegue suscitar a comoção nos ouvintes com argumentações carregadas de emotividade e de interesse. Como bom pastor gosta de fazer seu povo cantar. Compôs um bom número de hinos, alguns dos quais hoje são bastante familiares na liturgia ambrosiana. Foi ele que introduziu no Ocidente o canto alternado dos salmos. Entre os seus escritos que não têm uma relação direta com a sua pregação, recordamos o Deveres dos ministros, porque enfatizando o conhecido texto ciceroniano e acolhendo todos os elementos, demonstra que o cristianismo pode assimilar sem perigo de alterar o significado da Boa Nova os valores naturais que o mundo pagão, o romano em particular, soube expressar. Ambrósio morreu em Milão a 4 de abril de 397.

Cléofas 

6 de dez. de 2016

Sobre a Imaculada Conceição

DOUTRINA 

Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, como a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolo Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fieis.

EM 8 DE DEZEMBRO DE 1854, O PAPA PIO IX , NA BULA INEFFABILIS DEUS, DEFINIU COM ESTAS PALAVRAS O DOGMA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA. 


GRAÇA 


A expressão "cheia de graças" indica a obra maravilhosa de amor de Deus, que quis nos devolver a vida e a liberdade, perdidas com o pecado, por meio de seu Filho Unigênito encarnado, morto e ressuscitado. Por isso, desde o século II, no Oriente e no Ocidente, a Igreja invoca e celebra a Virgem que com o seu "sim", aproximou o Céu da Terra.

PAPA EMÉRITO BENTO XVI NA ALOCUÇÃO MARIANA DO ANGELUS, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2011. 



PODEROSA 


Sim, a Nossa esperança em Maria, Mãe poderosa e terníssima, torna-se em nós cada dia mais segura e mais consoladora. E, enquanto á sua intercessão atribuímos todos os numerosos e assinalados benefícios que Deus nos tem concedido, com particular gratidão lhe atribuímos o de podermos, dentro em não muito, atingir o quinquagésimo aniversário da nossa ordenação episcopal.


EM 1892 O PAPA LEÃO XIII ESCREVEU A CARTA ENCÍCLICA MAGNAE DEI MATRIS SOBRE SUA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA POR OCASIÃO DOS 50 ANOS DE SUA ORDENAÇÃO EPISCOPAL. 


MISERICORDIOSA 



No que se pode chamar de um dilúvio do mal, os olhos contemplam, semelhante a um arco-íris, a Virgem misericordiosa árbitra de paz entre Deus  e os homens...
Não há dúvidas que, se nós nos confiarmos como convém a Maria, sobretudo no tempo solenizaremos com mais ardente devoção a sua Imaculada Conceição, não há dúvida que nós sentiremos que Ela é sempre a Virgem potentíssima "que com seu pé virginal esmagou a cabeça da serpente".


EM 1904 O PAPA PIO X ESCREVEU A ENCÍCLICA AD DIEM ILLUM LAETISSIMUM RECORDANDO O CINQUENTENÁRIO DA PROCLAMAÇÃO DO DOGMA. 



LUZ 



Assim como esta estrela, conjuntamente á "aurora", precede o nascer do sol, assim também Maria, desde a sua conceição Imaculada, precedeu a vinda do Salvador, o nascer do "sol da justiça" na história do gênero humano.



PAPA SÃO JOÃO PAULO II NA CARTA ENCÍCLICA REDEPTORIS MATER SOBRE A VIRGEM MARIA NA VIDA DA IGREJA, 1987. 



ESTILO  



Há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e  do afeto. Nela, vemos que a humanidade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentirem importantes. Fixando-a, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque "derrubou os poderosos de seus tronos" e " aos ricos despediu de mãos vazias" ( Lc 1, 52. 53) é mesma que assegura o aconchego dum lar á nossa busca de justiça.



PAPA FRANCISCO NA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELLI GAUDIUM SOBRE O ANÚNCIO DO EVANGELHO NO MUNDO ATUAL.



FONTE: Revista  O mílite ( Milicia da Imaculada)
Revista número 305
Dezembro de 2016 

Papa: conhece doutrina cristã quem conhece a ternura de Deus

06/12/2016


O ponto central da homilia do Papa na manhã da terça-feira (06/12) foi o Evangelho da ovelha perdida com a alegria pela consolação do Senhor.
 “Ele vem como um juiz” – explicou Francisco – “mas um juiz que cuida, um juiz cheio de ternura: faz de tudo para nos salvar”: não vem “para condenar mas para salvar”, procura cada um de nós, nos ama pessoalmente, “não ama a massa indistinta”, mas “nos ama por nome, nos ama como somos”.
A ovelha perdida – comentou o Papa – “não se perdeu porque não tinha uma bússola. Conhecia bem o caminho”. Se perdeu porque “o coração estava doente”, cego por “uma dissociação interior” e foge “para ficar longe do Senhor, para saciar aquela escuridão interior que a levava à vida dupla”: estar no rebanho e fugir para a escuridão. “O Senhor conhece estas coisas” e “vai a sua procura”. “A figura que melhor me faz entender o comportamento do Senhor com a ovelha perdida – confessa o Papa – é o comportamento do Senhor com Judas”.
“A mais perfeita ovelha perdida no Evangelho é Judas: um homem que sempre, sempre tinha algo de amargo no coração, algo a criticar nos outros, sempre separado. Não sabia da doçura da gratuidade de viver com todos os outros. E sempre, esta ovelha não estava satisfeita – Judas não era um homem satisfeito! – fugia. Fugia porque era ladrão, ia para aquele outro lado, ele. Outros são luxuriosos, outros... Mas sempre escapam porque têm aquela escuridão no coração que o separa do rebanho. E aquela vida dupla, aquela vida dupla de tantos cristãos, e também, com dor, podemos dizer, sacerdotes, bispos... E Judas era bispo, era um dos primeiros bispos, eh? A ovelha perdida. Pobre! Pobre este irmão Judas como o chamava padre Mazzolati, naquele sermão tão bonito. ‘Irmão Judas, o que acontece no teu coração?’. Nós devemos entender as ovelhas perdidas. Também nós temos sempre algo, pequeno ou nem tanto, das ovelhas perdidas”.
Aquilo que faz a ovelha perdida – destacou o Papa – não é tanto um erro quanto uma doença que está no coração e da qual o diabo tira proveito. Assim, Judas, com o seu “coração dividido, dissociado”, é “o ícone da ovelha perdida” e que o pastor vai procurar. Mas Judas não entende e “no final quando viu aquilo que a própria vida dupla provocou na comunidade, o mal que semeou, com sua escuridão interior, que o levava a fugir sempre, procurando luzes que não eram a luz do Senhor mas luzes como enfeites de Natal”, “luzes artificiais”, “se desesperou”. O Papa comentou:
“Há uma palavra na Bíblia – o Senhor é bom, também para estas ovelhas, nunca deixa de procurá-las – há uma palavra que diz que Judas se enforcou, enforcou e ‘arrependido’. Eu creio que o Senhor tomará aquela palavra e a levará consigo, eu não sei, talvez, mas aquela palavra nos faz duvidar. Mas essa palavra o que significa? Que até o final o amor de Deus, trabalha naquela alma, até o momento do desespero. E esta é a atitude do Bom Pastor com a ovelha perdida. Este é o anúncio, a boa notícia que nos traz o Natal e nos pede essa sincera alegria que muda o coração, que nos leva a nos deixarmos consolar pelo Senhor, e não as consolações que procuramos para tentar desabafar, para escapar da realidade, escapar da tortura interior, da divisão interior”.
Jesus, quando encontra a ovelha perdida não a insulta, ainda que tenha feito tanto mal. No Jardim das Oliveiras chama Judas “Amigo”. São as carícias de Deus:
“Quem não conhece as carícias do Senhor não conhece a doutrina cristã! Quem não se deixa acariciar pelo Senhor está perdido! É esta a boa notícia, esta é a alegria sincera que nós hoje queremos. Esta é a alegria, esta é a consolação que buscamos: que venha o Senhor com o seu poder, que são as carícias, a encontrar-nos, para nos salvar, como a ovelha perdida e a nos levar para o rebanho de sua Igreja. Que o Senhor nos conceda esta graça, de esperar o Natal com as nossas feridas, com os nossos pecados, sinceramente reconhecidos, para esperar o poder desse Deus que vem nos consolar, que vem com poder, mas o seu poder é a ternura, as carícias que nasceram do seu coração, o seu coração tão bom que deu a vida por nós”. (BS-RB-SP)

      Rádio Vaticano 

    Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

    A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...