6 de out. de 2016

06/10 – Santo Bruno

“O proveito e a alegria que a solidão e o silêncio do ermo trazem a todos os que o amam, só aqueles que tiveram a experiência podem apreciar.” Assim escrevia são Bruno a um amigo, pouco antes de morrer a 6 de outubro de 1101, em Torre, na Calábria. O século XI, rico de fermentos religiosos, é caracterizado por um renovado desejo de vida solitária, segundo as regras eremíticas da vida monástica primitiva. Exemplo inalterado desse modelo de vida cenobítica é a cartuxa da serra São Bruno, no coração da Calábria, que o próprio santo eremita elogiava “pela suavidade da sua atmosfera e pela planície vasta e risonha, cercada de montanhas, de verdejantes pastos e adornada de flores.” A Igreja único lugar onde os irmãos se encontram para recitar o Ofício divino, é coroada por pequenas casas de dois quartos, um térreo, destinado ao trabalho e outro superior, a morada do monge, onde ele ora e repousa. Fechado no arco das celas está o cemitério do ermo: amontoados de terra com uma cruz de madeira em cima, sobre a qual não aparece nem o nome do sepultado. “Esta paz que o mundo ignora – escreve ainda o santo – é propícia à alegria do Espírito Santo.” São Bruno, nascido em Colônia em 1035, de nobre família, tinha terminado seus estudos na escola episcopal de Reims, aonde, após a ordenação sacerdotal, voltou na qualidade de professor de teologia. Entre seus alunos estiveram Eudes de Châtillon, o futuro papa Urbano II e Santo Hugo de Grenoble. Nomeado chanceler do arcebispo de Reims, opôs-se à eleição simoníaca do bispo Manassés, mais tarde deposto por Gregório VII, que chamou o próprio Bruno para suceder a Manassés. Tendo o rei posto um veto à sua eleição, Bruno decidiu colocar em prática uma antiga aspiração de sua juventude. Retirou-se primeiramente para Sèche-Fontaine, junto ao mosteiro de Molesme, na ermida que o abade São Roberto lhe concedeu. Depois foi para o território de Grenoble onde fundou a ordem dos cartuxos. O Papa Urbano II, ex-aluno de são Bruno, escolheu-o para conselheiro e o chamou a Roma. A estada em Roma foi breve. Os monges não se adaptando à cidade (construíram uma cartuxa junta às Termas de Diocleciano), tiveram a licença de voltar a Grenoble, enquanto o abade Bruno, deixando a Cúria Pontifícia, pôde descer à Itália meridional para erigir uma nova cartuxa, no modelo da francesa.


Cléofas 

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