16 de set. de 2016

16/09 – Santos Cornélio e Cipriano

Vítimas ilustres da perseguição de Valeriano, respectivamente em junho de 253 e a 14 de setembro de 258, são o papa Cornélio e o bispo de Cartago, Cipriano, cujas memórias aparecem em conjunto nos antigos livros litúrgicos de Roma desde a metade do século IV. Cipriano nasceu em Cartago, mais ou menos no ano 210, era ainda pagão quando ensinou filosofia e advogou. Converteu-se em 246, e três anos depois foi escolhido para o episcopado. Havia apenas tomado posse na diocese de Cartago, quando estourou a perseguição de Décio. Os cristãos deviam apresentar-se ao magistrado e requerer o libellus, isto é, um certificado que os declarasse bons e honestos cidadãos, precedendo naturalmente a simples formalidade de jogar alguns grãos de incenso no braseiro diante de um ídolo. A essa apostasia obrigatória muitos fugiram com astúcia corrompendo os funcionários, que davam certificados mediante o mercado negro. Estes cristãos foram chamados de libelados. Existiram também os que renegaram a fé e foram apelidados de lapsi (= decaídos). O bispo Cipriano escolheu o caminho da clandestinidade, refugiando-se no campo. Passada a borrasca, Cipriano concedeu o perdão aos libelados, e não fechou o caminho de volta aos decaídos, que podiam ser absolvidos na hora da morte. Sua atitude moderada foi aprovada pelo papa Cornélio, com quem Cipriano tinha se aliado contra o anti-papa Novaciano, escrevendo, na oportunidade, o seu tratado mais importante: A Unidade da Igreja. Cornélio tinha sido eleito papa em 251, após um longo período de sede vacante, por causa da terrível perseguição de Décio. Sua eleição foi impugnada por Novaciano, que acusava o papa de ser um libelado. Cipriano, e com ele os bispos africanos, ficaram do lado de Cornélio. O imperador Galo mandou o Papa para Civitavecchia, onde Cornélio morreu. Foi sepultado nas catacumbas de Calisto. Por sua vez, Cipriano foi exilado para Capo Bom, mas quando percebeu que tinha sido condenado à pena capital, reentrou em Cartago, porque ele queria dar o testemunho de amor a Jesus Cristo na presença do seu rebanho. Foi decapitado a 14 de setembro de 258. Os cristãos de Cartago tinham estendido sob sua cabeça paninhos brancos para depois guardarem, molhados no seu sangue, como preciosas relíquias. O imperador Valeriano fazendo decapitar o Bispo Cipriano e o Papa Estevão, tinha posto fim, involuntariamente, a uma disputa surgida entre os dois sobre a validade do batismo administrado pelos hereges, contestada por Cipriano e afirmada pelo Papa.


Cléofas 

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