4 de jul. de 2017

04/07 – Santa Isabel de Portugal

Filha de D. Pedro III de Aragão, Isabel (1270-1336), com a idade de doze anos casou com D. Dines, rei de Portugal. Essa menina loura,de aspecto frágil e “doce fala”, casada em terra estranha com um marido que lhe era continuamente infiel, demonstrou uma profundidade cristã e elevação de alma que a colocam entre as grandes mulheres da Idade Média. Tinha vinte anos quando nasceu Dom Afonso IV, sua cruz e o grande amor da sua vida. Talvez por presenciar os sofrimento da mãe, quase abandonada pelo marido (ela, apesar de ferida no seu íntimo, chegou a criar os filhos ilegítimos do rei), o infante cresceu 
com ódio do pai, a quem tratava como “um estranho”. A inimizade atingiu os limite da guerra. O reino todo estava dividido. Isabel desenvolveu durante longos anos, o papel de mediadora. Viajava de um lado ao outro, intercedia, admoestava. O rei chegou a desterrá-la por sua franqueza em explicar “o direito e a verdade”. Não se conserva senão uma parte muito pequena de sua correspondência. Numa carta ao rei escrevia: “não permitais que se derrame sangue de vossa geração que esteve nas minhas entranhas.


Fazei que vossas armas parem, caso contrário vereis como morro logo. Se não o fazeis, irei prostrar-me diante de vós e do infante, como loba no parto se alguém se aproxima dos filhotes recém-nascidos. E os besteiros hão de ferir o corpo antes que vos toquem a vós e ao infante. Por toda santa Maria e pelo abençoado São Dionísio vos peço que me respondas logo, para que Deus vos guie”. Morto o rei, dedicou-se totalmente a fazer caridade. Tomou o hábito de Santa Clara, mas não emitiu votos para poder fazer de sua riqueza uma fonte de ação social caritativa: “não havia desamparados nem presos que de sua esmola não recebessem parte”; criava órfãos e filhos de pais humildes, casava noivas sem dotes; lavava os pés do mendigos e beijava o dos leprosos, tal como a representou Murilo.

Cléofas 

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