19 de mar. de 2016

VIVER A SEMANA SANTA! VIVER O AMOR DE DEUS!

Alerta: Somente praticamos aquilo que conhecemos e experimentamos. A Semana Santa é uma fonte de graças para quem a celebra com fervor. Dela participa quem se deixou tocar pelo chamado de Jesus, e se reconhece seu discípulo. Não se assuste se o texto parecer longo. Você poderá lê-lo por partes a cada dia ou de uma só vez. Rezo para que você celebre com o coração, cada dia desta semana de bênçãos.
 Estamos novamente às portas da semana mais importante da nossa vida cristã: a semana santa. Somos convidados a estar com Jesus desde o momento em que é acolhido pela multidão em Jerusalém (Domingo de Ramos), entrando na sala do cenáculo para a última Ceia (5°feira-santa), acompanhando-o até o monte Calvário (6°feira-santa) e por fim celebrando a vitória sobre a morte com a ressurreição (Vigília Pascal – Domingo de Páscoa).
Não se trata somente conhecer os detalhes da manifestação brilhante do amor de Deus por nós, mas entrar na cena dos acontecimentos. Significa reconhecer que tudo aconteceu por causa de nós, e por isso celebrar a Semana Santa é a oportunidade preciosa para renovar e fortalecer a nossa fé. Não somos cristãos para sermos somente boas pessoas, mas novas criaturas: ” Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!”(2Cor 5,17).


Primeiro momento: Domingo de Ramos
 Quando já se ia aproximando da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, tomada de alegria, começou a louvar a Deus em altas vozes, por todas as maravilhas que tinha visto.E dizia: Bendito o rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!” (Lc 19,37-38)
Trazer os ramos nas mãos para serem bentos, cantar Hosana, ouvir o relato da Paixão não é somente uma recordação de um passado distante. Ao celebrar este momento forte da entrada de Jesus em Jerusalém, é necessário lembrar: o cristão-nova criatura não permanece com Jesus somente na alegria, isto é, quando as coisas estão correndo bem. No Domingo de Ramos começamos com o povo aclamando Jesus, e no momento seguinte escutamos os gritos de “crucifica-o”. Este é o retrato das nossas inconstâncias, que nos fazem dizer: ” Onde esta Deus, que permitiu este mal em minha vida.”, ou “perdi a fé.”. Todos estamos sujeitos a alguma crise, e mesmo assim Deus continua fiel. Todos os anos a mesma celebração, as mesmas leituras, como oportunidade para aprender a se deixar restaurar pelo poder da cruz, e assim dizer: “Por nada te abandonarei Senhor, porque somente em Ti recebo a graça que transforma a minha fraqueza em força.”. O ramo bento levado para nossas casas, e colocado em um lugar de destaque junto a um quadro sacro ou à Bíblia em nossa sala, será o sinal da benção de Deus e de que desejamos realmente permanecer com Jesus.

 Segundo momento: Da última Ceia ao Domingo de Páscoa (Tríduo Sagrado)
Estes são dias participados com a atenção interior do coração, somente por quem é discípulo. O discípulo é o homem ou a mulher que acolheram a Palavra, tornando-a alimento, remédio e luz de suas vidas, e assim comprometeram com Jesus, dizendo como Pedro: “Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!” (Jo 6,68-69). A fé é aceitação da Palavra de Jesus e comprometimento com Sua Pessoa. Fazemos isso, movidos pelo Espírito Santo, reconhecendo ser Jesus o único caminho, com a verdade que produz vida (bênção).

5° feira Santa – Ultima Ceia
Esta é uma noite sagrada onde os amigos mais íntimos de Jesus são convidados a participar do encontro onde será celebrada a primeira Eucaristia. Dois sentimentos de Jesus ficaram guardados sobre deste momento: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa…“(Lc 22,15), e “como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.”(Jo 13,1). No primeiro sentimento, Nosso Senhor não fala somente da ceia que esta para celebrar, mas enxerga todos os que irão se encontrar com Ele e recebê-lo como alimento e remédio de suas vidas; e o segundo traduz o significado de participar da Eucaristia, é um encontro de amor, que somente celebram os que experimentaram este amor de Jesus, restaurando suas vidas. Na Última Ceia, Jesus realiza o seu mais importante milagre, o pão e o vinho se tornam Seu Corpo e Sangue: Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós…” (Lc 22,19-20). Ele já havia explicado a necessidade e os efeitos da Eucaristia, para quem deseja merecer o nome de cristão: “se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.” (Jo 6,53); “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (Jo 6,56).
E um gesto, somente apresentado em Jo 13, o lava-pés, nos dá o modo como somos amados por Jesus. Ele se abaixa para lavar os pés, isto é, desce até nós, sem nenhuma condenação, nos aceitando como somos e estamos, para nos oferecer a si próprio como o remédio e nos tornar fortes e saudáveis. Aí esta também o testemunho se participamos bem da Eucaristia: quem foi tocado pelo amor de Jesus, deve fazer o mesmo com seus semelhantes. Por isso, Jesus, depois de ter lavado os pés dos apóstolos, diz:  Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.” (Jo 13,17).

6°feira Santa
Neste dia temos a revelação do quanto somos preciosos para Deus:  Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos!” (Ef 2,4-5). Deus não olhou para os nossos pecados, falhas, quedas, desânimos … mas unicamente nos amou ao ponto de enviar o Seu próprio Filho para abrir as comportas da Sua misericórdia. Nunca o esqueçamos, ” fomos resgatados por um elevado preço preço” (1Cor 6,20). Jesus derramou por nós o seu sangue, até à última gota. Sim, o Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo aceitou tomar sobre si todos os nossos pecados, e assim realizou a profecia de Is 53,5:  ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.” Aí esta o segredo da conversão dos pecadores, a libertação dos dependentes dos vícios e das forças malignas, a recuperação da paz interior e cura das feridas emocionais, como também a recuperação da saúde dos enfermos. Quem se aproxima da cruz, recebe o remédio que jorra do coração misericordioso de Jesus. Temos que nos aproximar como somos e estamos, sem esconder nada. Não devemos nos julgar indignos, e nem imaginar merecer esta graça por algum mérito pessoal. Jesus nos da o tesouro do poder da cruz, unicamente em virtude do amor incondicional e gratuito de Deus. Quem se aproxima da cruz de Cristo pronto a morrer para a antiga vida, ressuscita como nova criatura. A hora da misericórdia acontece às 15hs, na chamada cerimônia da leitura da Paixão e adoração da cruz. Participar desta cerimônia significa ser o discípulo amado, que estava junto com a doce Virgem Maria aos pés da cruz. Quando nos é apresentada a cruz para adoração, não voltamos a nossa atenção simplesmente para o objeto, mas para o seu significado profundo. Ela foi o trono de Jesus, onde se acumulam todas as nossas feridas e necessidades, e onde Ele reina como vencedor de todos os sofrimentos por nós.

Sábado Santo – Vigília Pascal
A noite da Vigília Pascal nos ajuda a viver a experiência cristã fundamental da Páscoa. A mensagem nos é apresentada por meio de três símbolos: luz, água e o cântico novo de aleluia!
Temos, em primeiro lugar, a luz. A criação de Deus começa com as palavras de Gen 1, 3:“Faça-se a luz!”. Onde há luz, nasce a vida, o caos é transformado em beleza e harmonia. A luz é a imagem mais imediata de Deus: Ele é todo Resplendor, Vida, Verdade.., que ilumina quem Dele se aproxima. Na ressurreição de Jesus temos uma explosão da luz divina, com o propósito de dar a todos a oportunidade de receber a vida nova. Esta certeza fica diante dos nossos olhos pela imagem do Círio Pascal – a grande vela acesa, com a Igreja escura, para indicar que o mundo sem Cristo esta nas trevas. Toda a Igreja irá acender as suas velas, na luz do fogo novo da ressurreição, testemunhando o propósito de permanecer na luz de Jesus.
A luz esta ligada ao fogo. A luz Círio Pascal brilha porque a cera se consome, do mesmo modo, como a luz da ressurreição veio da morte na cruz. Aí Nosso Senhor consumiu a sua vida por nós. Entramos na posse desta luz por meio do batismo, como ouvimos São Paulo revelar em Rm 6,4: “Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova.” No Batismo, acontece a nova criação, Deus renova as palavras do início da criação: «Faça-se a luz».
Neste sentido, o segundo símbolo da Vigília Pascal  é a água. Ela tem dois significados: morte e vida. Morte porque significa o fim da antiga existência longe de Deus. Vida, por não se tratar de um simples banho, mas de um novo nascimento. Neste sentido, esta é a noite de quem quer permanecer em Cristo, pois aqui renovamos a graça do nosso batismo.
E finalmente o terceiro grande símbolo da Páscoa: o cântico novo do Aleluia! O nosso coração se abre para louvor a Deus por todas as suas maravilhas. Quando uma pessoa experimenta uma grande alegria vinda de Deus, não pode guardá-la para si, isso seria egoísmo, o contrário do amor. Deste modo é necessário passar para frente, tornar conhecidas as obras de Deus, e isso se faz pelo testemunho. O louvor dado nesta noite santa torna-se verdadeiro e sinal de sincero agradecimento, se pelas nossas palavras e atitudes revelamos o amor de Deus em nós e conquistamos quem ainda não o conhece, para também receber este tesouro da misericórdia divina.

 Domingo de Páscoa
 Este é o Domingo dos domingos porque celebramos o ponto mais alto de nossa fé a certeza da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo!
 Somos convidados a nos unir a Maria Madalena que “ foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda era escuro.” (Jo 20,1). Chama a atenção o fato de ela estar sozinha. E ao mesmo tempo, descobrimos que estamos diante de uma pessoa  agradecida, ela havia se convertido e entendido quem era Jesus. Ela não se deixou contaminar pelas mesmas emoções de alguns discípulos, que diante da morte repentina de Jesus, ficaram confusos, desorientados e cheios de medo.
Maria Madalena venceu as trevas das dúvidas, afinal ela sabia Ter sido real a transformação em sua vida. Foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda era escuro… o sol ainda não estava brilhando, mas em seu coração brilhava o desejo de reencontrar o Salvador.
Este nós o repetimos a cada domingo quando nos dirigimos para a Igreja. Todos os domingos do ano se transformam em Páscoa. Tudo isso esta a sua disposição nesta missa:
Primeiro passo: achegue-se sem medo da cruz de Cristo. Tome a decisão de entregar a Ele o seus pecados.
Segundo passo: Tome posse da certeza de que Jesus já colocou na cruz estes pecados.
Terceiro passo: Jesus não permaneceu morto na cruz. Declare pela fé ser esta vitória a sua vitória.
Quarto passo: se ainda existir alguma dúvida, hoje permita ao Espírito Santo remover a pedra que ainda tem feito você ficar preso no túmulo dos seus pecados.
Quinto passo: a melhor maneira de não perder a alegria da presença de Jesus é falar dele para outras pessoas.
Sexto passo: alimente a sua fé com a oração diária, a Palavra de Deus e a Eucaristia. E então você será uma pessoa realmente feliz!
FELIZ PÁSCOA! ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

Fonte: http://encontrocomcristo.com.br/

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