2 de mai. de 2015

Papa participa de inauguração da nova bandeira da Guarda Suíça

02/05/2015

Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na tarde desta sexta-feira, no Vaticano – após a nomeação em 7 de fevereiro passado, do novo Comandante da Guarda Suíça, Cel. Christoph Graf –, a cerimônia de inauguração e bênção da nova Bandeira do Corpo.
Segundo informa o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, às 17h locais o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, celebrou a missa  na Igreja do Campo-santo Teutônico, com a bênção da Bandeira.
Em seguida, no Quartel da Guarda, realizou-se o “Ato militar”, do qual – inesperadamente para a maior parte dos presentes – participou também o Papa Francisco.
Após ter ouvido o discurso do novo Comandante e retomando alguns pontos do mesmo, o Pontífice dirigiu algumas palavras aos presentes, expressando, com muita cordialidade, seus votos pelo serviço do novo Comandante, e com algumas palavras inspiradoras caracterizou o espírito desse serviço: o Comandante deve ser homem de unidade, homem de caridade, de amor e homem de humildade.
Fez votos de que o mesmo exercite o dom da paternidade para com seus guardas e que peça com a oração que o Espírito Santo semeie e faça crescer o amor e a união entre todos os membros da Corpo da Guarda Suíça.
O Papa Francisco concluiu recordando o lema do Corpo: “Mut und Demut”, “Coragem e Humildade”. Comandar evangelicamente significa servir. Ao término do breve discurso, o Santo Padre concedeu a sua bênção ao Comandante, ao Corpo da Guarda Suíça, aos familiares e aos convidados. Ouça clicando acima.
Fonte: Radio Vaticana 

Papa: povos americanos consolidem sempre mais sua pertença a Cristo e à Igreja

02/05/2015


Cidade do Vaticano (RV) - A vida e o exemplo de Frei Junípero evidenciam três aspectos: seu impulso missionário, sua devoção mariana e seu testemunho de santidade – foi o que destacou o Papa Francisco na homilia da Missa que celebrou este sábado no Pontifício Colégio Norte-Americano, situado próximo do Vaticano.
A visita do Santo Padre ao colégio pontifício insere-se no âmbito da “Jornada de Reflexão”, promovida também pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), dedicada ao Frei Junípero Serra, franciscano, missionário espanhol e apóstolo da Califórnia. Frei Junípero que será canonizado pelo Pontífice em Washington, durante sua viagem apostólica aos EUA, em setembro próximo, por ocasião do VIII Encontro Mundial das Famílias, a realizar-se em Filadélfia.
“Eu te estabeleci como luz das nações, para que sejas portador de salvação até os confins da terra” (At 13,47): o Papa tomou essa passagem da liturgia do dia afirmando que estas palavras do Senhor nos mostram a missionariedade da Igreja, enviada por Jesus que a manda sair para anunciar o Evangelho.
“Isso se dá para os discípulos desde o primeiro momento quando, iniciada a perseguição, saíram de Jerusalém. Isso vale também para a multidão de missionários que levaram o Evangelho ao Novo Mundo e, ao mesmo tempo, defenderam os indígenas contra as arbitrariedades dos colonizadores.”
Entre eles, acrescentou o Papa, encontrava-se também o Frei Junípero; a sua obra de evangelização nos traz à memória os “12 apóstolos franciscanos” que foram os pioneiros da fé cristã no México.
Ele foi protagonista de uma nova primavera evangelizadora naquelas vastas terras às quais, já há duzentos anos, haviam chegado os missionários provenientes da Espanha, da Flórida até a Califórnia.
Após ter evidenciado três aspectos da vida e do exemplo de Frei Junípero – seu impulso missionário, sua devoção mariana e seu testemunho de santidade –, Francisco destacou que o religioso foi, em primeiro lugar, um incansável missionário.
A paixão de anunciar o Evangelho aos povos, ou seja, o ímpeto do coração que quer partilhar com os que se encontram distantes, o dom do encontro com Cristo: o dom que ele mesmo recebera anteriormente e experimentara em sua plenitude de verdade e beleza.
Francisco afirmou que Frei Junípero foi repleto de alegria e do Espírito Santo em difundir a Palavra do Senhor. “Um tal zelo nos provoca: é para nós um grande desafio!”
“Esses discípulos-missionários, que encontraram Jesus, Filho de Deus, que através d’Ele conheceram o Pai misericordioso e, movidos pela graça do Espírito Santo, se lançaram em todas as periferias geográficas, sociais e existenciais, para dar testemunho da caridade, nos desafiam!”
Pergunto-me se hoje – disse o Santo Padre – somos capazes de responder com a mesma generosidade e com a mesma coragem ao chamado de Deus, que nos convida a deixar tudo para adorá-lo, para segui-lo, para encontrá-lo no rosto do pobres, para anunciá-lo àqueles que não conheceram Cristo e, por isso, não se sentiram abraçados por sua misericórdia.
O testemunho de Frei Junípero convida-nos a deixar-nos envolver, em primeira pessoa, na missão continental, que encontra suas raízes na “Evangelii gaudium”, ressaltou.
Em segundo lugar, Frei Junípero confiou seu empenho missionário à Santíssima Virgem Maria. Sabemos que antes de partir para a Califórnia quis consagrar sua vida a Nossa Senhora de Guadalupe, e pedir-lhe, para a missão que estava para iniciar, a graça de abrir o coração dos colonizadores e dos indígenas.
Nesta imploração podemos ainda ver este humilde frade ajoelhado diante da “Mãe do mesmo Deus”, a “Morenita”, que levou seu Filho ao Novo Mundo, ressaltou.
Desde então, prosseguiu o Santo Padre, Nossa Senhora de Guadalupe se tornou, de fato, a Padroeira de todo o continente americano. Não é possível separá-la do coração do povo americano. Efetivamente, Ela constitui a raiz comum deste continente.
“Aliás – observou Francisco –, a missão continental se consagra a Ela que é a primeira e santa discípula-missionária, presença e companhia, fonte de conforto e de esperança. A Ela que está sempre à escuta para proteger seus filhos americanos.”
Em terceiro lugar, destacou o Papa, contemplemos o testemunho de santidade de Frei Junípero – um dos padres fundadores dos EUA, santo da catolicidade e especial protetor dos hispânicos do país –, a fim de que todo o povo americano redescubra a própria dignidade, consolidando sempre mais sua pertença a Cristo e à sua Igreja.
Concluindo, o Papa Francisco pediu que um impetuoso vento de santidade percorra em todas as Américas o próximo Jubileu extraordinário da Misericórdia! E também pediu a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, de Frei Junípero e dos outros santos e santas americanos, a fim de que conduzam-no e guiem-no em suas próximas viagens apostólicas à América do Sul e à América do Norte. E também por essas intenções pediu a todos que continuem rezando por ele. 

Radio Vaticana

Papa à Diocese de Isernia: testemunhar a solidariedade e a caridade

.02/05/2015
Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre iniciou sua série de atividades, na manhã deste sábado (02/5), recebendo, no Vaticano, às 10h00 locais, o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos, e, a seguir, às 11h00, na Sala Paulo VI, cerca de sete mil peregrinos da Diocese italiana de Isernia, que vieram retribuir e agradecer a Visita pastoral que Francisco fez àquela diocese em 5 de julho de 2014.
Em sua saudação aos presentes, o Pontífice disse que “o clima de festa deste encontro no Vaticano, não faz, porém, esquecer os numerosos e graves problemas que ainda afligem a sua terra: o desemprego, a falta de serviços adequados aos anciãos, enfermos, portadores de deficiência. Diante deste cenário preocupante é preciso uma mobilização geral.
Por outro lado, disse o Papa, a Diocese de Isernia necessita de um novo ardor missionário, para ir além desta realidade religiosa estática. Por isso, o Pontífice sugeriu aproveitar bem do “Ano jubilar Celestino”, que a comunidade diocesana está vivendo, como oportunidade para retornar a Cristo, ao seu Evangelho e se reconciliar com Deus e o próximo.
Este Ano jubilar Celestino prepara os fiéis a viver melhor o próximo Ano Santo extraordinário da Misericórdia, um evento de esperança cristã, fundada em Cristo e acompanhada de um esforço caritativo maior para com os mais necessitados. As dificuldades podem ser superadas com a “solidariedade”. E o Papa exortou:
“Por isso, eu os encorajo a ser testemunhas de solidariedade nas suas cidades e nos diversos lugares de trabalho, escola, família e outros... Encarem, sem medo e com esperança, o futuro de vocês e da sua terra... que sua caridade possa envolver mais pessoas e mais realidades sociais e institucionais, para aproximar os sem-teto, os desempregados, os aflitos por antigas e novas pobrezas, para a construção de uma sociedade mais acolhedora, justa, solidária e respeitosa das diversidades”.
Fonte: Radio Vaticana 

História da Igreja: O Cisma Anglicano

1mujeres_obispo_cisma_anglicano_1O movimento reformador chegou à Inglaterra em condições singulares. O Cristianismo britânico sempre teve suas características próprias, em parte por causa da sua posição geográfica (a Inglaterra é uma ilha!); as tendências a formar uma Igreja nacional foram-se acentuando através dos séculos; John Wiclef no século XIV e os humanistas nos séculos XV e XVI prepararam a via para a aberta revolução religiosa. Esta se deu realmente no século XVI: a princípio tinha apenas o aspecto de um cisma sem heresia (cisma devido a ambição pessoal de um rei, sem que o povo participasse da revolta); só aos poucos é que as ideias protestantes foram entrando na comunidade britânica.
Henrique VIII (rei de 1509 a 1547)
Henrique VIII, nos primeiros tempos do seu governo mostrou-se zeloso pela fé tradicional. Em 1521, contra a obra de Lutero sobre “o Cativeiro babilônico” escreveu uma “Afirmação dos Sete Sacramentos”, que lhe valeu do Papa Leão X o título de “Defensor da Fé”. Não obstante, havia de ser arrastado por seus afetos.
Em 1509 Henrique esposou Catarina de Aragão, viúva de seu irmão Artur. Deste casamento teve vários filhos, dos quais um só – Maria Tudor – ficou em vida. Com o tempo, Henrique apaixonou-se por uma cortesã: Ana de Boleyn. Por isto procurou dissolver o seu casamento com Catarina, alegando que fora nulo, porque os nubentes eram cunhados em primeiro grau. Tal pretexto era falso, porque o Papa Jolio II dera a Henrique explícita dispensa para se casar com Catarina; somente após dezoito anos de vida conjugal, Henrique trazia à tona esse “impedimento”. A corte real favorecia os anseios do rei. A rainha Catarina apelava para a Santa Sé, pedindo justiça. o Papa Clemente VII resolveu entregar o exame do processo a um tribunal de Roma (julho 1529).
Em janeiro de 1531 o Papa proibiu a Henrique novas núpcias enquanto a causa estivesse sob julgamento. o rei, vendo que pouca esperança lhe restava, quis obter a dissolução do seu casamento da parte da hierarquia da Inglaterra; Thomas Cromwell, obscuro advogado, que adquirira influência sobre o rei, aconselhava a Henrique que, a exemplo dos príncipes alemães, se separasse de Roma. Em fevereiro de 1531 uma assembleia do clero, instigada pelo rei, prociamou Henrique “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra”, com a clausula “na medida em que a Lei de Cristo o permite”. Em 1532 o rei elevou à sé arquiepiscopal de Cantubria Thomas Cranmer, que numa viagem a Alemanha tinha entrado em contato com o luteranismo; Cranmer resolveu declarar nulo o casamento de Henrique VIII, de modo que este se casou em 1533 com Ana Boleyn. O Papa respondeu excomungando o monarca e finalmente declarando válido o casamento com Catarina. O cisma estava ás portas: em novembro de 1534, o Parlamento inglês votou o “Ato de Supremacia”, que proclamava ser o rei o Único e Supremo Chefe da Igreja na Inglaterra; os súditos que não reconhecessem este Ato, seriam punidos com a morte.
A grande maioria do clero submeteu-se, talvez porque acostumada ao conceito de Igreja Nacional e bastante mundanizada. Resistiram, porém, até a morte vários leigos e clérigos, dos quais se destacam o leigo Tomás Moro e o bispo John Fisher. Muitos mosteiros foram fechados, relíquias e imagens foram destruídas.
Apesar do cisma e das pressões luteranas, o rei queria conservar íntegra a fé católica na Inglaterra; combatia tanto a adesão ao Papa quanto as inovações religiosas do continente.
Este estado de coisas permaneceu até a morte de Henrique VIII.
Eduardo VI (1547-53)
Henrique teve por sucessor um filho de dez anos, que lhe nascera do seu terceiro matrimônio. Este menino, Eduardo VI, teve como tutores o duque de Somerset e o de Northumberland, que, juntamente com o arcebispo Cranmer, muito trabalharam pela introdução da teologia protestante na Inglaterra.
Cranmer proclamou o jovem príncipe rei por direito divino imediato, com plenos poderes no plano espiritual e no temporal. Foram chamados do continente teólogos protestantes, como Bernardino Ochino (capuchinho que apostatara em 1542), Martinho Bucer, João Laski; o próprio Calvino deu instruções escritas para se efetuar a protestantização da lnglaterra. os novos mentores elaboraram o Book of Common Prayer (Livro de oração Comum), que introduzia uma nova liturgia em inglês, abolia o caráter sacrifical da Missa, prescrevia a comunhão sob as duas espécies, mas ainda guardava muitos elementos do Missal e do Ritual católicos.
Em 1553 foi promulgada uma Confissão de Fé em 42 artigos, que seguia principalmente Calvino no tocante a predestinação e à Eucaristia, mostrando-se em outros pontos luterana, zwingliana e até católica; com algumas modificações, ainda é a regra de fé da Comunhão Anglicana (também dita episcopaliana, porque não aboliu a hierarquia da Igreja, com seus bispos).
As inovações assim introduzidas tiveram seus adversários no reino. Em 1549 William Paget escrevia que “o exercício da antiga religião era proibido pela lei, mas a nova ainda não se tinha assentado no estômago de onze das doze partes do reino”. Houve revoltas em diversos condados. Os pobres esfomeados vagueavam aos bandos, sem poder recorrer aos mosteiros, que iam sendo fechados; contra essa população carente foram promulgadas leis desumanas. Na corte, havia rivalidades, ambições e corrupção moral; as posicões teológicas dividiam sempre mais os responsáveis pela reforma no país. O mal-estar se tornou tamanho que, quando Eduardo VI morreu (aos 16 anos de idade) em 1553, a nação em massa se pronunciou pela princesa Maria a Católica, filha de Henrique VIII e Catarina, contrariando a designação que Eduardo fizera em favor de Joana, cortesã de sangue real, protestante.
Maria Tudor e Elisabete
Maria Tudor
Maria Tudor (1553-8) revolveu a situação; era católica convicta e pôs-se a trabalhar apoiada por seu primo, o Cardeal Reginaldo Pole, legado papal.
Em 1554 o Parlamento votou a nova união da Inglaterra com a Santa Sé. Os prelados depostos por Eduardo VI foram restituídos as suas sedes, enquanto os hereges, vindos do estrangeiro, foram expulsos.
A rainha Maria, no seu zelo restaurador, adotou medidas extremas, semelhantes as que Henrique VIII tomara contra os católicos; foram condenados à morte 280 dissidentes, entre os quais Thomas Cranmer. Esse zelo excessivo era, em parte, favorecido pelo povo, mas encontrou desaprovação da parte de católicos, que se tornaram avessos à rainha, chamada “Maria, a Sanguinária”. Esta tornou-se impopular também por seu casamento com Filipe, filho de Carlos V, que pouco depois subiu ao trono da Espanha com o nome de Filipe II. Morreu prematuramente (1558); pouco depois do seu desaparecimento, extinguia-se a restauração católica na Inglaterra.
Elisabetehistoria-igreja-_dade-media
Seguiu-se-lhe no trono uma filha de Ana de Boleyn com Henrique VIII: a rainha Elisabete (1558-1603), visto que Maria não deixara herdeiros. A nova soberana elevou a Inglaterra a extraordinário poder político e ecumênico, bem assegurado contra a França e a Espanha. A sua religiosidade era misteriosa: convertera-se ao catolicismo sob Maria, e, elevada ao trono, continuava a frequentar a Missa, confessar-se e comungar. Estas atitudes, porém, não eram profundas e cediam a interesses políticos. No dia de sua coroação, jurou conservar a religião católica no país; não obstante, motivos de conveniência levaram-na a violar a sua palavra. os católicos a consideravam rainha ilegítima, e propunham Maria Stuart da Escócia como herdeira legítima do trono. Isto fazia Elisabete inclinar-se cada vez mais para o protestantismo. Em consequência, sob as aparências de católica, foi tomando medidas anticatólicas e antipapais. Libertou os teólogos presos na Inglaterra, e chamou de volta os pregadores de novidade outrora expulsos.
Em 1559 foi publicado o “Ato de Uniformidade”, que renovava a liturgia única no reino, promulgada por Eduardo VI. O Parlamento declarou a rainha Suprema Autoridade do reino em assuntos espirituais e temporais. Exigiu-se o “juramento de supremacia” de todos os servidores do Estado e da Igreja na Inglaterra. De dezesseis bispos católicos, quinze o recusaram e foram depostos e encarcerados; só ficou solto o bispo Kitchen, de Llandaff, que, tendo dado resposta evasiva, conseguiu conservar a sua sé mas de então por diante se absteve de qualquer função episcopal. Do baixo clero só pequena parte teve a coragem de resistir.
Para restaurar a hierarquia episcopal na Inglaterra, foi escolhido como arcebispo de Cantuária um antigo capelão da rainha, Mateus Parker, que recebeu a ordenação episcopal aos 17/12/1559, às 5 horas da manhã, na capela de Lambeth, segundo um Ritual novo, chamado ordinal, confeccionado sob o rei Eduardo VI. o sagrante foi um bispo deposto, que se prestou a tal ofício: William Barlon, ex-titular da diocese de Bath, ordenado ainda sob Henrique VIll validamente. Mateus Parker, uma vez ordenado bispo, ordenou outros bispos, reconstituindo assim a hierarquia na Inglaterra. Após longos estudos de peritos, que investigaram de perto os fatos, o Papa Leão XIII até 1896 declarou inválidas as ordenações anglicanas, baseando-se em dois motivos principais:
1) insuficiência do rito (o ordinal de Eduardo VI excluía qualquer alusão à Missa como sacrifício de Cristo perpetuado sobre os altares pelo ministério dos sacerdotes);
2) falta de intenção devida (William Barlon queria constituir uma hierarquia diversa daquela que Cristo fundou, desvinculada do Santo Sacrifício da Missa). E por isto que até hoje a Igreja Católica não reconhece as ordenações anglicanas, embora o assunto possa ser reestudado na base de novos aspectos que os estudiosos têm trazido a tona em ampla bibliografia. Este ponto é decisivo para o reatamento entre a Santa Sé e o Anglicanismo, que de resto vai sendo facilitado por conversações teológicas bem sucedidas.
Em 1563 os 42 artigos de Eduardo VI, reduzidos a 38, foram promulgados de novo como confissão de fé oficial. Aos insubordinados era imposta a perda dos bens e da liberdade. Em 1570 o Papa Paulo IV excomungou e declarou deposta Elisabete – o que provocou, da parte da rainha, novas leis, mais rigorosas, e execuções capitais. Os católicos ingleses sofriam duramente, considerados como traidores do Estado; as conspirações contra a rainha eram cruelmente punidas. Em 1588 Filipe II, da Espanha, armou uma frota formidável (a Armada) com o fim de ir estabelecer na Inglaterra o domínio espanhol e a fé católica; mas a expedição foi destroçada por uma tempestade. Isto só fez aumentar a violência.de Elisabete, de tal modo que, em conseqüência de execuções e apostasias, os católicos se viram reduzidos a minoria insignificante.
As leis repressivas anticatólicas foram sendo abrandadas nos dois últimos séculos. Mas conservaram seu rigor no Estado de Ulster, que equivale a 20% do território da ilha da Irlanda. Em 1921, 80% da ilha tornou-se independente da Inglaterra. A região de Ulster, porém, com sua capital em Belfast, é governada por um Partido protestante dito “de Orange”, que mantém até hoje a antiga legislação discriminatória em matéria de religião, favorecendo a população protestante, com prejuízo de 500.000 católicos lá residentes. É o que explica os constantes choques entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte.
Ainda é de notar que o Ato de Uniformidade da rainha Elisabete, prescrevendo uma Liturgia ainda apegada às tradições, provocou a oposição de protestantes impregnados do severo espírito do calvinismo: queriam abolir o canto eclesiástico, o som do órgão, o sinal da cruz, os paramentos sacerdotais, os dias festivos… Já que desejavam uma Igreja “absolutamente pura” e “conforme as Escrituras”, independente do Estado e isenta de todo “fermento papista”, receberam o predicado de “puritanos”. As suas pretensões foram repelidas pelo Governo inglês, de modo que sofreram perseguições. Constituiram a Low Church, Baixa Igreja, em oposição à High Church, Alta lgreja, oficial. Desde 1567 começaram a fundar Igrejas por conta própria, entre as quais se destaca o Congregacionalismo (não há hierarquia, mas a congregação se governa mediante seus representantes). Esses grupos de “não conformistas” (dissenters) eram tenazes, resistindo ás repressões empreendidas por Elisabete I e Jaime I. Em consequência, mais de 20.000 puritanos, entre os quais os 102 “Pais peregrinos” de 1620 embarcados na nave Mayflower, abandonaram a patria-mãe e foram fundar suas colônias na Nova Inglaterra ou América do Norte; aí sofreram intolerância durante algum tempo, mas foram posteriormente aceitos. São as denominações protestantes domiciliadas ou fundadas nos Estados Unidos que enviam pregadores para o Brasil, com traços mais ferrenhos e proselitistas do que as denominações clássicas do protestantismo europeu (luterano, anglicano).

Fonte: Cléofas

Uma visita ao centro da fé católica: o sepulcro de São Pedro

01/05/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Uma viagem no tempo para confirmar a fé dos primeiros cristãos e, assim, a nossa própria crença. Abaixo do atual altar da Basílica de São Pedro estão outros três altares: um do IV século, um do II século e o original, do I século depois de Cristo.

Ali jazem, em uma pequena caixa de madeira, as relíquias de São Pedro apóstolo, crucificado de cabeça para baixo durante a perseguição aos primeiros cristãos na Roma pagã do imperador Nero. De cabeça para baixo porque a história diz que São Pedro afirmou não ser digno de ser crucificado como o seu Mestre.
As escavações arqueológicas abaixo da Basílica de São Pedro tiveram início após um ‘acidente de percurso’, nos anos 30. O Papa Pio XII procurava um lugar para ser sepultado e, os arqueólogos, ao escavarem um mausoléu, acabaram por descobrir que abaixo dele existia uma grande necrópole.
Assim, quando a visita tem início, a guia que acompanhou a reportagem da Rádio Vaticano fez um convite: “imaginem que este grande cemitério, há 2 mil anos, estava a céu aberto”. Não foi difícil imergir no passado e pensar que este, que hoje é um ambiente contra indicado para quem sofre de claustrofobia, eram ruas movimentadas do maior cemitério do império.
Ao longo de centenas de anos, os primeiros cristãos de Roma - sabendo do local do martírio de Pedro – quiseram, com muita discrição, ser sepultados próximos ao apóstolo. É possível identificar as lápides dos primeiros cristãos pelo o símbolo do cristograma e pelas escritas em latim. A primeira representação de Cristo em Roma – um mosaico no teto de uma das tombas – mostra Jesus como o deus sol, cujos raios saem de sua cabeça. Um divisor de águas para a história da arte.
Todavia, o local também era a necrópole para as famílias ricas e pagãs. Durante a visita admiram-se os afrescos ainda intactos, além de diversos sarcófagos decorados com imagens de deuses egípcios e figuras mitológicas do império romano.
Descobrimos que o obelisco que hoje está no centro da Praça São Pedro foi feito com mão de obra romana no Egito e transportado até Roma em uma embarcação especial.
O obelisco era uma referência da primeira basílica que o imperador Constantino ergueu sobre a Tomba de Pedro e que marcou o início do culto livre do cristianismo que, mais tarde, viria a ser a religião oficial do império, por volta do VI século, com o imperador Teodósio. Constantino foi o responsável por preservar as relíquias do apóstolo da tomba original e colocá-las em um altar, circundado por um muro levantado para proteger o local sagrado, que então já se tornava meta de peregrinação.
Aquilo que a história conta, os arqueólogos confirmaram. A presença do Troféu de Gaio, uma pequena coluna de mármore que indicava o local de sepultura do Apóstolo. Ao ver o Troféu há poucos metros de distância, percebemos que estamos no centro de algo que as palavras não podem descrever. 
A visita continua, subimos novamente ao nível da basílica de Constantino. Podemos ouvir o som do órgão que vem da Basílica atual. Chegamos à Capela Clementina, onde os papas com frequência descem para rezar junto à tomba de São Pedro. A guia nos explica que ali os arqueólogos encontraram um pedaço do muro de proteção do sepulcro original - hoje nos apartamentos pontifícios - com a escrita em grego: Pedro está aqui.
Porém, na lateral, atrás do altar é que confirmamos a nossa própria fé. A presença física da pequena caixa de madeira, cuja iluminação faz saltar aos olhos em meio à terra escura, toca todos os visitantes, que são convidados a silenciar. A oração é profunda. Lágrimas brotam em comunhão com a presença do Primaz da Igreja Católica: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. 
Fonte: Radio Vaticana 

2/5 – Santo Atanásio – Bispo e Doutor da Igreja

Santo AtanasioAtanásio, nascido em Alexandria do Egito em 295, é a figura mais dramática e desconcertante da galeria dos Padres da Igreja. Obstinado defensor da ortodoxia durante a grande crise ariana, imediatamente após o concílio de Nicéia, pagou a sua heroica resistência à difundida heresia com cinco exílios que lhe foram impostos pelos imperadores Constantino, Constâncio, Juliano e Valente. Ário, um sacerdote proveniente da própria Igreja de Alexandria, negando a igualdade substancial entre o Pai e o Filho, ameaçava ruir as estruturas do cristianismo. De fato, se Cristo não é o Filho de Deus, a que se reduz a redenção da humanidade? Em um mundo que se despertou de improviso ariano, segundo a célebre frase de são Jerônimo, ficava ainda em pé um grande lutador, elevado aos trinta e três anos à sede episcopal de Alexandria. Tinha a fibra do lutador e quando era preciso dar combate aos adversários ele era o primeiro a partir com a lança apontada: “Eu me alegro em ter de me defender”, escreveu em sua Apologia pela fuga. Atanásio tinha coragem de sobra, mas sabendo com quem havia de lidar (entre tantas acusações feitas pelos seus inimigos houve a de ter assassinado o bispo Arsênio, que depois apareceu muito vivo!), não ficava esperando em casa que viessem manietá-lo. Às vezes suas fugas foram sensacionais. Ele mesmo fala sobre elas com muito orgulho. Passou os dois últimos exílios no deserto, junto com seus amigos monges, estes simpáticos anárquicos da vida cristã, que embora fujam das normais estruturas das organizações sociais e eclesiásticas, se dão bem na companhia de um bispo autoritário e intransigente como Atanásio.
Para eles o batalhador bispo de Alexandria escreveu uma grande obra, ‘A História dos arianos’, dedicada aos monges, da qual possuímos apenas algumas páginas, porém, suficientes para nos revelarem o temperamento de Atanásio: está consciente de falar com homens que não entendem metáforas e por isso com ele pão é pão e pedra é pedra; rebaixa o imperador chamando-o por apelidos irreverentes e caçoa dos adversários, mas fala com calor e entusiasmo sobre as verdades que os impulsionam para arrancar os fiéis das garras dos falsos pastores. Durante as numerosas e involuntárias peregrinações esteve também no Ocidente, em Roma e em Treveris, onde fez conhecer a vida monacal do Egito, como um estado de vida organizado de um modo todo original no deserto, apresentando o monge ideal, na sugestiva figura de um anacoreta, santo Antão, cuja célebre vida escrita por ele, pode ser considerada como um manifesto da vida monástica.

Fonte: Cléofas 

1 de mai. de 2015

São José, o homem a quem o próprio Deus chamou de pai

E um precioso depoimento de Santa Teresa de Ávila sobre a intercessão do santo carpinteiro.




Uma das maiores santas da história do cristianismo, Santa Teresa de Ávila, era profundamente devota a São José, considerando que, se o próprio Deus lhe obedeceu na terra como filho adotivo, também no céu Ele escuta toda prece que lhe apresentamos por intermédio do santo e humilde carpinteiro.

Compartilhamos hoje um extrato do testemunho de Santa Teresa sobre a eficácia da intercessão do santo pai adotivo de Jesus:


Testemunho sobre São José
Da "Vida de Santa Teresa", VI, 5-8

Quando vi o estado a que me tinham reduzido os médicos da terra e estando tão enferma em tão jovem idade, decidi recorrer aos médicos do céu e pedir-lhes a saúde, porque, muito embora suportasse a doença com tanta alegria, desejava também ser curada. Pensava que, se com saúde acabasse condenada, melhor seria ficar assim, mas também imaginava, com a saúde, ser capaz de melhor servir ao Senhor. Eis o nosso erro: não querer abandonar-nos em tudo às mãos de Deus, que sabe melhor do que nós o que nos convém. Comecei a encomendar missas e a fazer orações aprovadas (...)

Tomei então por meu advogado e patrono o glorioso São José e a ele me confiei com fervor. Este meu pai e protetor me ajudou na necessidade em que me achava e em muitas outras mais graves, em que estava em jogo a minha honra e a salvação da minha alma. Vi claramente que a sua ajuda me foi sempre maior do que eu pudesse esperar. Não me lembro de ter jamais lhe rogado uma graça sem a ter imediatamente obtido. E é coisa que maravilha recordar os grandes favores que o Senhor me fez e os perigos de alma e corpo de que me livrou por intercessão deste santo bendito.

A outros santos parece que Deus concedeu socorrer-nos nesta ou naquela precisão, mas experimentei que a todas o glorioso São José estende o seu patrocínio. O Senhor quer assim nos mostrar que, tal como esteve sujeito a ele na terra, onde ele podia comandá-lo comopai adotivo, assim também no céu atende tudo o que ele pede. E assim reconheceram, por experiência, ainda outras pessoas que a meu conselho se recomendaram ao seu patrocínio. Muitos outros se tornaram recentemente seus devotos por terem experimentado esta verdade.

Eu procurava celebrar sua festa com a máxima solenidade (...) Pela grande experiência que tenho dos favores obtidos de São José, quisera que todos se persuadissem de lhe ser devotos. Não conheci pessoa que lhe fosse verdadeiramente devota e lhe prestasse particular serviço sem fazer progressos na virtude. Ele ajuda muitíssimo quem a ele se recomenda. Há já vários anos que, no dia da sua festa, eu lhe peço alguma graça e sempre sou ouvida. Se o que peço não é tão reto, ele o ajeita para meu bem maior.

Se as minhas palavras tivessem autoridade, com gosto narraria em detalhes as graças que este glorioso santo tem concedido a mim e a outros, mas, não querendo ir além dos limites que me foram impostos, em muitas coisas serei mais breve do que gostaria e em outras mais demorada que o necessário: em suma, como quem tem pouca discrição em tudo o que é bem. Peço apenas, pelo amor de Deus, que quem não me crer faça a prova e verá por experiência quão benéfico é confiar-se a este glorioso Patriarca e lhe ser devoto.
Fonte: Aleteia 

Santa Sé na Expo de Milão: "Não só de pão vive o homem"

01/05/2015

Cidade do Vaticano (RV) – A Santa Sé participa, oficialmente, da Exposição Universal de Milão 2015, com um Pavilhão intitulado “Não só de pão”. Sua participação no evento representa o envolvimento direto da Igreja no tema central: “Nutrir o Planeta. Energia para a vida”.
Na tarde deste sábado (01/5), o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura e Comissário geral da Santa Sé na Exposição, inaugura o Pavilhão da Santa Sé.
O Pavilhão - organizado pelo Pontifício Conselho da Cultura, pela Conferência Episcopal Italiana e pela Arquidiocese de Milão, - é intitulado “Não só de pão” e representa um percurso, com base nas diversas linguagens artísticas, desde as mais tradicionais até às mais modernas. O percurso é subdividido em quatro grandes capítulos: “Um jardim a ser salvaguardado”, “Um alimento a ser repartido”, “Uma alimentação que educa” e “Um pão que torna Deus presente no mundo”.
A Delegação da Santa Sé, guiada pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, é composta pelo arcebispo de Milão, Cardeal Angelo Scola, pelo Secretário Geral da Conferência dos Bispos Italianos, Dom Nunzio Galantino, e dois encarregados do Pavilhão da Santa Sé, Mons. Pasquale Iacobone, membro do Pontifício Conselho da Cultura, e Luciano Gualzetti, vice-diretor da Caritas Ambrosiana de Milão.
O Cardeal-arcebispo de Milão, Angelo Scola, fez a seguinte declaração, aos meios de comunicação: “Foi muito bonita a ideia de o Papa intervir na inauguração da Exposição com uma Mensagem ao vivo. Este é um evento que busca compartilhar o tema escolhido para o Pavilhão da Santa Sé: “Não só de pão vive o homem”.
A Caritas Internacional, organismo que engloba todas as Caritas do mundo, também estará presente na Expo de Milão, com um espaço próprio, intitulado: “Compartilhar para multiplicar. Repartir o pão”, em sintonia com a campanha mundial da Caritas contra o drama da fome.
A Santa Sé e a Caritas Internacional propõem, durante a Exposição Universal de Milão, um amplo leque cultural, centralizado nas múltiplas dimensões culturais, espirituais, sociais e econômicas concernentes à alimentação.
Para a ocasião, foram ativados alguns canais específicos de comunicação: o site: www.expoholysee.org; um perfil de tuíter: @expoholysee; e uma página no Facebook: Chiesa in Expo.
O Dia Nacional da Santa Sé na Exposição será 11 de junho. (MT)
Fonte: Radio Vaticana 

Papa pede globalização da solidariedade durante Expo 2015

01/05/2015

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa participou, ao meio dia e quinze, hora local, deste sábado (1º/5), da cerimônia inaugural da Exposição Universal de Milão 2015, por meio de uma conexão televisiva ao vivo.

Em sua Mensagem, Francisco agradeceu a possibilidade de unir a sua voz àquelas dos que participaram da inauguração. O Bispo de Roma falou em nome do Povo de Deus, peregrino no mundo inteiro; em nome dos pobres, que fazem parte deste povo e, com dignidade, buscam ganhar o pão com o suor de seu rosto. E o Papa acrescentou:
“Queria ser porta-voz de todos esses nossos irmãos e irmãs, cristãos e também não-cristãos, que Deus ama como filhos e para os quais deu a vida e partiu o pão, que foi a carne do seu Filho, que se fez homem. Ele nos ensinou a pedir a Deus Pai: ‘O pão nosso de cada dia nos dai hoje’. Esta Exposição é uma ocasião propícia para globalizar a solidariedade. Procuremos não desperdiçá-la, mas valorizá-la plenamente!”
Francisco agradeceu a Deus pela escolha do importante e essencial tema desta Exposição Universal: “Nutrir o Planeta. Energia para a vida”. Este tema, disse, não deve permanecer apenas em palavras, mas acompanhado pela consciência dos milhões de rostos de pessoas, que têm fome e não se alimentam de modo digno para um ser humano:
“Queria que, a partir de hoje, cada pessoa que visitar a Expo de Milão, passando pelos diversos pavilhões, possa perceber a presença daqueles rostos, uma presença oculta, que, na realidade, deveria ser a verdadeira protagonista do evento: rostos de homens e mulheres que passam fome, que adoecem e até morrem por causa de uma alimentação escassa e nociva”.
Paradoxo da Abundância
O “paradoxo da abundância”, recordou Francisco, ao citar as palavras de São João Paulo II (I Conferência da FAO sobre a Nutrição, 1992), ainda persiste, não obstante os esforços e alguns bons resultados. Esta Exposição, em certo sentido, também faz parte deste “paradoxo da abundância”, se seguir a cultura do desperdício e do descarte, e não contribuir para um modelo de desenvolvimento equilibrado e sustentável.
Por isso, o Pontífice expressou seu desejo de que esta Exposição Universal possa ser uma ocasião propícia de mudança de mentalidade; que mude o modo de pensar que as nossas ações cotidianas, em seus diversos níveis de responsabilidade, não têm impacto sobre a vida de quem, vizinho ou distante, sofre a fome, especialmente a multidão de crianças que morre de fome no mundo.
Cientistas
Em sua Mensagem, o Papa se referiu ainda àqueles rostos que terão um papel importante na Expo de Milão: os de tantos agentes e pesquisadores no setor alimentar, para os quais auspiciou:
“Que o Senhor conceda a cada um deles a sabedoria e a coragem, porque é grande a sua responsabilidade! O meu desejo é que esta experiência permita aos empresários, comerciantes e estudiosos, sentir-se envolvidos em um ‘grande projeto de solidariedade’: o de nutrir o planeta, no respeito de cada homem e mulher que nele habita e no respeito do ambiente natural”.
Eis o grande desafio ao qual Deus chama a humanidade deste século, concluiu Francisco: parar, finalmente, de abusar do Jardim, que Deus nos confiou, para que todos possam comer dos seus frutos! Assumir este projeto é dar plena dignidade ao trabalho de quem produz e de quem pesquisa no setor alimentar.
Por fim, o Santo Padre recordou ainda, neste dia de São José Operário, os rostos de todos aqueles que trabalharam e trabalham pelo bom êxito desta Expo de Milão 2015, de modo particular os mais anônimos, os mais ocultos. Que todo pão seja fruto de um trabalho humano digno! Que Deus nos ajude a colher esta grande ocasião de repartir o pão de cada dia, na paz e na fraternidade! 
Fonte: Radio Vaticana 

Beatificação Dom Hélder: missa marca abertura do processo

01/05/2015

Recife (RV) - A Arquidiocese de Olinda e Recife recebeu autorização do Vaticano para abrir oficialmente o processo de beatificação e canonização de Dom Hélder Câmara.
Quem foi
Cearense, foi ordenado aos 22 anos. Passou quase duas décadas no Rio de Janeiro, como bispo auxiliar, antes de ser nomeado, em 1964, Arcebispo de Olinda e Recife.
Dom Hélder Pessoa Câmara foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar no Brasil. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres, e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
Para ajudar no processo
O processo será aberto com uma missa celebrada na Catedral da Sé, em Olinda, onde está o corpo de Dom Hélder Câmara, no domingo, 3 de maio. Dom Fernando Saburido, beneditino, atual Arcebispo de Olinda e Recife, convida os fiéis para participar da cerimônia e do processo de canonização.
“Se alguém tem documento, alguma fotografia mais interessante sobre Dom Hélder, pode trazer. Tudo é muito bem-vindo pra que possamos juntar esse material e encaminhar para Roma daqui a um ano, aproximadamente”, diz Dom Fernando.
Dom Fernando revela a sua satisfação em levar adiante o processo. Para ouvi-lo, clique acima. 

Fonte: Radio Vaticana 

1/5 – São José Operário

SAO-JOSE-OPERARIOPio XII, instituindo em 1955 a festa de são José Operário, quis oferecer ao trabalhador cristão um modelo e um protetor. “Todo trabalho – já havia dito na mensagem de Natal de 1942 – possui uma dignidade inalienável, e ao mesmo tempo uma íntima ligação com a pessoa em seu aperfeiçoamento: nobre dignidade e prerrogativa, que não são de modo algum aviltadas pela fadiga e pelo peso que devem ser suportados como efeito do pecado original em obediência e submissão à vontade de Deus.” O próprio Cristo quis ser um trabalhador manual, passando grande parte de sua vida na oficina de são José, o santo das mãos calejadas, o carpinteiro de Nazaré. Poucos anos antes de são José abrir sua oficina, Cícero escrevia: “… Têm uma inferior profissão todos os artesões, porque numa oficina não pode haver algo de decoroso.” O filósofo Aristóteles tinha sido mais categórico ao perguntar em seu primeiro livro da Política: “Devem-se contar entre os cidadãos também os operários mecânicos?” A resposta foi dada pelo exemplo de Jesus Cristo que quis condividir a condição operária ao lado de José, e veio da tomada de consciência do próprio movimento operário, que neste dia celebra a festa do trabalho e as conquistas no campo social, sindical e econômico. “Do ponto de vista cristão – como se lê no manual da Ação Católica – o movimento operário não é senão uma forma de elevação da humanidade, um aspecto especial daquele fenômeno geral da ascensão vislumbrado na parábola dos talentos.”
Para ressaltar a nobreza do trabalho a Igreja propõe para a nossa meditação são José operário. Pio XII e João XXIII (o papa que introduziu o nome de são José no cânon da missa) renderam homenagem a este exemplar de vida cristã, ao homem laborioso e honesto, fiel à palavra de Deus, obediente, virtudes que o Evangelho sintetiza em duas palavras: “homem justo”. “Os proletários e os operários – escrevia Leão XIII, o papa da Rerum Novarum – têm como direito especial o de recorrer a são José e de procurar imitá-lo. José, de fato de família real, unido em matrimônio com a mais santa e a maior entre todos as mulheres, considerado como o pai do Filho de Deus, não obstante tudo passou a vida toda a trabalhar e tirar do seu trabalho de artesão tudo o que era necessário ao sustento da família.”

Cléofas 

FESTA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO, DIA DO TRABALHANDO 01/05/2015

Leituras

Gênesis 1,26-2.3 ;
 Salmo 89 ; 
Colossenses 3,14-15.17.23-34.
Mt 13, 54-58 



           "O junto como o lírio brotara, e florira ante o Senhor eternamente".  




           Hoje a Mãe Igreja pede aos seus filhos para contemplar a pessoa de São José o "trabalhador", aquele junto que com o suor do seu rosto, nutriu a família de Nazaré . São José com sua grande dignidade e admirável exemplo de virtude continua vivo atuante no Céu . São José modelo de vida oculta e interior, porque Ele não realizou aos olhos do mundo nada de extraordinário, vindo a passa  despercebido aos olhos dos homens. São José, meus irmãos é como um instrumento útil e nobre que se utiliza para o trabalho, mas que depois se deixa de lado, sem reclamar . São José teve em sua casa o Salvador, mas mesmo assim nunca se vangloriou  disso. O Papa Pio XII ao institui esta festa na praça de São Pedro em 1955 disse: 


"NESTE DIA 1° DE MAIO,QUE O MUNDO DO TRABALHO ASSUMIU COMO FESTA PRÓPRIA,QUEREMOS REAFIRMA, EM  FORMA SOLENE A DIGNIDADE DO TRABALHO".


O evangelista Mateus fala do ponto culminante do ministério de Jesus na Galileia, do total desprezo por parte de seus contemporâneos. No  evangelho, São José é chamado de homem justo. O humilde operário de  Nazaré aponta para o Salvador, filho de Deus. Jesus se tornou semelhante a nos em tudo, passando a maior parte dos anos da vida sobre a terra junto a um banco de carpintaria. Pesamos hoje a Deus que pela intercessão de São José que sejamos firmes na fé, mesmo em tempos de dificuldades.  São José Operários, Rogai por nós!     Deus vos abençoe...     (Leandro)

30 de abr. de 2015

Papa é o líder mundial mais influente no Twitter

30/04/2015

Cidade do Vaticano (RV) -  Um estudo da Burson-Marsteller, multinacional especializada em consultoria de comunicação, divulgado no site Twiplomacyque analisa a eficiência e presença de líderes mundiais e organizações políticas no Twitter, aponta que os tuítes do Papa são os mais compartilhados. E não somente: a presença virtual de Francisco tem provocado mudanças de paradigmas na rede social.

“O Papa nos ensina que o engajamento nas mídias sociais não tem a ver com conversação. Apesar de somente publicar mensagens, o Papa é o segundo líder mundial mais seguido com quase 20 milhões de seguidores nas suas 9 contas no Twitter”, diz a publicação.
A influência é medida com base no número de retuítes. Em média, cada mensagem do Papa na conta em espanhol recebe mais de 9 mil retuítes seguida daquela em inglês, com cerca de 7 mil.
A conta do Papa em português é seguida por mais de 1,3 milhões de pessoas. A versão em língua portuguesa é administrada pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.  

Na mensagem para o Dia das Comunicações Sociais de 2014, Francisco falou sobre a necessidade da presença da Igreja na rede. "Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus".

Fonte: Radio Vaticana 

Papa: Difundir a cultura da justiça e da paz

30/04/2015

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (30/05), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de cinco mil membros da Comunidade de Vida Cristã - Liga Missionária Estudantil da Itália.
O encontro com o pontífice abriu o congresso nacional da entidade sobre o tema “Além dos muros” que tem início nesta quinta-feira, em Frascati, cidade localizada nos Castelos Romanos, e prossegue até 3 de maio próximo.
Um maior envolvimento da Europa no acolhimento aos imigrantes e um trabalho junto com os cristãos da Síria foram os projetos apresentados pela instituição, esta manhã, ao Papa Francisco.
O Santo Padre saudou os representantes da Comunidade de Vida Cristã da Itália e os expoentes de vários grupos de espiritualidade inaciana que seguem a tradição formativa dessa entidade e estão engajados na  evangelização e na promoção humana. O Papa saudou de modo particular os ex-alunos do Instituto “Massimo” de Roma e os representantes de outras escolas administradas pelos Jesuítas na Itália.
“Conheço bem essa associação, pois fui assistente nacional dela na Argentina, no final dos anos setenta. A comunidade aprofunda as suas raízes nas Congregações Marianas da primeira geração dos companheiros de Santo Inácio de Loyola. Trata-se de um longo percurso em que a associação se destacou no mundo pela sua vida espiritual intensa e pelo zelo apostólico de seus membros, antecipando os ditames do Concílio Vaticano II acerca do papel e do serviço dos fiéis leigos na Igreja”, destacou o Santo Padre em seu discurso.
O pontífice deu algumas indicações para o caminho espiritual e comunitário da Comunidade de Vida Cristã da Itália.
    
Em primeiro lugar, o compromisso em difundir a cultura da justiça e da paz. “Diante da cultura da ilegalidade, da corrupção e do confronto, vocês são chamados a se dedicarem ao bem comum também através do serviço às pessoas envolvidas na política”. “Essa é a forma”, como dizia o Beato Paulo VI, “mais elevada e exigente da caridade”. “Se os cristãos abandonassem seu compromisso com a política, trairiam a missão dos fiéis leigos, chamados a ser sal e luz no mundo através dessa forma de presença”, sublinhou ainda o Papa.
Como segunda prioridade apostólilca, Francisco indicou a pastoral familiar debatida no último Sínodo dos Bispos e encorajou os presentes a “ajudarem as comunidades diocesanas na atenção à família, célula vital da sociedade, e no acompanhamento dos noivos ao matrimônio”. “Vocês podem também acolher os que estão distantes: dentre eles estão muitas pessoas separadas que sofrem por causa da falência de seu projeto de vida conjugal e por outras situações de desconforto familiar que podem dificultar o caminho de fé e de vida na Igreja”, frisou.
A terceira indicação do Papa Francisco foi a missionariedade. O pontífice incentivou o organismo a encontrar os pobres do mundo e as comunidades que mais precisam de agentes pastorais. 
O Papa encorajou os membros da Comunidade de Vida Cristã - Liga Missionária Estudantil da Itália a manterem a capacidade de sair e caminhar em direção aos mais pobres. “A sua solidariedade para com eles confirme a sua vocação na construção de pontes de paz em todo lugar”, destacou Francisco.
“Vocês convidaram alguns membros de suas comunidades que estão presentes na Síria e Líbano: povos martirizados por guerras terríveis. Renovo a eles o meu afeto e a minha solidariedade. Essas populações estão vivendo a hora da cruz, portanto que elas sintam o seu amor, sua proximidade e o apoio de toda a Igreja”, frisou o Santo Padre.    
“O seu estilo de fraternidade que se traduz também em projetos de acolhimento de imigrantes na Sicília, os torne generosos na educação dos jovens, dentro da associação e no âmbito das escolas. Santo Inácio de Loyola entendeu que para renovar a sociedade era preciso começar pelos jovens e incentivou a abertura de colégios. Assim, nasceram as primeiras Congregações Marianas.”
“Na esteira luminosa e fecunda deste estilo apostólico, vocês animem as várias instituições educacionais, católicas e estatais, presentes na Itália, como já acontece em várias partes do mundo. Que na base de sua ação pastoral esteja sempre a alegria do testemunho do Evangelho, junto com a delicadeza e o respeito pelo outro”, concluiu o Papa Francisco. 
Fonte: Radio Vaticana 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...