Muita gente afirma ter visto algum tipo de espírito ou
conhece alguém que viu. O que a Igreja nos ensina sobre isso?
Os fantasmas
Muitas pessoas afirmam já ter visto algum tipo de
assombração ou conhecem alguém que supostamente viu. Os mortos que aparecem
para vivos fazem parte da nossa e de muitas outras culturas; eles alimentaram a
literatura e agora alimentam o cinema, que soube explorar essa riqueza popular.
Infelizmente, tal concepção também levou a acrescentar notas
extravagantes às crenças populares. Hollywood tem sua própria teologia, ditada
pelo lucro dos seus filmes.
O fato é que muitos acreditam firmemente que os defuntos
aparecem, e o tema faz parte das interessantes conversas de amigos, nas quais
cada participante parece competir para ver quem conta a história mais
assustadora, para tirar o sono dos timoratos anônimos, que jamais reconhecerão
que o medo foi o que não os deixou dormir.
Mas as assombrações, os fantasmas ou os defuntos que
aparecem para os vivos existem mesmo?
O que a Igreja nos ensina
Entendemos por “fantasma” a aparição de um defunto sem seu
corpo físico, mas perceptível por todos os sentidos ou por alguns deles.
A Igreja, como doutrina segura, nos ensina que o ser humano
pode realizar atos meritórios enquanto tem corpo; quando seu tempo acaba, com a
morte, ele já não pode fazer mais nada pela própria salvação.
Também nos ensina que, quando morremos, imediatamente somos
julgados por Deus e destinados de acordo com nossa vontade manifestada
livremente enquanto vivíamos. Nós escolhemos viver eternamente com Deus ou
viver sem Deus.
Além disso, a Igreja nos fala sobre a existência do
purgatório, um estado de vida no qual nossa alma se purifica antes de
contemplar Deus. De alguma maneira, o purgatório já é o céu, porque significa
que já estamos salvos e esperamos a plenitude do céu, conquistada por Jesus.
As benditas almas do purgatório precisam dos nossos
sufrágios para poder se purificar, e nós, os vivos, consideramos que é uma obra
de misericórdia não só orar pelos nossos defuntos, mas fazer obras boas em nome
deles, para “tirá-los” do purgatório.
Em nenhum momento, a Igreja nos fala de fantasmas ou
defuntos que aparecem para pedir-nos que nos encarreguemos de algum assunto
pendente deles durante a vida. Por outro lado, a Igreja aceita que, em alguns
casos, um morto pode aparecer aos vivos.
Por exemplo, Moisés aparece para Jesus em sua
transfiguração, junto com Elias, que, segundo a Bíblia, foi arrebatado ao céu
em corpo e alma.
Mas, por outro lado, o próprio Jesus nos conta a parábola do
pobre Lázaro e a petição do rico para que Lázaro avisasse seus irmãos sobre a
existência do inferno, para que se convertessem; o pai Abraão não permite isso,
recordando que eles tinham Moisés e os profetas e, que, se não lhes davam
ouvidos, tampouco acreditariam em Lázaro.
É possível que um morto apareça? É possível que isso
aconteça sim, com uma permissão de Deus, mas precisamos recordar que Deus leva
as coisas muito a sério e que não vai permitir que os fantasmas dos mortos
invadam nosso mundo real.
A necessidade de outras explicações
O fato é que muitas pessoas, dignas de todo crédito, afirmam
ter visto algum tipo de “assombração” ou espírito, e este fenômeno se dá com
muita frequência. Por justiça, não podemos afirmar que tais pessoas mentem. Mas
o que acontece, então?
Desde o século XIX, surgiu o interesse por dar a estas
aparições uma resposta lógica e, se possível, científica, e foi assim que
surgiu uma disciplina (que ainda não é ciência) chamada Parapsicologia. Tal
disciplina, quando levada a sério, é interessante, mas sabemos que há muitos
charlatões que costumam se denominar “parapsicólogos”, sem realmente serem.
Fonte: Aleteia
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