25 de set. de 2015

7 chaves do discurso do Papa Francisco na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque

NOVA IORQUE, 25 Set. 15 / 04:55 pm (ACI).- O Papa Francisco pronunciou hoje um histórico discurso ante a Assembléia Geral das Nações Unidas. Ele foi o quarto Pontífice a dirigir-se a este auditório, logo depois de Paulo VI, João Paulo II (que esteve na sede em duas ocasiões) e Bento XVI.

Durante seu discurso de aproximadamente 50 minutos, cabe destacar estas sete chaves de leitura:

1. A exclusão e a pobreza

O Santo Padre denunciou “uma ambição egoísta e ilimitada de poder e bem-estar material” que “leva tanto a abusar dos meios materiais disponíveis como a excluir os fracos e os menos hábeis”.

“A exclusão econômica e social é uma negação total da fraternidade humana e um atentado gravíssimo aos direitos humanos e ao ambiente”, assegurou.

“A fim de que estes homens e mulheres concretos possam subtrair-se à pobreza extrema, é preciso permitir-lhes que sejam atores dignos do seu próprio destino. O desenvolvimento humano integral e o pleno exercício da dignidade humana não podem ser impostos”, explicou o Santo Padre e destacou que “isto supõe e exige o direito a educação”.

2. Cuidado da criação

O Papa sublinhou que “a casa comum de todos os homens deve edificar-se também sobre a compreensão duma certa sacralidade da natureza criada”.

Nós cristãos, indicou o Pontífice juntamente com as outras religiões monoteístas, acreditamos que o universo provém duma decisão de amor do Criador, que permite ao homem servir-se respeitosamente da criação para o bem dos seus semelhantes e para a glória do Criador, mas sem abusar dela e muito menos sentir-se autorizado a destruí-la. E, para todas as crenças religiosas, o ambiente é um bem fundamental.

3. O rechaço à guerra e ao comércio de armas

O Santo Padre sublinhou em seu discurso que “a guerra é a negação de todos os direitos e uma dramática agressão ao ambiente”.

“Se se quiser um verdadeiro desenvolvimento humano integral para todos, deve-se continuar incansavelmente com a tarefa de evitar a guerra entre as nações e os povos”, assegurou.

O Papa denunciou além disso a “tendência sempre presente para a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa, como o podem ser as armas nucleares. Uma ética e um direito baseados sobre a ameaça da destruição recíproca, advertiu que “constituem um dolo em toda a construção das Nações Unidas, que se tornariam «Nações Unidas pelo medo e a desconfiança”.

“É preciso trabalhar por um mundo sem armas nucleares”, demandou.

O Santo Padre pediu ainda concentrar a atenção em todas as situações de conflito, não só nos casos de perseguição religiosa ou cultural, mas em toda a situação de conflito, como na Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e na região dos Grandes Lagos, na África.

4. Os cristãos perseguidos

Francisco reiterou seu apelo sobre a perseguição de cristãos, outras minorias religiosas e inclusive muçulmanos devido a mãos de extremistas islâmicos, no Oriente Médio, o norte da África e outros países africanos.

Nesses lugares, lamentou, “os cristãos, juntamente com outros grupos culturais ou étnicos e também com aquela parte dos membros da religião maioritária que não quer deixar-se envolver pelo ódio e a loucura, foram obrigados a ser testemunhas da destruição dos seus lugares de culto, do seu patrimônio cultural e religioso, das suas casas e haveres, e foram postos perante a alternativa de escapar ou pagar a adesão ao bem e à paz com a sua própria vida ou com a escravidão”.

“Estas realidades devem constituir um sério apelo a um exame de consciência por parte daqueles que têm a responsabilidade pela condução dos assuntos internacionais”.

5. A família

A família, recordou o Papa, “é a célula primária de qualquer desenvolvimento social”. “os governantes devem fazer o máximo possível por que todos possam dispor da base mínima material e espiritual para tornar efetiva a sua dignidade e para formar e manter uma família”, assinalou.

“A nível material, este mínimo absoluto tem três nomes: casa, trabalho e terra. E, a nível espiritual, um nome: liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis”, explicou.

Em seguida, o Papa destacou a importância do “direito primário das famílias a educar e o direito das Igrejas e de agregações sociais a apoiar e colaborar com as famílias na educação das suas filhas e dos seus filhos”.

O Santo Padre recordou em outra parte de seu discurso que “a defesa do ambiente e a luta contra a exclusão exigem o reconhecimento de uma lei moral inscrita na própria natureza humana, que inclui a distinção natural entre homem e mulher”.

6. Luta contra o narcotráfico

O Papa advertiu que “muitas das nossas sociedades vivem um tipo diferente de guerra com o fenômeno do narcotráfico”. Esta guerra, lamentou, tem sido “pobremente combatida”.

“O narcotráfico, por sua própria natureza, é acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção”, advertiu.


Esta corrupção, assinalou, “penetrou nos diferentes níveis da vida social, política, militar, artística e religiosa, gerando, em muitos casos, uma estrutura paralela que põe em perigo a credibilidade das nossas instituições”.



Fonte: Acidigital 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...