27 de jun. de 2015

Sobre Deus, deus, deuses e deusesinhos...

Para alguém que creia realmente que Deus Se revelou em Jesus Cristo, o critério da verdade, do bem e do mal, do correto modo de viver nunca poderá ser a opinião dos homens, as modas do mundo ou mesmo a própria visão e sensibilidade e opinião que cada um tenha!
Crer consiste fundamentalmente num contínuo sair de si, procurando deixar o próprio modo de ver e sentir para aprender a ver e sentir como o Senhor, na perspectiva do Senhor. Ele mesmo disse: "Vinda a Mim! Aprendei de Mim! Convertei-vos!"
Sem esta capacidade de sair de si para acolher o Senhor e os Seus critérios, que não são os nossos, não creremos de verdade, não entraremos de verdade em comunhão com o Deus verdadeiro e libertador! Poderemos até nos sentir bem, poderemos até dizer que estamos de bem com Deus, mas trata-se de um deusinho feito por nós, à nossa imagem, do nosso tamanho!
O grande desafio para o crente - como Abraão, como Moisés, como Davi, como Jeremias, São Pedro, São Paulo... - é não tentar moldar Deus a si próprio e suas vontades, interesses ou sensibilidades, mas sair de si mesmo e ir se deixando moldar pelo Senhor, que é exigente e nos convida sempre à conversão. E isto vale para todo aquele que crê, sem exceção!
Hoje é comum ouvir pessoas dizendo "mas, o meu Deus...", "mas, o Deus que eu tenho no coração..."
Não! Esse "meu" Deus não existe: é somente um deus, um ídolo do meu tamanho, criação minha! Um deusinho fofinho, que me serve e me diz amém!
O Deus verdadeiro, quando está no nosso coração, quando é o nosso Deus, transforma, abrasa, incomoda, fere o nosso coração, exigindo de nós conversão, saída contínua de nós do nosso jeito para nós do jeito Dele!
Nunca esqueçamos que o próprio Senhor nosso Jesus "embora fosse o Filho, aprendeu a obedecer no sofrimento" e, chorando, com pavor e angústia, rezou: "Pai, não se faça a minha vontade, mas a Tua!"
O mundo atual coloca o homem no centro de tudo; pior ainda, coloca o indivíduo no centro: tudo do meu modo, tudo segundo o meu interesse, o meu critério, o meu sentimento... até Deus! Deus deve ser à minha medida, Deus Se deve converter a mim, satisfazer às minhas expectativas, caber na minha lógica... Eis a verdade: cada um se sente e se pensa Deus e usa, para sua serventia, um deusinho útil para satisfazer seus sentimentos e anseios "místicos". Mas, tudo isto nada tem a ver com o Deus verdadeiro!
O Deus Santo e Vivente, de Quem Jesus procede e a Quem Ele chama de Pai, o Deus que é amor, ternura, misericórdia e compaixão, é o Deus que aparece nas Escrituras Santas e nos convida à conversão! Eis o Seu tremendo apelo:
"Exorto-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos,
renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual a vontade de Deus:
o que é bom, agradável e perfeito" (Rm 12,1).
Alguém pode crer num deus, em vários deuses, no "seu" deus...
O Deus verdadeiro, que Se manifestou a Israel, que veio a nós em Jesus Cristo, que Se dá como graça salvífica nos sacramentos por Ele instituídos, que enche e orienta de modo gratuito e soberano a Sua Igreja é este: amoroso, exigente, santo, que de todos nós - sem exceção - exige a conversão e a obediência da fé!
- Senhor, converte o meu coração!
Converte o coração dos filhos da Tua Igreja,
Converte o coração de cada ser humano e de toda a humanidade! Amém.


Por : Dom Henrique Soares da Costa 
Fonte: Página do mesmo 

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