Seguir Jesus é uma entrega ao que Ele pede de nós; é segui-Lo no ritmo do seu próprio passo, sem olhar para traz. Ou seguimos Jesus ou o perdemos.
Fiz essa pergunta a uma pessoa que ama Jesus, e ela me disse: “Seguir Jesus é nos espelharmos em seu exemplo humano. É olhar para Ele na cruz e lembrar que antes de estar no alto do Calvário, viveu como cada um de nós. Como Deus quis passar pelas mesmas necessidades, sofrimentos que os homens, para nos mostrar que nós também podemos conseguir. Que é possível. Que tem salvação. E que para ganhar o céu é preciso não só carregar a cruz, é preciso amá-la também, pois o sacrifício sem amor perde o sentido”. Boa resposta!
Seguir o Mestre é imitá-lo. É viver como Ele viveu, desapegado de tudo, manso e humilde de coração, puro, bondoso, pronto para servir e fazer o bem e não para ser servido, sem nada exigir, sem nada reclamar, “obediente até a morte e morte de cruz” (Fil 2,9), vivendo só para fazer a vontade do Pai . “Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,38). “Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai que está nos céus” (Jo 4,34). Esse também deve ser o “alimento” de quem quer seguir Jesus.
Jesus não ilude ninguém, fala claro a quem quer ser cristão de verdade: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8,20).
Seguir a Jesus é “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça”(Mt 6,33). Já aos doze anos Ele queria isso: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). “De mim mesmo não posso fazer coisa alguma… porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5,30). “O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou” (Jo 14,31). E obedeceu ao Pai até fim: “Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22,41-42).
Fazer a vontade de Deus, dizia Santo Afonso de Ligório (†1787) é “fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz”. Fazer o que Deus quer é algo objetivo: obedecer as leis de Deus, os Seus Mandamentos e viver a doutrina ensinada pela Igreja em termos de fé e de moral; querer o que Deus faz, é aceitar com resignação e fé tudo o que Deus permitir que aconteça conosco, sem revolta e
murmuração.
murmuração.
“Samuel replicou-lhe: Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão valem mais que a gordura dos carneiros. A rebelião é tão culpável quanto a superstição; a desobediência é como o pecado de idolatria” (1 Sm 15,22-23).
Quando se faz a Vontade de Deus, como Jesus, nada é pequeno e desprezível nesta vida, tudo se torna sagrado: o trabalho mental ou braçal, o estudo, a oração, a luta para manter a família e educar os filhos; enfim, tudo se torna santificador. É o que fazia o beato Henrique Suzo dizer: “Prefiro ser neste mundo o verme mais miserável da terra, pela vontade de Deus, do que um Serafim no Céu pela minha própria vontade!” Muitos se santificaram nas cozinhas, nas hortas, nas oficinas, nas portarias dos mosteiros… Aí seguiram Jesus.
A obediência sempre foi e sempre será a prova e a garantia da fidelidade. Foi por ela que Jesus salvou a humanidade, porque fez exatamente o que o primeiro Adão recusara fazer. Na obediência radical a Deus o Cristo “desatou o nó da desobediência de Adão” e nos reconciliou com o Pai. Da mesma forma, ensinam os Santos Padres, pela obediência da Virgem, ela desatou o laço da desobediência de Eva que lançou a humanidade na danação.
A partir daí, a obediência a Deus passou a ser a marca principal daquele que crê. Ela é o melhor remédio para os males que o pecado original deixou em nossa natureza: orgulho, vaidade, presunção, autossuficiência, exibicionismo, etc.
Fonte : Cléofas
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