18 de out. de 2014

Bispos aprovam documento sobre a família sem acordo sobre divorciados e gays

18.10.2014


Três pontos não tiveram a maioria de dois terços necessária, o da homossexualidade e o acesso à comunhão para os divorciados que tornam a se casar







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O sínodo de bispos sobre a família convocado pelo Papa Francisco aprovou neste sábado um documento final "equilibrado", após várias correções, anunciou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

O "Relatio Synodi", como é chamado o documento final, foi concluído após duas semanas de estudos dos problemas da família moderna em todos os continentes (clique aqui para ver a Relatio Synodi em italiano).

No total, 183 padres sinodais participaram da votação, e cada ponto dos 62 parágrafos do documento foi submetido a votação.

Três pontos não tiveram a maioria de dois terços necessária, pontos esses que tratavam da homossexualidade e do acesso à comunhão para os divorciados que tornam a se casar, informou o Vaticano.

Toda a documentação, tanto os rascunhos quanto as correções, foi divulgada pelo Vaticano.

"O Papa pediu que fosse publicado tudo, com total transparência, o que mostra um alto grau de maturidade", disse Manuel Dorantes, um dos porta-vozes.

O texto será divulgado em todas as dioceses do mundo, juntamente com um questionário, e servirá de base para o próximo sínodo, programado para outubro de 2015.

"Temos um ano para amadurecer", afirmou o Papa, que elogiou o vigor dos debates. "Se não tivesse havido discussões acaloradas, teria ficado preocupado", comentou, diante dos bispos.

Fonte http://www.aleteia.org/

19 OUT São Paulo da Cruz profundo devoto da Sagrada Paixão

São Paulo da CruzNasceu em Ovada (Itália) em 1694, de piedosos pais, que muito educaram o filho no Cristianismo. Foi o segundo de 16 filhos. Quando jovem de oração e contemplativo, fez uma aliança com colegas, a fim de meditarem a Paixão e morte de Jesus.
De início, trabalhou com o pai e não sentia o chamado ao sacerdócio, mas, ao apostolado. Aos 19 anos, ouvido uma exortação do pároco, sentiu-se profundamente comovido e resolveu entregar-se inteiramente ao serviço de Deus. Assim, partilhou com um Bispo, o impulso de propagar a devoção à Paixão e morte daquele que morreu por amor à humanidade e salvação de cada um.
Enviado pelo Bispo, tornou-se instrumento de conversão para milhares, até que o Bispo ordenou-o sacerdote e, mais tarde, o Papa deu a licença para aceitar candidatos em seu Noviciado.
Nasceu desta maneira a Congregação dos Padres Passionistas, com a finalidade de firmar nos corações dos fiéis um grande amor à Paixão e morte de Nosso Senhor, através das missões populares. Além da Congregação dos Passionistas, fundou também um instituto feminino de estrita clausura: as Irmãs Passionistas.
Profundo devoto da Sagrada Paixão, o fundador São Paulo da Cruz desde que começou o apostolado sozinho não abandonou o hábito preto, a cruz branca e as duras penitências, como se alimentar de pão e água e dormir no chão. Depois de muito evangelizar (também através de seus muitos escritos) e alcançar milagres para o povo, associou-se à Cruz e à Nossa Senhora das Dores, para entrar como vitorioso no Céu em 1775, somando 81 anos de idade. O Papa Pio IX canonizou-o em 1867. O seu corpo venera-se na basílica dos santos João e Paulo.
São Paulo da Cruz, rogai por nós!
Canção Nova 

Papa no encerramento do Sínodo: "Esta é a Igreja, nossa mãe!"

 2014-10-18 


Cidade do Vaticano (RV) – No final da tarde deste sábado, 18 de outubro, o Papa Francisco proferiu um discurso por ocasião do encerramento do Sínodo Extraordinário dos Bispos para a Família.

Eis a íntegra do pronunciamento:

“Queridas Eminências, Beatitudes, Excelências, irmãos e irmãs,

Com um coração pleno de reconhecimento e de gratidão, gostaria de agradecer, junto a vós, ao Senhor que nos acompanhou e nos guiou nos dias passados, com a luz do Espírito Santo!

Agradeço de coração Sua Eminência o senhor Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo, Sua Eminência Dom Fabio Fabene, Sub-Secretário, e com eles agradeço o Relator, Sua Eminência Cardeal Peter Erdö que trabalhou tanto, mesmo nos dias de luto familiar, e o Secretário Especial, Sua Eminência Dom Bruno Forte, os três Presidentes delegados, os escritores, os consultores, os tradutores e os anônimos, todos aqueles que trabalharam com verdadeira fidelidade nos bastidores e com total dedicação à Igreja, sem parar: muito obrigado de coração!

Agradeço igualmente a todos vocês, Padres Sinodais, Delegados Fraternos, Ouvintes e Assessores para vossa participação ativa e frutuosa. Levarei vocês na oração, pedindo ao Senhor para recompensar-vos com a abundância da graça dos seus dons!

Eu poderia tranquilamente dizer que – com um espírito de colegialidade e de sinodalidade – vivemos realmente uma experiência de “Sínodo”, um percurso solidário, um “caminho juntos”.

E tendo sido “um caminho” – e como em todo caminho -, houve momentos de corrida veloz, quase correndo contra o tempo prá chegar logo à meta; em outros, momentos de cansaço, quase querendo dizer basta; outros momentos de entusiasmo e de ardor. Houve momentos de profunda consolação, ouvindo os testemunhos dos pastores verdadeiros (cf. João 10 e Cann. 375, 386, 387) que levam no coração sabiamente as alegrias e as lágrimas dos seus fieis. Momentos de consolação e graça e de conforto escutando os testemunhos das famílias que participaram do Sínodo e partilharam conosco a beleza e a alegria de sua vida matrimonial. Um caminho onde o mais forte sentiu o dever de ajudar o mais fraco, onde o mais esperto se apressou em servir os outros, mesmo por meio dos debates. E sendo um caminho de homens, com as consolações houve também outros momentos de desolação, de tensão e de tentações, das quais se poderiam mencionar algumas possibilidades:

- Uma: a tentação de enrijecimento hostil, isto é, de querer fechar-se dentro do escrito (a letra) e não deixar-se surpreender por Deus, pelo Deus das surpresas (o espírito); dentro da lei, dentro da certeza daquilo que conhecemos e não daquilo que devemos ainda aprender e atingir. Desde o tempo de Jesus, é a tentação dos zelosos, dos escrupulosos, dos cuidadosos e dos assim chamados – hoje – “tradicionalistas” e também dos “intelectualistas”.

- A tentação do “bonismo” destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; que trata os sintomas contra os pecadores, os fracos, os doentes (cf. Jo 8,7), isto é, transformá-los em “fardos insuportáveis” (Lc 10,27).

- A tentação de descer da cruz, para acontentar as pessoas, e não permanecer ali, para realizar a vontade do Pai; de submeter-se ao espírito mundano ao invés de purificá-lo e submeter-se ao Espírito de Deus.

- A tentação de negligenciar o “depositum fidei”, considerando-se não custódios, mas proprietários ou donos ou, por outro lado, a tentação de negligenciar a realidade utilizando uma língua minuciosa e uma linguagem “alisadora” (polida) para dizer tantas coisas e não dizer nada”. Os chamavam “bizantinismos”, acho, estas coisas...

Queridos irmãos e irmãs, as tentações não devem nem nos assustar nem desconcertar e muito menos desencorajar, porque nenhum discípulo é maior do que seu mestre; portanto se Jesus foi tentado – ate mesmo chamado de Belzebu (cf. MT 12, 24) – os seus discípulos não devem esperar um tratamento melhor.

Pessoalmente, ficaria muito preocupado e triste se não houvesse estas tentações e estas discussões animadas; este movimento dos espíritos, como chamava Santo Inácio (EE, 6), se tudo tivesse sido de acordo ou taciturno em uma falsa e ‘quietista’ paz. Ao contrário, vi e escutei – com alegria e reconhecimento – discursos e pronunciamentos plenos de fé, de zelo pastoral e doutrinal, de sabedoria, de franqueza, de coragem: e de parresia. E senti que foi colocado diante dos próprios olhos o bem da Igreja, das famílias e a “suprema Lex”, a “salus animarum” (cf. Can. 1752). E isto sempre – o dissemos aqui, na Sala – sem colocar nunca em discussão as verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio: a indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a ‘procriatividade’, ou seja, a abertura à vida (cf. Cann. 1055, 1056 e Gaudium et Spes 48).

E esta é a Igreja, a vinha do Senhor, a Mãe fértil e a Mestra atenciosa, que não tem medo de arregaçar as mangas para derramar o óleo e o vinho nas feridas dos homens (cf. Lc 10, 25-37); que não olha a humanidade de um castelo de vidro para julgar ou classificar as pessoas. Esta é a Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica e formada por pecadores, necessitados da Sua misericórdia. Esta é a igreja, a verdadeira esposa de Cristo, que procura ser fiel ao seu Esposo e à sua doutrina. É a Igreja que não tem medo de comer e beber com as prostitutas (cf. Lc 15). A Igreja que tem as portas escancaradas para receber os necessitados, os arrependidos e não somente os justos ou aqueles que acreditam ser perfeitos! A Igreja que não se envergonha do irmão caído e não faz de conta de não vê-lo, ao contrário, se sente envolvida e quase obrigada a levantá-lo e a encorajá-lo e retomar o caminho e o acompanha para o encontro definitivo, com o seu Esposo, na Jerusalém celeste.

Esta é a Igreja, a nossa mãe! E quando a Igreja, na variedade dos seus carismas, se expressa em comunhão, não pode errar: é a beleza e a força do sensus fidei, daquele sentido sobrenatural da fé, que é doado pelo Espírito Santo para que, juntos, possamos todos entrar no coração do Evangelho e aprender a seguir Jesus na nossa vida, e isto não deve ser visto como motivo de confusão e de mal-estar.

Tantos comentaristas, ou pessoas que falam, imaginaram ver uma Igreja em atrito, onde uma parte está contra a outra, duvidando até mesmo do Espírito Santo, o verdadeiro promotor e garante da unidade e da harmonia na Igreja. O Espírito Santo que ao longo da história sempre conduziu a barca através dos seus Ministros, mesmo quando o mar era contrário e agitado e os Ministros infiéis e pecadores.

E, como ousei dizer isto a vocês no início do Sínodo, era necessário viver tudo isto com tranqüilidade, com paz interior, mesmo porque o Sínodo se desenvolve cum Petro et sub Petro, e a presença do Papa é garantia para todos.

Falemos um pouco do Papa, agora, na relação com os bispos (risos). Assim, a missão do Papa é a de garantir a unidade da Igreja; é o de recordar aos fiéis o seu dever em seguir fielmente o Evangelho de Cristo; é o de recordar aos pastores que o seu primeiro dever é o de nutrir o rebanho – nutrir o rebanho – que o Senhor confiou a eles e de buscar acolhê-lo – com paternidade e misericórdia e sem falso medo – as ovelhas perdidas. Errei aqui. Disse acolher: ir buscá-las.

A sua missão é a de recordar a todos que a autoridade na Igreja é serviço (Cf. Mc 9, 33-35) como explicou com clareza Papa Bento XVI, com palavras que cito textualmente: “A Igreja é chamada e se esforça em exercer este tipo de autoridade que é serviço, e o exerce não em nome próprio, mas em nome de Jesus Cristo... através ods Pastores da Igreja, de fato, Cristo apascenta o seu rebanho: é Ele que o guia, o protege, o corrige, porque o ama profundamente. Mas o Senhor Jesus, Pastor Supremo das nossas almas, quis que o Colégio Apostólico, hoje os Bispos, em comunhão com o sucessor de Pedro... participassem desta missão de cuidar do Povo de Deus, de serem educadores na fé, orientando, animando e apoiando a comunidade cristã, ou, como diz o Concílio, “cuidando, sobretudo que cada fiel seja guiado no Espírito Santo a viver segundo o Evangelho a própria vocação, a praticar uma caridade sincera e ativa e a exercitar aquela liberdade com que Cristo nos libertou “ (Presbyterorum Ordinis, 6) ... é através de nós – continua o Papa Bento – que o Senhor atinge as almas, as instrui, as protege, as guia. Santo Agostinho, no seu Comentário ao Evangelho de São João diz: “Seja, portanto, esforço de amor apascentar o rebanho do Senhor” (123,5); esta é a suprema norma de conduta dos ministros de Deus, um amor incondicional, como aquele do Bom Pastor, pleno de alegria, aberto a todos, atento aos próximos e atencioso aos distantes (cf. Santo Agostinho, Discurso 340; Discurso 46, 15), delicado para com os mais fracos, os pequenos, os simples, os pecadores, para manifestar a infinita misericórdia de Deus com as palavras encorajadoras da esperança”. (Bento XVI, Audiência Geral, Quarta-feira, 26 de maio de 2010). Fim da citação.

Portanto, a Igreja é de Cristo – é a sua esposa – e todos os bispos, em comunhão com o Sucessor de Pedro, têm a missão e o dever de custodiá-la e de servi-la, não como donos, mas como servidores. O Papa, neste contexto, não é o senhor supremo, mas sim um supremo servidor – o “servus servorum Dei”; o garante da obediência e da conformidade da Igreja à vontade de Deus, ao Evangelho de Cristo e à Tradição da Igreja, deixando de lado todo arbítrio pessoal, mesmo sendo – por vontade do próprio Cristo – o “Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis” (Can. 749) enquanto gozando “da potestade ordinária que é suprema, é plena, imediata e universal na Igreja” (cf. Cann. 331-334).

Queridos irmãos e irmãs, agora temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as idéias propostas e encontrar soluções concretas às tantas dificuldades e inumeráveis desafios que as famílias devem enfrentar; dar respostas aos tantos desencorajamentos que circundam e sufocam as famílias.

Um ano para trabalhar na “Relatio synodi” que é o resumo fiel e claro de tudo aquilo que foi dito e discutido nesta sala e nos círculos menores. E é apresentado às Conferências episcopais como “Lineamenta”.

Que o senhor nos acompanhe e nos guie neste caminho, pela gloria do seu nome, com a intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e de São José! E por favor, não esqueçam de rezar por mim! Obrigado.

(canto do Te Deum e bênção)

Muito obrigado e bom repouso agora, hein! 



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Mensagem final do Sínodo é publicada enquanto padres sinodais votam o documento conclusivo

2014-10-18 


Cidade do Vaticano (RV) – Os Padres Sinodais aprovaram, no decorrer da 14ª Congregação Geral na manhã deste sábado, a mensagem final da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”. O documento conclusivo do Sínodo - Relatio Synodi - será divulgado posteriormente enquanto o documento final será provavelmente publicado na forma de uma Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, em 2015, após o Sínodo Ordinário.

Abaixo, a íntegra da mensagem:

Nós, Padres Sinodais reunidos em Roma junto ao Santo Padre na Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nos dirigimos a todas as famílias dos diversos continentes e, em particular, àquelas que seguem Cristo Caminho, Verdade e Vida. Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a sua fidelidade, fé, esperança e amor.

Também nós, pastores da Igreja, nascemos e crescemos em uma família com as mais diversas histórias e acontecimentos. Como sacerdotes e bispos, encontramos e vivemos ao lado de famílias que nos narraram em palavras e nos mostraram em atos uma longa série de esplendores mas também de cansaços.

A própria preparação desta assembleia sinodal, a partir das respostas ao questionário enviado às Igrejas do mundo inteiro, nos permitiu escutar a voz de tantas experiências familiares. O nosso diálogo nos dias do Sínodo nos enriqueceu reciprocamente, ajudando-nos a olhar toda a realidade viva e complexa em que as famílias vivem. A vocês, apresentamos as palavras de Cristo: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Como costumava fazer durante os seus percursos ao longo das estradas da Terra Santa, entrando nas casas dos povoados, Jesus continua a passar também hoje pelos caminhos das nossas cidades. Nas vossas casas se experimentam luzes e sombras, desafios exaltantes mas, às vezes, também provações dramáticas. A escuridão se faz ainda mais densa até se tornar trevas, quando se insinuam no coração da família o mal e o pecado.

Existe, antes de tudo, os grandes desafios da fidelidade no amor conjugal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empobrecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar. Se assiste, assim, a não poucas crises matrimoniais enfrentadas, frequentemente, em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício. Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã.

Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência. Pensemos ao sofrimento que pode aparecer em um filho portador de deficiência, em uma doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa querida. É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que é doada a eles e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.

Pensemos às dificuldades econômicas causadas por sistemas perversos, pelo “fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano” (Evangelii Gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas. Pensemos ao pai ou à mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e aos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na criminalidade.

Pensemos também na multidão das famílias pobres, àquelas que se agarram em um barco para atingir uma meta de sobrevivência, às famílias refugiadas que sem esperança migram nos desertos, àquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, àquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opressões. Pensemos também às mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, ao tráfico de pessoas, às crianças e jovens vítimas de abusos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e aos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade. “A cultura do bem-estar anestesia-nos e (...) todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma” (Evangelii Gaudium54). Fazemos apelo aos governos e às organizações internacionais para promoverem os direitos da família para o bem comum.

Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém. Somos, por isso, agradecidos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a assumir as dilacerações interiores e sociais dos casais e das famílias.

Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, em uma “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo. É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).

Para que este encontro seja autêntico, o itinerário inicia com o noivado, tempo de espera e de preparação. Realiza-se em plenitude no Sacramento onde Deus coloca o seu selo, a sua presença e a sua graça. Este caminho conhece também a sexualidade, a ternura, e a beleza, que perduram também além do vigor e do frescor juvenil. O amor tende pela sua natureza ser para sempre, até dar a vida pela pessoa que se ama (cf. João 15,13). Nesta luz, o amor conjugal único e indissolúvel persiste, apesar das tantas dificuldades do limite humano; é um dos milagres mais belos, embora seja também o mais comum.

Este amor se difunde por meio da fecundidade e do ‘gerativismo’, que não é somente procriação, mas também dom da vida divina no Batismo, educação e catequese dos filhos. É também capacidade de oferecer vida, afeto, valores, uma experiência possível também a quem não pode gerar. As famílias que vivem esta aventura luminosa tornam-se um testemunho para todos, em particular para os jovens.

Durante este caminho, que às vezes é um percurso instável, com cansaços e caídas, se tem sempre a presença e o acompanhamento de Deus. A família de Deus experimenta isto no afeto e no diálogo entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs. Depois vive isto ao escutar juntos a Palavra de Deus e na oração comum, um pequeno oásis do espírito a ser criado em qualquer momento a cada dia. Existem, portanto, o empenho cotidiano na educação à fé e à vida boa e bonita do Evangelho, à santidade. Esta tarefa é, frequentemente, partilhada e exercida com grande afeto e dedicação também pelos avôs e avós. Assim, a família se apresenta como autêntica Igreja doméstica, que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial. Os cônjuges cristãos são, após, chamados a tornarem-se mestres na fé e no amor também para os jovens casais.

O vértice que reúne e sintetiza todos os elos da comunhão com Deus e com o próximo é a Eucaristia dominical quando, com toda a Igreja, a família se senta à mesa com o Senhor. Ele se doa a todos nós, peregrinos na história em direção à meta do encontro último quando “Cristo será tudo em todos” (Col 3,11). Por isto, na primeira etapa do nosso caminho sinodal, refletimos sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos pelos divorciados recasados.

Nós, Padres Sinodais, vos pedimos para caminhar conosco em direção ao próximo Sínodo. Em vocês se confirma a presença da família de Jesus, Maria e José na sua modesta casa. Também nós, unindo-nos à Família de Nazaré, elevamos ao Pai de todos a nossa invocação pelas famílias da terra:

Senhor, doa a todas as famílias a presença de esposos fortes e sábios,
que sejam vertente de uma família livre e unida.

Senhor, doa aos pais a possibilidade de ter uma casa onde viver em paz com a família.

Senhor, doa aos filhos a possibilidade de serem signo de confiança e aos jovens a coragem do compromisso estável e fiel. 

Senhor, doa a todos a possibilidade de ganhar o pão com as suas próprias mãos, de provar a serenidade do espírito e de manter viva a chama da fé mesmo na escuridão.

Senhor, doa a todos a possibilidade de ver florescer uma Igreja sempre mais fiel e credível, uma cidade justa e humana, um mundo que ame a verdade, a justiça e a misericórdia.



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Conclusão do Sínodo das Famílias

 2014-10-18


Cidade do Vaticano (RV) –  Concluem-se, neste sábado, na Sala Paulo VI, no Vaticano, os trabalhos da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os desafios pastorais da Família, no contexto da evangelização”.

O Santo Padre participa, pessoalmente, da Congregação Geral desta manhã e na parte da tarde, quando será aprovado Relatório dos Padres sinodais.

No entanto, ao término da Congregação Geral desta manhã, o Santo Padre recebeu, no estúdio da Sala Paulo VI, o Primeiro Ministro do Vietnã, acompanhado de uma comitiva governamental. O encontro serviu para um maior aprofundamento das relações bilaterais entre a Santa Sé e o Vietnã.

A seguir, na Sala de Imprensa da Santa Sé, foi apresentada, aos jornalistas credenciados, a Mensagem Final dos trabalhos sinodais. A coletiva foi presidida pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente da Comissão para a Mensagem, acompanhado pelo Cardeal Raimundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, e pelo Cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim, na Índia, Presidentes delegados para este Sínodo.

Sobre a conclusão desta III Assembléia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos para a Família, nosso colega, Silvonei José, entrevistou Dom Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de São Paulo, que participou desta semana intensa de trabalhos sinodais: (MT)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Cardeal Orani: o tema da família continua no Sínodo do próximo ano

 2014-10-18


Cidade do Vaticano (RV) –  Conclui-se neste sábado a III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos. O tema da família continua no Sínodo do próximo ano. Sobre os trabalhos finais e a perspectiva do próximo Sínodo, Silvonei José conversou com o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. (SP)




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Card. Damasceno Assis: "Caminho prossegue com Sìnodo Ordinário em 2015"

2014-10-18



Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se no final da manhã deste sábado, na Sala de Imprensa da Santa Sé, um encontro com os jornalistas para tratar da Mensagem final do Sínodo para a Família. Participaram o Presidente da Comissão para a Mensagem, Cardeal Gianfranco Ravasi, o Cardeal Oswald Gracias e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis. O briefing foi moderado pelo Diretor da Sala de Imprensa vaticana, Padre Federico Lombardi.

O Padre Lombardi abriu o encontro sublinhando que a mensagem final do Sínodo foi aprovado por larga maioria, 158 votos em 174, e foi muito apreciado. Um texto que foi elaborado pelo Cardeal Ravasi junto a uma comissão de Padres Sinodais, representando todos os cinco continentes. O Cardeal Damasceno Assis recordou aos jornalistas que este Sínodo é somente a primeira etapa de um caminho que prossegue com o Sínodo Ordinário em 2015:

“Acredito – disse o Presidente da CNBB – que o balanço que podemos fazer seja positivo, pois nesta primeira etapa do Sínodo, não tínhamos como objetivo chegar á conclusões definitivas”.

Para Dom Damasceno Assis o balanço é positivo pois se trabalhou bem na expectativa de chegar a resultados no Sínodo do próximo ano, seguidos por uma Exortação pós-sinodal. O Cardeal Oswald Gracias, por sua vez, observou que este Sínodo é muito importante para a Ásia pelo papel que a família ainda desempenha no Continente. E respondendo a uma pergunta de um jornalista, afirmou que os homossexuais são bem vindos na Igreja, fazem parte dela. Foi então a vez do Cardeal Ravasi, que focou no estilo e conteúdo da mensagem. O purpurado ressaltou a brevidade do texto em que os padres se dirigem diretamente às famílias. Ele afirmou ainda que a mensagem falava das luzes e sombras que a família deve enfrentar, evidenciando uma passagem do documento:

“Qual é a meta última da família cristã? A meta última da família cristã é a Eucaristia. Fizemos – não era missão da mensagem tratar do problema do acesso aos Sacramentos, porém tem uma frase final que diz: ‘Na primeira etapa do nosso caminho sinodal refletimos sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos dos divorciados recasados”.
Diante de situações difíceis – afirmou o Cardeal Ravasi, respondendo aos jornalistas – a Igreja não deve ter atitude legalista, mas deve antes de tudo acolher, estar pronta a ouvir e compreender as mudanças. Ao mesmo tempo, porém, acrescentou que a Igreja tem a sua identidade, uma concepção e portanto não reconhece automaticamente modelos diferentes daquele cristão. Assim, expressou sua opinião sobre o fato de que Francisco se pronunciaria somente na noite deste sábado, após não ter falado durante os trabalhos:

“Este silêncio do Papa, a meu ver, é fundamental, é quase a característica do percurso sinodal, em que, reunidos em torno do Papa, os bispos, como ele desejava, expressaram suas diversas concepções”.

O Cardeal Raymundo Damasceno Assis, um dos relatores-presidente do Sínodo, comentou a redação da mensagem:  

(JE)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

17 de out. de 2014

18 Out São Lucas, uma figura simpática do Cristianismo primitivo

São LucasEstamos em festa na liturgia da Igreja, pois lembramos a vida e o testemunho do evangelista São Lucas. Uma figura simpática do Cristianismo primitivo, homem de posição e qualidades, de formação literária e de profundo sentido artístico divino.
Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios em diversos lugares externa a alta consideração que tinha por Lucas, como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma da inspiração e da vivência comunitária, resultando noEvangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos.
No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo, deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então vem evangelizando com coragem, ousadia e amor incansável todos os povos.
Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do séc. VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no séc. IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria: o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo”. Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos: “Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz”. É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4,14):“Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”.
São Lucas, rogai por nós!

Canção Nova 

Divorciados e Recasados – EB (Parte 2)

As Críticas
São sete as principais
objeções levantadas contra a doutrina da Igreja.
A Escritura permite
flexibilidade
Há quem aponte os textos de Mt
5,32 e 19,9, em que Jesus
parece abrir uma exceção em favor de separação e novas núpcias.  Eis os dizeres do Senhor :
“Eu vos digo: todo aquele
que repudia a sua mulher, a não ser por motivo de pornéia1, faz com que ela
adultere e aquele que se casa com a repudiada comete adultério” (Mt 5,32,
idêntico a Mt 19,9).
A propósito, note-se quanto
segue:
Consta dos textos do Novo
Testamento que o matrimônio é indissolúvel, como se depreende das citações
seguintes:
Mc 10,11s:  Disse Jesus: “Todo aquele que repudia a sua
mulher e desposa outra, cometerá adultério contra a primeira; e, se essa
repudiar o seu marido e desposar outro cometerá adultério”.
Lc 16,18: “Todo aquele que
repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério; e quem desposar uma
repudiada por seu marido, cometerá adultério”.
1Cor 7,10: “Quanto àqueles
que estão casados, ordeno não eu, mas o Senhor: a mulher não se separe do
marido; se, porém, se separar, não se case de novo ou reconcilie-se com o
marido; e o marido não repudie a esposa”.
Rm 7,2s: “A mulher casada
está ligada por lei ao marido enquanto ele vive; se o marido vier a falecer,
ela ficará livre da lei do marido.  Por
isso, estando vivo o marido, ela será chamada adúltera se for viver com outro
homem.  Se, porém, o marido morrer, ela
ficará livre da lei, de sorte, que, passando a ser de outro homem, não será
adúltera”.
Como se vê, as afirmações
são peremptórias.
Verdade é que as passagens
de Mt 5,32 e 19,9 são interpretadas pelos cristãos cismáticos do Oriente e
pelos protestantes como se autorizassem o divórcio em caso de adultério.  Verifica-se, porém, que tal interpretação não
condiz com os textos paralelos de Mc 10,11s e Lc 16,18, em que Jesus ensina
irrestritamente a indissolubilidade do matrimônio (omitida a cláusula de
adultério); supõe, além disto, haja São Paulo ordenado em nome do Senhor o
contrário do que o Senhor mesmo preceituou.
Já estas considerações tomam
a interpretação divorcista dos textos de Mt assaz suspeita, se não impossível;
o Evangelho tem que ser explicado pelo Evangelho e pela Escritura Sagrada em geral.
Ora não resta dúvida de que S. Marcos, S. Lucas e S.
Paulo nos transmitem a genuína mente do Senhor.
Por conseguinte, como
entender os textos de Mt 5 e 19?
A interpretação mais
provável é a seguinte :
Baseados sobre erudito
aparato de filologia bíblica e extrabíblica assim como de jurisprudência
rabínica, os estudiosos concluem que o termo grego pornéia corresponde ao termo
aramaico zenut, que significa união incestuosa.
No caso, compreende-se que a separação seja não somente tolerável, mas
desejável. Jesus ter-se-ia a zenut, pois este termo significa a união
ilegítima, por motivo de parentesco proibido pela Lei de Moisés (cf. Lv 18,
1-24)1.
É de crer que nas antigas
comunidades cristãs houvesse uniões matrimoniais proibidas pela Lei de Moisés,
mas toleradas pelos cristãos provenientes do paganismo; estas uniões deveriam
causar dificuldades à boa convivência de cristãos provenientes do judaísmo e do
paganismo.  Daí a ordem – autenticamente
atribuída a Jesus – de romper tais uniões irregulares, que não eram senão
falsos casamentos.
Em At 15, 20,29;21,25 lê-se
que os cristãos provenientes do paganismo tendiam a tolerar algumas uniões
matrimoniais que Lv 18 julgava ilícitas.
Ora isto escandalizava os judeocristãos; por isto o decreto dos
Apóstolos no fim do Concílio de Jerusalém em 50 assim rezava:
“Os Apóstolos e os anciãos,
vossos irmãos, aos irmãos dentre os gentios que moram em Antioquia, na Síria e
na Cilícia, saudações! … Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor
nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abtenhais das carnes
imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das uniões
ilegítimas.  Fareis bem preservando-vos
de tais coisas.  Passai bem” )At 15,23,28s).  Ver At 21,25.
Isto quer dizer que os
cristãos provenientes do paganismo estariam dispensados de observar a Lei de
Moisés, mas, para manter a boa paz com seus irmãos judeocristãos, deveriam
observar as quatro cláusulas discriminadas, entre as quais a abstenção de pornéia
ou das uniões conjugais que a Lei de Moisés tinha como ilícitas.
2) A tradição dos Padres (ou
antigos escritores) da Igreja justifica uma praxe menos severa
Alega-se que os Padres da
Igreja, embora sustentassem o princípio geral da indissolubilidade, toleraram
exceções de acordo com as modalidades de cada caso.
- Em resposta, deve-se notar
que as declarações dos Padres que parecem reconhecer um segundo matrimônio em
certos casos, são poucas, de modo que não perfazem uma convergência
doutrinária.  Por isto não podem ser
tomadas como critério determinante para a doutrina e a disciplina da
Igreja.  Nenhum Bispo e nenhum escritor
da Igreja antiga autorizou, na base de Mt 5,32, um homem a casar-se de novo
após adultério cometido pela esposa.  De
modo geral, os textos que parecem abrir exceções ao princípio da
indissolubilidade conjugal na base de Mt 5,32, são passagens obscuras e
imprecisas, que podem ser interpretadas de maneiras diferentes.
3) A Igreja Ortodoxa
Oriental aceita o divórcio
Com efeito; as comunidades
orientais separadas da Igreja Católica, em certos casos e após certo tempo de
penitência, admitem segundas e, às vezes, terceiras núpcias.
- Em resposta, a Igreja
Católica não vê fundamento nem na Bíblia nem na Tradição para se adequar à
praxe dos cristãos ortodoxos orientais.
Além do quê, há historiadores que julgam que a praxe oriental pode
decorrer da dependência dos cristãos ortodoxos em relação ao Imperador
bizantino.
4) Aceite-se a afirmação
feita em consciência por cônjuges infelizes a respeito da nulidade do seu
matrimônio
 Dadas as dificuldades de provar a nulidade no foro
externo, a Igreja deveria reconhecer as alegações feitas em consciência pelos
cônjuges infelizes.
 - Como dito, o matrimônio é de público interesse, de modo
que é contraído publicamente e, quando necessário, é declarado nulo por vias
públicas ou por instâncias de foro externo.
O novo Código de Direito Canônico ampliou o número de impedimentos que
tornam nulo o casamento, levando em conta especialmente os casos de despreparo
ou inépcia psicológica, que freqüentemente são alegados por cônjuges infelizes;
tais situações são consideradas com seriedade e objetividade pelos tribunais
eclesiásticos, de sorte que se pode crer que não deixa de ser atendida nenhuma
petição baseada sobre argumentos de ordem psicológica ou mais íntima.  A Santa Sé deseja que haja agilização dos
processos, evitando-se a molesta duração dos mesmos.
 Também se pleiteia na Igreja mais adequada preparação dos
jovens para o casamento, a fim de tentar minorar pela raiz os males decorrentes
de casamentos precipitados e levianamente contraídos.
 5) O matrimônio morre quando o amor morre
 O matrimônio é um contato entre homem e mulher, por isto
tem um aspecto jurídico, que interessa à sociedade.  Mas também tem seu lado humano, pessoal, que
nem sempre coincide com o aspecto jurídico.
Daí pleiteia-se a dissolução do casamento quando o relacionamento humano
amoroso perece.
 - Em resposta, deve-se dizer que não há oposição entre o
jurídico e o pessoal do matrimônio.  As
normas jurídicas, deixadas a sós, podem ser cegas e sufocadoras.  Mas também os valores pessoais, subjetivos,
deixados a sós, podem ser deletérios ou perturbadores da ordem social.  Desde que esteja incorporado numa sociedade,
já não me posso reger apenas por meus anseios pessoais e subjetivos, mas tenho
que observar normas objetivas que garantem o bem comum, para o qual devo
colaborar na medida em que sou membro de tal sociedade.
Por isto não se pode sobrepor o aspecto pessoal subjetivo
ao aspecto jurídico.  Mas deve-se
procurar promover o entrosamento de um e outro.
A harmonia entre valores subjetivos e valores objetivos é indispensável
em qualquer sociedade … também na sociedade matrimonial.
6) A Igreja deveria aplicar o princípio da epiquéia ou da
dispensa da lei aos casos de matrimônio fracassado
 - Existe, de fato, o princípio da epiquéia ou a dispensa
(bem ponderada) para todas as leis humanas.
O legislador que faz a lei, ou seu delegado, pode dispensar da lei,
visto que nenhuma lei humana é capaz de prever todos os casos e situações.  Toda lei tem sua letra e tem seu espírito
(que é a intenção concebida pelo legislador ao formular a letra da lei); o
espírito da lei pode exigir que se dispense ou se ponha de lado a letra da lei,
para que se cumpra o desígnio do legislador encarregado do bem comum.
 Todavia a indissolubilidade conjugal depende não de lei
humana; é de direito divino explicitado pelo Senhor Jesus: “O que Deus uniu, o
homem não o separe” (Mc 10,9).  Daí não
poder a Igreja recorrer à epiquéia para dissolver casamentos válidos, mas
infelizes.
 7) A linguagem da Igreja é demasiado jurídica e não
suficientemente pastoral
 - Não se deve estabelecer antítese entre a lei, de um
lado, e, de outro lado, a compreensão humana ou pastoral.  Está claro que a lei é feita para o homem ou
para o bem da pessoa humana; deve promover o ser humano e não o sufocar.  É notório, porém, que o bem da pessoa humana
nem sempre coincide com a satisfação de suas tendências ou impulsos
espontâneos; a natureza humana por vezes tende a certos bens aparentes ou
ilusórios, a tal ponto que o Apóstolo São Paulo podia dizer:
 “Não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não
quero” (Rm 7,19).
Consequentemente a lei de Deus, de que a Igreja é
porta-voz, coibe certas tendências da natureza humana, entre as quais a de
realizar mais de um casamento ou de ter por dissolvido um casamento válido com
perspectivas de novas núpcias. A lei, especialmente a lei de Deus, não pode ser
adaptada a certas iniciativas pastorais que contradigam frontalmente ao
preceito do Senhor.  É o que nota o Papa
João Paulo II na sua encíclica Veritatis Splendor nº 56:
 “Há quem proponha uma espécie de duplo estatuto da
verdade moral.  Para além do nível doutrinal
e abstrato, seria necessário reconhecer a originalidade de uma certa
consideração existencial mais concreta.
Esta, tendo em conta as circunstâncias e a situação, poderia
legitimamente estabelecer exceções à regra geral, permitindo desta forma
cumprir praticamente, em boa consciência, aquilo que a lei moral qualifica como
intrínsecamente mau.  Deste modo,
instala-se, em alguns casos, uma separação, ou até oposição entre a doutrina do
preceito válido em geral e a norma da consciência individual, que decidiria, de
fato, em última instância, o bem e o mal.
Sobre esta base, pretende-se estabelecer a legitimidade de soluções
chamadas “pastorais”, contrárias aos ensinamentos do Magistério, e justificar
uma hermenêutica “criadora”, segundo a qual a consciência moral não estaria de
modo algum obrigada, em todos os casos, por um preceito negativo particular.
É impossível não ver como, nestas posições, é posta em
questão a identidade mesma da consciência moral, face à liberdade do homem e à
lei de Deus.  Apenas o esclarecimento
precedente sobre a relação entre liberdade e lei, apoiada na verdade, torna
possível o discernimento acerca desta interpretação “criativa” da consciência”.
Além destas observações, faz-se mister ainda lembrar que
as normas da Igreja referentes a pessoas divorciadas e recasadas não são apenas
jurídicas, mas, sem ceder nos pontos intocáveis, desejam incentivar tais fiéis
à esperança e à confiança em Deus; a Igreja os convida a participar de
atividades da paróquia e a viverem uma vida de oração assídua, que os alimente
na fé e os ajude a educar os filhos segundo os princípios do Evangelho, como
dito atrás.
 Eis o que ocorre observar no tocante à situação dos fiéis
divorciados e recasados frente à Igreja.
Esta não os quer traumatizar com severidade despropositada, mas deseja
vivamente que não percam o ânimo nem se afastem do convívio da comunidade
eclesial.

____________________________
1 A palavra grega pornéia é o cerne da discussão.  O seu significado será explanado a seguir.
1 Eis os impedimentos que podem
vir ao caso :
“Não descobrirás a nudez da
irmã de teu pai, pois é a carne de teu pai.
Não descobrirás a nudez da
irmão de tua mãe, pois é a própria carne de tua mãe.
Não descobrirás a nudez do
irmão de teu pai; não te aproximarás, pois, de sua esposa, visto que é a mulher
de teu tio.
Não descobrirás a nudez de
tua nora.  É a mulher de teu filho e não
descobrirás a nudez dela.
Não descobrirás a nudez da
mulher de teu irmão, pois é a própria nudez de teu irmão! (Lv 18, 12-16).

Fonte: http://cleofas.com.br/

Papa: Deus nos deu o Céu como antecipação da eternidade

2014-10-17


Cidade do Vaticano (RV) – Através do Espírito Santo, Deus deu aos cristãos o céu como “antecipação” da eternidade. Mas este dom, às vezes, é deixado de lado por uma vida “opaca” e hipócrita. Assim se expressou o Papa Francisco esta manhã, na celebração da Missa na capela da Casa Santa Marta.

A homilia do Papa Francisco seguiu passo a passo as palavras da Leitura de Paulo, o qual explica aos cristãos de Efésios que, para acreditar no Evangelho, receberam o “selo do Espírito Santo”. Com este dom, afirmou o Papa, Deus “não só nos escolheu”, mas nos deu um estilo, “um modo de viver, que não é somente uma lista de hábitos. É muito mais: é uma identidade”:

A nossa identidade é justamente este selo, esta força do Espírito Santo, que todos nós recebemos no Batismo. E o Espírito Santo selou o nosso coração e, mais ainda, caminha conosco. Este Espírito, que foi prometido por Jesus, não nos dá somente a identidade, mas também uma antecipação da nossa herança. Com Ele, o Céu tem início. Nós estamos justamente vivendo este Céu, esta eternidade, porque fomos sigilados pelo Espírito Santo, que é o início do Céu: é a antecipação que temos em mãos.”

Todavia, prosseguiu Francisco, ter o próprio Céu como antecipação não impede aos cristãos de caírem em tentação. Isso acontece quando, por exemplo, queremos tornar “opaca” esta identidade:

É o cristão morno, que vai sim à Missa aos domingos, mas na sua vida não se vê a identidade. Vive inclusive como um pagão, não obstante seja cristão. Ser mornos. Fazer com que nossa identidade se torne opaca. Outro pecado é aquele do qual falava Jesus aos discípulos e que ouvimos [na leitura de hoje, ndr]: ‘Acautelai-vos do fermento dos fariseus, isto é, da hipocrisia’. Fazer de conta: eu faço de conta que sou cristão, mas não sou. Não sou transparente; digo uma coisa, mas faço outra.”

Ao invés, e o próprio Paulo recorda isso noutro trecho, uma vida cristã vivida segundo aquela identidade criada pelo Espírito Santo produz frutos de outro nível:

Amor, alegria, paz, magnanimidade, benevolência, fidelidade, mansidão, domínio de si. E este é o nosso caminho rumo ao Céu, que tem início no Céu daqui. Porque temos esta identidade cristã, fomos selados pelo Espírito Santo. Peçamos ao Senhor a graça de estarmos atentos a este selo, a esta nossa identidade, que não é somente promessa, mas que já temos em mãos como antecipação.”

(BF)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Santo Padre à FAO: "Não às especulações em nome do deus lucro"

 2014-10-17


Cidade do Vaticano (RV) – Para vencer a fome no mundo não basta a assistência, mas é necessário mudar as políticas de desenvolvimento e as regras de mercado. Foi o que afirmou o Papa Francisco na mensagem enviada ao Diretor Geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, celebrado nesta quinta-feira, 16 de outubro.

“Não às especulações nos preços em nome do deus lucro”. O Papa Francisco fez seu, o grito de milhares de pessoas que sofrem com a falta cotidiana de comida, não obstante a enorme quantidade de alimentos desperdiçados. É “um dos paradoxos mais dramáticos do nosso tempo – escreve – ao qual assistimos com impotência, mas frequentemente também com indiferença, ‘incapazes de experimentar compaixão diante do grito de dor dos outros [...] como se tudo fosse uma responsabilidade estranha a nós, que não nos compete’ (Evangelii Gaudium, 54)”.

“Para derrotar a fome – afirma – não basta superar as carências de quem é mais desfavorecido ou assistir com ajudas e doações aqueles que vivem em situações de emergência. É necessário, isto sim, mudar o paradigma das políticas de ajuda e de desenvolvimento, modificar as regras internacionais em matéria de produção e comércio dos produtos agrícolas, garantindo aos países onde a agricultura representa a base da economia e da sobrevivência, uma autodeterminação do próprio mercado agrícola”.

“Até quando – pergunta o Pontífice - se continuará a defender sistemas de produção e de consumo que excluem a maior parte da população mundial, também das migalhas que caem das mesas dos ricos? É chegado o tempo – sublinha – de pensar e decidir partindo de cada pessoa e comunidade e não do andamento dos mercados. Por conseqüência, deveria mudar também o modo de entender o trabalho, os objetivos e a atividade econômica, a produção alimentar e a proteção do ambiente. Esta talvez seja a única possibilidade para se construir um autêntico futuro de paz, hoje ameaçado também pela insegurança alimentar”.

“Não obstante os progressos que estão se realizando em muitos países – recorda o Papa – os dados recentes continuam a apresentar uma situação inquietante, à qual contribuiu a diminuição geral da ajuda pública ao desenvolvimento”. Para o Pontífice “é necessário reconhecer sempre mais o papel da família rural e desenvolver todas as suas potencialidades”. É, de fato, “capaz de responder à demanda de alimentos sem destruir os recursos da criação”. Além disto, graças “à ligação de amor, de solidariedade e de generosidade que existe entre os seus membros”, a família rural “favorece o diálogo entre as diversas gerações e senta as bases para uma verdadeira integração social, além de representar aquela desejada sinergia entre o trabalho agrícola e a sustentabilidade: quem, mais do que a família rural, está preocupado em preservar a natureza para as gerações que virão? E quem mais do que ela tem a peito a coesão entre as pessoas e os grupos sociais?”. “As normativas e as iniciativas em favor da família, a nível local, nacional e internacional – observa – estão muito longe das suas reais exigências e esta é uma lacuna a ser preenchida”.

“Nunca como neste momento – escreve o Papa Francisco – o mundo tem necessidade de unidade entre as pessoas e entre as Nações para superar as divisões existentes e os conflitos em andamento, e sobretudo para procurar vias concretas de saída de uma crise que é global, mas cujo peso recai sobretudo sobre os pobres”. “A Igreja Católica, enquanto prossegue a sua atividade caritativa nos diversos continentes - conclui o Papa – permanece disponível para oferecer, iluminar e acompanhar, quer a elaboração das políticas quer a sua atuação concreta, consciente de que a fé se torna visível colocando em prática o projeto de Deus para a família humana e para o modo por meio do qual aquela profunda e real fraternidade , que não é exclusividade dos cristãos, mas inclui todos os povos”. (JE)



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Cardeal Scherer: a preparação da Mensagem do Sínodo

2014-10-17


Cidade do Vaticano (RV) –  A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou nesta quinta-feira os relatórios com propostas dos Círculos Menores, grupos linguísticos do Sínodo dos Bispos, que estiveram reunidos durante toda a semana. Trabalha-se agora, com as propostas feitas pelos grupos na mensagem final deste Sínodo Extraordinário. Sobre o conteúdo desta mensagem nós conversamos com o Arcebispo de São Paulo e Cardeal Odilo Scherer, que participa dos trabalhos. (SP)



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Sínodo sobre a família: trabalhos sinodais concentram-se na redação dos documentos finais

 2014-10-17 

Cidade do Vaticano (RV) - Iniciado dia 5 de outubro, o Sínodo extraordinário dedicado à família encontra-se em sua última fase. De fato, os trabalhos sinodais desta sexta-feira dedicam-se à redação dos documentos finais, que neste sábado serão apresentados e votados.

Partilha universal e liberdade de palavra: assim, o presidente dos bispos franceses, Dom Georges Pontier, definiu os trabalhos sinodais durante a coletiva realizada esta sexta-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé.

Além do prelado francês e do porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi, participaram da coletiva o presidente da Conferência episcopal alemã, Cardeal Reinhard Marx, e a Dra. Ilva Myriam Hoyos Castañeda, que se pronunciou no Sínodo na qualidade de auditora.

Uma experiência de partilha universal, caracterizada pela liberdade de palavra e pelo intercâmbio: Dom Pontier descreveu deste modo o trabalho deste Sínodo dedicado aos desafios pastorais da família no contexto da evangelização, ressaltando, em seguida, que é importante recordar as famílias felizes, além daquelas que vivem situações pastorais difíceis.

O caminho da Assembleia foi progressivo, explicou ainda o presidente dos bispos franceses: apesar das diferentes realidades continentais, partiu-se das bases comuns dos princípios fundamentais da Igreja sobre a família e da tutela da vida, e, portanto, seria surpreendente se não se chegasse a um consenso sobre os documentos finais.

Em seguida, respondendo a uma pergunta sobre a manifestação realizada na França em defesa da família, Dom Pontier expressou apreço pelo empenho dos jovens na tutela dos valores fundamentais para todos, não somente para os cristãos.

Por sua vez, o Cardeal Marx fez votos de que os trabalhos sinodais deem impulso à Pastoral da Família e descreveu o debate como animado pela vontade de encontrar um caminho comum.

Quanto à questão dos homossexuais, o presidente dos bispos alemães falou de acompanhamento espiritual a fim de que possam compreender como viver o Evangelho, o que não implica, em todo caso, uma aceitação, por parte da Igreja, de tal prática sexual.

Em relação aos divorciados recasados, o purpurado recordou que a Igreja alemã falou de modo aprofundado sobre a possibilidade, para tais pessoas, do acesso ao sacramento da Eucaristia. Por sua vez, a Dra. Hoyos ressaltou:

É necessário um diálogo entre Estado e Igreja, no respeito pela liberdade religiosa e pela doutrina social da Igreja, e que reitere a importância do engajamento dos católicos na vida pública, disse ela.

Por fim, respondendo a perguntas de jornalistas, Pe. Lombardi voltou ao debate que se realizou na manhã desta quinta-feira na Sala do Sínodo, referindo-se à publicação dos Relatórios dos Círculos menores:

"Foi colocada a questão de se publicar ou não tais Relatórios. E o Sínodo – sem nenhuma hesitação – optou pela publicação, o que fizemos muito serenamente e que correspondia ao que havíamos previsto fazer." (RL)



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Papa Montini, homem de extraordinária atualidade, diz Card. Re

 2014-10-17


Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se na Sala de Imprensa da Santa Sé, por ocasião da beatificação do próximo domingo, um briefing sobre Paulo VI. Pronunciaram-se no encontro, entre outros, o Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos, Cardeal Giovanni Battista Re e o Postulador da Causa de Beatificação, Padre Antonio Marrazzo. No início do encontro o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, informou que está prevista a participação de Bento XVI na cerimônia, que também concluirá o Sínodo Extraordinário para a Família.

Paulo VI esteve no centro do encontro com os jornalistas. Um Papa genial, comprometido no diálogo com todos, dotado de uma grande espiritualidade, afirmou o Cardeal Giovanni Battista Re, bresciano como Montini e seu ex-colaborador. O purpurado sublinhou o papel fundamental desempenhado por Paulo VI em levar o Concílio Vaticano II à sua conclusão, para a seguir recordar que se deve a Montini a instituição do Sínodo. O Cardeal Re acentuou a modernidade encarnada pelo estilo e ação pastoral do novo Beato:

“Poucos como ele souberam entender as ansiedades, as expectativas e as aspirações dos homens e das mulheres de nosso tempo. Foi muito sensível aos desafios que a modernidade colocava à fé e nisto revelou-se um grande homem de diálogo”.
O Cardeal Re recordou que Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar ao exterior, com a histórica peregrinação à Terra Santa em janeiro de 1964. Paulo VI, definido pelo Papa Francisco como “a minha luz”, durante a sua juventude, foi um Papa próximo aos pobres. Fez vender sua tiara e o dinheiro obtido foi doado a Madre Teresa, para os seus pobres na Índia. Além disto, reformou profundamente a Cúria Romana. O Cardeal Re desejou que a Beatificação leve à redescoberta de Paulo VI:

“O desejo é justamente este: que a beatificação de Paulo VI sirva para fazer conhecer mais este Papa e também em fazer acolher a grande mensagem que nos vem de toda a sua vida, que foi realmente rica de espiritualidade”.
Padre Marrazzo, por sua vez, recordou que não se beatifica somente o Papa, mas todo o homem Giovanni Battista Montini, evidenciando que Paulo VI sempre defendeu a vida, e o que é tocante portanto, é que o milagre que lhe permitiu subir às honras dos altares é justamente a cura de um feto gravemente doente, na 24ª semana, fato ocorrido há 13 anos nos Estados Unidos. O Postulador da Causa contou o final feliz do ocorrido após a oração dos pais a Paulo VI:

“Praticamente na 24ª semana de gravidez, tivemos uma regressão espontânea da patologia. E não somente: na 39ª semana a criança nasce, após 15 semanas de oração e de esperança, nasce em boas condições, completamente são com uma espontânea atividade de choro e de respiração”.
A criança, de 13 anos, é saudável. O Postulador explicou após, que nem ele, nem os seus pais – por questões de privacidade – estarão presentes na Beatificação. A imagem de Paulo VI que estará no tapete a ser exposto na fachada da Basílica é de uma fotografia de Peli Merisio e retrata Montini sorridente com as mãos elevadas em direção ao céu.

Também foi informado no encontro que o corpo do Beato permanecerá na sepultura atual, nas Grutas Vaticanas. A relíquia a ser apresentada ao Papa Francisco durante a celebração será uma teca, uma malha, manchada com sangue, que Paulo VI vestia em Manila quando sofreu um atentado.

Os representantes da Diocese de Brescia, Padre Lanzoni, e de Milão, Padre Milani, falaram de diversas iniciativas ligadas à beatificação. Em Brescia, terra natal do Beato, será realizado um Ano Montiniano que terá início no domingo da beatificação e se prolongará até 8 de dezembro de 2015. Em todas as paróquias brescianas e ambrosianas serão celebradas vigílias de oração. (JE)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/10/17/papa_montini,_homem_de_extraordin%C3%A1ria_atualidade,_diz_card._re/bra-831598
do site da Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...