11 de out. de 2014

12 de Outubro Nossa Senhora Aparecida - Histórico

Uma rosa de ouro para a Virgem

Em 1967, ano da comemoração do jubileu dos 250 anos do aparecimento da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o Papa Paulo VI ofertou ao Santuário Nacional da Padroeira do Brasil uma Rosa de Ouro. A entrega desta importante honraria aconteceu na manhã do dia 15 de agosto daquele mesmo ano, com a presença de diversas autoridades civis e religiosas, entre elas o presidente Artur da Costa e Silva. 

Atualmente, a Rosa de Ouro encontra-se exposta na Exposição Rainha do Céu, Mãe dos Homens: Aparecida do Brasil no Museu Nossa Senhora Aparecida, no 1º andar da Torre Brasília.

O que é uma Rosa de Ouro?

Os sumos pontífices costumavam oferecer como presente uma Rosa de Ouro, em sinal de particular estima e para distinguir eminentes personalidades que prestavam relevantes serviços à Igreja, ou para honrar cidades, ou ainda para realçar Santuários insignes, como centro de grande devoção. Essa Rosa era artisticamente elaborada segundo o estilo da época.

Descrição histórica da Imagem de Nossa Senhora Aparecida

A Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi encontrada no rio Paraíba na segunda quinzena de outubro de 1717, é de terracota, isto é, argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado, medindo 40 centímetros de altura. 

Hipoteticamente, ela teria, originalmente, uma policromia, como era costume na época, mas não há documentos que comprovem. Quando foi pescada, o corpo estava separado da cabeça e, muito provavelmente, sem a policromia original, devido aos anos em que esteve mergulhada nas águas e no lodo do rio.

A cor acanelada com que, hoje, é conhecida ,deve-se ao fato de ter sido exposta, durante anos, ao picumã das chamas das velas e dos candeeiros. Seu estilo é seiscentista, como atestam alguns especialistas que a estudaram.

Entre os que confirmam ser a Imagem do Século XVII estão o Dr. Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, os monges beneditinos do mosteiro de São Salvador, na Bahia, Dom Clemente da Silva Nigra e Dom Paulo Lachenmayer.

Finalmente, em 1978, após o atentado que a reduzira em quase duzentos fragmentos, foi encaminhada ao Prof. Pietro Maria Bardi – na época diretor do Museu de Arte de São Paulo – que a examinou, juntamente com o Dr. João Marinho, colecionador de imagens brasileiras.


Foi totalmente reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Ainda conforme estudos dos peritos mencionados, a Imagem foi moldada com argila paulista, da região de Santana do Parnaíba, situada na Grande São Paulo. 

O mais difícil foi determinar o autor da pequena imagem, pois não está assinada ou datada. Assim, após um estudo comparativo, os peritos chegaram à conclusão de que se tratava de um escultor, discípulo do monge beneditino Frei Agostinho da Piedade, e também seu colega de Ordem, Frei Agostinho de Jesus.

Caracterizam seu estilo: forma sorridente dos lábios, queixo encastoado, tendo, no centro, uma covinha; penteado, flores em relevo, nos cabelos, broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás.

Todos estes detalhes se encontram na Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e, por isso, concluíram os peritos, Dom Clemenente da Silva Nigra e Dom Paulo Lachenmayer, que a Imagem foi esculpida pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus.

Coroa e Manto

A partir de 8 de setembro de 1904, quando foi coroada, a imagem passou a usar, oficialmente, a coroa ofertada pela Princesa Isabel, em 1884, bem como o manto azul-marinho.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal , Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto - MG.

Convocado pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram a procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu.

João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem.

A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo tornou-se pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.

Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena.

Era necessário a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de Novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova.

Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida:Santuário Nacional; "maior Santuário Mariano do mundo".

O Padre Francisco da Silveira, que escreveu a crônica de uma Missão realizada em Aparecida em 1748, qualificou a imagem da Virgem Aparecida como “famosa pelos muitos milagres realizados”. E acrescentava que numerosos eram os peregrinos que vinham de longas distâncias para agradecer os favores recebidos. Mencionamos aqui três grandes prodígios ocorridos por intercessão de Nossa Senhora Aparecida. 

O primeiro prodígio, sem dúvida alguma, foi a pesca abundante que se seguiu ao encontro da imagem. Não há outras referências sobre o fato a não ser aquela da narrativa do achado da imagem: “E, continuando a pescaria, não tendo até então pego peixe algum, dali por diante foi tão abundante a pesca, que receosos de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, os pescadores se retiraram as suas casas, admirados com o que ocorrera.” 

Entretanto, o mais simbólico e rico de significativo, sem dúvida, foi o milagre das velas pela sua íntima relação com a fé. Aconteceu no primitivo oratório do Itaguaçu, quando o povo se encontrava em oração diante da imagem. 

Numa noite, durante a reza do terço, as velas apagaram-se repentinamente e sem motivo, pois não ventava na ocasião. Houve espanto entre os devotos e, quando Silvana da Rocha procurou acendê-las novamente, elas se acenderam por si, prodigiosamente. 

Significativo também é o prodígio das correntes que se soltaram das mãos de um escravo, quando este implorava a proteção da Senhora Aparecida. Existem muitas versões orais sobre o fato. Algumas são ricas em pormenores. O primeiro a mencioná-lo por escrito foi o Padre Claro Francisco de Vasconcelos, em 1828.

A pesca milagrosa

A Câmara Administrativa de Guaratinguetá decidiu e pronto. A época não era favorável à pescaria mas os pescadores que se virassem. O Conde tinha que provar do peixe do rio Paraíba.

E a convocação foi lida em toda a redondeza. João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso, moradores de Itaguaçu, pegaram seus barcos, suas redes e se lançaram na difícil tarefa. Remaram a noite toda sem nada pescar.

No Porto de Itaguaçu, lançaram mais uma vez as redes. João Alves sentiu que a sua rede pesava. Serão peixes? Puxou-a. Não. Não eram peixes. Era o corpo de uma imagem. Mas ... e a cabeça, onde estava? Guardou o achado no fundo do barco. Continuaram tentando achar peixes.

De repente, na rede do mesmo pescador, uma cabeça enegrecida de imagem. João Alves pegou o corpo do fundo do barco e aproximou-o da cabeça. Justinhos. Aquilo só podia ser milagre. Benzeram-se e enrolaram os pedaços num pano. Continuaram a pescaria. Agora os peixes sabiam direitinho o endereço de suas redes. E foram tantos que temeram pela fragilidade dos barcos...

O milagre das velas

Depois que chegaram da pescaria onde encontraram a Senhora, Felipe Pedroso levou a imagem para sua casa conservando-a durante 5 anos.

Quando de sua mudança para o bairro da Ponte Alta deu a imagem a seu filho Athanásio Pedroso que morava no Porto de Itaguaçu bem perto de onde seu pai Felipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia haviam encontrado a imagem.

Athanásio fez um altar de madeira e colocou a Imagem Milagrosa da Senhora Aparecida. Aos sábados seus vizinhos se reuniam para rezar um terço em sua devoção. Em certa ocasião, ao rezar o terço, 2 velas se apagaram no altar de Nossa Senhora, o que era muito estranho, pois aquela noite estava muito calma e não havia motivo para o acontecimento.

Silvana da Rocha, que no dia acompanhava o terço, quiz acender as velas, porém, as mesmas se acenderam sem que ninguém as tocasse, como um perfeito milagre. Desta data em diante a Imagem Milagrosa de Nossa Senhora Aparecida deixou de pertencer à família de Felipe Pedroso para ficar pertencendo a todos nós, devotos da Santa Milagrosa.

Romeiros de Nossa Senhora Aparecida

Dos milhões de romeiros que visitam o Santuário Nacional de Aparecida, muitos são portadores de angústia, outros tantos, da esperança. Esperança de cura, de emprego, de melhores dias, de paz. 

Eles chegam de ônibus, de carro, de trem (em tempo passado), de moto, de bicicleta, a cavalo e a pé. São pobres e ricos; são cultos e ignorantes; são homens públicos e cidadãos comuns. Aqui estiveram o Papa, príncipes, princesas, presidentes, poetas, padres, bispos, prioras, patrões e empregados. Vieram os pescadores.

Muitos cumprem um ritual que começou com seus avós e persiste até hoje. Outros vêm pela primeira vez. Ficam perplexos diante do tamanho do Santuário e de sua beleza. A Imagem os extasia. 

A fé traz o romeiro a Aparecida leva-o a comportamentos de pincéis famosos, câmaras e versos imortais. Olhos que buscam, vasculham ou se fecham para ler as mensagens secretas que trazem na alma. Lábios que balbuciam ave-marias, atropeladas pela pressa das muitas intenções.

Mãos que seguram as contas do rosário, a vela, o retrato, as flores, o chapéu. Joelho que se dobram e se arrastam, em atitude de total despojamento. Pés cansados pela procura de suas certezas. Coração nas mãos em forma de oferenda. Na alma, profundo senso do sagrado.

O chão que pisam, a porta que transpõem, as pessoas que aqui residem, tudo tem para eles significado transcendente. Este é o romeiro de Nossa Senhora Aparecida. Alma pura, simples, do devoto que acredita, que se entrega à proteção dos céus, sem dúvidas ou restrições.

Consagração 50 Anos

Ela teve início dia 31 de maio de 1955, uma terça-feira.

Começou assim:
O Padre Laurindo Häuber, redentorista que trabalhava na Rádio Aparecida, teve uma idéia: Comprou um livro, que chamou de Livro de Ouro, e disse na Rádio que quem quisesse consagrar-se a Nossa Senhora Aparecida, era só escrever para a Rádio que ele anunciava o nome, às 15 horas, e lia a oração da Consagração. Ele ia fazer isso na 3ª, na 5ª e no sábado.

E Padre Laurindo começou então esse programa. Como que ele fazia:
Lia os nomes, dava uma pequena mensagem, lia a oração da Consagração que estava no Manual do Devoto, um livrinho de orações editado pela Editora Santuário em 1904, e em seguida dava a bênção.

Meses depois, o número de nomes enviados aumentou tanto que ele parou de lê-los, deixando de lado o Livro de Ouro. Dali para frente, todos os ouvintes da Consagração passaram a ser consagrados a Nossa Senhora. E assim a Consagração a Nossa Senhora Aparecida adquiriu a mesma forma de celebração e o mesmo feitio que tem hoje.

Inclusive a música de abertura, Roga por nós ó Mãe tão Pia, foi escolhida pelo Padre Laurindo. Um ano depois, em 1956, o Padre Laurindo foi transferido para São Paulo, a fim de trabalhar na Rádio Nove de Julho. Os padres Vítor Coelho de Almeida e Rubem Leme Galvão continuaram fazendo a Consagração. Agora, a semana toda: O Padre Vítor Coelho fazia na 3ª, na 5ª e no sábado, e o Padre Galvão fazia na 2ª, na 4ª e na 6ª feira.

No ano seguinte, o Padre Vítor Coelho assumiu sozinho a Consagração e passou a fazê-la não mais no estúdio da Rádio, mas no Altar Mor da Basílica. Ela deixou então de ser um simples programa de rádio e se tornou uma celebração paralitúrgica no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como a Hora Mariana, a Novena Perpétua etc.

Padre Vítor a fez durante 31 anos, até a véspera de sua morte, que aconteceu dia 21 de julho de 1987. Em 1988, o Padre César Moreira, então Diretor da Rádio Aparecida, determinou que a Consagração fosse feita também aos Domingos. Após o falecimento do Padre Vítor Coelho, o Padre Alberto Pasquoto assumiu a Consagração, e a fez até o início de 1989.

Em 1989, o Padre Agostinho Frasson a assumiu e fez até 1991. Nos anos 1992 e 1993, quem dirigiu a Consagração foi o Padre Afonso Paschote. Em 1994, o Padre Frasson a assumiu novamente e a fez até 1996. O Padre Antônio Queiroz a assumiu dia 11/01/97, um sábado, sendo que nos seus dias de folga quem fazia era o Padre Silvério Negri. Após o falecimento do Padre Negri, ocorrido dia 28/08/03, nos dias de folga do Padre Queiroz a Consagração entra na escala normal dos trabalhos pastorais da Basílica.

Esta é, resumidamente, a história da Consagração, que dia 31 deste mês completará 50 anos de existência. Em todos esses anos, repito, o modo de fazer a Consagração não mudou, continuando aquele iniciado pelo Padre Laurindo. Desde o início, várias emissoras de rádio começaram a entrar em cadeia com a Rádio Aparecida, às 15 horas, para transmitir a Consagração.

Assim, a Consagração a Nossa Senhora Aparecida abriu caminho para que se formassem redes de Rádio para transmissão de programas religiosos. A UNDA BRASIL (Unda é uma palavra latina que significa onda. É um organismo internacional da Igreja, ligado à comunicação pelo Rádio) promoveu a união dessas redes e criou a Rede Católica de Rádio, que hoje é como uma grande constelação, iluminando todo o céu do Brasil.

Agora, celebrando o cinqüentenário da Consagração, nós queremos agradecer a Deus. Não queremos ser como aqueles nove leprosos curados, que não agradeceram a Deus a sua cura. É interessante que Jesus disse para aquele que voltou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17,17-19).

Jesus fala de dar glória a Deus Pai. De fato, Deus Pai é a origem de tudo. Tudo nos vem dele, pelo Filho, no Espírito Santo. Na Consagração a Maria, ela é a intercessora. Por isso agradecemos a ela também. Então, neste Jubileu nós agradecemos a Deus todas as graças que ele concedeu ao povo brasileiro, e a nós, nesses 50 anos.

Concedeu e esperamos que continue concedendo, porque, como diz aquela oração que vem da Igreja Primitiva, jamais se ouviu dizer que algum daqueles que tem recorrido à proteção de Maria e implorado o seu auxílio, fosse por ela desamparado. Nós cristãos fomos consagrados definitivamente a Deus no dia do nosso batismo.

A Consagração a Nossa Senhora, que fazemos todos os dias, é uma entrega de nós mesmos a ela, como um filho ou filha que se joga nos braços da Mãe, para que ela cuide de nós, fazendo-nos felizes e bons discípulos de Jesus.

Pe. Antonio Queiroz dos Santos, C.Ss.R.
Fonte: http://www.santuarionacional.com

Círio - Histórico


Fonte: Portal FNC
 
     No segundo domingo de outubro é realizada em Belém do Pará a maior e mais bela festa religiosa do Brasil e do mundo, o Círio de Nazaré. Há mais de dois séculos, a procissão reúne milhões de pessoas nas ruas da capital paraense em uma homenagem de devoção à Nossa Senhora de Nazaré.

      Durante a procissão, a Berlinda que transporta a Imagem da Virgem de Nazaré é acompanhada por fiéis de vários lugares do Pará, do Brasil e do mundo. A cada edição, o Círio atrai um número maior de romeiros, cerca de dois milhões de pessoas participam da procissão. Por essa grandiosidade, a Arquidiocese Metropolitana de Belém recebeu o título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), reconhecendo o Círio como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da Humanidade.

     A devoção à Nossa Senhora de Nazaré no Pará começou em 1700, quando o caboclo Plácido encontrou uma imagem da Virgem no igarapé Murutucu, onde hoje está localizada a Basílica Santuário. Após achar aquela imagem de 28 cm, Plácido a levou para sua casa e, no dia seguinte, ela teria sumido misteriosamente de lá e reapareceu no local onde o cabloco havia encontrado a Santa. O fato se repetiu várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. E Plácido decidiu construir uma pequena capela no lugar do achado, onde milhares de viajantes e romeiros vinham em busca de graças e milagres.

     O primeiro Círio só foi realizado no dia 8 de setembro de 1973, com a organização do presidente da Província do Pará, Dom Francisco de Souza Coutinho. Inicialmente, a festa religiosa não tinha uma data fixa para acontecer, mas, a partir de 1901, o bispo Dom Francisco do Rego Maia determinou que a romaria fosse realizada sempre no segundo domingo de outubro.

     O percurso também sofreu diversas alterações até chegar ao trajeto atual que sai da Catedral Metropolitana de Belém à Basílica Santuário de Nazaré. Uma das mudanças aconteceu em 1853, quando, por causa de uma forte chuva, a procissão passou a ser realizada pela manhã.

     Atualmente, a Quadra Nazarena acontece durante 15 dias. Nesse período são realizadas várias manifestações religiosas, como o Círio Musical, reunindo dezenas de artistas da música católica, e as 11 romarias que compõem a festividade. Após a procissão do Círio, a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré fica exposta na Praça Santuário para a visitação dos fiéis.

Símbolos do Círio
Fonte: Portal FNC e Círio de Nazaré

•    Imagens de Nª S. de Nazaré
 
 Imagem Autêntica – A escultura de madeira encontrada pelo caboclo Plácido, em 1700, tem 28 cm de altura e é chamada de “Imagem Autêntica” ou “Imagem do Achado”.

     Durante o ano, a imagem fica na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, em uma redoma de cristal no altar-mor, o Glória, entre anjos, nuvens e um belo esplendor de raios. De lá, ela só é retirada duas vezes por ano: na cerimônia conhecida como a “Descida da Imagem” ou “Descida do Glória”, que ocorre na véspera do Círio; e no aniversário de elevação da Basílica Santuário, que acontece desde 2006.

     No Círio, após a descida do Glória, durante toda a quinzena da Festa, a imagem fica num nicho instalado no presbitério, mais perto dos devotos. Desde que foi encontrada, a imagem autêntica já foi restaurada três vezes. Ela é coberta por um manto canônico, trabalhado com fios e enfeites de ouro.

Imagem Peregrina - A partir de 1969, por motivos de segurança, a imagem autêntica que era levada nas procissões do Círio foi substituída por outra, que é uma cópia alterada da imagem encontrada por Plácido. Chamada de “Imagem Peregrina” porque sai em todas as procissões e cerimônias oficiais da Festa Nazarena. Durante o ano, ela fica na sacristia da Basílica Santuário.

     A imagem foi encomendada ao escultor italiano Giacomo Mussner, mas não reproduz os mesmos traços da imagem “autêntica”. A Imagem Peregrina ganhou alguns traços da mulher amazônida e o seu menino recebeu características indígenas e caboclas.
Em 2002, sofreu o primeiro restauro por meio de uma técnica empregada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
 

•    Mantos
  
     Segundo a história do achado da Imagem da Virgem de Nazaré, ela já estava com um manto quando foi encontrada pelo caboclo Plácido. A tradição foi mantida e, ao longo dos anos, ela foi ganhando vários outros. Em 1953, a imagem autêntica recebeu um manto bordado a ouro e pedras preciosas, durante o 6º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Belém, ocasião em que recebeu a Coroa Pontifícia.
     A confecção dos primeiros mantos é atribuída à irmã Alexandra, da Congregação das Filhas de Sant’Ana, do Colégio Gentil Bittencourt. Ela confeccionava o manto e o promesseiro doava o material. Foi assim até sua morte, em 1973. Depois disso, quem assumiu a missão foi a ex-aluna e ajudante, Esther Paes França. Até 1992, ela já tinha feito 19 mantos. Daí em diante, vários católicos passaram a confeccionar o manto. Estilistas famosos também têm desenhado e confeccionado os mantos anualmente.
     Até o ano de 1998, a doação do manto era guardada em sigilo e sempre fruto de promessas feitas a Nossa Senhora de Nazaré.

•    Berlinda
  
A Berlinda Hoje - A berlinda que carrega a Imagem da Virgem de Nazaré na procissão do Círio tem 65 anos de história. Na parte interna, possui cetim drapeado no teto e pingentes de cristal. Ao centro, tem um dispositivo próprio para a fixação da imagem. Ornamentada com flores naturais nas primeiras horas (madrugada) do dia do Círio, a berlinda é colocada sobre um carro com pneus, que, na procissão, é puxado pela corda conduzida pelos devotos.
     Este ano, ela passou por um minucioso restauro baseado em um projeto da Diretoria da Festa de Nazaré, que tem a preocupação de preservar o patrimônio histórico. O trabalho foi feito pelo restaurador Sérgio Melo.  O destaque da restauração vai para a iluminação da Berlinda, que agora é feita por pequenas lâmpadas de led que emitem pouco calor. A berlinda também ganhou uma nova folhagem de ouro com três mil novas lâminas douradas. O carro que reverte a berlinda também ganhou uma nova roupagem. Fazia cinco anos que a berlinda não passava por um processo de restauração.

História da Berlinda - A Berlinda começou a fazer parte do Círio a partir de 1855, em substituição a uma espécie de carruagem puxada por cavalos ou bois, chamada de palanquim. Neste mesmo ano, com a necessidade da berlinda ser puxada pelos fiéis para vencer um atoleiro, os animais foram substituídos por uma corda, depois incorporada à tradição do Círio. Ela foi confeccionada em 1964, pelo escultor João Pinto, com estilo barroco e esculpida em cedro vermelho.

•    Corda
  
A Corda Hoje - A corda puxada pelos promesseiros é um dos maiores ícones da grande procissão do Círio e, também, da Trasladação. Este ano, ela foi confeccionada em Santa Catarina e terá 400 metros de comprimento (em cada procissão), duas polegadas de diâmetro e é produzida em titan torcido de sisal oleado.
     Enfileirados, homens e mulheres puxam a corda que faz a berlinda com a imagem de Nossa Senhora se movimentar. Anteriormente amarrada à berlinda, a partir de 1999 ela passou a ser atrelada por meio de uma argola metálica.
     Como são os promesseiros da corda que dão ritmo à procissão, em alguns anos, a berlinda precisou ser desatrelada antes do término da romaria para que o Círio pudesse seguir mais rapidamente. Até 2003, o formato da corda era de “U”, ou seja, as duas extremidades eram atreladas à Berlinda. No ano seguinte, por motivos de segurança, ganhou formato linear, confeccionada por peças de duralumínio, o que deu origem às chamadas estações da Corda.

História da Corda - Durante a procissão de 1855, quando a berlinda ficou atolada por conta de uma forte chuva, a Diretoria da Festa teve a ideia de arranjar uma grande corda, emprestada às pressas de um comerciante, para que os fiéis puxassem a berlinda. A partir daí, os organizadores do Círio começaram a se prevenir, levando sempre uma corda durante a romaria. Mas foi somente no ano de 1885 que a corda foi oficializada no Círio, substituindo definitivamente os animais que puxavam a Berlinda.
    No Círio de 1926, o arcebispo Dom Irineu Jofilly extinguiu a Corda do Círio, já que “não compreendia o comportamento na corda, onde homens e mulheres se empurravam em atitudes nada devotas”. A proibição gerou várias manifestações populares e políticas, mas chegou a durar cinco anos. Só em 1931, com a intervenção pessoal de Magalhães Barata, então governador do Estado, a corda voltou a fazer parte do Círio.

•    Promesseiros
  
     Eles são protagonistas de algumas das imagens mais emocionantes e marcantes da Festa da Rainha da Amazônia. Além dos que vivem em Belém, chegam promesseiros do interior do Pará, de outros Estados e até de outros países. Todos reunidos pela fé em Nossa Senhora de Nazaré.
     Muitos seguem descalços na romaria, outros vestem seus filhos de anjos, puxam a corda, distribuem água, carregam objetos de cera que representam curas alcançadas. Também é comum ver os fiéis carregando pequenas casas na cabeça e cruzes de madeira. O sacrifício, às vezes, supera os limites da dor e alguns fiéis seguem de joelhos toda a procissão. Tudo como forma de agradecimento à Virgem de Nazaré.

Museu - Os objetos carregados pelos fiéis são selecionados e parte deles vai para o Museu do Círio, que funcionou na cripta da Basílica Santuário até o ano de 2002, sendo transferido para o complexo Feliz Lusitânia, em 2003. Outra parte dos objetos vai para a Casa de Plácido, que fica na área do Arraial de Nazaré, mais precisamente no subsolo do Centro Social de Nazaré. Os objetos de cera danificados durante a procissão são derretidos e a cera é comercializada.

•    Cartaz
  
     A cada ano, os cartazes do Círio são produzidos para distribuição à população, que tem o hábito de fixar nas portas de suas casas, como uma homenagem à Padroeira.
     O cartaz do Círio 2012 destaca a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e ao fundo imagens da procissão mostrando os promesseiros na corda com as mãos levantadas e a berlinda que transporta a imagem da Virgem de Nazaré. As fotos usadas são dos artistas Guy Veloso e Luiz Braga. A novidade deste ano é que o cartaz traz a data do Círio, 14 de outubro.
     A confecção do cartaz bateu um novo recorde em relação aos outros anos. Para este ano, a previsão é de 890 mil impressos. Especula-se que o primeiro cartaz tenha sido produzido em 1882, há 130 anos.

•     Hinos
     “Vós Sois o Lírio Mimoso” é considerado o hino oficial do Círio de Nazaré. Composto em 1909 pelo poeta maranhense Euclides Farias, posteriormente, foi acrescido de um refrão – escrito pelo advogado Aldebaro Klautau – que cita o nome da Senhora de Nazaré.
     O hino “Virgem de Nazaré” é, originalmente, um poema de autoria da poetisa paraense Ermelinda de Almeida, que por volta dos anos 60 foi musicado pelo Padre Vitalino Vari.
     Já “Maria de Nazaré” tem letra e música do sacerdote mineiro Padre José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho) e foi composto em 1975.

•    Carros
     Além da Berlinda, outros treze carros acompanham a procissão do Círio. Eles são símbolos importantes da devoção mariana, onde os romeiros depositam objetos de promessa que carregam durante a procissão.
     Um desses carros – o dos Milagres – se refere ao milagre que teria ocorrido no ano de 1182, quando o fidalgo português Dom Fuas Roupinho, prestes a despencar num abismo com seu cavalo, recorreu a Nossa Senhora de Nazaré.
     Os outros carros são: Carro do Caboclo Plácido, o Barco dos Escoteiros, a Barca Nova, Carro do Anjo Custódio, Barca com Velas, Carro do Anjo Protetor da Cidade, a Barca Portuguesa, o Carro dos Anjos I, Barca com Remos, Carro dos Anjos, o Carro da Santíssima Trindade e o Cesto das Promessas.

•    Arraial de Nazaré
     O Parque ou Arraial de Nazaré foi o símbolo do Círio que mais sofreu mudanças ao longo de mais de dois séculos.
     Desde o primeiro Círio, em 1793, o arraial já fazia parte da festa Mariana. Inicialmente, ele era uma feira de produtos agrícolas que vendia frutas e animais de pequeno porte, para atrair a população do interior do estado. Em seguida, foram criadas as barracas com comidas típicas. E só então os jogos, teatros e outras atrações surgiram. Com essa mudança, a feira agrícola foi superada.
     A fase áurea do Arraial de Nazaré ocorreu entre as décadas de 1940 e 1950. Nessa época, os grandes cantores nacionais se apresentavam nos teatros na época do Círio. Com o fim desses teatros, o modelo Parque de Diversões do arraial foi instalado.
 
Fonte: Portal FNC
 
   
 

11 OUT Santo Alexandre Sauli - Bispo da Igreja de Aléria

santo-alexandre-sauliSanto Alexandre Sauli nasceu em Milão no ano de 1530. Desde a infância foi cumulado com as mais abundantes bênçãos do céu. Consagrou-se sem reserva ao serviço de Deus na Congregação dos Barnabitas. Entregou-se com zelo ao ministério da Palavra e da Reconciliação, mortificando o corpo com a fadiga dos trabalhos e vigílias; e nem o cargo de professor de Filosofia e Teologia na Universidade de Pavia, fez Alexandre abandonar o ministério da Palavra e do Confessionário. Comunidades inteiras se colocaram sob a sua direção espiritual para aprender de tão abalizado mestre os meios para chegar à perfeição.
Ainda não tinha 32 anos quando foi eleito Superior Geral da Ordem. A capacidade com que desempenhou este cargo deu novo esplendor ao Instituto. Foi nomeado Bispo da Igreja de Aléria, na Ilha de Córsega, em 1570 pelo Papa Pio V.
O novo Bispo, apenas sagrado por São Carlos Borromeo, partiu com três padres da sua Ordem para o rebanho que o Senhor lhe confiara. Chegando em Aléria, encontrou nesta diocese inúmeras dificuldades: por toda a parte teve de cortar abusos, abolir costumes escandalosos, fundar igrejas e levantar as que estavam em ruínas, e prover à decência do culto. Necessitou de estabelecer colégios e fundar seminários onde se pudesse formar a juventude. Seus constantes trabalhos não lhe impediam os jejuns contínuos e a rigorosa abstinência. Apesar de seus poucos rendimentos, o santo Bispo não deixava de dar esmolas abundantes.
A veneração em que era tido o santo apóstolo de Córsega, levou as cidades de Trotona e de Gênova a pedi-lo para seu pastor, mas ele de modo nenhum queria deixar a sua primeira diocese, à qual tinha profunda afeição. No entanto, em 1591, teve de obedecer às ordens do Papa Gregório XIV, que o nomeou Bispo de Pavia. Uma vez ali, Santo Alexandre empreendeu logo a visita da sua nova diocese.
Contudo, Santo Alexandre adoeceu gravemente vindo a falecer a 11 de outubro de 1592. Atestaram a sua santidade diferentes milagres. Foi beatificado em 1741 pelo Papa Bento XIV e canonizado em 1904 por São Pio X.
Santo Alexandre Sauli, rogai por nós!
CANÇÃO NOVA 

O que é a Teologia do Corpo?

logo“Deus modelou o homem com as próprias mãos (…) e imprimiu na carne modelada sua própria forma, de modo que até o que fosse visível tivesse a forma divina”. CIC § 704
“Teologia do Corpo” é o título que papa João Paulo II deu ao primeiro grande projeto de ensino de seu pontificado. Em 129 pequenas palestras, pronunciadas entre setembro de 1979 e novembro de 1984, ofereceu à Igreja e ao mundo uma valiosa reflexão bíblica sobre o sentido da corporeidade humana, em especial sobre a sexualidade e o desejo erótico.
O teólogo católico George Weigel descreve esta teologia do corpo como “uma das mais ousadas reconfigurações da teologia católica dos últimos tempos” (…), “algo como uma bomba-relógio teológica, programada para detonar com dramáticas consequências (…) talvez no século 21″. Esta visão nova do amor sexual “apenas começou a tocar a teologia da Igreja, a pregação e a educação religiosa”. Quando, porém, ela se impuser plenamente – prenuncia Weigel- “produzirá um dramático desenvolvimento no modo de pensar, virtualmente, sobre todos os temas importantes do Credo” (WH pp. 336, 343, 853).
DEUS, SEXO E SENTIDO DA VIDA
Por que a reflexão do Papa sobre o amor sexual iria afetar “todos os ternas importantes do Credo?” Porque sexo não é apenas sexo. A maneira corno entendemos e expressamos nossa sexualidade revela as nossas convicções mais profundas sobre quem somos, quem é Deus, o significado do amor, da organização da sociedade e até do universo. Por isso a teologia do corpo de João Paulo II representa muito mais que urna reflexão sobre o sexo e o amor conjugal. Através da objetiva do matrimônio e da união “numa só carne” dos cônjuges – diz o Papa -, descobrimos “o sentido de toda existência, o sentido da vida” (29/10/1980)1.
E o sentido da vida, segundo Cristo, é amar como ele ama (cf. Jo 15,12). Uma das intuições mais importantes do Papa é o de ter Deus gravado esta vocação de amar como ele ama em nossos corpos, ao nos criar homem e mulher e chamando-nos a ser “uma só carne” (d. Gn 2, 24). Muito mais que uma simples nota de rodapé da vida cristã, a maneira como entendemos o corpo e o relacionamento sexual “abarca toda a Bíblia” (13.01.1982). Ela nos imerge na “perspectiva de todo o Evangelho, de todo o ensinamento, de toda a missão de Cristo” (03.12.1980).
A missão de Cristo é restaurar a ordem do amor num mundo seriamente corrompido pelo pecado. E, corno sempre, a união dos sexos encontra-se na base da humana “ordem do amor”. Portanto, o que aprendemos na teologia do corpo apresentada pelo Papa é muito “importante para o matrimônio e a vocação cristã dos esposos e das esposas”. Não obstante, “é igualmente essencial e valioso para a compreensão do homem em geral: para a compreensão fundamental de si mesmo e da sua existência no mundo” (15.12.1982).
Não admira que tenhamos tanto interesse pelo sexo. A união do homem com a mulher é um “grande mistério” que nos leva – se não nos desviarmos do caminho em nossa jornada exploratória – ao âmago do plano de Deus em relação ao universo (cf. Ef 5, 31-32).
O CRISTIANISMO NÃO REJEITA O CORPO
Na área da religião, as pessoas estão habituadas com a ênfase no campo espiritual. Daqui porque muitos sentem-se até desconfortáveis diante do relevo que às vezes se dá ao corpo. Mas, para João Paulo II, esta é uma separação artificial. O espírito, claro, tem prioridade sobre a matéria. No entanto, o Catecismo da Igreja Católica ensina que” sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e de símbolos materiais” (n. 1146).
Como criaturas corporais que somos, esta é, em certo sentido, a única via pela qual nos é dado experimentar o mundo espiritual: no mundo físico e através dele, em nosso corpo e através dele. Deus, ao assumir um corpo na Encarnação, é justamente aqui que, com toda a humildade, se encontra conosco, isto é, em nosso estado físico e humano.
Tragicamente, muitos cristãos crescem pensando que seus corpos (especialmente sua sexualidade) são obstáculos inerentes à vida espiritual. Acham que a doutrina cristã considera a alma como “boa”, e o corpo como” ruim”. Ora, esta maneira de pensar está longe da autêntica perspectiva cristã! A ideia de o corpo ser mau é uma heresia (um erro aberrante, explicitamente condenado pela Igreja) conhecida com o nome de Maniqueísmo.
A denominação vem de Mani ou Maniqueu, criador de uma seita baseada num dualismo, em que corpo e alma estão engajados numa luta sem tréguas entre si. Segundo eles, o corpo e tudo o que fosse ligado à sexualidade devia ser condenado como fonte de mal. Nós, entretanto, como cristãos, cremos que tudo quanto Deus criou é “muito bom”, conforme nos garante a Bíblia (d. Gn 1,31). João Paulo II resumiu assim a distinção essencial: se a mentalidade maniqueísta considera o corpo e a sexualidade um “antivalor”, o cristianismo ensina que eles “constituem um ‘valor que nunca chegaremos a apreciar suficientemente’” (22.10.1980).
Noutras palavras, se o Maniqueísmo afirma que “o corpo é mau”, o Cristianismo responde que, ao contrário, ele “é tão bom que somos incapazes de avaliar toda a sua bondade”.
Então, o problema da nossa cultura saturada de sexo não é propriamente a supervalorização do corpo e do sexo. O problema está em termos falhado na compreensão de quanto o corpo e o sexo são realmente valiosos. O cristianismo não rejeita o corpo! Numa espécie de “ode à carne”, o Catecismo proclama: ”’A carne é o eixo da salvação’. Cremos em Deus que é o criador da carne. Cremos na Palavra feita carne para redimir a carne. Cremos na ressurreição da carne, na consumação da criação e na redenção da carne” (CIC 1015, ênfase do autor).
A SACRAMENTALIDADE DO CORPO
A fé católica – se o leitor ainda não se deu conta – é uma religião bem carnal, sensual. Encontramos Deus mais intimamente através de nossos sentidos corporais e de “tudo” o que constitui o mundo material: banhando o corpo com água, no batismo; ungindo-o com óleo no batismo, na crisma, nas ordens sagradas, na unção dos enfermos; comendo o corpo de Cristo e bebendo seu sangue na Eucaristia; impondo as mãos nas ordens sagradas e na unção dos enfermos; declarando os pecados com nossa boca na confissão, e unindo indissoluvelmente o homem com a mulher em “uma só carne”, no matrimônio.
De que melhor maneira podemos descrever o “grande mistério” dos sacramentos senão dizendo que eles são os meios materiais, através dos quais alcançamos os tesouros espirituais de Deus? Nos sacramentos, o espírito e a matéria como que “se beijam”. O céu e a terra se abraçam numa união sem fim.
O próprio corpo humano, em certo sentido, é um “sacramento”. Usamos aqui a palavra num sentido mais amplo e mais antigo que aquele que estamos habituados a ouvir. Mais do que referir-se aos sete sinais da graça instituídos por Cristo, João Paulo II, ao falar no corpo como um “sacramento”, quer dizer que ele é um sinal que torna visível o mistério invisível de Deus. Nós não podemos ver Deus, que é puro espírito. No entanto, o cristianismo é a religião do Deus que se manifesta. Deus quer revelar-se a nós. Ele quer tornar visível a todos o seu ministério espiritual invisível, de forma a podermos “vê-lo”. Como faz isto?
Quem de nós não experimentou ainda um profundo sentimento de pasmo, de admiração, ao contemplar uma noite estrelada, ou um magnífico pôr-do-sol, ou a delicadeza de uma flor? Em tais momentos estamos, de certo modo, “contemplando a Deus”. Ou, mais exatamente, vendo seu reflexo. Sim, porque “a beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador” (CIC n. 341). E, contudo, quem é a coroa da criação? Quem, com mais eloquência que as outras criaturas de Deus, “fala” na beleza divina? A resposta é: o homem e a mulher e o seu chamado a uma comunhão fecunda. “Deus criou o ser humano à sua imagem. À imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos’” (…) (Gn 1,27-28).
1 As citações tiradas da “Teologia do Corpo” de João Paulo II são indicadas pela data em que foi proferida a palestra.
West, Christopher. Teologia do Corpo para principiantes, Uma introdução básica à Revolução Sexual por João Paulo II.Trad. Cláudio A. Cassola. Ed.Myrian: Porto Alegre,2008.
CLEOFAS 

DOM DA PACIÊNCIA,VIVE O TEMPO DE DEUS

- A paciência, uma virtude que infelizmente muito de nos cristãos não conseguimos desenvolver, totalmente. Vejamos nos: nós reclamamos com Deus por coisas que não acontecem, e logo dizemos que Deus nos abandonou, ficamos bravos, e como as crianças fazemos birra
Mais ai deveríamos  fazer a seguinte pergunta: será que era mesmo para ser agora? ou melhor: será que isso é o que realmente eu preciso?
Santo Agostinho vai nos ensina que: 

"Deus só não ira nos atender ser isto não for necessário para a nossa vida, ou si isso nos retirar do caminho da salvação .Não, nunca se chegar ao objetivo sem que antes se conclua as etapas que lhe são necessárias”. 

Quando nos falta a paciência a primeira reação é a desconfiança do amor de Deus, esquecemos que devemos confiar, sofrer suas demoras, e olhar sempre para frente, para perceber que em algum ponto da caminhada, lá surgira um oásis preparado por Deus para nos. 

Jesus Cristo teve que ser flagelado e coroado com espinho, levou uma enorme cruz, teve as mãos e pés perfurados, ficou por três horas na cruz. E nós irmãos será que não lembramos disso? nós, enquanto, ficamos reclamando que estamos sofrendo  demais. Saibamos espera o tempo de Deus, com a paciência de filhos de Deus. lembremos  que: só  depois da prova, é que ser conhece os aprovados.

Por Leandro 

Papa em Santa Marta: vigiar nosso coração e fazer exame de consciência

2014-10-10




Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou uma Santa Missa, na manhã desta sexta-feira, na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

Em sua homilia, o Papa partiu do Evangelho do dia, dizendo que o demônio jamais deixa de tentar o homem. Para que o mal não entre em nosso coração, - recordou – há uma prática antiga, mas muito eficaz e conhecida: o exame de consciência. O tentador tem sempre paciência e não deixa em paz a nossa alma, que quer toda para si.

De fato, depois das tentações no deserto, quando Jesus foi atormentado pelo demônio, Lucas afirma que o demônio deixou de tentar Jesus, por certo tempo, mas, depois, durante a vida terrena, voltou a importuná-lo várias vezes, colocando-o à prova e preparando-lhe armadilhas até à Paixão e morte na Cruz: “Se és o Filho de Deus, desça da cruz e volte entre nós, para que possamos acreditar".

Estas palavras, - disse o Pontífice, - preocupam o nosso coração. Logo, é preciso protegê-lo, porque nele mora o Espírito Santo; protegê-lo para que não entrem espíritos malignos. Devemos fechá-lo com chave, como fazemos com as nossas casas, mas também vigiá-lo como sentinelas, pois, quantas coisas podem entrar nele: maus pensamentos e intenções, ciúme, inveja!

Mas, como estas coisas podem entrar em nosso coração? Perguntou o Papa. Em um coração tão atribulado, o Senhor não pode nos falar e nem ser escutado. E respondeu:

Ter um coração recolhido, um coração no qual sabemos o que está acontecendo, é possível mediante uma prática muito antiga na Igreja, mas boa: o exame de consciência. Quem de nós, à noite, ao término da jornada, se recolhe e se pergunta: o que aconteceu hoje no meu coração? O que passou pelo meu coração? Se não fizermos isto, não sabemos vigiá-lo e nem protegê-lo”.
O exame de consciência é uma graça, - concluiu o Bispo de Roma – porque quem protege o coração, protege o Espírito Santo, que nele habita. Jesus fala claramente que o demônio volta sempre. E, para que ele não entre em nós, devemos estar recolhidos, ou seja, estar diante de si e de Deus, e fazer um sério exame de consciência no fim do dia. Por que o demônio é muito esperto e pode acabar por enganar-nos. (MT)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Sínodo dos Bispos: propostos percursos penitenciais para divorciados recasados

2014-10-10




Cidade do Vaticano (RV) - Prosseguem, em seu quinto dia de atividades, os trabalhos da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada aos desafios pastorais da família no contexto da evangelização.

Celebrações penitenciais de tipo comunitária para divorciados recasados que desejam retornar à comunhão eclesial: esse foi um dos caminhos propostos durante a Congregação da tarde desta quinta-feira. As atividades da manhã desta sexta-feira tiveram foram protagonizadas pelo testemunho dos auditores e auditoras presentes.

Com seus testemunhos concluíram a primeira semana de atividades na Sala do Sínodo, que em seus trabalhos destes dias teve o pronunciamento de 180 Padres sinodais. Os temas apresentados na oitava e nona reunião da assembleia foram sintetizados na coletiva do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.

O tema "candente" debatido durante semanas e destacado pela mídia como se fosse o único desta assembleia recebeu notável espaço nos últimos pronunciamentos dos Padres na Sala do Sínodo.

Em particular, ressaltou o porta-voz vaticano, a assembléia ocupou-se dos divorciados recasados e das possibilidades que a condição deles encontre novos percursos de acolhimento no seio da Igreja:

"Um dos Padres ofereceu um modelo sobre como está buscando percorrer este caminho com os casais em questão, com as pessoas em questão, propondo interrogações para a reflexão sobre as conseqüências que aquilo que ocorreu pode ter tido para os filhos, ou mesmo se corrigiram os erros ou as atitudes injustas cometidas em relação ao outro cônjuge (...) Houve quem falou de formas, de atos eclesiais, com os quais buscar depois dar concretude a esse caminho penitencial. Por exemplo, celebrações, por assim dizer, 'jubilares' (...) a serem feitas inclusive comunitariamente."

Estreitamente ligado a este tema destaca-se o aspecto sacramental no que tange a possibilidade, por muitos evocada, de poder receber, sobretudo, a comunhão eucarística. Sobre este ponto, muito interessante, foi feita uma observação, frisou o Pe. Lombardi:

"Trata-se da observação que ressaltava o que havia feito o Papa São Pio X em seu tempo, permitindo a comunhão eucarística para as crianças: na época foi considerado extremamente revolucionário, extremamente inovador. Portanto, existem também exemplos de coragem por parte de um Papa – embora numa situação diferente daquela em que nos encontramos – ao refletir ou introduzir novidades no que pode referir-se à prática do acesso à Eucaristia."

Outro tema candente diz respeito à preparação para o matrimônio, que os Padres sinodais indicaram como algo do qual se deve cuidar com profundidade e por um tempo mais longo, vez que a brevidade dos percursos atuais – muitas vezes vividos pelos casais como uma imposição – não ajuda a compreender a sacralidade do vínculo de modo que, foi ressaltado, aquilo que afinal se percebe é a celebração de um rito mais do que do Sacramento.

Ademais, a assembleia sinodal sugeriu que se utilize o momento da homilia como lugar privilegiado para o anúncio do Evangelho da família.

As auditoras e os auditores presentes na Sala do Sínodo falaram difusamente sobre formação para o matrimônio e sobre acompanhamento dos casais. Os leigos sejam mais amplamente envolvidos nestes percursos de crescimento e de apoio, porque o "testemunho vivido" assume notável impacto nestes casos.

Da experiência das auditoras e dos auditores emergiu também – de modo análogo à convicção dos Padres sinodais, que esta quinta-feira reafirmaram a doutrina da Humanae Vitae de Paulo VI – o convite a aprofundar o conhecimento dos métodos naturais para a regulação da natalidade.

Sempre em sintonia com a opinião dos bispos, convencidos do peso da cultura e, consequentemente, do trabalho universitário em apoio à família, auditoras e auditores descreveram concretamente o peso específico do engajamento leigo tanto no campo acadêmico quanto no seio das instituições civis. Isso sem esquecer os frutos que o trabalho de muitos cristãos produz inclusive nos angulos mais  sombrios da sociedade, observou o Pe. Lombardi:

"O fato de ter um tipo de testemunho e de pastoral exercidos também por leigos, que olha para as muitas solidões que existem no mundo de hoje nas grandes cidades (...) como um serviço que chega a tantas pessoas sozinhas ou em dificuldade independentemente de participarem da vida da Igreja. Portanto, um serviço generoso e aberto que vai além dos confins da comunidade, digamos, praticante."

A segunda parte da manhã, após os pronunciamentos dos auditores, foi caracterizada pela primeira reunião dos chamados "Círculos menores": 10 grupos – três nas línguas inglesa e italiana, e dois nas línguas francesa e espanhola – que iniciarão seus trabalhos na próxima semana após a "Relatio post-disceptationem". (RL)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

10 de out. de 2014

Papa: "O Espírito Santo é o 'algo mais' que Deus nos dá"

 2014-10-09



 
Cidade do Vaticano (RV) – “Rezando, pedimos tantas coisas, mas o maior dom que Deus nos pode dar é o Espírito Santo”: foi o que disse o Papa Francisco na homilia matutina presidida na Casa Santa Marta. O Papa refletiu sobre o Evangelho do dia, que apresenta a parábola de um homem que insistindo, obtém de seu amigo aquilo que quer.

No Evangelho (Lucas 11), há três palavras-chave – adiantou o Papa: o amigo, o Pai e o dom. Jesus mostrou aos discípulos o que é a oração: é como um homem que à meia-noite foi pedir uma coisa a seu amigo. Na vida – observou ainda Francisco – existem amigos ‘de ouro’, que realmente dão tudo; e outros ‘mais ou menos’ bons. E isso ensina se formos inoportunos e intrometidos, a relação de amizade fará com que sejamos atendidos”, disse o Papa, citando o trecho do Evangelho.

“Jesus disse ainda: ‘Quem de vocês, sendo pai, se o filho lhe pedir um peixe, em vez do peixe lhe daria uma serpente? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?’ … ‘Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai do Céu!”.

Assim – prosseguiu Francisco – não só o amigo que nos acompanha em nossas vidas nos ajuda e nos dá o que lhe pedimos: também o Pai do Céu nos ama tanto. Jesus queria despertar a confiança na oração, e disse: “Peçam e lhes será dado; busquem e achareis, batam e se abrirá; porque quem pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bate, será aberto. Isto – afirmou o Papa – é a oração: pedir, tentar entender, bater à porta do coração de Deus. E o Pai dará o Espírito Santo a quem lhe pedir”.

“Este é o verdadeiro dom, este é o ‘algo mais’ de Deus. Deus jamais te dará um presente assim, sem alguma coisa que o torne mais bonito. O que Deus nos dá ‘a mais’ é o Espírito: é o verdadeiro dom do Pai é o que a oração não ousa esperar”.

“A oração – concluiu o Pontífice – se faz com o amigo, o companheiro de caminho da vida; se faz com o Pai e no Espírito Santo. O amigo é Jesus”:

É Ele que nos acompanha e nos ensina a rezar; e a nossa oração deve ser assim, trinitária. Às vezes dizem: ‘Creio em Deus’. Mas Deus não existe! Existe o Pai, o Filho e o Espírito Santo: são pessoas, não são uma idéia no ar... Este Deus-spray não existe! Existem pessoas! Jesus é o companheiro de caminho que nos dá o que pedimos; o Pai que cuida de nós e nos ama, e o Espírito Santo é o dom, é o ‘algo mais’ que nos dá o Pai, aquilo que a nossa consciência não ousa esperar”.
(CM)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

10 Out São Daniel Comboni - Bispo da África Central

Santo Daniel ComboniSão Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália), em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos. Aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos.
Em 1854 é ordenado sacerdote, quando contava 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música etc., partiu para África em 1857.
Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni.
Após dois anos, teve de regressar à Itália. Mas Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou “Plano para a regeneração da África”. A ideia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais, universidades, ao longo de toda a costa africana. Nestes centros formariam-se os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento.
Fundou em 1867 o Instituto para as Missões na África que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos.
Em 1877 é ordenado Bispo da África Central e logo a seguir ordena sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daqueles lugares, quando na Europa alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa.
Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha) etc, com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central.
Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte abençoa os seus companheiros dizendo: “Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá”.
Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.
São Daniel Comboni, rogai por nós!

Canção Nova 

São José, o maior devoto da Virgem Santíssima

Com sua vida, São José ensina a todos os cristãos a verdadeira devoção a Nossa Senhora: amá-la sem temor e sem reservas, por causa de Deus.

Ao executar o Seu plano de salvação, Deus também dispõe os meios pelos quais irá realizá-lo. Sendo Todo-Poderoso, Ele poderia redimir o homem de muitos modos. Fê-lo, no entanto, querendo depender do “sim” de uma Virgem, pedindo a colaboração de uma criatura.
Uma história apócrifa conta que, entre os pretendentes de Nossa Senhora, foram escolhidos alguns, das melhores e mais virtuosas famílias de Israel. Todos eles levavam consigo um bastão de madeira. Na hora da decisão, o bastão de São José floresceu de modo prodigioso, surgindo lírios em sua ponta, sinal da castidade que ele tinha jurado preservar. Imediatamente, então, uniram-se o seu coração e o da Virgem Santíssima, que também havia consagrado totalmente a sua virgindade a Deus. A história, se não é verdadeira, é bem contada. Como diriam os italianos, si non è vero è bene trovato.
O fato é que as Escrituras se referem a São José como um homem “justo” que, descobrindo a gravidez de Maria e “não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente” (Mt 1, 19). Alguém poderia perguntar como José podia ao mesmo tempo ser justo e ter querido dispensá-la em segredo, se a Lei mandava que o caso fosse julgado às claras. Os primeiros Padres da Igreja, como Orígenes, São Jerônimo, São Basílio Magno e Santo Efrém, são da opinião de que José não duvidava da honestidade de Maria, mas “queria deixá-la porque sabia que se tinha operado nela um grande mistério e se considerava indigno de viver em sua companhia” [1]. Foi então que o anjo apareceu a ele, comunicando-lhe a eleição que o próprio Senhor tinha feito de si: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (Mt 1, 20).
São José e Maria Santíssima eram realmente esposos e se amavam com verdadeira caridade. Infelizmente, tomados por uma visão distorcida de amor, olhamos para o casamento como uma realidade apenas carnal, quando o matrimônio é uma aliança eminente e essencialmente espiritual, transformada por Nosso Senhor em sacramento, sinal do Seu amor pela Igreja (cf. Ef 5, 21-33).
Santo Tomás de Aquino recorda que o amor pode ter vários objetos materiais: Deus, nós mesmos e o próximo [2]. No entanto, um só deve ser o objeto formal do amor: Deus mesmo. Isso significa amar todas as pessoas por causa de Deus. Dentro do matrimônio, quer dizer aproximar-se do outro como quem se aproxima do Santíssimo Sacramento. José, o esposo de Nossa Senhora, amava-a com amor de caridade e os teólogos chegam a dizer que o trono no qual estava sentado Lúcifer, antes da queda dos anjos, agora é ocupado pelo exemplar São José.
Há uma história famosa relacionada aos monges do Egito que ilustra como os homens de Deus, ao olhar para as criaturas, glorificam o Criador. Enquanto caminhavam na estrada, alguns monges se depararam com uma prostituta, diante da qual, para não pecar, todos viraram o rosto. Um dos monges, no entanto, olhando fixamente para aquela mulher, começou a chorar, pois tinha enxergado nela a grandeza de Deus. Se isso aconteceu com um simples religioso que avistou uma prostituta, quanto mais não aconteceria com São José e com a tota pulchra (toda bela) Virgem Maria, cuja alma resplandece diante do Senhor mais do que todas as criaturas! Não sem razão esse santo homem, contemplando a suma dignidade de Maria, temia tomá-la por esposa, pois enxergava as maravilhas que o Todo-Poderoso havia feito nela (cf. Lc 1, 49).
Muitos de nós tememos consagrar-nos inteiramente a Nossa Senhora porque, olhando os nossos pecados, nos achamos indignos de ser seus escravos. Também a nós o anjo do Senhor diz: “Não tenhas receio de receber Maria por sua senhora”. Que, de fato, a recebamos e, assim como São José, a amemos, por causa de Deus. Amemo-la por gratidão a Nosso Senhor, que verdadeiramente a entregou a nós como mãe, quando disse ao discípulo amado: “Eis aí a tua mãe” (Jo 19, 27). Assim como São José não teve medo de dedicar toda a sua vida para servir a Deus por meio de Nossa Senhora, não temamos recebê-la por Mãe e consagrar-nos a Cristo por suas mãos.

Referências

  1. Orígenes apud Santo Tomás de Aquino, Catena Aurea in Matthaeum, 1, 10
  2. Suma Teológica, II-II, q. 25, a. 12
Fonte: https://padrepauloricardo.org

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...