13 de set. de 2014

Por que a Cruz?


cruz4“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem” (Mt 24,30). A cruz é o símbolo do cristão, que nos ensina qual é nossa autêntica vocação como seres humanos.
Hoje parecemos assistir ao desaparecimento progressivo do símbolo da cruz. Desaparece das casas dos vivos e das tumbas dos mortos, e desaparece sobretudo do coração de muitos homens e mulheres a quem incomoda contemplar um homem cravado na cruz. Não devemos estranhar isto, pois já no início do cristianismo São Paulo falava de falsos irmãos que queriam abolir a cruz: “Pois há muitos dos quais muitas vezes eu vos disse e agora repito, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fl 3, 18).
Uns afirmam que é um símbolo maldito; outros que não houve tal cruz, e que era apenas um mastro; para muitos o Cristo da cruz é um Cristo impotente; há quem ensine que Cristo não morreu na cruz. A cruz é símbolo de humilhação, derrota e morte para todos aqueles que ignoram o poder de Cristo para mudar a humilhação em exaltação, a derrota em vitória, a morte em vida e a cruz em caminho para a luz.
Jesus, sabendo a repulsa que ia produzir a pregação da cruz, “começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito…que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor, isto jamais te acontecerá!’ Ele, porém, voltando-se para Pedro, disse: “Afasta-te de mim, Satanás!…porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!” (Mt 16, 21-23).
Pedro ignorava o poder de Cristo e não tinha fé na ressurreição, por isso quis apartá-lo do caminho que leva a cruz, mas Cristo lhe ensina que quem se opõe à cruz fica do lado de Satanás.
Satanás, o orgulhoso e soberbo, odeia a cruz, porque Jesus Cristo, humilde e obediente, venceu-o nela, porque “humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!”, e assim transformou a cruz em vitória: “Por isso Deus o sobrexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é sobre todo o nome” (Fl 2, 8-9).
Algumas pessoas, para nos confundir, perguntam-nos: Você adoraria a faca com que mataram o seu pai?
É obvio que não!
1º. Porque meu pai não tem poder para converter um símbolo de derrota em símbolo de vitória; mas Cristo sim tem poder. Ou você não crê no poder do sangue de Cristo? Se a terra que pisou Jesus é Terra Santa, a cruz banhada com o sangue de Cristo, com mais razão, é Santa Cruz.
2º. Não foi a cruz a que matou Jesus mas os nossos pecados. “Ele foi trespassado por causa das nossas transgressões, esmagado em virtude de nossas iniquidades. O castigo que havia de trazer-nos a paz caiu sobre Ele, sim, por suas feridas fomos curados”. (Is 53, 5). Como pode ser a cruz um sinal maldito, se nos cura e nos devolve a paz?
3º. A história de Jesus não termina na morte. Quando recordamos a cruz de Cristo, nossa fé e esperança se centram no ressuscitado. Por isso para São Paulo a cruz era motivo de glória (Gl 6, 14).
Ensina-nos os quem somos
A cruz, com seus dois madeiros, ensina-nos quem somos e qual é nossa dignidade: o madeiro horizontal nos mostra o sentido de nosso caminhar, ao qual Jesus Cristo se uniu fazendo-se igual a nós em tudo, exceto no pecado. Somos irmãos do Senhor Jesus, filhos de um mesmo Pai no Espírito! O madeiro que suportou os braços abertos do Senhor nos ensina a amar nossos irmãos como a nós mesmos. E o madeiro vertical nos ensina qual é nosso destino eterno. Não temos morada aqui na terra, caminhamos para a vida eterna. Todos temos uma mesma origem: a Trindade que nos criou por amor. E um destino comum: o céu, a vida eterna. A cruz nos ensina qual é nossa real identidade.
Recorda-nos o Amor Divino
“Pois Deus amou tanto ao mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3, 16). Mas como o entregou? Acaso não foi na cruz? A cruz é a lembrança de quanto amor o Pai tem por nós e do amor maior de Cristo, que deu a vida por seus amigos (Jo 15, 13). O demônio odeia a cruz, porque nos recorda o amor infinito de Jesus. Leia: Gálatas 2, 20.
Sinal de nossa reconciliação
A cruz é sinal de reconciliação com Deus, conosco mesmos, com os humanos e com toda a ordem da criação em meio a um mundo marcado pela ruptura e pela falta de comunhão.
O sinal do cristão
Cristo tem muitos falsos seguidores que o buscam só por seus milagres. Mas Ele não se deixa enganar, (Jo 6, 64); por isso advertiu: “Aquele que não toma sua cruz e me segue não é digno de mim” (Mt 10, 38).
Objeção: A Bíblia diz: “Maldito o que pende do madeiro…”.
Resposta: Os malditos que merecíamos a cruz por nossos pecados éramos nós, mas Cristo, o Bendito, ao banhar com seu sangue a cruz, converteu-a em caminho de salvação.
Contemplar a cruz com fé nos salva
Jesus disse: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, para que todo aquele que crer tenha nele vida eterna” (Jo 3, 14-15). Ao ver a serpente, os feridos de veneno mortal ficavam curados. Ao ver o crucificado, o centurião pagão tornou-se crente; João, o apóstolo que presenciou o fato, converteu-se em testemunha. Leia: João 19, 35-37.
Força de Deus
“Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus” (1Cor 1, 18), como foi para o centurião, que reconheceu o poder de Cristo crucificado. Ele vê a cruz e confessa um trono; vê uma coroa de espinhos e reconhece um rei; vê um homem com os pés e mãos cravados e invoca um salvador. Por isso o Senhor ressuscitado não apagou de seu corpo as chagas da cruz, mas mostrou-as como sinal de sua vitória. Leia: João 20, 24-29.
Síntese do Evangelho
São Paulo resumia o Evangelho como a pregação da cruz (1Cor 1,17-18). Por isso o Santo Padre e os grandes missionários pregaram o Evangelho com o crucifixo na mão: “Os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca de sabedoria; nós, porém anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo (porque para eles era um símbolo maldito), para os gentios é loucura (porque para eles era sinal de fracasso), mas para aqueles que são chamados, …, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor1, 23-24).
Hoje há muitos católicos que, como os discípulos de Emaús, vão-se da Igreja porque acreditam que a cruz é derrota. Jesus sai ao encontro de todos eles e lhes diz: “Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse na sua glória?” Leia: Lucas 24, 25-26. A cruz é, pois, o caminho à glória, o caminho à luz. Quem rechaça a cruz não segue Jesus. Leia: Mateus 16, 24
Nossa razão, dirá João Paulo II, nunca vai poder esgotar o mistério de amor que a cruz representa, mas a cruz pode dar à razão a resposta última que esta procura. São Paulo coloca, não a sabedoria das palavras, mas a Palavra da Sabedoria como critério, simultaneamente, de verdade e de salvação» (JP II,Fides et ratio, 23).

Papa Francisco: Passar do 'a mim, que me importa?' ao pranto

2014-09-13




 Redipuglia (RV) - Papa Francisco faz visita a Redipuglia, região de Friuli-Veneza Júlia, como uma peregrinação para lembrar as vítimas da I Guerra Mundial, os mortos de todos os conflitos, e para lançar uma mensagem de paz ao mundo. Nesta manhã de sábado (14), o Pontífice celebrou uma missa de sufrágio, no Cemitério Militar da cidade.

Logo no início da sua homilia, em missa que foi acompanhada pelos cardeais de Viena e Zagabria, além de bispos provenientes da Eslovênia, Áustria, Hungria, Croácia e das dioceses daquela região italiana, Papa Francisco declarou que “a guerra é uma loucura”.

"Enquanto Deus cuida da sua criação e nós, os homens, somos chamados a colaborar na sua obra, a guerra destrói; destrói até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano. A guerra transtorna tudo, incluindo a ligação entre irmãos. A guerra é louca, propõe a destruição como plano de desenvolvimento: querer desenvolver-se através da destruição!" 

O Pontífice disse ainda que “a ganância, a intolerância e a ambição do poder são motivos que impelem à opção bélica”. Esses motivos, prosseguiu Francisco, são muitas vezes justificados por uma ideologia; “mas, antes dessa, existe a paixão, o impulso desordenado”.

"A ideologia é uma justificação e, mesmo quando não há uma ideologia, pensa-se: “A mim, que me importa?”. “A mim, que me importa?”. Tal foi a resposta de Caim: “Sou, porventura, guarda do meu irmão?”. A guerra não respeita ninguém: nem idosos, nem crianças, nem mães, nem pais. “A mim, que me importa?” Por cima da entrada deste cemitério, campeia irônico o lema da guerra: “A mim, que me importa?” Todas as pessoas, cujos restos repousam aqui, tinham seus projetos, seus sonhos, mas as suas vidas foram ceifadas. A humanidade disse: “A mim, que me importa?”"

Papa Francisco recorda que, mesmo hoje, depois do segundo falimento de outra guerra mundial, “talvez se possa falar de uma terceira guerra combatida ‘por pedaços’ com crimes, massacres, destruições”.

"Para serem honestos, os jornais deveriam ter como título da primeira página: “A mim, que me importa?” Caim diria: “Sou, porventura, guarda do meu irmão?” Essa atitude é, exatamente, o contrário daquilo que Jesus nos pede no Evangelho que ouvimos: Ele está no mais pequeno dos irmãos; Ele, o Rei, o Juiz do mundo, é o faminto, o sedento, o estrangeiro, o doente, o encarcerado. Quem cuida do irmão, entra na alegria do Senhor; quem, pelo contrário, não o faz, quem diz, com as suas omissões, “a mim, que me importa?”, fica fora."

O Santo Padre fez menção a tantas vítimas, ao pranto, tristeza e dor gerados por todas as guerras. E fez um questionamento em voz alta: “Como é possível isso? É possível, porque ainda hoje, nos bastidores, existem interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder; e há a indústria das armas, que parece ser tão importante!”.

"E estes planificadores do terror, estes organizadores do conflito, bem como os fabricantes das armas escreveram no coração: “A mim, que me importa?” É próprio dos sábios reconhecer os erros, provar tristeza por eles, arrepender-se, pedir perdão e chorar. Com essa disposição “a mim, que me importa?” que têm no coração, os negociantes da guerra talvez ganhem muito, mas o seu coração corrupto perdeu a capacidade de chorar. Aquele “a mim, que me importa?” impede de chorar. Caim não chorou. Hoje a sombra de Caim estende-se sobre nós aqui, neste cemitério. Vê-se aqui! Vê-se na história que vem de 1914 até aos dias de hoje; e vê-se também em nossos dias. Com coração de filho, de irmão, de pai, peço a vós todos e para todos nós a conversão do coração: passar daquele “a mim, que me importa?” para o pranto. Por todos os mortos daquele “inútil massacre”, por todas as vítimas da loucura da guerra de todos os tempos, a humanidade precisa chorar; e esta é a hora do pranto." (AC)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

QUAL É O MEU VALOR PARA DEUS?

“Deus precisou de apenas uma palavra para criar-nos mas  deu  seu  sangue para redimir-nos.
Se ás vezes  te sentes frustrado por tuas misérias, recorda quanto custastes”.


Santo Agostinho

Certo dia em minhas reflexões eu estava pensado sobre o meu valor para o mundo, para as pessoas que estão a minha volta, e para Deus. Para as pessoas que realmente mim conhece e convivo eu acredito que represento algo, mas diante do mundo eu não só ninguém. Em meu coração mim venho a perguntar você diante de Deus? você tem valor? qual?. E mim veio uma grande alegria de sabe que eu sou muito valioso para Deus, não por merece, e sim pela sua misericórdia.

Estão vi que, o que importa é o valor que eu e você temos para Deus. Este valor que nos temos para Deus é um valor único. Não tem nada, mais nada que vala mais do que eu e você para Deus. Lembre-se  sempre, que, quando  parecer  que ninguém ti valoriza.  Que você é  precioso(a)para Deus. E tão alto é o nosso valor, que valemos cada gota do sangue de Jesus, e nosso nome está cravado em suas mãos.  

Por Leandro 

Conhecendo um pouco da vida de São João Crisóstomo, Doutor da Igreja

joao-crisostomoO beato João XXIII  proclamou-o padroeiro do Concílio Vaticano II
É o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia, Síria. Educado pela mãe, Santa Antusa, viveu vida monástica dentro de casa, nos anos de sua juventude. Quando morreu sua mãe, retirou-se para o deserto e aí permaneceu seis anos, dos quais os dois últimos passou no retiro solitário em uma caverna, em detrimento da saúde física.
Foi ordenado sacerdote pelo bispo Fabiano, em Antioquia. Os sermões de João duravam horas inteiras, por isso o chamavam de Crisóstomo (“Boca de ouro”). As multidões se acotovelavam para ouvir seus sermões. Em 398 foi chamado para substituir o patriarca Netário em Constantinopla. Aí criou hospitais, promoveu procissões contra a heresia ariana; pregava sermões “de fogo” com que atacava os vícios e as friezas, severas advertências aos monges indolentes e aos eclesiásticos dominados pela riqueza. Teve muitas lutas com a corte bizantina, o imperador Acádio e a imperatriz Eudóxia.
O ano de 387 foi “o ano heroico” de João, o da chamada “revolta das estátuas”. O povo derrubou as estátuas imperiais, em sinal de protesto contra o aumento das taxas. Ele pronunciou as suas 22 vibrantes homilias sobre as estátuas.
Como patriarca da capital do Império, viu-se com frequência envolvido em questões e intrigas políticas.  Outro pretexto contra ele foi a presença de alguns monges egípcios, excomungados pelo patriarca Teófilo de Alexandria que se refugiaram em Constantinopla. Denunciava os pecados dos ricos e da corte, amava os pobres; era amado pelo povo, embora odiado pelo imperador e pela imperatriz. Dizia a verdade e não temia os poderosos. Um fato o colocou em desgraça com a corte imperial. Um ministro poderoso chamado Eutrópio caiu em desgraça diante de Arcádio e Eudóxia; Eutrópio, perseguido, refugiou-se na basílica de Santa Sofia, invocando o direito de asilo que ali existia. São João Crisóstomo o defendeu e protegeu contra o imperador e a imperatriz. Além do mais Crisóstomo incomodava o alto clero em sua vida fácil e cortesã, acusando-os de simonia, e os monges que andavam rompidos com seus conventos. Denunciava os desvios morais das damas.
São João Crisóstomo tinha um forte inimigo, o bispo de Alexandria, o orgulhoso Teófilo, que esperava ser o patriarca de Constantinopla no lugar seu lugar. Teófilo se uniu a Eudóxia contra São João, de modo que num falso sínodo em Carvalho, 36 bispos  inimigos de São João, o depuseram (“Conciliábulo de Carvalho”), em 403. Então, o imperador Arcádio o exilou na Bitínia com grande dificuldade, enfrentando o povo. Após este primeiro exílio houve um forte tremor de terra em Constantinopla que a imperatriz Eudóxia interpretou como um sinal do céu em favor de São João; o fez voltar do exílio. O patriarca foi  aclamado pelo povo e recebido por cerca de trinta bispos.
Mas as intrigas contra o santo continuaram. Em 404 houve a expulsão dos presbíteros encarregados dos Batismos na Vigília pascal, o que marcou o reinício da perseguição a Crisóstomo e dos seus seguidores, os chamados “Joanitas”. Na ocasião da inauguração **bacanalesca** de uma imagem de Eudóxia, o patriarca criticou a imoralidade. E São João foi exilado a segunda vez na Ásia. O Papa Inocêncio I (401-417) informado por São João,  condenou as decisões do “Conciliábulo de Carvalho”; mas não podia fazer muito e Arcádio fez o santo desaparecer no Cáucaso, em 406, em Cucusa, na Armênia. O deslocamento extenuante de Cucusa para Pytius, foi feito para impedir as visitas dos fiéis. Do exílio escreveu comovedoras e numerosas cartas onde manifestava as suas preocupações pastorais.
São João Crisóstomo morreu neste segundo exílio, de maus tratos, em 14 de setembro de 407, em Comano no Ponto. Era o dia da Exaltação da Santa Cruz. Sua morte se deu numa capela dedicada ao mártir São Basilisco, que na noite anterior à sua morte lhe apareceu em sonho e disse: “Coragem, meu irmão João, amanhã estaremos juntos”. Foi sepultado ao lado do mártir (Palladio, Vita 119).
É considerado mártir da Igreja. Morreu dizendo: “Seja dada glória a Deus em tudo”. O bispo Proclo obteve do imperador o translado do corpo de São João para Constantinopla; as relíquias chegaram em 21 de janeiro de 438 recebidas por milhares de barcos iluminados.
A sua reabilitação aconteceu em  438 com Teodósio II (408-450). O próprio Teodósio II, apesar de tudo, presidiu a deposição das relíquias na Basílica dos Santos Apóstolos, túmulo dos reis, em Constantinopla, e depois transladadas em 1204 para Roma, para a primitiva Basílica constantiniana, e agora estão na capela do Coro dos Cônegos da Basílica de São Pedro. Em 24 de Agosto de 2004 uma considerável parte delas foi doada pelo Papa João Paulo II ao Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla. A memória litúrgica do santo celebra-se a 13 de setembro. O beato João XXIII proclamou-o padroeiro do Concílio Vaticano II.
Crisóstomo coloca-se entre os Padres mais fecundos: dele chegaram até nós 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas, os comentários a Mateus e a Paulo (Cartas aos Romanos, aos Coríntios, aos Efésios e aos Hebreus), e 241 cartas. Não foi um teólogo especulativo, mas transmitiu a doutrina tradicional e segura da Igreja numa época de controvérsias teológicas por causa do arianismo, isto é, a negação da divindade de Cristo.
São numerosos os escritos do santo: Sobre o Sacerdócio, Exortação a Teodoro I e II, Tratado sobre a compunção, Comentário à primeira e segunda Carta aos Coríntios; Contra os adversário da vida monástica, Da incompreensibilidade de Deus, Da providência de Deus; Cartas a Olympia e muitas homilias que chegaram  a nós. Foi proclamado pelo Papa São Pio X, padroeiro dos pregadores. (Arrarás, 1983). Gostava de lembrar aos fiéis: “Nunca te esqueças de que Deus  fez de ti seu amigo”. (João Crisóstomo, n. 27/1 e 2, (2010).
Próximo da morte, escreveu que o valor do homem consiste no “conhecimento exato da verdadeira doutrina e na retidão da vida” (Carta do exílio).

Fonte: Cleofas 

13 SET São João Crisóstomo, Doutor da Igreja

São João CrisóstomoDoutor da Igreja, Boca de Ouro, Alma de Anjo e Coração de Pai. É o santo que celebramos neste dia: São João Crisóstomo. Nascido de família distinta, em Antioquia no ano 348. Depois da morte do pai, sua jovem mãe tratou de providenciar os melhores professores deste amado menino.
João nasceu com alma monástica, tanto que, por duas vezes passou anos no silêncio do deserto; por causa da precária saúde voltou da vivência religiosa mais retirada e em Antioquia foi ordenado sacerdote. Famoso devido ao seu dom de comunicar a Palavra de Deus, Crisóstomo não demorou a abraçar a cruz do governo pastoral da diocese de Constantinopla, já que o imperador fez de tudo para isto.
Ao perceber a má formação do clero, entregue à ambição e à avareza, o santo começou a exigir vida de pobreza e simplicidade evangélica daqueles que precisavam ser exemplo para o rebanho.
Devido aos naturais atritos com o clero e fervorosas pregações contra o luxo e imoralidades da vida social, São João teve problema com a imperatriz Eudóxia, que começou o movimento causador dos seus dois exílios, sendo que no último, os sofrimentos da longa viagem e os maus tratos foram mortais! Amado pelo povo e respeitado por todos, São João Crisóstomo morreu em 407 e deixou, além do belo testemunho dos dez anos de pontificado, suas últimas palavras as quais resumiram sua vida: “Glória seja dada a Deus em tudo!”.
São João Crisóstomo, rogai por nós!
Canção Nova 

Simples voz ou Palavra de Deus?

biblia-495x400O Imperador Trajano (98-117) em 107 quis oferecer ao povo de Roma “grandioso espetáculo”: homens ilustres e gladiadores seriam expostos a 11.000 feras no Coliseu, a fim de que o público presenciasse a luta e “se divertisse”.¹ Entre os condenados, estava um cristão chamado Inácio, bispo de Antioquia (Síria). Fora preso por causa da sua fé. Durante a viagem para Roma, a escolta que o acompanhava fez escala em Esmirna (Turquia de hoje); aí Inácio resolveu  escrever uma carta aos cristãos de Roma…
E que lhes diria? – Queria pedir-lhes que não intercedessem em seu favor junto às autoridades imperiais, mas deixassem que fosse levado até o certame final e o martírio. ² Dessa carta merece destaque, entre outros, o seguinte trecho:
“Se vos calardes a meu respeito, serei Palavra (Lógos) de Deus; se, porém, amardes a minha carne, serei simples voz (phoné)” (n.º 2).
A distinção entre phoné – simples voz – e lógos – palavra ou discurso significativo – era usual entre os antigos. S. Inácio a aplica a si: o martírio ou o testemunho de Cristo proferido até a morte  cruenta o tornará palavra de Deus; caso contrário, perderia a grande oportunidade da sua vida e se julgaria reduzido à condição de simples sopro.
Os dizeres de S. Inácio têm valor perene. Lembram-nos que todo homem, por seu teor de vida, pode assumir três configurações:
- será simples voz, sem significado, caso ceda à futilidade, supondo um coração vazio;
- será palavra… de homem, caso sua vida se norteie pelas luzes  da mera razão ou pela mensagem de um filósofo sem fé;
- será Palavra… de Deus, desde que o cristão faça da mensagem do Senhor o dínamo da sua existência. Em tal caso, o seu viver já é Palavra de Deus. Tal é a dignidade máxima que a vida humana possa assumir, qualquer que seja a sua classe social; despretensiosa, voltada para os afazeres modestos de cada dia, tal existência traduz concretamente a mensagem de  Deus. Mesmo que fale pouco, tal vida é eloqüente e persuasiva; ela levanta os ânimos e abre horizontes… O mundo procura tal tipo de existência, pois está cheio de vozes (phonai), mas carente de Logos (Palavra) de Deus.
Todo cristão é chamado a responder a tal anseio, fazendo de sua vida a expressão da mensagem de Deus.
Dom Estêvão Bettencourt
¹ Não sem razão se diz que o povo da antiga Roma se contentava com panes et circenses (pão e espectáculos de circo).
² “Deixai que seja presa dos animais ferozes; por eles chegarei a Deus; oxalá seja moído pelos dentes dos animais, para tornar-me o pão puro de Cristo” (n.º 4).
Fonte: Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”, D. Estevão Bettencourt, osb.,Nº 351 – Ano 1991 – Pág.  337.

Madri e Roma celebram novo beato da Igreja

foto29No dia 27 de setembro, em Madri, ocorrerá a Beatificação de Dom Álvaro Del Portillo, sucessor de São Josemaría à frente do Opus Dei.
A capital espanhola, cidade natal de Dom  Álvaro, deverá receber 100 mil pessoas, vindas de 60 países para a celebração.
O comitê organizador da beatificação divulgou ainda que haverá vários eventos também em Roma, onde repousam os restos mortais do novo beato.
De 29 de setembro a 02 de outubro, os fiéis que forem a Roma poderão visitar os restos mortais de Dom Álvaro, na Basílica de Santo Eugênio. O corpo será traslado da Igreja Prelatícia de Santa Maria da Paz.
Nesses dias ocorrerá, no pátio da própria Basílica, uma exposição sobre sua vida, com destaque para as várias obras sociais e educativas que ele impulsionou em diversos países.
Haverá, também, uma campanha de coleta de donativos para o desenvolvimento de três projetos sociais voltados para a mulher e para a infância na África, que surgiram do desejo de Dom Álvaro, assim como para a criação de uma bolsa para sacerdotes africanos que estudam em Roma.
No dia 30 de setembro, ocorrem duas missas em ação de graças nas Basílicas de São João de Latrão  e Santa Maria Maior.
Em primeiro de outubro, os fiéis poderão participar da audiência geral com o Papa Francisco na Praça de São Pedro, para manifestar desse modo sua união com o Sucessor de Pedro e seu agradecimento pela beatificação.
No dia 02 de outubro, aniversario de fundação do Opus Dei, se celebra ato de adoração eucarística, na Basílica de Santo Eugênio, seguido por uma bênção com relíquia do Beato Álvaro. As celebrações se encerram com o traslado de seu corpo de volta à Igreja de Santa Maria da Paz.

Fonte: http://cleofas.com.br/

12 de set. de 2014

Como o Matrimônio é um sacramento, se ele já existia antes de Cristo?

Se o Matrimônio já existia antes de Nosso Senhor, como é possível que ele seja um sacramento? Esta pergunta, que pode parecer ociosa, está no coração de um debate que remonta à própria Reforma Protestante. Reunidos na dieta de Augsburgo, os luteranos, alegando que, como “o matrimônio não foi originalmente instituído no Novo Testamento, mas no início, imediatamente na criação da raça humana”, e como “tem promessas, não tanto vinculadas ao Novo Testamento, mas à vida corporal” [1], não poderia ser considerado um verdadeiro sacramento.
Nós, católicos, ao contrário, cremos firmemente que “a aliança matrimonial, (...) ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, (...) foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor” [2]. Isto é, o pacto natural existente entre o homem e a mulher, com vista à realização pessoal de ambos, por meio de uma vida virtuosa, foi de algum modo perturbado pelo drama do pecado original: injustiças, ciúmes e outras doenças afetivas começaram a fazer parte do convívio entre os dois. Nosso Senhor, então, veio redimir a realidade conjugal, transformando o homem em um ser capaz não só de virtude, mas também de santidade.
É possível dizer, então, que o problema dos protestantes com o Sacramento do Matrimônio está ligado à sua doutrina herética sobre a justificação. Para a visão religiosa protestante, a santidade não é possível: o ser humano entra no Céu como um pecador disfarçado, coberto pelo sangue de Cristo, mas, ainda assim, cheio de pecados. Nós, católicos, por outro lado, cremos firmemente que a graça de Deus pode fecundar o agir humano, tornando-nos capazes de realizar atos verdadeiramente sobrenaturais, a fim de chegarmos à união com Ele já nesta vida.
Isso interfere profundamente na realidade do Matrimônio. Afinal, é o próprio Espírito Santo quem compara a aliança matrimonial à união de Cristo e da Igreja, por meio da pena de São Paulo, Apóstolo: “τὸ μυστήριον τοῦτο μέγα ἐστίν, ἐγὼ δὲ λέγω εἰς Χριστὸν καὶ εἰς τὴν ἐκκλησίαν - Este mistério é grande: eu digo isto com relação a Cristo e à Igreja” [3]. Então, entre os casais batizados, é firmada uma aliança que significa a própria entrega de Nosso Senhor por Sua Igreja.
Mas, como ensina o Catecismo, “os sacramentos são sinais eficazes da graça” [4]. Quando opera, então, a graça do Matrimônio? A partir do momento em que os cônjuges começam a submeter-se um ao outro por amor a Cristo. Eles tornam-se aptos não só a viver a virtude, cumprindo o Decálogo, mas a viver a santidade, amando de verdade a Deus, com amor sobrenatural. Buscando sustento n’Ele e aproximando-se um do outro como se aproximam do Santíssimo Sacramento, os dois ganham forças para viver o casamento como meio de santificação, criando e educando seus filhos, resistindo às tentações da carne e vivendo a fidelidade conjugal.
Por isso, o Sacramento do Matrimônio é uma realidade da Nova Aliança. Se o pecado original manchou a relação entre o homem e a mulher, a graça de Nosso Senhor a torna límpida e resplanedecente aos olhos dos homens.
Fonte: Blog Padre Paulo Ricardo 

Papa: a correção fraterna é dolorosa, porque é feita com amor, verdade e humildade

 2014-09-12 




Cidade do Vaticano (RV) –  A verdadeira correção fraterna é dolorosa, porque é feita com amor, na verdade e com humildade. Foi o que disse o Papa na homilia matutina na Casa Santa Marta, no dia em que a Igreja celebra a Memória litúrgica do Santíssimo Nome de Maria.

No Evangelho do dia, Jesus adverte os que veem o cisco no olho do irmão e não percebem a trave que está no próprio olho. Comentando este trecho, o Papa Francisco voltou a falar da correção fraterna. Antes de tudo, o irmão que erra deve ser corrigido com caridade:

“Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade. Não se pode fazer uma cirurgia sem anestesia: não se pode, pois o doente morrerá de dor. E a caridade é como uma anestesia, que ajuda a receber o tratamento e aceitar a correção. Apartar-se e conversar, com mansidão e com amor”.
Em segundo lugar – prosseguiu -, é preciso falar em verdade: “Não se deve dizer algo que não seja verdade. Quantas vezes nas nossas comunidades são ditas coisas de outra pessoa que não são verdadeiras: são calúnias. Ou, se são verdadeiras, se acaba com a fama daquela pessoa”. “As intrigas ferem – reiterou o Papa, são tapas à fama de uma pessoa, ao seu coração”. Certamente – observou ainda Francisco –, “quando nos dizem a verdade, não é belo ouvi-la, mas se dita com caridade e amor, é mais fácil aceitá-la”.

O terceiro ponto é corrigir com humildade: “Se é preciso corrigir um defeito pequenino ali, pense que você tem outros muito maiores!”:

“A correção fraterna é um ato para curar o corpo da Igreja. Há um buraco, ali, no tecido da Igreja que temos de consertar. E, como as mães e avós, quando remendam, o fazem com tanta delicadeza, assim se deve fazer a correção fraterna. Se você não é capaz de fazê-la com amor, com caridade, na verdade e com humildade, você irá fazer uma ofensa, uma destruição no coração daquela pessoa, será uma conversa a mais, que fere; e você se tornará um hipócrita cego, como diz Jesus; ‘Hipócrita, tire primeiro a trave do seu olho. ... '. Hipócrita! Reconheça que você é mais pecador do outro, mas você como irmão deve ajudar a corrigir o outro”.

“Um sinal que talvez nos possa ajudar” - observou o Papa - é o fato de sentir “um certo prazer” quando “alguém vê algo errado”, e que considera necessário corrigir: você tem que ter “cuidado, porque isso não é do Senhor”:

“No Senhor, sempre há a cruz, a dificuldade de fazer uma coisa boa; o Senhor é sempre amor que nos leva à mansidão. Não julgue. Nós, cristãos, temos a tentação de nos fazermos como doutores: sair do jogo do pecado e da graça, como se fôssemos anjos ... Não! É o que Paulo diz: ‘Não aconteça que, depois de pregar a outros, eu mesmo seja desqualificado’. E um cristão que, na comunidade, não faz as coisas – também a correção fraterna – na caridade, na verdade e com humildade, é um desqualificado! Ele não conseguiu se tornar um cristão maduro. Que o Senhor nos ajude neste serviço fraterno, tão bonito e tão doloroso, para ajudar os nossos irmãos e irmãs a serem melhores e nos ajude a sempre fazê-lo com caridade, na verdade e com humildade”. (SP-BF)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Festa do Santíssimo nome de "Maria" (última parte)

Bem-aventurados os que amam a Maria
Feliz, feliz aquele que Vos ama, ó Maria, Mãe dulcíssima" - exclama Santo Afonso de Ligório. São João Berchmans, da Companhia de Jesus, costumava dizer: Se amo a Maria, estou certo da minha perseverança e de Deus obtenho tudo o que quiser. Renovava por isso sem cessar este propósito: Quero amar a Maria, quero amá-La sempre.
Oh! como esta boa Mãe excede em amor a todos os seus filhos! Amem-Na estes quanto puderem, sempre serão vencidos pelo amor que lhes consagra Maria, observa Pseudo-Inácio, mártir.
Tenham-lhe a mesma ternura de amor com que A tem amado tantos de seus servos, que já nem sabiam o que mais fazer como prova muito que Lhe bem-queriam. (...)
Nossa Senhora da Pureza-Capela do Mosteiro da Pureza - Pagani - Italia.jpg
 O nome de Maria cura os males do pecador com maior 
eficácia do que a dos unguentos mais procurados; não 
há doença, por desastrosa que seja, que não ceda
imediatamente à voz desse bendito nome".
Estava uma vez ao pé de uma imagem de Maria o Venerável Afonso Rodriguez, da Companhia de Jesus. Abrasado de amor para com a Santíssima Virgem, disse-lhe: Minha Mãe amabilíssima, bem sei que Vós me amais; mas Vós não me quereis tanto quanto eu Vos amo. Então, Maria, como que ofendida em seu amor, lhes respondeu: Que dizes, Afonso, que dizes? Oh! Quanto é maior o meu amor por ti do que o teu por Mim! Sabe, lhe disse, que do meu amor ao teu há mais distância do que do céu à Terra.
Tem, pois, razão São Boaventura ao exclamar: Bem-aventurados aqueles que tem a felicidade de ser fiéis servos e amantes desta Mãe amantíssima! Sim, porque esta gratíssima Rainha não admite que em amor A vençam os seus devotos servidores. Maria, imitando nisto a Nosso Senhor Jesus Cristo, com seus benefícios e favores dá a quem A ama o seu amor duplicado.
Ao amor de Mãe, deve corresponder nosso amor de filhos
Sendo assim, ao amor de Mãe que nos tem Maria, devemos corresponder com nosso amor de filhos. Pois é justo que nosso coração se mostre conquistado pelo seu. Se nós A amamos, devemos nos comprazer com sua lembrança, falar dEla com agrado e obedecê-La com diligência (...)
Devemos nos esforçar por imitá-La. A mais bela homenagem que um filho pode render à sua mãe é de lhe reproduzir os traços em sua própria conduta. Que nosso coração, portanto, seja semelhante ao de Maria. Antes de tudo, que ele seja puro como o dEla; evitemos, pois, a imundície do pecado. Que nosso coração seja bom e terno como o dEla; compassivo, acolhedor, benévolo, generoso. Portanto, que nada exista de duro em nossos pensamentos nem em nossas palavras, em relação ao nosso próximo.
Enfim, que nosso coração seja forte, como o dEla, indomável quando se trata da salvação das almas, não abandonando jamais o terreno, quando nos tenha sido confiado o regate de uma alma, trabalhando para isto com o perigo de nossa própria vida. Portanto, nada dessas timidezes que se recusam a abordar as almas, nada de covardias que recuam diante dos dificuldades. (Clá Dias, João - Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado, Artpress, São Paulo, 1997, p. 299 à 304)
Fonte: http://www.arautos.org/

Festa do Santíssimo nome de "Maria" (segunda parte)

Nome terrível para os demônios
Concluímos com estas fervorosas palavras do venerável Tomás de Kempis, a respeito do glorioso nome da Mãe de Deus:
Os espíritos malignos tremem ante a Rainha dos Céus, e fogem como se corre do fogo, ao ouvir seu santo nome. Causa-lhes pavor o santo e terrível nome de Maria, que para o cristão é um extremo amável e constantemente celebrado.
Não podem os demônios comparecer nem poder por em jogo suas artimanhas onde vêem resplandecer o nome de Maria. Como trovão que ressoa no céu, assim caem derrubados ao ouvirem o nome de Santa Maria. E quanto mais amiúde se profere este nome, e mais fervorosamente se invoca, mais céleres e para mais longe escapam.
Nome a ser continuamente invocado
De outro lado, os Santos Anjos e os espíritos dos justos se alegram e se deliciam com a devoção dos fiéis, ao verem com quanto afeto e frequência celebram estes a memória de Santa Maria, cujo glorioso nome aparece em todas as igrejas do orbe, que tem especialmente consagradas a seu louvor. E é justo e digno que acima de todos os Santos seja honrada na Terra a Mãe de Deus, a quem os Anjos veneram todos a uma só voz, com sublimes cânticos.
Seja, pois, o nome de Maria venerado por todos os fiéis, sempre amado pelos devotos, vinculado aos religiosos, recomendado aos seculares, anunciado pelos pregadores, infundindo aos atribulados, invocado em toda sorte de perigos. É desejo de Deus que os homens amem a Nossa Senhora.
É desejo de Deus que os homens amem a Nossa Senhora
Devemos amar a Santíssima Virgem - escreve Santa Antônio Maria Claret - porque Deus o quer. (...) Ele próprio nos dá exemplo e nos incita a amar a Maria: O Padre Eterno A escolheu por Filha sua muito amada; o Filho Eterno A tomou por Mãe, e o Espírito Santo, por Esposa. Toda a Santíssima Trindade A coroou como Rainha e Imperatriz do Céu e da terra, e A constituiu dispensadora de todas as graças (...)
Devemos amar a Maria Santíssima porque Ela o merece, pelo cúmulo de graças que recebeu sobre a Terra, pela eminência da glória que possui no Céu, pela dignidade quase infinita de Mãe de Deus a que foi exaltada, e pelas prerrogativas inerentes a esta sublime dignidade. (...) Devemos amar a Maria Santíssima e ser seus devotos verdadeiros, porque a devoção a Ela é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação.

Fonte: http://www.arautos.org/

Festa do Santíssimo nome de "Maria" (Primeira parte)


"Este nome tem mais virtude do que todos os nomes dos Santos para confortar os débeis, curar os enfermos, iluminar os cegos, abrandar os corações endurecidos, fortificar os que combatem, dar ânimo aos cansados
e derrubar o poderio dos demônios"
O nome de Maria é como um bálsamo que corre agradavelmente sobre os membros dos enfermos e os penetra com eficácia. Ele é semelhante a este óleo que, por suas unções, reanima e suaviza, dá força, flexibilidade e saúde. Mais do que o nome de todos os Santos. O de Maria nos repousa de nossas fadigas, cura todos os nossos males, ilumina nossa cegueira, comove nosso endurecimento e nos encoraja em nossos desânimos. Maria é a vida e a respiração de seus servidores, a saúde dos enfermos, o remédio dos pecadores. Ricardo de São Vítor, interpretando estas palavras do Eclesiastes (VII, 2): "É melhor o bom nome do que os bálsamos preciosos", as aplica assim à Bem-aventurada Virgem: "O nome de Maria cura os males do pecador com maior eficácia do que a dos unguentos mais procurados; não há doença, por desastrosa que seja, que não ceda imediatamente à voz desse bendito nome".
Nossa Senhora do Bom Conselho - Genazzano - Itália.jpg
 O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os
seus tesouros à disposição da  alma que o invoca.
Nosso Divino Salvador, se não me engano, no-lo quis recomendar quando, ressuscitando dos mortos, o primeiro nome que aflorou em seus lábios foi o de Maria.
Com efeito, dirigindo-se à Madalena, a primeira a quem Ele aparecia após sua Ressurreição, disse-lha (Jo XX, 16): "Maria", para nos significar que o nome de Maria encerra a vida em si mesmo, e se harmoniza tão bem com a vida imortal, que merece ser o primeiro a sair da boca do Salvador, já em possessão da imortalidade. Esta reflexão é de Cesário, em sua bomilia sobre a Visitação.
Nome que desarma e abre o coração de Deus, em favor dos homens
E acrescentamos com o Pe. J. Guibert, que assim se expressa na sua Meditação para a festa do Santo Nome de Maria: "O nome de Maria desarma o coração de Deus. Não há pecador, por mais criminoso, que pronuncie em vão esse nome. Embora merecesse, por suas faltas, todas as cóleras do céu, ele se vê protegido como por inviolável pára-raios, logo que articule o nome de Maria.
A este nome, o perdão desce infalivelmente sobre as almas pecadoras, não porque tenha Ela o direito de concedê-lo, mas porque é onipotente para implorá-lo - Omnipotentia suppex. O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os seus tesouros à disposição da alma que o invoca.
A História nos ensina que uma multidão de Santo caridosos fizeram voto de jamais recusar a esmola que lhes fosse pedida em tal ou tal nome. Assim que ouviam o nome amada, eles davam, davam sempre, até o último óbulo e até suas próprias vestimentas. O nome de Maria tem esse poder mágico sobre o coração de Deus. Deus Filho, Jesus Cristo, entrega tudo o que tem àqueles que Lhes estendem a mão em nome de sua Mãe; Deus Padre, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que mendigam diante dEle invocando o nome de sua Filha Bem-amada. (...)
Nome de salvação e de alegria
O nome de Maria é um nome salvador, sobretudo nos perigos de ordem moral. Quantas tentações por ele foram vencidas, quantos pecados evitados, quantos imundos corações purificados, quantas penosas confissões extraídas de almas que se cria para sempre fechadas!
É também um nome de consolação e de alegria. Ele dissipa a tristeza na alma que o pronuncia. Tendes medo de Deus e de seus julgamentos? Pensai em Maria e invocai seu nome: vossa confiança em Deus renascerá. Tendes medo dos homens, diante dos quais vos cobristes de vergonha e perdestes a reputação? Pensai em Maria e invocai seu nome: e não tereis mais receio de levantar os olhos diante de vossos semelhantes. Esmaga-vos o peso da humilhação ou da dor física? Pensai em Maria, invocai seu nome, e sereis aliviado. Tendes a horrível morte que rompe e põe fim a tudo? Pensai em Maria, invocai seu nome, e tereis coragem de aceitar esse supremo sacrifício.
Nossa Senhora da Conceicao da Praia - Bahia - Brasil.jpg
 "Este nome tem mais virtude do que todos os nomes dos Santos 
para confortar os débeis, curar os enfermos, iluminar os 
cegos, abrandar os corações endurecidos, fortificar
os que  combatem, dar ânimo aos cansados e 
derrubar o poderio dos demônios"
Nome de força
O nome de Maria, enfim, é um nome de força. Quaisquer que sejam os inimigos que vos ameaçam, venham eles do Inferno, como o demônio que vos tenta; ou venham do mundo, como os adversários que vos perseguem, invocai o poderoso nome de Maria e a todos vencereis.
Quaisquer que sejam vossas próprias fraquezas, provenham elas do orgulho, da inveja, da sensualidade ou da preguiça, confiai vosso débil coração à solicitude da Virgem, invocai o poderoso nome de Maria, e vos vencereis a vós mesmos.
Precioso tesouro da Santíssima Trindade
Recolhendo opiniões dos santos Doutores sobre o nome de Maria, traça São João Eudes esta admirável síntese:
"O nome de Maria, diz Santo Antônio de Pádua, é júbilo para o coração, mel na boca e doce melodia no ouvido."
"Bem-aventurado o que ama vosso nome, ó Maria (é São Boaventura quem fala), porque este santo nome é uma fonte de graça que refresca a alma sedenta e a faz produzir frutos de justiça."
"Ó Mãe de Deus, diz o mesmo Santo, que glorioso e admirável é vosso nome. O que o leva em seu coração se verá livre do medo da morte. Basta pronunciá-lo para fazer tremer a todo inferno e por em fuga a todos os demônios. O que deseja possuir a paz e a alegria do coração, que honre vosso santo nome."
"O nome de Maria, diz São Pedro Crisólogo, é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal."
"Ó amabílissima Maria, exclama também São Bernardo, vosso santo nome não pode passar pela boca sem abrasar o coração! Os que Vos amam não podem pensar em Vós, sem um consolo e um gozo muito particulares. Nunca entrais sem doçura na memória dos que Vos honram."
"Ó Maria, diz o Santo Abade Raimundo Jordão, o chamado Idiota, a Santíssima Trindade Vos deu um nome que, depois do de vosso Filho, está acima de todos os nomes; nome a cuja pronunciação devem dobrar o joelho todas as criaturas do Céu, da terra e do Inferno, e toda língua confessar e honrar a graça, a glória e a virtude do santo nome de Maria. Porque, depois do nome de vosso Filho, não há quem seja tão poderoso para nos assistir em nossas necessidades, nem de quem devamos esperar mais os socorros que necessitamos para nossa eterna salvação."
"Este nome tem mais virtude do que todos os nomes dos Santos para confortar os débeis, curar os enfermos, iluminar os cegos, abrandar os corações endurecidos, fortificar os que combatem, dar ânimo aos cansados e derrubar o poderio dos demônios" (...).
"Ouçamos a São Germano de Constantinopla: "Como a respiração, diz, não só é o sinal como também a causa da vida, assim quando vedes cristãos que tem com frequência o santo nome de Maria na boca, é sinal de que estão vivos com a verdadeira vida. O afeto particular que se tem a este sagrado nome, dá vida aos mortos, a conserva nos vivos, e os enche de gozo e de benção."
Nossa Senhora dos Remédios - Paroquia dos Santos Mártires - Málaga - Espanha.jpg
 O nome de Maria é um nome salvador, sobretudo  nos perigos 
de ordem moral. Quantas tentações por ele  foram vencidas, 
quantos pecados evitados,  quantos imundos corações   
purificados, quantas penosas confissões
extraídas  de almas que se cria
para sempre fechadas!

Fonte : http://www.arautos.org/
Numa palavra, quem diz Maria, diz o mais precioso tesouro da Santíssima Trindade, como afirma Orígenes. Quem diz Maria, diz o mais admirável ornamento da casa de Deus. Quem diz Maria, diz a glória, o amor e as delícias do Céu e da Terra.

12 Set ão Nilo, fundou um mosteiro em Grottaferrata

São NiloNeste dia mergulhamos na história de São Nilo, onde encontramos um exemplar cristão que viveu no sul da Itália e no fim do primeiro milênio. Nilo, chamado o Jovem, fazia parte de uma nobre família de origem grega, por isso foi considerado o último elo entre a cultura grega e a latina.
Era casado e funcionário do governo de Constantinopla, com o nascimento de uma filha, acabou viúvo e depois descobriu sua vocação à vida monástica, segundo a Regra de São Basílio. Após várias mudanças acabou se fixando em Monte Cassino, perto da famosa abadia beneditina.
Seu testemunho atraiu a muitos, tendo assim a felicidade de fundar vários mosteiros no Sul da Itália, com o cotidiano pautado pelo trabalho e oração. No trabalho, além da agricultura, transcrevia manuscritos antigos, introduziu um sistema taquigráfico (ítalo-grego) e compôs hinos sacros.
São Nilo realizou várias romarias aos túmulos dos santos Pedro e Paulo, aproveitando para enriquecer as bibliotecas de Roma, até que a pedido de Gregório, Nilo fundou um mosteiro em Grottaferrata, perto de Roma.
Este pacificador da política e guerras da época, teve grande importância para a história da Igreja, e na consolidação da vida monástica. Morreu com noventa e cinco anos de idade, no dia 25 de setembro de 1005.
São Nilo, rogai por nós!
Canção Nova 

Os dogmas solenemente proclamados pelos Papas


O-Que-E-Um-Dogma-De-FePoucas vezes na história da Igreja os Papas tiveram a necessidade de se pronunciar “ex-cathedra”.  E nem todos os dogmas da fé católica foram pronunciados solenemente; por exemplo, no Credo, há 12 Artigos de Fé, que não precisaram ser proclamados solenemente, já que vieram dos Apóstolos.
Podemos relatar, em ordem cronológica, a lista das definições pontifícias. Resumiremos a seguir o que foi apresentado por D. Estevão Bettencourt,  na revista “Pergunte e Responderemos” (nº 381, pp. 67 a 72, 1994).
1 - Em 449, a carta do Papa São Leão Magno a Flaviano, bispo de Constantinopla, expunha a sã doutrina sobre o mistério da Encarnação “em Cristo há uma só Pessoa (a Divina) e duas naturezas” (divina e humana).  Esta carta foi enviada pelo Papa ao Concílio Ecumênico de Calcedônia, no ano 451 e os Padres conciliares a consideraram como um documento definitivo e obrigatório para todos os fiéis.  O Papa reprimia assim a heresia chamada monofisitismo ou monofisismo.
2 - Em 680, a carta do Papa S. Agatão “aos imperadores” afirmava, em termos definitivos, haver em Cristo duas vontades distintas, a Divina e a humana, sendo porém que a vontade humana ficava em tudo moralmente submissa à vontade divina.  Assim o Papa reprimia a heresia do monotelitismo, que afirmava haver em Cristo apenas uma vontade, a divina. O documento foi enviado pelo Papa à assembleia do Concílio de Constantinopla III (680/681), a qual a aceitou com aplausos.
3 - Em 1302, o Papa Bonifácio VIII, através da Bula “Unam Sanctam”, “declara, afirma, define e pronuncia que toda criatura humana está sujeita ao Romano Pontífice”.
Esta sentença deve ser entendida no quadro histórico da época, e quer dizer que o Papa tem jurisdição sobre toda e qualquer criatura humana “ratione peccati”, isto é, na medida em que as atividades de determinada pessoa dizem respeito à vida eterna, e não nas atividades administrativas dos governos civis.
4 - Em 1336, através da Constituição “Benedictus Deus”, o Papa Bento XII definiu que, logo após a morte corporal, as almas totalmente puras são admitidas à contemplação da essência de Deus face à face.
5 - Em 1520, através da Bula “Exsurge Domine”, o Papa Leão X condenou 41 proposições de Lutero como heréticas.
6 - Em 1653, através da Constituição Apostólica “Cum Occasione” o Papa Inocêncio X reprovava as cinco proposições extraídas da obra “Augustinus” de  Cornélio Jansenius, definindo-as como heréticas.
O jansenismo (de Cornelius Jansenius), influenciado pelas idéias de Lutero sobre o pecado original, ensinava um conceito pessimista sobre a natureza, julgando-a escravizada à concupiscência e ao pecado; em conseqüência, admitiam que o homem só pode praticar o bem em virtude de irresistível influxo da graça de Deus. O pessimismo Jansenista ainda era acentuado pela tese de que Cristo não remiu todos os homens, mas apenas os predestinados. Essas heresias foram condenadas por Inocêncio X.
7 - Em 1687, através da Constituição  “Caelestis Pastor”, o Papa Inocêncio XI condenou como heréticas  68 proposições de Miguel de Molinos (†1696), sobre o Quietismo, que era uma tendência mística que coincidia a perfeição espiritual com tranqüilidade e passividade da alma, de modo que o cristão não desejava mais a sua bem aventurança eterna, nem a aquisição da virtude; qualquer tendência nele estaria extinta. A alma colocada neste estado de aniquilamento não pecaria mais, e não seriam mais necessárias as orações vocais, as práticas de piedade e a luta contra as tentações.
8 - Em 1699, através da Constituição “Cumm alias”, o Papa Inocêncio XII condenou 23 proposições de François de Salignac Fènelon, da obra “Explications des máximes des Saints sur la vie intérieure”, que pretendiam renovar o Quietismo, apresentando-o como modalidade de puríssimo amor a Deus.
9 - Em 1713, através da Constituição “Unigenitus”, o Papa Clemente XI condenou 101 afirmações do livro “Reflexions Moralis” de Pascássio Quesnel (†1719). Era de novo o Jansenismo, com suas concepções pessimistas. É relevante lembrar aqui que foi na crise jansenista que se deram as aparições do Sagrado Coração de Jesus (1673-1675) à Santa Margarida Maria Alocoque, que sobretudo lembrava ao mundo a misericórdia de Deus e o Amor de Cristo que se fez homem, em oposição às teses do jansenismo pessimista.
10 - Em 1794, através da Constituição “Auctorem Fidei”, o Papa Pio VI condenava 85 teses heréticas promulgadas em 1786 pelo Sínodo de Pistoria (Toscana), que eram a expressão radical do nacionalismo e do despotismo de Estado que haviam começado a crescer nos tempos de Felipe IV, o Belo, da França. Essa mentalidade levava os soberanos católicos a pretender criar Igrejas regionais, independentes do Papa,  subordinando a Igreja ao Estado. Entre outras coisas pretendia a abolição da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, das procissões, das imagens, das indulgências, das espórtulas da Missa e outros serviços religiosos, redução das Ordens e Congregações Religiosas a um tipo só, jansenista.
11 - Em 1854, pela bula “Inefabilis Deus”, o Papa Pio XI definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria.
12 - Em 1950, pela Constituição “Munificientíssimus Deus”, o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, de corpo e alma.
É preciso dizer aqui que os demais documentos do Magistério da Igreja e, de modo especial do Papa, mesmo que não sejam pronunciamentos “ex-cáthedra”, pertencem ao magistério ordinário da Igreja, ao qual  os fiéis católicos devem o devido respeito, como ensina o Concílio Vaticano II:
“Religiosa submissão da vontade e da inteligência devem de modo particular, ser prestada ao autêntico Magistério do Romano Pontífice, mesmo quando não fala “ex-cathedra”. E isto de tal modo que seu magistério supremo seja reverentemente reconhecido, suas sentenças sinceramente acolhidas, sempre de acordo com a sua mente e vontade” (LG, 25).
Prof. Felipe Aquino
Fonte Cléofas 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...