O relacionamento humano mais profundo que pode haver neste mundo é o que se dá no casamento. Deus quis fazer o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” para juntos, como “nascente da vida”, serem uma expressão da própria realidade de Deus Uno e Trino. Este deve ser o desejo de cada um: “A minha felicidade será fazer-te feliz”.
Deus é amor, e quis que o amor fosse a marca do relacionamento humano que gera a vida; quis que na união profunda do casal, no ato sexual – “sereis uma só carne” – eles experimentassem o êxtase do amor como primícias do amor pleno a ser vivido eternamente no convívio com o Criador.
Mas, o casamento foi ferido pelo pecado original, e por isso o relacionamento conjugal ficou prejudicado, mas não destruído. São Paulo mostrou bem na Carta aos Romanos a dura realidade do pecado: “Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que não quero” (Rm 7,14-25).
Mas é possível, com a graça de Deus, com o fruto da Redenção obtida por Cristo com sua morte e Ressurreição, o casal viver na paz e na alegria que Deus quis para ele, gerando os filhos de Deus.
A vida frutuosa e bela de muitos casais que chegam aos 30, 40, 50 anos de casados, e até mais, comprovam o que foi dito acima. É possível viver o casamento segundo o coração de Deus, mesmo hoje quando as paixões da carne são exaltadas e o egoísmo e o individualismo dominam cada vez mais as pessoas.
Se o casal se conscientizar da beleza e da grandeza transcendentes do casamento, se chegarem à maturidade humana e espiritual, o relacionamento deles poderá ser belo, frutuoso e feliz. Com a vontade fortalecida pela fé e pelo amor conjugal, é possível amar o outro com um amor definitivo e não provisório. Cultivando o diálogo, a paciência, a alegria, o bom humor, a coragem, a humildade, etc., é possível cumprir essa bela missão que Deus concedeu àqueles que desejam servir a Ele como casados.
O casamento não é uma “aventura”, e muito menos uma “curtição a dois”; é uma bela “missão” que Deus nos dá, e que exige homens e mulheres corajosos e fiéis ao Criador.
A sabedoria deverá ser o guia do casal para que encontre a felicidade. A sabedoria serve de freio à juventude, de consolo aos velhos, de riqueza aos pobres e de ornamento aos ricos, disse alguém. As divisões no casamento acontecem quando cada um busca a sua própria vontade e não o bem do casal e da família.
A beleza do casamento está justamente na luta que o casal trava, cada um consigo mesmo e a dois, para superar os problemas e cumprir o que Deus quer para eles: “crescei e multiplicai-vos”.
Muitos e diversos são os problemas no casamento, e alguns surgem pela falsa noção do que seja a vida matrimonial, a falta de unidade do casal, a falta de um bom diálogo, o não saber corrigir o outro com amor. Além disso há o perigo das palavras mal usadas, o descontrole emocional, a tristeza não superada, o mau humor e o pessimismo, o desrespeito ao outro, a falta de humildade, o não saber perdoar e pedir perdão. É preciso cultivar o amor que cura.
Há também os problemas financeiros, a desorganização do lar, o uso errado do dinheiro, a preguiça, as reclamações e desânimos, um certo desencanto com o outro…
Também a educação dos filhos pode trazer conflitos para o casal, e, pior ainda a infidelidade conjugal, a displicência com o outro, a mentira, as comparações prejudiciais, os conflitos com os parentes do outro, a falta de cuidado com a aparência física, o medo, a falta de paciência, as brigas não resolvidas, a falta de harmonia sexual…
Mas tudo isso pode e deve ser vencido com a bênção de Deus que vem pelo sacramento do matrimônio, a oração frequente, o sustento da Palavra de Deus, etc. Tudo pode ser vencido pela oração.
Há problemas mais agudos, uma traição, um abandono do lar, a falta de conversão do outro, a infertilidade, etc. Mas nada disso deve destruir a beleza da unidade do casal. Jesus começou seus milagres num casamento em Caná, porque quer estar no lar de cada casal unido pelo matrimônio. E a Sua Mãe está também presente em cada lar onde Ele é amado; e Ela intercede por seus filhos.
Cleofas
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