Muitas pessoas são muito carentes de amor.
O filósofo judeu Fílon de Alexandria (cerca de 20 a.C. – 40 d.C.) afirmou: “Seja amável, pois cada pessoa que você encontra trava uma grande batalha”. Ele sabia que as pessoas estavam sofrendo. Apesar das aparências, apesar do rosto que essa pessoa mostra ao mundo, cada um de nós sofre alguma coisa. Muitos de nós tentam aliviar seus sofrimentos com os “remédios” que o mundo sugere: materialismo, entretenimentos, passatempos, sexo, comida, bebida, drogas… Ao invés de nos sentirmos melhores, tais coisas, muitas vezes, desviam a nossa atenção de Deus e, consequentemente, nos tornam carentes de amor e vazios. Não importa quais são os desafios que você e sua família estão enfrentando – desemprego, problemas financeiros, de saúde, vícios, divórcio –, a única fonte duradoura de conforto e de segurança é Deus, Todo-Poderoso.
Os primeiros cristãos eram tão carinhosos e compassivos, que seus vizinhos pagãos se maravilhavam: “Veja como eles (os cristãos) se amam!”. O carinho dos primeiros cristãos atraía muitos à conversão e serviu para formar a Igreja. Não é diferente de hoje: todos querem ser tomados de amor ao cuidarem das pessoas.
É por meio do amor que Jesus atrai as almas para Si. É por amor que Jesus resgata as ovelhas perdidas. Além disso, Cristo espera que cada cristão batizado se una a Ele na missão de salvar as almas.
Antes de subir ao céu, Jesus disse: “Ide, pois, e fazei discípulos a todas as nações” (Mt 28,19). Desde então, a Igreja Católica tem entendido que a sua principal missão é evangelizar. No entanto, a evangelização não se limita aos missionários enviados a terras longínquas. Você e eu temos a missão de levar a mensagem do Evangelho e do amor a Deus para a nossa família e amigos, vizinhos e colegas de trabalho.
Talvez você esteja pensando: “Minha fé é algo particular. Não quero fazer proselitismo”. Talvez você esteja com medo por não conhecer sua fé de modo suficiente para explicá-la aos outros. No entanto, você não precisa ser um teólogo. O que você deverá fazer é lançar a semente, o que não é necessário fazê-lo abordando questões doutrinárias difíceis, mas apenas contando a história das coisas boas que Deus fez em sua vida. Você pode falar sobre as orações que Deus tem lhe respondido, a paz que foi restaurada na sua família e de todas as outras bênçãos que Deus tem lhe dado. Se falar com o coração, com sinceridade e amor, coisas maravilhosas vão acontecer. Não tenha medo! Esteja aberto a rezar todos os dias para que Deus lhe conceda a graça de ajudar a levar alguém para o céu. Muitos apóstolos leigos já estão respondendo a este chamado, bem como várias paróquias, inúmeros diáconos e sacerdotes, religiosas e bispos, que, corajosa e amorosamente, estão trabalhando juntos como uma família para trazerem nossos irmãos e irmãs para casa. Em 2006, no quadragésimo ano da publicação do documento do Concílio Vaticano II, o então Papa Bento XVI lembrou que a Igreja “não é algo opcional, mas a própria vocação do povo de Deus, um dever que lhe corresponde por ordem do próprio Senhor Jesus Cristo”.
Antes de começar a falar da fé, ouça a pessoa com a qual você está prestes a falar. Que lutas ou desafios está tendo? Seu amigo ou amiga acabou de passar por uma perda significativa? Seu esforço junto a ele(a) será em vão se você passar uma hora falando sobre a doutrina mariana, quando o que ele(a) precisa realmente ouvir é o ensinamento restaurador da Igreja no seu sofrimento redentor. Com frequência, recorremos ao suporte intelectual da fé católica quando alguém está lutando diante de um profundo revés emocional, o qual tem de ser resolvido de forma completamente diferente, mas sempre com a verdade da Igreja. Lembre-se de que ninguém se interessa pelo quanto você tem de sabedoria, até que saibam o quanto você tem de interesse por eles(as). Isso vale a pena ser repetido: ninguém se importa pelo quanto você sabe, até que saibam quanto se importa com eles.
Todos somos chamados, cada um no seu caminho, a guiar as almas. Temos que estar abertos ao Espírito Santo e aproveitarmos cada oportunidade como dom de Deus. São Paulo nos diz na 1ª aos Coríntios 9,16: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!”. Quando o Espírito Santo lhe dá a oportunidade de falar com alguém sobre a fé, não vire as costas. Quando der seu testemunho, faça-o com humildade e compaixão, não com julgamento, nem condenação.
Todos os dias, o dia todo, Deus está falando para você: “Eu estou aqui e te amo! Volta para mim”. A maioria das pessoas que não ouve o convite de Deus, não O está rejeitando com convicção. Elas estão tão absorvidas pelas distrações do mundo, que, simplesmente, não se conscientizam de que Deus existe. No entanto, o dom de Sua Misericórdia está sempre disponível, esperando pelo dia em que tais ovelhas perdidas perceberão quanto necessitam Dele.
Se os membros de sua família estão entre as ovelhas que se afastaram da Igreja, nunca pare de rezar por eles. Um dos momentos mais eficazes de rezar pelo retorno deles é durante a consagração, na Missa, quando o sacerdote eleva o cálice com o preciosíssimo Sangue de Jesus. Lembre-se que, por amor e compaixão para com a humanidade pecadora, Cristo derramou Seu sangue para a salvação do mundo; e Ele o fez a fim de não perder uma única alma. Assim, na elevação do cálice, cite os nomes dos seus entes queridos, colocando-os diante do Preciosíssimo Sangue de Jesus e peça a Ele para trazê-los de volta para casa.
Talvez o maior desafio espiritual que nossas famílias enfrentam hoje é a batalha contra o secularismo humano, o qual é definido como “uma filosofia humanística considerada como uma religião ateia, oposta à religião tradicional”. Outra fonte o define como “a visão de uma religião global baseada no ateísmo, no naturalismo, na evolução e no relativismo ético”, em que os humanistas seculares são ateus e adotam o “relativismo ético”, isto é, a ideia de que não existe um código moral absoluto, portanto, nós seríamos livres para adaptar nossos padrões éticos de acordo com cada situação.
Mesmo várias pessoas religiosas podem achar difícil resistir ao secularismo humano, pois o conhecem bem. No entanto, você tem que resistir a essa filosofia, pois ela não vem do Evangelho; não é o plano de Deus para a humanidade! Se você está muito ligado na rotina da sua correria diária, se se encontra perdendo a Missa e ignorando suas orações, pare por um momento agora e olhe ao redor, não apenas para o exterior, mas também interiormente.
Existe algum vazio? Tenho certeza que sim; e se assim for, em seguida, vá à Missa, receba com frequência os Sacramentos e não se prive das orações, pois estas são as chaves para você permanecer na paz de Deus, reconhecendo Seu verdadeiro plano para este mundo. Embora seja importante amar os outros para conduzi-los ao céu, é igualmente importante amar-nos a nós mesmos para irmos para o céu, e fazemos isso a fim de descansar na presença do Senhor.
Retirado do livro “Católicos, voltem para casa”, de Tom Peterson
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