27 de ago. de 2014

27 de Ago A devoção a Nossa Senhora dos Prazeres em Maceió: Breve Histórico

Historicamente, Portugal foi a primeira nação católica a festejar os prazeres de Nossa Senhora. A origem deste culto remonta ao século XIV, mas só no século XVI se desenvolveu mais amplamente, tendo em vista a aparição miraculosa de sua imagem.
No ano de 1599, apareceu uma imagem da soberana Senhora sobre uma fonte, na quinta dos Condes da Ilha, em Alcântara. A imagem era belíssima, esculpida em pedra de alabastro e pintada de cores com bordaduras de ouro em brutescos. A fonte onde apareceu a imagem foi logo considerada pelo povo como sagrada, em razão da grande virtude que Nossa Senhora comunicou àquela água, com a qual os enfermos eram curados de seus males.
A família dos Condes resolveu levar a imagem para sua casa e colocá-la no seu oratório privado. Porém, como Mãe amorosa que deseja favorecer a todos os seus filhos, a imagem desapareceu, inexplicavelmente, do oratório, sendo encontrada novamente no mesmo local de origem. E foi nesse lugar sagrado que a Virgem Maria se manifestou a uma inocente menina, mandando-lhe que dissesse ao povo da circunvizinhança que edificasse uma ermida naquele ponto, onde fosse venerada e invocada por todos sob o título de Nossa Senhora dos Prazeres.
Construída a ermida, nela colocaram a imagem da Bendita Mãe de Deus, que logo começou a operar muitas maravilhas. No dia de sua festa, grande é a multidão que acorre a venerá-la.
O título de Nossa Senhora dos Prazeres provém da comemoração das sete maiores alegrias ou prazeres que a Santíssima Virgem teve aqui na Terra. Resumidos, são os seguintes os seus maiores prazeres: 1º) quando soube, pela anunciação do anjo, que seria a Mãe do Messias Salvador; 2º) quando ouviu a saudação de Santa Isabel; 3º) quando contemplou seu Filhinho, Jesus, recém-nascido; 4º) quando os magos foram adorar o Menino; 5º) quando reencontrou Jesus no Templo de Jerusalém; 6º) quando Jesus lhe apareceu depois da Ressurreição; 7º) quando foi assunta e coroada Rainha do Céu.
No Brasil, a devoção a Nossa Senhora dos Prazeres chegou na primeira metade do século XVII, durante as campanhas militares empreendidas contra os holandeses, instalados na Capitania de Pernambuco, de onde dominavam vasto território do Nordeste brasileiro, desde o rio de São Francisco até o Ceará.
Segundo a piedade popular católica, a vitória obtida pelos exércitos luso-brasileiros, nas batalhas dos Montes Guararapes, foi obra de Nossa Senhora dos Prazeres, cuja imagem pintada em estandartes seguia sempre à frente das tropas. Desse modo, de acordo com o imaginário religioso popular, em Guararapes, Nossa Senhora combateu ao lado dos católicos contra os inimigos holandeses hereges e infiéis – protestantes e judeus. Afinal, como reza uma antiga prece mariana, a Virgem Maria se apresenta aos seus inimigos “terrível como um exército em ordem de batalha”.
Em ação de graças pela expulsão dos neerlandeses, o Mestre de Campo e General do Estado do Brasil, Francisco Barreto, mandou edificar à sua custa, em 1656, no mesmo local das batalhas, uma capela à Virgem Senhora Nossa dos Prazeres com cujo favor alcançou as duas memoráveis vitórias: a primeira, em 18 de abril de 1648, e a segunda, em 18 de fevereiro de 1649.
Ora, durante todo o período histórico colonial brasileiro, o território do atual Estado das Alagoas esteve incorporado à Capitania de Pernambuco. De certa forma, isso explica a gênese da devoção de nosso povo a Senhora dos Prazeres.
De Jaboatão dos Guararapes essa devoção se irradiou para outras localidades, atingindo, no século XVIII, ao ainda povoado de Maceió, que possuía uma capela consagrada a São Gonçalo do Amarante. Essa capela pertencera ao antigo engenho Massayó, de propriedade do Capitão Apolinário Fernandes Padilha. O engenho situava-se no local onde hoje está a Praça D. Pedro II, chamada também Praça da Catedral. Em torno do dito engenho surgiu um povoado, elevado à Vila, em 1815, com o nome de Maceió. Posteriormente, ante a inquestionável prosperidade do burgo, tornou-se a Capital das Alagoas, em 9 de dezembro de 1839.
Segundo Mons. Cícero Teixeira de Vasconcelos, proficiente historiador e pesquisador da história eclesiástica alagoana, em sua memorável obra, Sobre a história da Catedral de Maceió (1959), publicada por ocasião do centenário de inauguração da Igreja Catedral, antiga Matriz da Paróquia de Maceió, desde o ano de 1762 Nossa Senhora dos Prazeres passou a ser a Padroeira de Maceió.
Por fim, convém ressaltar ainda que, além de Jaboatão dos Guararapes e de Maceió, Nossa Senhora dos Prazeres é Padroeira da Catedral e da Diocese de Lages, em Santa Catarina, onde sua festa é celebrada a 15 de agosto. Também no Santuário de Nossa Senhora da Penha, no Estado do Espírito Santo, as sete alegrias da Bendita Virgem Maria são comemoradas no domingo da Pascoela.

Fonte: http://www.arquidiocesedemaceio.org.br/

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