Enquanto o olhar do mundo está em
Gaza e na Síria, a situação dos cristãos de Mossul, cidade ao norte do Iraque,
capital da Província de Ninawa, cerca de 400km Bagdá, está cada
vez mais crítica. Eles estão sendo vítimas de uma limpeza
religiosa por militantes sunitas linha-dura do Estado Islâmico
(ISIL), que fuzilam os fiéis ou obrigam a abandonarem a cidade, caso
não se convertam ao Islã ou pagam um imposto .
Pela primeira vez, em dois mil anos,
cristãos de Mossul e os descendentes diretos dos assírio-caldeus tiveram
que escolher entre a morte e o exílio, após os ultimato ISIL.
Além disso, iraquianos, em nome de sua fé,
são forçados a fugir da cidade, sob a pressão de um ultimato emitido pelas
jihadistas. Uma vez exilado, todos os seus bens e posses são extorquidos por
esses radicais de ISIL. Os islamitas matam os cristãos e depois marcam com o
símbolo ن (“N”), denunciando
a condição “Nazareno”. O símbolo é uma letra do alfabeto árabe, que
corresponde ao ‘N’ do alfabeto latino, a primeira letra de “Nasarah”, ou seja,
Nazaré, termo depreciativo que os cristãos são denominados no
Alcorão.
Cristãos do Ocidente se unem a esses
mártires orientais e fazem mobilização no ambiente digital
O mundo se uniu aos iraquianos e se
mobilizam em prol dos cristãos perseguidos do Oriente Médio. Nas redes sociais,
principalmente facebook e twitter, de todo o mundo, várias
pessoas aderem a Campanha “to raise awareness” e substituem
suas fotos de perfil com o símbolo ن .
O objetivo é tentar recuperar o
próprio símbolo da perseguição contra os cristãos e transformá-lo em um símbolo
de esperança e aumentar a consciência sobre seu destino.
No Twitter, hashtags como #Wearen, #ن
e #IamNasraniن servem para compartilhar notícias e fotos. Muitos
usam os 140 caracteres para inundarem a rede com longas orações; e anunciar os
horários e locais das campanhas e manifestações de apoio unindo-se ao país
oriental.
Já no Facebook, católicos da cidade
do Rio de Janeiro colocam o símbolo árabe em suas fotos de perfil ou em tamanho
maior na capa. Todos se unem a Mossul : “Somos Todos Cristãos do Iraque”.

Já o empresário, Rafael Cresci, disse
que ideia surgiu de um amigo das Filipinas (Ásia), que difundiu a
iniciativa aos amigos do Continente Americano.
“Eu sabia que havia problemas em especial
no Sudão, mas no Iraque era relativamente novo. Eu, que estudei Relações
Internacionais, mal estava inteirado do ISIS (o “Califado” que recentemente se
instalou no Iraque e Síria), mas não tinha idéia dos atos cometidos por mais
uma horda de muçulmanos loucos que apareceu”, disse. “Imediatamente, o caso me
trouxe à mente a estrela de David usada nos campos de concentração nazistas,
para marcar os judeus. E também a passagem bíblica do Êxodo, onde, ao contrário
do caso atual, o povo de Israel teve suas casas marcadas com o sangue do
Cordeiro Pascal para evitar que o Anjo da Morte passasse por aquelas casas. Em
Moçul, diferentemente, era a marca do genocídio. Ha quase 100 anos foi a
estrela de David, agora é o nūn”, destacou.
Segundo Cresci, o Califado são marcas
nas casas para indicar os cristãos que “podiam escolher” entre três opções:
Fugir dali e para fora das fronteiras do “Califado”; Pagar a extorsão aos
mesmos em forma de imposto (uma das opções dadas aos não-muçulmanos no Corão
para poderem viver em terras islâmicas); ou enfrentarem a espada e serem
martirizados.

Em Mossul só restaram 4 famílias
cristãs que se renderam ao pagamento da extorsão. Outras infelizmente se
converteram ao islamismo para escapar da perseguição, e a grande maioria fugiu
correndo. A tática agora dos membros do Califado é deixar estes que fugiram sem
água e sem suprimentos básicos, e estão sendo cercados e isolados nas cidades
vizinhas para serem executados.
Entenda o Símbolo “ن ”:
Esta letra do alfabeto árabe é
abordado pelos jihadistas nas casas de cristãos em Mossul moradores.
A letra “ن” é a inicial da palavra
árabe “Nasrani”, que se refere aos cristãos no Iraque.
A 25a letra do alfabeto árabe, o que
corresponde a um “n”. Esta é a primeira letra da palavra Nasrani (Nazareno), um
termo pejorativo em árabe para descrever cristãos.
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