Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco disse que há mais cristãos perseguidos atualmente do que nos primeiros tempos da Igreja. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal catalão “La Vanguardia”. “Os cristãos perseguidos são uma preocupação que me toca muito como pastor. Há muitas coisas em relação às perseguições que não me parece prudente falar aqui para não ofender ninguém. Porém, em alguns locais está proibido ter uma Bíblia ou ensinar o Catecismo ou levar uma Cruz. Eu quero deixar claro uma coisa: estou convencido de que a perseguição contra os cristãos hoje é mais forte do que nos primeiros tempos da Igreja. Hoje existem mais cristãos mártires do que naquela época. E não é por fantasia, é por números.”
Num dos trechos da entrevista, Papa Francisco é questionado sobre a violência no Oriente Médio. Ele afirmou tratar-se de uma contradição. “A violência em nome de Deus não corresponde com o nosso tempo. É algo antigo. Numa perspectiva histórica é preciso admitir que os cristãos, às vezes, também a praticaram. Quando penso na Guerra dos Trinta Anos, era violência em nome de Deus. Hoje é inimaginável. Chegamos, às vezes, pela religião, a contradições muito sérias, muito graves. O fundamentalismo, por exemplo. Nas três religiões temos nossos grupos fundamentalistas, pequenos em relação a todo o resto." O Santo Padre disse que a estrutura mental do fundamentalismo é a violência em nome de Deus.
Questionado se pode ser considerado um revolucionário, o Papa afirmou que “a grande revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que essas raízes querem dizer nos dias de hoje. Não há contradição entre ser revolucionário e ir às raízes,” afirmou ele. O Papa Francisco também defendeu a pobreza e a humildade na Igreja, pois, segundo ele, estão no centro do Evangelho num sentido teológico, não sociológico. “Não se pode entender o Evangelho sem a pobreza, porém há que distingui-la da miséria. Eu creio que Jesus quer que nós, bispos, não sejamos príncipes, mas sim servidores".
Nesta linha, o Pontífice afirmou estar provado que é possível reduzir a crescente desigualdade entre ricos e pobres. “Com a comida que sobra poderíamos alimentar as pessoas que têm fome. Quando se vê fotografias de meninos desnutridos em diversas partes do mundo, colocamos as mãos na cabeça, não se entende”, disse. O Papa acrescentou que a economia se move no sentido do "ter mais" e se alimenta da cultura do descarte.
Sobre o encontro de domingo, 08/06, com os líderes do Oriente Médio, Papa Francisco afirmou que 99 por cento das pessoas no Vaticano diziam que não iria acontecer e, depois, o um por cento restante foi crescendo. “Não foi um ato político, mas sim um ato religioso para abrir uma janela ao mundo,” esclareceu. Em relação a Bento XVI, disse que ele criou uma instituição: a dos Papas Eméritos. “Como vivemos mais tempo, chegamos a uma idade na qual não podemos seguir adiante com as coisas. Eu farei o mesmo que ele, pedirei ao Senhor para me iluminar quando chegar o momento e me dizer o que tenho de fazer”, concluiu o Santo Padre. (EF)
Num dos trechos da entrevista, Papa Francisco é questionado sobre a violência no Oriente Médio. Ele afirmou tratar-se de uma contradição. “A violência em nome de Deus não corresponde com o nosso tempo. É algo antigo. Numa perspectiva histórica é preciso admitir que os cristãos, às vezes, também a praticaram. Quando penso na Guerra dos Trinta Anos, era violência em nome de Deus. Hoje é inimaginável. Chegamos, às vezes, pela religião, a contradições muito sérias, muito graves. O fundamentalismo, por exemplo. Nas três religiões temos nossos grupos fundamentalistas, pequenos em relação a todo o resto." O Santo Padre disse que a estrutura mental do fundamentalismo é a violência em nome de Deus.
Questionado se pode ser considerado um revolucionário, o Papa afirmou que “a grande revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que essas raízes querem dizer nos dias de hoje. Não há contradição entre ser revolucionário e ir às raízes,” afirmou ele. O Papa Francisco também defendeu a pobreza e a humildade na Igreja, pois, segundo ele, estão no centro do Evangelho num sentido teológico, não sociológico. “Não se pode entender o Evangelho sem a pobreza, porém há que distingui-la da miséria. Eu creio que Jesus quer que nós, bispos, não sejamos príncipes, mas sim servidores".
Nesta linha, o Pontífice afirmou estar provado que é possível reduzir a crescente desigualdade entre ricos e pobres. “Com a comida que sobra poderíamos alimentar as pessoas que têm fome. Quando se vê fotografias de meninos desnutridos em diversas partes do mundo, colocamos as mãos na cabeça, não se entende”, disse. O Papa acrescentou que a economia se move no sentido do "ter mais" e se alimenta da cultura do descarte.
Sobre o encontro de domingo, 08/06, com os líderes do Oriente Médio, Papa Francisco afirmou que 99 por cento das pessoas no Vaticano diziam que não iria acontecer e, depois, o um por cento restante foi crescendo. “Não foi um ato político, mas sim um ato religioso para abrir uma janela ao mundo,” esclareceu. Em relação a Bento XVI, disse que ele criou uma instituição: a dos Papas Eméritos. “Como vivemos mais tempo, chegamos a uma idade na qual não podemos seguir adiante com as coisas. Eu farei o mesmo que ele, pedirei ao Senhor para me iluminar quando chegar o momento e me dizer o que tenho de fazer”, concluiu o Santo Padre. (EF)
Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/06/13/papa_francisco_diz_que_a_persegui%C3%A7%C3%A3o_aos_crist%C3%A3os_hoje_%C3%A9_mais_forte/bra-806710
do site da Rádio Vaticano
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