Assim como todos os santos, São José tem grande importância
para a espiritualidade dos fiéis.
Sua mensagem bíblica e o conteúdo teológico de sua solenidade explicitam a
vivência e a celebração do mistério de Cristo. São José viveu o projeto e é
contado entre seus prediletos. Merece por tanto, a homenagem da Igreja e a
devoção de todos os fiéis.
José foi um operário em Nazaré. Esta celebração coincide com
a festa civil e universal dos trabalhadores, em 1° de maio, e tem grande
significado social e político. Ele quer resgatar a dignidade e os direitos de
todos os trabalhadores que são explorados em sua força de trabalho.
Ensinamentos bíblicos
A fundamentação da festa é bíblica, pois as Escrituras
descrevem José como homem bom e justo (Mt1,19), que Deus escolhe para
participar e colaborar no mistério da Salvação. Além de participação no projeto
de Deus para enviar seu Filho ao mundo, José pertence á linhagem messiânica. Anunciada no Antigo
Testamento. Os textos do Novo Testamento descrevem José como
descendente da família de Davi(Mt 1, 1-16; Lc 3, 23-38). Ele está presente
na fuga para o Egito, para livrar Jesus das ciladas de Herodes (Mt
2,13-21). Relembrando o caminho do povo bíblico no Êxodo.
O novo povo de Deus é simbolicamente liberto do Egito,
pois Jesus Cristo é levado ao Egito e
retorna á sua terra. A figura de José tem sido muito valorizada, como pai
protetor e protetor do povo de Deus, a
ponto de ser declarado patrono de toda a Igreja. A celebração destaca sua
presença junto a Maria para participar do plano de Deus na encarnação de Jesus
Cristo. Sempre citado como “homem justo”. É o “servo bom e fiel” que oferece sua
vida em favor do plano histórico da salvação.
O Evangelho (Mt 1,16.18-21.24ª) descreve seu “sim “, no
momento em que é convocado a participar do mistério da maternidade divina de
Maria, Sua participação no mistério é preanunciada na promessa messiânica feita
a Davi (2Sm 7, 4-5ª. 12-14ª.16). José é inserido no projeto das ações
salvifícas de Deus na história. Esta sua inserção no projeto de salvação é
mostrada pelo paralelo feito entre José e Abraão (Rm 4, 13.16-18. 22), pois
ambos acreditaram na palavra e promessa de Deus, que aos olhos de Deus pareciam irrealizáveis. Ambos
acreditaram e participam do projeto de Deus em favor da libertação do povo e
são elevados por Deus. A presença de José na religiosidade popular e na
celebração da liturgia tem sido enaltecida e aumentada sua veneração entre os
fiéis.
Padroeiro do Trabalhador
A figura de São José tem duas intenções bem distintas, mas complementares na liturgia
da Igreja. Ele é celebrado no dia 19 de março, como santo e pai de Jesus, data
como sua virtude de homem e dedicado á
família é exaltada, tornando-o o protetor dos lares e de todos os pais. No
século XIX , quando havia grande evasão de cristãos, seguindo as propagandas
socialistas que envolviam os trabalhadores, a Igreja se solidarizou com os
operários e suas lutas, aprofundando a mística de São José, com carpinteiro que
trabalha para sustentar seu lar. Assim, surgiu a festa de São José Operário. Esta festa de
popularizou e hoje temos muitas paróquias e comunidades que são dedicadas a
este título de São José e que destacam a
preocupação e valorização dos trabalhadores.
Assim, operário é o titulo de “Padroeiro dos trabalhadores” assim como “padroeiro das famílias” se refere
á sua dedicação ao lar de Nazaré.
De fato, a profissão de José é citada nos Evangelhos, que
lhe atribuem a profissão de carpinteiro, por tanto uma pessoa que dedicava á
lida diária para sustentar seu lar. Os
estudiosos defendem que o título “carpinteiro “ é um termo grego genérico para
designar todos os que trabalhassem na construção de casas e móveis dentro da sociedade hebraica. Alguns defendem
ainda que ele trabalha num canteiro, ou seja, com blocos de pedras na
construção de moradias, estradas e muralhas. Quando lemos o texto na liturgia,
encontramos “não é o filho do carpinteiro?
Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Judas e
Simão?” (Mt 13,55), descobrimos que existe certa ironia em relação á sua
profissão, o que revela que Jesus assume mesmo a identificação com os mais
pobres e humildes dos trabalhadores.
Os Evangelhos apresentam poucas referências a José.
Conhecemos a tradição oral e temos um
Evangelho apócrifo encontrado no Egito antigo (séc. VI), que descreve sua morte
na velhice, consolado por Jesus e arrebatado ao Paraíso pelos anjos.
Por Padre Antônio S. Bogaz. Prof João H Hansen. e Pe Rodinei
Tomazzela
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