1 de mai. de 2014

01 Mai José, Solidário com os trabalhadores (Santo do dia )

Assim como todos os santos, São José tem grande importância para a espiritualidade dos fiéis.
Sua mensagem bíblica e o conteúdo  teológico de sua solenidade explicitam a vivência e a celebração do mistério de Cristo. São José viveu o projeto e é contado entre seus prediletos. Merece por tanto, a homenagem da Igreja e a devoção de todos os fiéis.
José foi um operário em Nazaré. Esta celebração coincide com a festa civil e universal dos trabalhadores, em 1° de maio, e tem grande significado social e político. Ele quer resgatar a dignidade e os direitos de todos os trabalhadores que são explorados em sua força de trabalho.

Ensinamentos bíblicos

A fundamentação da festa é bíblica, pois as Escrituras descrevem José como homem bom e justo (Mt1,19), que Deus escolhe para participar e colaborar no mistério da Salvação. Além de participação no projeto de Deus para enviar seu Filho ao mundo, José pertence á  linhagem messiânica. Anunciada no Antigo Testamento. Os textos  do Novo Testamento descrevem José como descendente da família de Davi(Mt 1, 1-16; Lc 3, 23-38). Ele está  presente   na fuga para o Egito, para livrar Jesus das ciladas de Herodes (Mt 2,13-21). Relembrando o caminho do povo bíblico no Êxodo.
O novo povo de Deus é simbolicamente liberto do Egito, pois  Jesus Cristo é levado ao Egito e retorna á sua terra. A figura de José tem sido muito valorizada, como pai protetor  e protetor do povo de Deus, a ponto de ser declarado patrono de toda a Igreja. A celebração destaca sua presença junto a Maria para participar do plano de Deus na encarnação de Jesus Cristo. Sempre citado como “homem justo”. É o “servo bom e fiel” que oferece sua vida em favor do plano histórico da salvação.
O Evangelho (Mt 1,16.18-21.24ª) descreve seu “sim “, no momento em que é convocado a participar do mistério da maternidade divina de Maria, Sua participação no mistério é preanunciada na promessa messiânica feita a Davi (2Sm 7, 4-5ª. 12-14ª.16). José é inserido no projeto das ações salvifícas  de Deus na história.  Esta sua inserção no projeto de salvação é mostrada pelo paralelo feito entre José e Abraão (Rm 4, 13.16-18. 22), pois ambos acreditaram na palavra e promessa de Deus, que aos  olhos de Deus pareciam irrealizáveis. Ambos acreditaram e participam do projeto de Deus em favor da libertação do povo e são elevados por Deus. A presença de José na religiosidade popular e na celebração da liturgia tem sido enaltecida e aumentada sua veneração entre os fiéis.

Padroeiro do Trabalhador

A figura de São José tem duas intenções  bem distintas, mas complementares na liturgia da Igreja. Ele é celebrado no dia 19 de março, como santo e pai de Jesus, data como sua virtude de homem  e dedicado á família é exaltada, tornando-o o protetor dos lares e de todos os pais. No século XIX , quando havia grande evasão de cristãos, seguindo as propagandas socialistas que envolviam os trabalhadores, a Igreja se solidarizou com os operários e suas lutas, aprofundando a mística de São José, com carpinteiro que trabalha para sustentar seu lar. Assim, surgiu a festa  de São José Operário. Esta festa de popularizou e hoje temos muitas paróquias e comunidades que são dedicadas a este título de São José e que  destacam a preocupação e valorização dos trabalhadores.  Assim, operário é o titulo de “Padroeiro dos trabalhadores”  assim como “padroeiro das famílias” se refere á sua dedicação ao lar de Nazaré.

De fato, a profissão de José é citada nos Evangelhos, que lhe atribuem a profissão de carpinteiro, por tanto uma pessoa que dedicava á lida diária para sustentar seu lar.  Os estudiosos defendem que o título “carpinteiro “ é um termo grego genérico para designar todos os que trabalhassem na construção de casas e móveis  dentro da sociedade hebraica. Alguns defendem ainda que ele trabalha num canteiro, ou seja, com blocos de pedras na construção de moradias, estradas e muralhas. Quando lemos o texto na liturgia, encontramos “não é o filho do carpinteiro?  Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Judas e Simão?” (Mt 13,55), descobrimos que existe certa ironia em relação á sua profissão, o que revela que Jesus assume mesmo a identificação com os mais pobres e humildes dos trabalhadores.
Os Evangelhos apresentam poucas referências a José. Conhecemos a tradição  oral e temos um Evangelho apócrifo encontrado no Egito antigo (séc. VI), que descreve sua morte na velhice, consolado por Jesus e arrebatado ao Paraíso pelos anjos.

Por Padre Antônio S. Bogaz.  Prof João H Hansen. e Pe Rodinei Tomazzela
 Fonte: Revista O Mílite 
Ed Maio de 14 


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