
Seria correto, portanto, dizer que o homem é constituído de
"corpo e alma", porém, como explicar a afirmação de São Paulo que se
referiu ao homem como "corpo, alma e espírito" (conf. 1 Ts 5,23)?
Novamente é o Catecismo que fornece a resposta ao dizer que "‘espírito’ significa que o homem está ordenado
desde a sua criação para seu fim sobrenatural, e que sua alma é capaz de ser
elevada gratuitamente à comunhão com Deus" (CIC 367).
A natureza humana surge da união profunda entre o corpo e a alma.
Essa junção é tão íntima que "se deve considerar a alma como forma do
corpo", ou seja, é por causa da "alma espiritual que o corpo
constituído de matéria é um corpo humano e vivo; o espírito e a matéria no
homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única
natureza" (CIC 365). À tendência do homem (corpo e alma) para Deus é que
forma o espírito.
Deste
modo, se o espírito é a tendência do homem para a comunhão com Deus, o Inferno
é justamente não participar dessa comunhão, ou seja, é a ausência de Deus.
Satanás foi criado para a comunhão com Deus e quando resolveu se fechar para
ela, se autodestruiu. Esta é a realidade do Inferno, a autodestruição.
O
pecado cometido e cultivado durante a vida será cristalizado no Juízo
definitivo. Aquilo que se foi durante a vida é aquilo que se decidirá ser por
toda a eternidade. De maneira concreta, o espírito que escolhe o Inferno,
escolhe a autodestruição, escolhe a morte eterna.
O
destino do espírito está nas mãos do próprio homem. Vivendo na terra uma vida
em comunhão com Deus, renunciando e resistindo ao pecado – passando pela porta
estreita – no momento final verá a face de Deus. Ao contrário, se durante a
vida terrena voltar as costas para Deus, recusando-se a comungar e a ter parte
com Ele, a aceitar e alimentar o espírito, Deus lhe fará a vontade, aceitando
sua decisão. E no final, o seu espírito será sim, arrancado, apartado de Deus
por toda a eternidade.
Fonte do texto: http://padrepauloricardo.org/
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