Um colega e eu estávamos preparando um retiro
espiritual para jovens. “Qual será o tema do retiro?”, perguntou meu colega. “O
amor!”, respondi. Ele balançou a cabeça, negativamente. “ “Essa rapaziada vai
rapaziada vai pensa logo em sexo”, disse
ele. “Nós falamos do amor e da sexualidade do ponto de vista cristão. O amor
cristão é casto!”, respondi.
O Sexto Mandamento
diz: “Não cometerás adultério”(Ex 20,14). Jesus acrescenta: “ Todo aquele que
lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já cometeu com ela em seu coração” (Mt 5,27-28).
No tempo de Jesus, a
mulher que cometia adultério era apedrejada, enquanto o homem podia divorciar-se da mulher para
casar com outra. Jesus não aceitou isso e disse: “O que Deus uniu o homem não
separe” (Mt 19,6)
As aulas de catequese
costumam apresentar o Sexto Mandamento de maneira negativa: não se pode
desrespeitar o próprio corpo; não se pode tratar outra como objeto para nosso
prazer. Tudo isso é verdade. Toda pessoa humana deve respeitar-se e ser repeitada.
Mas há uma verdade ainda mais bela e mais profunda. O ser humano não foi feito
para o prazer, mas para a alegria, para a felicidade eterna. A castidade é uma
virtude positiva, que ordena a vida das pessoas para um fim mais alto do que a
mídia apresenta.
Na França, o senado
aprovou um projeto de lei que proíbe concursos de beleza para garotas menores
de 16 anos, enquanto no Brasil as meninas rebolam nos programas de TV.
Um poeta disse que “a
carne é triste”. A castidade, pelo contrário, gera amizade entre as pessoas, “amor alegria, paz...” (Gl
5,22)
No voo de regresso a
Roma, depois da Jornada Mundial da Juventude, os jornalistas perguntaram ao
papa Francisco por não falou do chamado “casamento homossexual”. O papa
respondeu que não precisava, e que era mais necessário falar das coisas
positivas que abrem caminho para os jovens. “Os jovens sabem perfeitamente qual
a posição da Igreja.”
No final da
entrevista, Papa Francisco disse: “Se
uma pessoa é gay e procura Deus de boa vontade,
quem sou eu para julgá-lo? Devemos acompanhar as pessoas a partir das
suas condição. O confessionário não é uma sala de tortura, mas de
misericórdia”.
Bravo, Francisco! Por
isso, reuniste na Praia de Copacabana três milhões e meio de jovens. Eles não
se conformam com “a tirania do prazer”, eles querem a liberdade do Espírito.
Texto: Padre Luís
Gonzáles-Quevedo, sj
Autor do livro: O
novo rosto da Igreja, Papa Francisco
Fonte: revista O
Mílite edição dezembro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário