19/01/14
Liturgia
Liturgia
Is 49,3.5-6
Sl 39
1Cor 1,1-3
Jo 1,29-34
Sl 39
1Cor 1,1-3
Jo 1,29-34
Na segunda-feira passada, entramos no Tempo Comum. Hoje, com este Domingo,
estamos iniciando a segunda semana desse.
Tempo
verde; verde de quem caminha no pequeno dia-a-dia cheio de esperança, porque
sabe que o Filho de Deus veio habitar entre nós, entrou nos nossos tempos para
santificar os pequenos e aparentemente insignificantes momentos de nossa vida: "O Verbo se fez carne e
armou sua tenda entre nós" (Jo 1,14).
Para nós, nunca mais o tempo, a vida e a história humana serão a mesma coisa!
Agora, tudo tem o gosto da presença de Deus, nossos tempos têm sabor de
eternidade, gostinho da vida de Deus, do companheirismo misericordioso de Deus.
Então, que este Tempo Comum seja, para todos quantos, tempo de graça, tempo de
vigilância amorosa, tempo de esperança invencível!
Neste segundo Domingo Comum, a Palavra de Deus ainda nos liga ao Batismo do
Senhor, celebrado no Domingo passado. Recordemo-nos do que vimos na Festa que
encerrou o santo Tempo do Natal: Jesus foi batizado por João Batista e ungido
pelo Pai com o Espírito Santo como Messias de Israel: "Este é o
meu Filho amado, no qual eu pus o meu bem-querer!" (Mt 3,17).
Recordemos que o Pai lhe revelou o caminho pelo qual ele deveria passar para
cumprir sua missão: o caminho do Servo Sofredor de Isaías, pobre e
humilde: "Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas
ruas". Servo manso e misericordioso: "Não quebra a
cana rachada nem apaga o pavio que ainda fumega". Servo
perseverante no serviço de Deus: "Não esmorecerá nem se deixará
abater". Servo que será redenção para o povo de Israel e para
todas as nações, dando-lhes a luz, o perdão e a paz: "Eu o Senhor,
te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constitui como
aliança do povo, luz das nacões, para abrires os olhos aos cegos, tirar os
cativos das prisões, livrar do cárcere os que viviam nas trevas!" (Is 42,2-4.6-7)
Pois bem, o Evangelho de hoje aprofunda ainda mais este quadro impressionante,
que nos revela a missão de Cristo Jesus: "João viu Jesus
aproximar-se dele e disse: 'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo!" Em aramaico, língua que João e Jesus falavam,
"cordeiro" diz-se talya, que significa, ao mesmo tempo
"servo" e "cordeiro". Então, "eis o Cordeiro-Servo de
Deus, que tira o pecado do mundo!" Mas, que Cordeiro? Aquele, expiatório,
que segundo Levítico 14, era mandado para o deserto, colocado fora da cidade,
carregando os pecados de Israel... Como Jesus que "para santificar
o povo por seu próprio sangue, sofreu do lado de fora da porta" (Hb
13,12) de Jerusalém, como um rejeitado, um condenado renegado.
Repitamos a pergunta: Que Cordeiro? Aquele cordeiro pascal de Ex 12, cujos
ossos não poderiam ser quebrados (cf. Jo 19,36); cordeiro comido como aliança
de Deus com Israel! Que cordeiro? – insistamos na pergunta! Aquele, cujo
sangue, aspergido sobre o povo, selará a nova e eterna aliança entre Deus e o
povo santo (cf. Ex 24,8; Mt 26,27). Jesus é esse Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo, tomando-o sobre si! E que Servo? O Servo sofredor anunciado
pelo Profeta Isaías. Já ouvimos falar dele no Domingo passado; fala-nos dele
novamente a Liturgia deste Domingo hodierno: Servo predestinado desde o
nascimento: o Senhor "me preparou desde o nascimento para ser seu
Servo"; Servo destinado a recuperar e salvar Israel: "que
eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta
é a minha glória"; Servo destinado não só a Israel, mas a todas as
nações: "Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de
Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para
que minha salvação chegue aos confins da terra". Eis, portanto,
quem é o nosso Jesus: o Cordeiro, o Servo! Nele, feito homem, nele, sofrido
como nós, nele, morto e ressuscitado, no seu corpo macerado e transfigurado em
glória, Deus reuniu e formou um novo povo, o verdadeiro Israel, a Igreja – esta
que aqui está reunida em torno do altar e esta mesma, reunida em toda a terra
e, como diz São Paulo hoje,"em qualquer lugar" onde o
nome do Senhor Jesus é invocado! Eis: este povo que Cristo veio reunir, esta
Igreja que o Senhor veio formar somos nós, já santificados no Batismo e
chamados a ser santos por nosso procedimento, por nosso seguimento ao
Senhor!
João reconheceu em Jesus este Messias, tão humilde e tão grande: ele é o
próprio Deus: "passou à minha frente porque existia antes de
mim!" E como Deus feito homem, ele é o único e absoluto Salvador
de todos – e não há salvação sem ele ou fora dele! João reconhece nele o
ungido, aquele sobre quem o Espírito"desceu e permaneceu". O
próprio Jesus dará testemunho desta realidade: "O Espírito do
Senhor repousa sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da
vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de
graça do Senhor" (Lc 4,18-19). João reconhece nele ainda aquele que,
cheio do Espírito Santo, batizará no Espírito Santo:"Aquele sobre quem
vires o Espírito descer e permanecer, este é o que batiza com o Espírito
Santo". Batizando-nos no Espírito, este Santíssimo Jesus-Messias dá-nos
o perdão dos pecados, a sua própria vida divina e a graça de, um dia,
ressuscitar dos mortos!
Enfim, João dá testemunho de que esse Jesus bendito é mais que um Servo, mais
que um Crodeiro, mais que um Profeta: ele é o Filho de Deus: "Eu
vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!"
Que mais dizer, ante um Messias tão humilde e tão grande? "Senhor Jesus
Cristo, Santo Messias, Servo e Cordeiro de Deus, cremos em ti, a ti seguimos,
em ti colocamos nossa vida e nossa morte! Sustenta-nos, pois em ti esperamos:
tu és o sentido de nossa existência, a razão de nossa vida e o rumo da nossa
estrada! Queremos seguir-te, a ti, tão pequeno e tão grande; queremos morrer
contigo e contigo ressuscitar-nos para a vida eterna; queremos ser testemunhas
do Reino do Pai que plantaste com tua bendita vinda. Senhor Jesus, a ti amamos,
em ti esperamos, em ti vivemos! Sê bendito para sempre. Amém".
Fonte: http://www.domhenrique.com.br/
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