30 de ago. de 2013

Trechos do sermão 13 (São Cesário de Arles)

Eu vos rogo, irmãos caríssimos, que reflitamos sobre o significado de sermos cristãos e sobre o sinal da cruz de Cristo que trazemos na fronte. Não nos basta - bem devemos saber - termos recebido o nome de cristãos se não agimos como cristãos, conforme disse o próprio Senhor no Evangelho: “De que adianta dizer: ‘Senhor, Senhor’, se não fazeis o que eu digo?” (Lc 6,46). Se mil vezes te proclamas cristão e fazes o sinal da cruz, mas não dás esmola de acordo com tuas possibilidades e não queres ter amor, justiça e pureza, de nada te aproveitará o nome “cristão”.

Sim, é uma grande coisa o sinal de Cristo e a Cruz de Cristo, mas, precisamente por isso, grande e preciosa deve ser também a realidade assinalada por tão precioso sinalDe que adianta fazer um selo de ouro, se o que está por dentro é palha podre? De que adianta andar com o sinal de Cristo na fronte e na boca se o que ele encerra são nossos pecados e delitos? Pois, quem pensa mal, fala mal e age mal e, se não quiser corrigir-se, a cada sinal da cruz seu pecado não só não diminuirá como aumentará.

É o caso de muitos que, ao furtar, adulterar ou agredir a pontapés, fazem o sinal da cruz e nem por isso deixam de fazer o mal. Ignoram esses infelizes que, com isso, atraem mais demônios para dentro de si em vez de expulsá-los.

Já quem, com a ajuda de Deus, afasta de si os vícios e os pecados, lutando por pensar o bem e realizar o bem, este imprime de verdade o sinal da cruz sobre seus lábios: pois esse agir, sim, é digno de receber o sinal de Cristo. E já que está escrito: “O reino de Deus não consiste em palavras mas em virtudes” (I Cor. 4,20) e também: “A fé sem obras é morta” (Tg 2,26), não usemos, pois, o nome de cristãos para nossa condenação, mas para nossa cura e dediquemo-nos às boas obras enquanto ainda podemos lançar mão dos remédios.

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Memorizai o Símbolo e o Pai-Nosso, e ensinai-os a vossos filhos, pois não sei como pode alguém dizer-se cristão e não se empenhar sequer em saber os poucos artigos do Símbolo e o Pai-Nosso.

Sabei que sois responsáveis diante de Deus pelos filhos, que trouxestes ao Batismo: deveis ensinar e corrigir tanto os vossos próprios filhos como os afilhados para que vivam uma vida pura, justa e sóbria. E vós mesmos agi de tal maneira que, querendo vossos filhos imitar-vos, não acabem ardendo convosco no fogo eterno mas, a vosso lado, atinjam o prêmio da vida eterna...

***

Aos domingos, reuni-vos na igreja. Se os infelizes judeus celebram o sábado com tamanha devoção que nesse dia não realizam nenhum trabalho, quanto mais não deve o cristão dedicar o domingo somente a Deus e vir à igreja em benefício de sua alma? Quando vierdes às reuniões da igreja, orai por vossos pecados e não entreis em discussões nem provoqueis discórdias ou escândalos. Quem vem à igreja para tais coisas agrava a ferida de sua alma, precisamente onde, pela oração, poderia curá-la.

Na igreja, não fiqueis tagarelando, mas ouvi pacientemente as leituras da palavra de Deus. Quem fica conversando na igreja deverá prestar contas, não só do mal que causa a si mesmo, mas também do que causa aos outros: pois nem ele ouve a palavra de Deus nem deixa que os outros a ouçam.

Dai o dízimo de vossos proventos à Igreja. Aquele que foi soberbo seja humilde; o que era adúltero seja casto; o que costumava furtar ou apropriar-se das coisas alheias que comece a dar de seu próprio patrimônio aos pobres. Quem foi invejoso seja benevolente; seja paciente o iracundo, quem ofendeu apresse-se a pedir perdão e o ofendido apresse-se em ser misericordioso.

Toda vez que sobrevier uma doença, o que a sofre receba o corpo e o sangue de Cristo; peça humildemente e com fé ao sacerdote a unção com o óleo bento a fim de que se cumpra nele o que está escrito: “Algum de vós está doente? Chame os presbíteros para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo, e a oração da fé salvará o enfermo, elevando-o ao Senhor. Se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão remitidos” (Tg 5,14-15).

Vede, irmãos, como quem recorre à Igreja em sua doença obtém a saúde do corpo e a remissão dos pecados. Se é possível, pois, encontrar este duplo benefício na Igreja, por que há infelizes que se empenham em causar mal a si mesmos, procurando os mais variados sortilégios: recorrendo a encantadores, a feitiçarias em fontes e árvores, amuletos, charlatães, videntes e adivinhos?

***


Como disse há pouco, exortai vossos filhos e parentes a viver uma vida pura, justa e sóbria. Não só com palavras mas também com a força do bom exemplo.

Antes de mais nada, onde quer que estejais, em casa, em viagem, comendo ou em reuniões, não profira vossa boca palavras torpes e obscenas, e exortai os vizinhos e vossos próximos a que falem sempre o que é bom e belo, e não palavras más ou maledicência. Evitai as danças organizadas nas festas religiosas, com suas canções torpes e obscenas: a língua, com a qual o homem deveria louvar a Deus, é então usada para ferir a si mesmo.

Esses infelizes e miseráveis que, sem vergonha e sem temor, promovem seus bailes e danças bem diante das próprias basílicas dos santos, tendo vindo à igreja como cristãos, dela saem como pagãospois tais bailes são restos de paganismo. E dizei-me que tipo de cristão é esse que veio à igreja para orar, mas se esquece da oração e não se envergonha de entoar cânticos sacrílegos pagãos. Considerai ainda, irmãos, se é justo que a boca cristã, que recebe o próprio corpo de Cristo, entoe cânticos obscenos, um veneno do diabo.

E, principalmente, fazei aos outros tudo o que quiserdes que os outros vos façam, e não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam. Se cumprirdes isto, podereis preservar vossas almas de todo o pecado. E todos, mesmo aqueles que são analfabetos, devem guardar estas duas sentenças na memória e, com a ajuda de Deus, podem e devem pô-las em prática.

Nós, caríssimos irmãos, conscientes de nossa responsabilidade, advertimo-vos com solicitude paterna: se de bom grado nos ouvirdes, dar-nos-eis uma grande alegria e chegareis felizmente ao reino de Cristo. Que Ele se digne vo-lo conceder, Ele que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

(Grifos meus)


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São Cesário de Arles 30/08

Os santos, como ninguém, entenderam que a Graça do Cristo que quer santificar a todos, é sempre a mesma, na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um destes homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso como Bispo tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo.

Cesário nasceu na França em 470, e ao deixar sua casa entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles – Sul da França- local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição episcopal.
São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica. Já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da Fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isto no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.
São Cesário de Arles, rogai por nós!
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"Se mil vezes te proclamas cristão e fazes o sinal da cruz, mas não dás esmola de acordo com tuas possibilidades e não queres ter amor, justiça e pureza, de nada te aproveitará o nome “cristão”.
São Cesário de Arles

29 de ago. de 2013

Por que queremos ser felizes?

Todos nós queremos ser felizes. Se perguntarmos a qualquer pessoa se ela quer ser feliz, seguramente a resposta será "sim". E se damos mais um passo e perguntamos qual é o tamanho dessa felicidade que ela deseja alcançar, é muito provável que seja o máximo possível, infinito.

É verdade que essas respostas parecem óbvias, mas se você conseguir ir além do evidente se encontrará com a realidade mais profunda do ser humano: a busca de Deus.

Existem muitas coisas que são apresentadas para nós como caminhos para a felicidade: diversão, dinheiro, drogas, viver sem normas, etc… Umas são boas e outras ruins, mas ambas não levam à verdadeira e plena felicidade.

Há uma passagem bíblica muito bonita onde Jesus se encontra com uma Samaritana no Poço de Jacó e faz uma comparação dessa busca de felicidade com a experiência de ter sede. Nesse encontro o Senhor Jesus diz a ela: "Aquele que bebe desta água terá sede novamente, mas quem beber da água que eu lhe der jamais terá sede"[Jo 4,13b-14a]. E a mulher responde "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede"[Jo 4,15]. O que será que isso significa?

Somos seres criados à imagem e semelhança de Deus que é Eterno e por isso temos no nosso interior algo que nos leva a buscar o infinito. Portanto, nada que é passageiro poderá satisfazer esse anseio. O único que pode saciar essa "sede" é Deus. Santo Agostinho expressou essa experiência com uma conhecida frase dirigida ao Senhor: "Meu coração inquieto não descansará enquanto não repousar em ti".

Portanto, o nosso desejo de felicidade é uma clara manifestação da nossa busca de Deus e só no nosso encontro com aquele que é o "Caminho, a Verdade e a Vida"[Jo 14, 6] é que poderemos viver plenamente felizes.


Fonte do texto: http://catequisar.com.br/

Cristão pode fazer tatuagem? As tatuagens e a Bíblia Sagrada

A Bíblia Sagrada não menciona, direta ou literalmente, a questão das tatuagens, mas algumas passagens estão relacionadas ao tema. Vejamos o que a Escritura tem a dizer:

"Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor." (Lv 19,28)

Pelo contexto do texto do Levítico (e também de Deuteronômio 14,1-2) vemos que as marcas no corpo tinham relação com os rituais pagãos que envolviam a necromancia (consulta aos mortos: o mesmo que hoje é chamado de 'mediunidade'). As marcas no corpo faziam parte da vinculação da pessoa à crença nos deuses e na prática dos seus rituais pagãos, e os simbolizavam. 

Já o dragão, um dos temas preferidos para as "tattoos" atuais, no contexto bíblico, representa o demônio. Porém, mais importante do que saber aquilo que a Bíblia diz literalmente, é entender que não é recomendável que um cristão marque seu corpo para o resto da vida com tatuagens, pois o seu corpo é Templo do Espírito Santo, como diz São Paulo Apóstolo em sua primeira carta aos coríntios:

"Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom Preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." (1Cor 6,19,20)

Como cristãos, devemos buscar e nos identificar com Jesus e seguir o seu exemplo, e não com os modismos do mundo: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" (1Cor 10,23).

"Rogo-vos, pois, irmãos, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos adapteis a este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12,1,2)

Hoje em dia parece que todo o mundo está se tatuando, e já faz algum tempo que tatuagem deixou de ser um gesto de rebeldia ou alguma coisa que diferencia a pessoa. Não aconselharíamos ninguém a se tatuar, mas é claro que nós não devemos considerar uma pessoa tatuada como pecadora, nem julgar alguém por conta de uma tatuagem. Ninguém deve deixar de se aproximar de Deus por possuir ou não tatuagens. Deus é Pai Misericordioso; Deus é Amor.

fonte do texto: https://www.facebook.com/pages/Fiéis-Católicos/

28 de ago. de 2013

Frases de Santo Agostinho

“Aquele que clama dos confins da terra está angustiado, mas não está abandonado.  Por que foi a nós mesmos, que somos o seu corpo, que o Senhor quis prefigurar em seu próprio corpo, no qual já morreu,ressuscitou e subiu ao céu, para que os membros tenham a certeza de chegar também onde a cabeça os precedeu.”


“Deus prometeu aos homens a divindade, aos imortais a imortalidade, aos pecadores a a justificação, aos humilhados a glória.”


“O ouvido de Deus estará  perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos”.


“Senhor Jesus Cristo, é o mesmo que ora por nós, ora em nós e recebe a  nossa oração. Ele ora por nós como nosso sacerdote: ora e nós como nossa cabeça: e recebe nossa oração como nosso Deus”.



‘’Se o desejo permanece, também permanece o gemido; este nem sempre chega aos ouvidos dos homens, mas nunca está longe dos ouvidos de Deus”.  


“...Quando sinceras, as lágrimas são sangue do coração.”


‘’Deus é como o médico: não atende aos desejos do doente;atente apenas as exigências da saúde.”


“O vaso da fé levado á fonte da graça será enchido de acordo com sua capacidade.”


frases tiradas do livro; Alimento Sólido 
editora: Canção Nova 

Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja Século V

Nasceu em Tagaste, Tunícia, em 13 de novembro do ano de 354, filho de Patrício e Santa Mônica.
Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista.
Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos, partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na corte do imperador. Ali se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas de sua mãe, Mônica,e pelas pregações de Santo Ambrósio, bispo de Milão. foi batizado por esse bispo em 387.Volta para África em veste de penitência, onde é ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos.

Começa a grande obra, Confissões, dizendo: 

"Senhor, criastes-nos  para Vós, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em vós".


Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente contra maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo que desprezava a graça de Deus.
Santo Agostinho escreveu muitas obras.
Morreu em 28 de agosto de 430, aos 76 anos, em Hippo Regius, na argélia.
Santo Agostinho exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de ''Doutor da Graça", pois como ninguém soube compreender seus efeitos.
Na sua grande obra A Cidade de Deus, que levou treze anos para escrever, afirma: "Dois amores fundaram, pois duas cidades, a saber: o amor próprio, levado ao desprezo de Deus, a terrena; o amor  a  Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial". É como um resumo da sua obra imortal. Como diz alguém, " seu símbolo é um coração em chamas e o olhar voltado para as alturas".

texto.do  livro:  Alimento Sólido 
editora Canção Nova 


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27 de ago. de 2013

Santa Mônica 27/08


Neste dia, celebramos a memória desta grande santa, que nos provou com sua vida que realmente “tudo pode ser mudado pela força da oração.” Santa Mônica nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 332, numa família cristã que lhe entregou – segundo o costume da época e local – como esposa de um jovem chamado Patrício.
Como cristã exemplar que era, Mônica preocupava-se com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo violento, rude, pagão e, principalmente, pelo filho mais velho, Agostinho, que vivia nos vícios e pecado. A história nos testemunha as inúmeras preces, ultrajes e sofrimentos por que Santa Mônica passou para ver a conversão e o batismo, tanto de seu esposo, quanto daquele que lhe mereceu o conselho: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.
Santa Mônica tinha três filhos. E passou a interceder, de forma especial, por Agostinho, dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, o que fez com que resolvesse procurar as respostas e a felicidade fora da Igreja de Cristo. Por isso se envolveu em meias verdades e muitas mentiras. Contudo, a mãe, fervorosa e fiel, nunca deixou de interceder com amor e ardor, durante 33 anos, e antes de morrer, em 387, ela mesma disse ao filho, já convertido e cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”.
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever:“Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Santa Mônica, rogai por nós!

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26 de ago. de 2013

“A Igreja não perdeu nenhum fiel. Aqueles que se foram nunca foram fiéis católicos realmente. Não se pode perder o que nunca se teve. Os que deixaram a Igreja eram indecisos, curiosos ou pessoas que estavam apenas ‘cumprindo uma obrigação’ passada por seus pais ou avós. Os que vêm e vão não pertencem ao Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja na Terra. A Igreja, Casa e Família de Deus, surgiu como um pequeno grupo; não importa a quantidade, e sim a qualidade dos seus filhos, como cristãos conscientes e santificados”. 

|S.S Emérito Bento XVI |

25 de ago. de 2013

Dom Henrique Soares da Costa

Por que o Senhor afirma que a porta é estreita e que muitos tentarão e não conseguirão?
Será que Deus nos preparou uma armadilha?

De modo algum! Na Casa do Pai há tantas moradas...
A porta é estreita porque nos tornamos grandes demais, autossuficientes demais, prepotentes demais, demasiadamente cheios de nós mesmos, inchados! A porta é estreita porque nossas manhas sãos largas... Portanto, há um combate a ser travado em nós, para nos adequarmos ao Reino de Deus.
O Reino é para os pequenos, e nos tornamos gigantes pelo orgulho, a soberba, a autossuficiência.
O Reino é para as crianças, e nos tornamos adultos no sentido da velhacaria, da desconfiança, do cinismo, do cálculo segundo a carne!

Quando Miguel de Unamuno morreu, encontraram na sua mesa de trabalho estes versos:
"Aumenta a porta, meu Pai,
para que eu possa passar!
Tu a fizeste para as crianças
e eu cresci, a meu pesar!

Se não aumentas a porta,
diminui-me, por piedade!
Faz-me voltar à idade
em que viver era sonhar!"

Eis! Voltar a ser criança, a ser pobre, a ser confiante, pequeno, ante o Senhor! Em uma palavra: deixar que o Senhor reine em nós, que o Seu Reinado nos invada! Mas, o quê?! Crescemos, queremos nós mesmos controlar nossa vida, decidir de modo autônomo, sem Deus, os nossos passos! Seguindo nossa lógica, nossos instintos, nossas paixões, não entraremos! Não entrará no Reino quem primeiro não deixar o Reino entrar em si, no seu coração e na sua vida!

Lc(2-30) 21°DOMINGO COMUM 25/08/2013 

Reflexão do Evangelho 
Fonte https://www.facebook.com/domhenrique.dacosta?hc_location=stream

Rainha da PAZ

A décima segunda das doze invocações de MARIA como ‘’Rainha” , saúda a Mãe de Deus como “Rainha da paz”; em Latim, Regina Pacis. Não poderia ser diferente, já que ela é a mãe do  “príncipe da paz” (cf. Is 9,5)
Ela experimentou na própria carne a violência que o pecado provoca no mundo. Quando apresentou seu filho no templo, ouviu a profecia do velho Simeão: ‘’Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição e, a ti, uma espada transpassará tua alma! – e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34-35).
Esta espada tocou o fundo da alma de Maria no momento em que viu  seu filho na cruz. Não é difícil de imaginar sua dor no momento em que recebeu no colo, seu filho já sem vida.
Mas qual teria sido a sua reação? Desespero? Com certeza, não! Foi de uma dolorosa serenidade.
A genialidade de Michelangelo Buonarroti        artista do renascimento italiano – Soube representar esta atitude na clássica da Pietá. O que chama a atenção para quem observa bem essa escultura, conservada no Vaticano é que o rosto não tem nada a ver com uma mulher de  quarenta e cinco anos. Parece mais uma menina de 16 anos. Isso contrastou com o gênero próprio da época que costumava retratar a dor de Jesus e Maria com cores bastante fortes e expressivas da crueldade. Michelangelo mostrou com sua arte que mesmo na dor maior Maria permaneceu sendo Rainha da Paz.

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Por meio de Maria recebemos a paz que que nossos primeiros pais perderam no início da criação por causa do pecado. Santo Irineu dizia que : "O nó que da desobediência de Eva foi desfeita pela obediência de Maria." 

Se o salário do pecado foi a dor, a violência e a morte, por meio do sim de Maria chegou até nos, em JESUS, a salvação e a paz. 
A imagem do Apocalipse retrata bem a Rainha da Paz: ''Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça, uma coroa de de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar á luz.Então apareceu apareceu outro sinal do céu: um grande Dragão, avermelhado como fogo.Tinha sete cabeças,e dez chifres e , sobre as cabeças, sete diademas. Com a cauda, varreu a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar á luz, pronto para devorar o seu filho, logo que ela o  desse á luz. E ela deu á luz um filho homem, que veio para governar todas as nações  com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus tinha preparado um lugar, para que ai, fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias". ( Ap 12, 1-6)

Estas imagens fortes mostram que nossa vida é um combate espiritual.Maria e a figura de Maria se confundem na figura desta "Mulher do apocalipse".

Na verdade,  Maria é um Ícone no qual vemos a própria imagem da nossa humanidade redimida e da Igreja que busca vencer com a força do Espírito.
A devoção recente á Nossa Senhora Rainha da Paz parece ter sua origem em 1085 na cidade de Toledo, libertada das mãos dos Mouros. Vivemos hoje, em um mundo muito violento. A segurança é um dos maiores desejos de nossas famílias. Toda criança sabe muito bem onde encontrá um refúgio seguro: no colo da mãe. Ao invocarmos Maria, como "Rainha da Paz" na verdade pedimos seu colo, intercessão e exemplo. Aquela que viveu até o drama da morte do seu filho sem perder a paz vai nos ensinar o caminho para garantir a paz entre marido e mulher, entre jovens e idosos, paz nas ruas e praças, paz nas cidades e nos campos.

Se seu coração anda agitado e impaciente; se o stress tomou conta dos seus dias e de suas noites peça a intercessão da mãe: 

RAINHA DA PEZ, ROGAI POR NÓS! 


texto: Pe Joãozinho scj 
fonte: Revista Brasil Cristão setembro 2009 
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O que significa ser "CATÓLICO"?

Um jovem me fez esta pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao confessar-se católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Ficou com esta dúvida intrigante. Queria uma resposta pois já estava começando a pensar que seus amigos tinham razão e que seria melhor mesmo mudar de igreja.
Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20. Utilizarei aqui a tradução mais popular nas bíblias evangélicas (Almeida, corrigida e fiel):
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: TODO. Jesus tem todo o poder; devemos anuncia-lo a todos os povos, guardar todo o seu ensinamento na certeza de que estará todos os dias conosco. Esta ordem de Jesus foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo”, pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer o mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandado pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!
Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 dC. Pode significa tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época São Policarpo utilizava o termo “católico” também nestes dois sentidos. Santo Agostinho utilizou o termo “católico” mais de 240 vezes em seus escritos, entre 388-420. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (Catechesis 18:23). Veja que já está bem claro os dois sentidos de “Católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma que dividiu a igreja em “ocidental e oriental”. A Igreja do ocidente continuou a ser denominada “Católica” e a Igreja do oriente adotou o adjetivo de “Ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja “autêntica”.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), grande teólogo ocidental, desenvolveu uma teologia da catolicidade. A Igreja seria “universal” em três sentidos: a) Está em todos os lugares (cf. Rm 1,8) e pode ser militante na Terra, padecente no purgatório e triunfante no céu; b) Inclui pessoas dos três estados de vida (Gal 3,28): leigos, religiosos e ministros ordenados; c) Não tem limite de tempo desde Abel até a consumação dos tempos.
A Igreja católica reconhece que cristãos de outras igrejas pode ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas a Igreja católica conserva e ensina sem corrupção TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.
Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica promovendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca o mandato do Mestre que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a ave-maria, mas por ser evangélico não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat em que Maria proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… e se questionava o por quê sua geração tão evangélica não faz parte desta geração que proclama bem-aventurada a Mãe do Salvador!
Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!

Pe Joãozinho SCJ 

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Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...