A décima segunda das doze invocações de MARIA como ‘’Rainha”
, saúda a Mãe de Deus como “Rainha da paz”; em Latim, Regina Pacis.
Não poderia ser diferente, já que ela é a mãe do “príncipe da paz” (cf. Is 9,5)
Ela experimentou na própria carne a violência que o pecado
provoca no mundo. Quando apresentou seu filho no templo, ouviu a profecia do
velho Simeão: ‘’Este menino será
causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de
contradição e, a ti, uma espada transpassará tua alma! – e assim serão
revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34-35).
Esta espada tocou o fundo da alma de Maria no momento em que
viu seu filho na cruz. Não é difícil de
imaginar sua dor no momento em que recebeu no colo, seu filho já sem vida.
Mas qual teria sido a sua reação? Desespero? Com certeza,
não! Foi de uma dolorosa serenidade.
A genialidade de Michelangelo Buonarroti artista do renascimento italiano –
Soube representar esta atitude na clássica da Pietá.
O que chama a atenção para quem observa bem essa escultura, conservada no
Vaticano é que o rosto não tem nada a ver com uma mulher de quarenta e cinco anos. Parece mais uma menina
de 16 anos. Isso contrastou com o gênero próprio da época que costumava
retratar a dor de Jesus e Maria
com cores bastante fortes e expressivas da crueldade. Michelangelo mostrou com
sua arte que mesmo na dor maior Maria permaneceu
sendo Rainha da Paz.
.
Por meio de Maria recebemos a paz que que nossos primeiros pais perderam no início da criação por causa do pecado. Santo Irineu dizia que : "O nó que da desobediência de Eva foi desfeita pela obediência de Maria."
Se o salário do pecado foi a dor, a violência e a morte, por meio do sim de Maria chegou até nos, em JESUS, a salvação e a paz.
A imagem do Apocalipse retrata bem a Rainha da Paz: ''Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça, uma coroa de de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar á luz.Então apareceu apareceu outro sinal do céu: um grande Dragão, avermelhado como fogo.Tinha sete cabeças,e dez chifres e , sobre as cabeças, sete diademas. Com a cauda, varreu a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar á luz, pronto para devorar o seu filho, logo que ela o desse á luz. E ela deu á luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus tinha preparado um lugar, para que ai, fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias". ( Ap 12, 1-6)
Estas imagens fortes mostram que nossa vida é um combate espiritual.Maria e a figura de Maria se confundem na figura desta "Mulher do apocalipse".
Na verdade, Maria é um Ícone no qual vemos a própria imagem da nossa humanidade redimida e da Igreja que busca vencer com a força do Espírito.
A devoção recente á Nossa Senhora Rainha da Paz parece ter sua origem em 1085 na cidade de Toledo, libertada das mãos dos Mouros. Vivemos hoje, em um mundo muito violento. A segurança é um dos maiores desejos de nossas famílias. Toda criança sabe muito bem onde encontrá um refúgio seguro: no colo da mãe. Ao invocarmos Maria, como "Rainha da Paz" na verdade pedimos seu colo, intercessão e exemplo. Aquela que viveu até o drama da morte do seu filho sem perder a paz vai nos ensinar o caminho para garantir a paz entre marido e mulher, entre jovens e idosos, paz nas ruas e praças, paz nas cidades e nos campos.
Se seu coração anda agitado e impaciente; se o stress tomou conta dos seus dias e de suas noites peça a intercessão da mãe:
RAINHA DA PEZ, ROGAI POR NÓS!
texto: Pe Joãozinho scj
fonte: Revista Brasil Cristão setembro 2009
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