26 de dez. de 2013

O Jesus Cristo Histórico

Fonte: A Catholic Response Inc.
No
décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador
da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da
Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene…” (Lc 3,1)
Algumas
pessoas afirmam que Jesus Cristo nunca existiu. Alegam que a vida de Jesus e os
evangelhos são mitos criados pela Igreja. Essa lamentável afirmação se baseia,
principalmente, na crença de que não existem registros históricos de Jesus.
Tal
carência de registros seculares (isto é, não ligados à esfera religiosa) não
deve surpreender os cristãos de hoje. Primeiro, porque apenas uma pequena
fração dos registros escritos sobreviveram ao tempo (nada, nada, são 20
séculos!). Segundo, porque existiam poucos – se é que de fato realmente
existiam – “jornalistas” na Palestina do tempo de Jesus. Terceiro,
porque os romanos viam o povo judeu como apenas mais um dos grupos étnicas que
precisavam tolerar; os romanos tinham pouquíssima consideração para com o povo
judeu. Finalmente, porque os líderes judeus também ansiavam esquecer Jesus.
Assim, os escritores seculares somente começaram a se referir sobre o
Cristianismo quando este movimento religioso tornou-se popular e começou a
incomodar o estilo de vida que tinham.
Ainda
que os testemunhos seculares sobre Jesus sejam raros, existem alguns poucos que
sobreviveram ao tempo e faz referências a Ele. Não é de se surpreender que os
registros não cristãos mais antigos tenham sido feitos por judeus. Flávio
Josefo, que viveu até 98 dC, era um historiador judeu romanizado. Ele escreveu
livros sobre a História dos Judeus para o povo romano. Em seu livro,
“Antiguidades Judaicas”, ele faz algumas referências a Jesus. Em uma
delas, ele escreve:
“Por
esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas
virtudes eram reconhecidas. Muitos judeis e pessoas de outras nações
tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto.
Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles
afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está
vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos
profetas” (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII,3,2).
Muito
embora diversas formas deste texto em particular tenham sobrevivido nestes
vinte séculos, todas elas concordam com a versão citada acima. Tal versão é
considerada a mais próxima do original – reduzindo as suspeitas de adulteração
do texto por mãos cristãs. Em outros lugares de sua obra, Josefo também
registra a execução de São João Batista (XVIII,5,2) e o martírio de São Tiago o
Justo (XX,9,1), referindo-se a este como “o irmão de Jesus que era chamado
Cristo”. Deve-se notar que o emprego do verbo “ser” no passado,
na expressão “Jesus que ERA chamado Cristo” testemunha contra uma
possível adulteração cristã já que um cristão certamente escreveria “Jesus
que É chamado Cristo”.
Uma
outra fonte judaica, o Talmude, faz algumas referência históricas a Jesus. De
acordo com o Dicionário da American Heritage, o Talmude é “a coleção de
antigos escritos rabínicos que consiste da Mishná e da Gemara, e que constitui
a base da autoridade religiosa para o Judaísmo tradicional”. Ainda que não
faça referência explícita ao nome de Jesus, os rabinos identificam a pessoa em
questão com Jesus. Essas referências a Jesus não são simpáticas nem a Ele nem à
sua Igreja. Esses escritos também foram preservados através dos séculos pelos
judeus, de maneira que os cristão não podem ser acusados de terem adulterado o
texto.
O
Talmude registra os milagres de Jesus; não é feita nenhuma tentativa de negá-los,
mas relaciona-os como frutos de artes mágicas do Egito. Também sua crucificação
é datada como tendo “ocorrido na véspera da Festa da Páscoa”, em
concordância com os evangelhos (Luc 22,1ss; Jo 19,31ss). Também de forma
semelhante ao evangelho (Mat 27,51), o Talmude registra a ocorrência do
terremoto e o véu do templo que se dividiu em dois durante a morte de Jesus.
Josefo, em sua obra “A Guerra Judaica” também confirma esses eventos.
No
início do séc. II, os romanos começaram a escrever sobre os cristãos e Jesus.
Plínio o Moço, procônsul na Ásia Menor, em 111 dC escreveu em uma carta
dirigida ao imperador Trajano:
“…[os
cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e
dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um
juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou
adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido.
Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição…”
(Plínio, Epístola 97).
Uma
atenção especial deve ser dada à frase “a Cristo como se este fosse um
deus”; trata-se de um testemunho secular primitivo atestando a crença na
divindade de Cristo (Jo 20,28; Fil 2,6). Também é interessante comparar esta
passagem com At 20,7-11, que é uma narração bíblica sobre a primitiva
celebração cristã do domingo.
Um
outro historiador romano, Tácito, respeitado pelos modernos pesquisadores por
causa de sua precisão histórica, escreveu em 115 dC sobre Cristo e sua Igreja:
“O
fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador
Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou
novamente, não apenas em toda a Judéia… mas também em toda a cidade de
Roma…” (Tácito, “Anais” XV,44).
Mesmo
desprezando a fé cristã, Tácito tratou a execução de Cristo como fato
histórico, fazendo relação com eventos e líderes romanos (cf. Luc 3,1ss).
Outros
testemunhos seculares ao Jesus histórico incluem Suetônio em sua
“Biografia de Cláudio”, Phlegan (que registrou o eclipse do sol
durante a morte de Jesus) e até mesmo Celso, um filósofo pagão. Precisamos
manter em mente que a maioria dessas fontes não eram apenas seculares mas
também anti-cristãs. Esses autores seculares, inclusive os escritores judeus,
não desejavam ou intencionavam promover o Cristianismo. Eles não tinham
motivação alguma para distorcer seus registros em favor do Cristianismo. Plínio
realmente punia os cristãos pela sua fé. Se Jesus fosse um simples mito ou sua
execução uma mentira, Tácito teria relatado tal fato; certamente, ele não teria
ligado a execução de Jesus com líderes romanos. Esses escritos, portanto,
apresentam Jesus como um personagem real e histórico. Negar a confiabilidade
dessas fontes que citam Jesus seria negar todo o resto da história antiga.
Não
é intenção deste artigo provar que esses antigos escritos seculares testemunham
que Jesus seja o Filho de Deus ou o Cristo. Porém, esses registros mostram que
um homem virtuoso chamado Jesus viveu nesta Terra no início do séc. I dC e
fundou um movimento religioso que perdura até os nossos dias. Esse Homem foi
chamado de Cristo – o Messias. Os cristãos do primeiro século também O
consideravam como Deus. Por fim, esses escritos suportam outros fatos
encontrados na Bíblia a respeito da vida de Jesus. Logo, afirmar que Jesus
nunca existiu e que sua vida é um mero mito compromete a confiabilidade de toda a história antiga.
Fonte onde este artigo foi encontrado para ser postado do blog: http://cleofas.com.br/
Imagem para ilustra este artigo aqui no blog: internet 

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