1° Domingo de Novembro, a Igreja Celebra o dia de todos os santos ( Evangelho de Mt 5,1-12a )
Hoje, primeiro domingo de novembro, a Igreja celebra todos os santos, todos aqueles que já estão na Glória, na
plenitude do Cristo Jesus. Diz o Apocalipse que são “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (7,9).
Os santos já estão todos revestidos de Cristo, totalmente configurados ao Senhor ressuscitado, transfigurados pela potência do Espírito Santo Daquele que Ressuscitou dos mortos e nos ressuscita com Ele e como Ele. Naquela sua dimensão espiritual a que chamamos de “alma”, que é o núcleo da nossa personalidade e da nossa consciência, ali onde dizemos “eu”, eles já estão com Cristo; em seus corpos, eles esperam ainda a plenitude da ressurreição, que acontecerá somente no final dos tempos, no Dia de Cristo, quando Ele aparecer em glória, do modo e no momento que só Ele conhece e a ninguém é dado especular...
Santos, conhecidos e desconhecidos... Conhecidos, como Pedro e Paulo, como Francisco e Clara, Domingos de Gusmão, Teresa d’Ávila, João da Cruz, Catarina de Sena, Teresa de Lisieux, Domingos Sávio, Beata Dulce dos Pobres, Beato João Paulo II... ou desconhecidos, como tantos e tantos que nós conhecemos e com os quais convivemos...
Santos de todas as classes: nobres, como Brígida, Henrique da Baviera, Estevão da Hungria, Luís de França... pobres, como Camilo de Lélis, Benedito, o Negro, Catarina de Sena... Santos de todas as idades: menino como Tarcísio, idoso como Policarpo de Esmirna, jovem como Luzia de Siracusa e Luís de Gonzaga...
Santos de todos os temperamentos: manso como Francisco de Sales, irascível como Jerônimo, fogoso, como Agostinho de Hipona, entusiasmado como Bernardo de Claraval, comedido como São Bento de Núrsia, sóbrio como Tomás de Aquino...
Santos de todos os países, de todos os continentes... Santos conservadores como Epifanio de Salamina ou Pio X, e santos progressistas, como o Beato Rosmini, santos sisudos como João Crisóstomo ou gaiatos como Filipe Néri... mas todos eles santos
O que todos esses irmãos que estão na Glória tiveram em comum? O que os fez santos?
Nosso povo tem mania de ver o santo como alguém diferente, excêntrico, e a santidade, como algo que nos desliga do mundo. No pedaço do Nordeste onde nasci até se diz: "Santo não come feijão!" Nada mais equivocado! Os santos foram gente como a gente, gente de carne e osso, gente que lutou, que chorou, que caiu, que se levantou...
O que os fez santos foi o “sim” à graça, foi a coragem de levantar-se, foi a força de recomeçar sempre, foi a confiança incondicional na misericórdia do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. No Apocalipse, diz-se que eles “são os que vieram da grande tribulação”... (7,14) A tribulação da vida, de cada dia, a tribulação de nossas incoerências, de nossos medos, de nossas infidelidades, de nossas lutas... Os santos, eles venceram, eles não se deixaram abater, eles, agora, no céu, estão vestidos “com linho brilhante e puro. O linho significa as obras justas dos santos” (Ap 19,8)! Por amor de Cristo suportaram, por amor de Cristo lutaram, por amor de Cristo perseveraram e agora trazem nas mãos a palma da vitória!
Esses irmãos nossos que agora estão na Glória, e aos quais chamamos “santos”, rezam por nós, intercedem por nós. A Epístola aos Hebreus afirma que eles estão naquela “Jerusalém Celeste, Cidade do Deus vivo”; eles são aqueles que já participam para sempre da “reunião festiva, da assembleia dos primogênitos inscritos no céu”; eles são, precisamente, aqueles “espíritos dos justos que já chegaram à perfeição” (cf. Hb 12,22-23). O Apocalipse os mostra rezando por nós, suplicando ao Senhor que faça logo justiça sobre a terra, apressando a Vinda bendita da plenitude do Reino, quando todos os inimigos de Cristo serão derrotados para sempre: “Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra?” (6,10).
Santos, certamente os temos também hoje... Vestidos como gente de hoje, com ideias de hoje e costumes de hoje: santos na praia, santos namorando, santos no matrimônio, santos no trabalho, santos na política, santos no ministério sacerdotal e na vida religiosa, santos dançando e rezando... Santos não porque têm jeitinho de santo – santinhos do pau oco, sem utilidade nem consistência! -, não porque se excluem do mundo... Santos porque, no mundo, vivem e testemunham Jesus! Santos porque revelam que o Evangelho é para hoje, novinho em folha, pronto para ser vivido no século XXI, por pessoas do séculos XXI!
Santos... esteja atento: eles podem estar pertinho de você... e você pode ser um deles... Como Francisco em Assis, como Catarina em Sena, como Anchieta no Brasil, como a Beata Teresa de Calcutá na Índia, como o Beato João Paulo II em Roma e no mundo todo, como Dulce dos Pobres na Bahia, como Frei Damião no Nordeste...
Todos os santos e santas de Deus, rogai por nós!
Texto: Dom Henrique Soares da Costa
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