Os textos bíblicos caracterizam os profetas como pessoas
simples, que aparecem do meio de seu povo; no entanto, a coragem de questionar
o tempo presente e a capacidade de esperança em relação ao futuro para si e para seu povo, os faz parecerem fascinantes.
Muitos chegam a confundir a vocação de profeta com a
concepção de que ele seja um adivinho ou visionário que prevê o futuro ou a
vida pregressa de pessoas. Muita gente também chegou a pensar que os profetas talvez ensinassem coisas absolutamente novas, mas não.
Segundo a tradição judaica, o verdadeiro profeta é aquela
pessoa que procura preservar a tradição
autêntica da vida do povo, que por acaso venha a estar deformada ou perdida no
meio de tantos outros valores ou contra-valores, ou tradições que tenham sido
criadas para defender interesses,
legitimar opressão ou até mesmo manter um sistema opressor. A mensagem central
do que podemos considerar autêntica na tradução do antigo testamento é a fé o êxodo,
isso é, o reencontro com o Deus
verdadeiro, apontado por Moisés (cf. Ex 20,2; Dt 5,6)
O profeta tem uma missão vital, ele procura apontar a ação libertadora do Deus do êxodo e, a parti daí, analisar a situação do seu
contexto, isso é onde está vivendo, e mostra o projeto de Deus para o futuro do
povo. Toda ação profética nasce do contexto em que o profeta e o povo se
encontram. Todo profeta é aquele que se pergunta se o povo está sendo tratado
conforme pede o amor de Deus.
Suas atividades oscilam de acordo com seus ouvintes e com a
situação histórica em que se encontram. Os profetas não são todos iguais . Cada
um tem seu estilo próprio, e proferem anúncios e denúncias perante situações
bem determinadas. Porém, são comuns a todos eles, duas grandes linhas de
pensamento e atitudes no agir profético: a exigência de conversão e o anúncio de esperança.
Conversão para mudar a situação social em que o povo vive,
com a finalidade de que julgamento de Deus não recaia sobre ele. Este tema é
profundamente predominante na mensagem profética exercida antes do exílio da
Babilônia.
O anúncio da esperança pode significar que o profeta tem que
encorajar o povo que havia perdido a terra e corria o perigo de estar perdendo
também a identidade de filho do Deus do êxodo. O anúncio dos
profetas fazia com que o povo retornasse a caminhada de reconstrução da vida, voltando
a vivência da fé no Deus libertador, reassumindo os valores construídos e
vividos na história, e alcançados por intermédio desta mesma fé.
Os livros proféticos são testemunho de atividades de homens
e mulheres que possuem uma fé profunda e vigorosa, procurando se orientar e
orientar o povo para um profundo
relacionamento com Deus da vida, que julga e salva.
A literatura
profética pode ser apresentada de várias formas. A mais conhecida e a
mais comum é a divisão feita em profetas maiores e profetas menores. Não é pelo
fato que haja profetas mais importantes que outros, mas simplesmente pela
extensão de seus textos.
Os profetas maiores são quatro: Isaias, Jeremias, Ezequiel e
Daniel.
Os profetas menores são treze: Baruc, Oséias, Joel, Amós,
Abdias, Jonas,Miqueias, Naum,Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
texto: Padre Fernando Figueiredo de Sousa
fonte: Revista O Mílite
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