15 de set. de 2012

Sejamos Um Sinal de Contradição



     O que nos falta meus amigos, para que anunciemos o Senhor com toda nossa alma, se bebemos da Água da vida? O Senhor que tem nos dado tanto todos os dias, é impossível que estejamos cegos diante de Sua Consagração perpétua, é impossível que provemos de Sua Sagrada Carne e Seu Doce Sangue e permaneçamos inertes meio ao mundo. Ora, é por Ele que vivemos, é n’Ele que vivemos, é Ele quem vive em nós![1] Não há escolha, não temos domínio sobre nós e não o queiramos ter, não nos pertencemos, fomos entregues a Ele, a nossa obrigação é fazer todos os povos seus discípulos![2]
 Somos aqueles com quem o Espírito Santo de Deus mora, Espírito que o mundo não pode acolher:
“Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês.” [3]
     Ora irmãos, somos como o vento, não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos, como nos ensinou o Esposo. Também o mundo não nos pode acolher, de modo algum, um cristão que vive um amor autêntico, não pode estar conformado com esse mundo, portanto somos nós os transformadores, somos nós os empregados que o dono da vinha contratou, para fazê-Lo conhecido, para fazer Jesus Cristo amado!
     Em São Lucas 2, 34; profetiza Simeão: “Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição.” E em São João 7, 7; Jesus declara: “O mundo me odeia, porque eu dou testemunho de que suas ações são más.” Jesus é sinal de contradição por ser a Verdade, por denunciar os que por fora eram santos e por dentro uma raça de cobras venenosas, os que colocavam sobre os ombros alheios fardos enormes, louvavam a Deus com os lábios e seus corações permaneciam imundos; e por acolher os pobres, pecadores pequeninos, os que carregam o fardo de seus pecados e dos doutores da lei.
     Assim somos nós, sinais de contradição para o mundo, porque somos animados pelo mesmo Espírito. A inconformidade com este mundo deve nos inquietar, no sentido de querermos dar sempre o melhor de nós em tudo, e de todas as maneiras glorificar a Deus com a nossa vida, oportuna e inoportunamente, em todas as circunstâncias, é o Senhor quem nos diz: “Meu Pai continua trabalhando até agora e eu também trabalho”[4].Não hesitemos em nos dar até a exaustão, pois Ele cuida de todo cansaço. O Senhor espera em nós, espera de nós, façamos o máximo para agradá-lo. E Santa Teresa d’Ávila vem dizer-nos que o que importa não são as obras que fazemos, mas o modo, a dedicação, o esforço que a elas empenhamos, afinal é para o nosso Bem Amado.[5]
     Há tantos que precisam de nós que a nossa vista não é capaz de alcançá-los. O mundo tem vivido sob aparências: aparentemente as pessoas vivem felizes, aparentemente não precisam de nós, não precisam de Deus, como é típico do príncipe deste mundo e todas as artimanhas que usa. Mas o mundo é do mesmo modo que os doutores da lei no tempo de Jesus, que Ele mesmo nos vem revelar: São sepulcros caiados, bonitos por fora e tão desestruturados por dentro! Existem muitos ao nosso redor que se enganam e enganam aos outros! Ó meus amigos, basta que passemos a perceber mais nas pessoas, e olhar ao nosso redor tantos jovens e idosos que sofrem, tantas famílias desestruturadas. Dentro da nossa própria casa paremos diante da televisão 5 minutos que seja, aqueles programas que valorizam a superficialidade são feitos para abarcar um público, e tenha certeza se este não existir outros artifícios serão procurados para alimentar os novos sepulcros caiados.
     Para nós, cristãos, é na Cruz de Cristo que encontramos nossa razão de viver, e assim é preciso que seja, como nos testemunha Paulo: “Entre vocês, eu não quis saber de outra coisa a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado”[6], para que tenhamos a fortaleza necessária para prosseguir na nossa constante batalha, o mundo não nos pode intimidar e não tem força para fazê-lo, se permanecermos unidos Árvore da vida, bendita Árvore da Cruz!
     Sejamos, portanto fiéis, como trabalhadores, como empregados do Dono da Vinha, não esperamos que seja para nós o dito de Jesus: Empregado mau e preguiçoso! Não enterremos os dons maravilhosos que de Deus recebemos, o dom de testemunhá-lo, com todas as nossas forças, o dom de sermos contradição para o mundo, com Amor que Ele mesmo tem nos ensinado todos os dias, em todos os momentos, em especial, no Altar da Cruz! Tenhamos como nossa o dizer de Santa Tereza d’ Ávila: “Receber tanto e dar tão pouco em troca! Oh, é um martírio que me leva à morte.”
      Rezemos sem cessar pela Intercessão poderosa de Nossa Mamãe Amada que Ela leve-nos sempre a Seu Santo Filho! Estejam sempre alegres, rezem sem cessar. Dêem graças em todas as circunstâncias, porque esta é a vontade de Deus a respeito de vocês em Jesus Cristo.(I Ts 5; 16-18)

Mychele Araújo
Uma pequena serva de Deus.



[1] Jo. 7, 56-57.
[2] Mt. 28, 19.
[3] Jo. 14,17.
[4] Jo. 5,17.
[5] ÁVILA, Santa Tereza. Moradas ou Castelo Interior. p.36.
[6] 1Cor. 2,2.

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