Conheça o belo testemunho de Joathan, o jovem que, graças ao Papa Francisco e à formação do site, abandonou o protestantismo para abraçar a fé católica
A Jornada Mundial da Juventude de 2013 foi um evento decisivo para o jovem Joathan, de Mossoró, Rio Grande do Norte. Depois de cinco anos no protestantismo, o seu coração inquieto conheceu o sucessor de São Pedro e voltou para casa. Conheça o seu belo testemunho e descubra como a formação do site fê-lo deixar o mundo e as suas ilusões para abraçar a fé católica.
Olá, meus caros da Equipe Christo Nihil Praeponere!
Sei que o Reverendíssimo Padre Paulo Ricardo é um homem
muito atarefado, mas gostaria que, se possível, pelo menos uma parte desta
mensagem chegasse até ele. Na verdade, gostaria de ter falado sobre minha
história a vocês há muito tempo, mas após ver a postagem "Católico e
protestante debatem em avião", senti que já era hora de contar como o Pe.
Paulo Ricardo ajudou a me levar a Roma. Aí vai:
"Eu peço que vocês sejam revolucionários, que vão
contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta
cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir
responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança
em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de 'ir contra a corrente'.
Tenham a coragem de ser felizes!" (Papa Francisco, Encontro com os
Voluntários da JMJ, 28 de julho de 2013)
Amado padre,
Parecia que seria uma semana normal, mas, na realidade, a
partir dali minha vida mudaria por completo. Começava a Jornada Mundial da
Juventude, no Rio de Janeiro. Um evento que parecia sem importância para mim,
afinal, há cinco anos eu tinha ingressado em uma igreja protestante.
Aos 12 anos, batizado e nascido em uma família católica,
aceitei o convite de um amigo para assistir a um culto na Assembleia de Deus.
No início do culto, o pastor informava à comunidade que ali se encontrava um
jovem que queria aceitar a Jesus como seu Salvador. Naquele ambiente totalmente
novo, aquilo parecia irresistível.
Eu, inocente, era esse jovem. Fascinado com a alegria
daquelas pessoas, pela forma calorosa com a qual fui recepcionado, levantei a
mão e fui conduzido até o púlpito para que a assembleia fizesse uma oração. No
dia seguinte, fui à primeira aula de um curso de novos convertidos.
Naquelas aulas aprendi que adorar imagens era errado, que o
sacerdote pode casar, que somos salvos apenas pela fé no Senhor Jesus, que a
Bíblia é a única fonte infalível de fé e que nos seus 2.000 anos a Igreja
Católica havia se perdido e se tornado um antro de perdição. Poucos anos
depois, me tornei professor convidado do curso e lecionava a aula sobre Bíblia,
quando aproveitava para reverenciar os reformadores protestantes, que teriam
tornado as Sagradas Escrituras acessíveis a todos, firmados nos postulados da
sola Scriptura e na livre interpretação pessoal.
Cinco anos depois, algo me incomodava. Meu coração sofria um
turbilhão de emoções, de pensamentos desordenados. As palavras daquele Papa
sorridente, de alguma forma, preenchiam um vazio dentro de mim. As imagens que
eu via, na televisão, daquela miríade de jovens exultando alegria com sua fé
católica me perturbavam.
Após a Jornada, notei que, no Instituto Federal do Rio
Grande do Norte, onde eu estudava, havia um grupo universitário de oração
tímido, mas bastante ativo, e que aquelas quatro pessoas davam um testemunho
genuíno da sua fé (enquanto isso, o grupo de oração protestante estava
desativado porque os irmãos evangélicos não se interessavam mais em manter os
encontros).
"Como é possível?" – eu me perguntava. Meus
pastores haviam ensinado que a Igreja Católica era a grande babilônia, a
prostituta do Apocalipse! Qual a explicação para a alegria daqueles jovens com
sua fé? Eu ouvira suposições de que o Papa era o Anticristo. Mas como Francisco
confortava tanto meu coração?
Apesar de pertencer a uma igreja pentecostalista, eu não era
como os outros. Preferia me recolher aos estudos de teologia, à oração
individual e silenciosa, à evangelização nos hospitais e favelas. Buscava, dia
e noite, a santificação. Mas como não me identificava com minha própria igreja,
minha fé enfraquecia, minha busca sempre falhava. Meu pastor passou a proibir
os jovens de irem ao shopping, ao cinema, as meninas de fazer um penteado
curto. Segundo ele, não era coisa de cristão. E eu não podia concordar com
aquilo.
Havia um vazio dentro de mim. Faltava algo. Finalmente,
percebi que não era compatível com a Assembleia de Deus. Não podia encontrar
ali o cristianismo de que gostaria. Por isso, no começo do ano, havia me
afastado de uma vez por todas da igreja. O remédio para minha angústia foi o
mundo e as ilusões que ele tem para oferecer.
Na verdade, meu choque ao ver aqueles jovens na JMJ ou
aqueles do grupo de oração católico é que eles pareciam ser o que eu sempre
quis ser também. Eles amavam ardentemente sua fé, sua Igreja, seu Papa. Aquilo
que eu passei a observar ia de encontro com o que eu sempre havia pensado sobre
religião. Se igreja protestante tinha erros, a católica muito mais!
Essa inquietação me fez ir atrás de respostas. Lembrei que
tinha um site de um padre que eu odiava, em virtude dos seus vídeos criticando
a fé protestante. O padre Paulo Ricardo! Acabei me tornando assinante do site e
as aulas sobre o culto aos santos e às imagens e a sua intercessão foram o
estopim para eu descobrir que não conhecia nada sobre catolicismo e deveria me
aprofundar mais no assunto.
Foi então que eu descobri que os católicos não adoram os
santos. Que, ao contrário do que eu ensinava nas aulas sobre a Bíblia, as
indulgências e o purgatório faziam sentido, sim! Que, mesmo após a morte,
continuamos pertencentes ao Corpo Místico de Cristo e nem a própria morte pode
nos separar de Seu amor e da comunhão dos santos! Logo percebi que as doutrinas
católicas nunca se chocavam com as Sagradas Escrituras e que estas só podiam
existir graças à Sagrada Tradição (única fonte de fé dos primeiros cristãos)
zelada pelo Magistério da Igreja, o fidei depositum.
Definitivamente, a Igreja Católica não era aquilo que eu
imaginava ser.
Logo, comecei a frequentar as missas na Paróquia de São
José. Ia aos sábados, visto que tinha menos gente e seria mais difícil alguém
me reconhecer. Eu reparava em cada detalhe. Observava as imagens no Altar, me
perdia a cada gesto feito pela assembleia na liturgia. Por que aquilo tudo? Eu
não sabia. Só sabia que, de alguma forma, me sentia bem em estar ali.
Foi aí que eu percebi que estava diante de uma numerosa
família de santos e anjos. Mais que uma comunidade eclesial, a Igreja é uma
família na qual Cristo se faz real e substancialmente presente na Eucaristia,
que alimenta e mantém firme aqueles que vão ao Seu encontro. Só então pude
entender o verdadeiro significado da parusia tão falada no Novo Testamento. Não
se trata apenas da vinda do Senhor no final dos tempos, mas também de sua
presença real e gloriosa na Eucaristia. Eu tinha de fazer parte dessa família!
Padre, a Igreja é tão bela e minhas descobertas foram tão
extraordinárias que é difícil resumir em um e-mail – dá para escrever um livro!
Ah, eu poderia ainda falar sobre como me tornei escravo de amor de Nossa
Senhora. Ainda relutei durante vários meses para ter meu encontro com Ela e ele
só foi possível depois que descobri, através do senhor, o Tratado da Verdadeira
Devoção. Mas fica para a próxima!
O fato é que aquele vazio já é passado. Conheci uma pequena
comunidade nova chamada Missão Fides in Deum, onde me tornei vocacionado e hoje
sou missionário. Aqui não me canso de retransmitir tudo o que aprendo com o
senhor e numerosos outros santos, como Santa Teresa de Ávila e os santos
doutores João da Cruz, Teresa de Lisieux, Tomás de Aquino, Agostinho e todo o vasto
Magistério da Igreja, além – é claro – da minha querida e amada Beata Chiara
Luce, um exemplo extraordinário para jovens católicos que, assim como eu,
travam uma batalha espiritual diariamente nas universidades a fim de rejeitar o
que é efêmero e dizer sim ao que é eterno e à vida em plenitude. O senhor – com
seu site – me ajudou a chegar aqui! Não sei como agradecê-lo!
Hoje, menos de dois anos depois do que relatei aqui, minha
vida é totalmente diferente. Amar Jesus Cristo e dedicar a vida à Igreja é o
verdadeiro caminho da felicidade, não obstante a pesada cruz que isso requer
que suportemos. Sim, padre, vale a pena!
Que o Senhor Jesus abençoe cada vez mais seu trabalho para
que mais e mais católicos voltem à Mãe Igreja para beber da água de vida eterna,
dos sacramentos e do rico magistério católico, a fim de que seja possível que
mais homens como eu, afastados e sedentos de Deus, encontrem a verdade,
"algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma
resposta que sempre procuraram secretamente", como diz o Papa Bento XVI.
Inobstante toda a distância de Mossoró a Cuiabá, peço que
meu anjo da guarda vá a seu encontro e transmita meu mais sincero e agradecido
abraço!
Que Santa Luzia, padroeira de nossa Diocese, seja luz no
múnus que o Senhor te confiou e Maria Santíssima, Senhora de Todos os Santos,
interceda e ampare sempre todos vocês da Equipe Christo Nihil Praeponere.
Contem com minhas orações!
Mossoró/RN, 21 de março de 2015
Em Cristo,
Joathan.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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