A propósito, convém começar por esclarecer o que é milagre no sentido teológico da palavra. Milagre não é um show da Onipotência Divina, feito para extasiar os homens. Todo milagre é, antes, um sinal (Semeion) como diz São João (ver Jo 2,11.23;6,26,11,15.42…). É sinal de uma intervenção divina em resposta a uma situação difícil ou perplexa por que passam os homens.
O milagre é, pois, uma palavra ou um discurso de Deus, que quer responder aos homens de maneira mais eloquente e sensível ou persuasiva. Eis porque se requer o preenchimento de três condições para se poder falar de milagre:
1) Tratar-se de um fato histórico, real, devidamente atestado, muitas das “histórias” de milagres não são senão narrações fantasiosas, cuja origem nada há de realmente extraordinário;
2) Ser um fato real totalmente inexplicável pela ciência. Isto implica que o fato seja submetido ao exame de médicos e cientistas de qualquer corrente religiosa; caso julguem que o fato pode ser explicado, de algum modo, pela ciência, já não se pode mais falar de milagre;
3) O fato real e inexplicável pela ciência deve ter ocorrido num contexto digno de Deus, sem procurar de lucro comercial, sem charlatanismo, vã glória, etc.
Caso se preencham essas três condições – e somente então – pode-se apregoar um milagre propriamente dito.
Trais fatos ocorrem – e ocorrem com relativa frequência – na Igreja Católica em nossos dias. Basta tomar conhecimento dos processos realizados para a Beatificação ou Canonização de um(a) servo(a) de Deus para concluir que, de fato, existem curas e acontecimentos semelhantes, que a ciência não explica; só podem ter acontecido como resposta de Deus à oração dos seus fiéis, a fim de atestar ou comprovar a heroicidade de virtudes do(a) servo(a) de Deus. Em Lourdes, também ocorrem milagres notáveis, criteriosamente reconhecidos por médico (religiosos ou ateus).
Fonte: Católicos pergunta, D. Estevão Bettencourt, OSB
Nenhum comentário:
Postar um comentário