No dia 16 de julho, celebra-se na
Igreja Católica, a memória de Nossa Senhora do Carmo, um título da Virgem
Maria que remonta ao século XIII, quando, no monte Carmelo, Palestina, começou
a formar-se um grupo de eremitas. Estes, querendo imitar o exemplo do profeta
Elias, reuniram-se ao redor de uma fonte chamada "fonte de Elias", e
iniciaram um estilo de vida que, mais tarde, se estenderia ao mundo todo.
Devido ao lugar onde nasceu, este grupo de ex-cruzados e eremitas foi chamado
de "carmelitas". A história nos assegura que os eremitas construíram
também uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora que, mais tarde, e pela
mesma circunstância de lugar, seria chamada de "Nossa Senhora do
Carmo" ou " Nossa Senhora do Carmelo". Os carmelitas viram-se
obrigados a emigrar para a Europa, para continuar a própria vida religiosa e
lutar por seu espaço entre as várias ordens mendicantes. O título de Nossa
Senhora do Carmo está unido ao "símbolo do escapulário".
A presença de Maria com o nome de Nossa
Senhora do Carmo foi se espalhando por toda a Europa, e esta devoção foi levada
para a América Latina, na primeira hora da evangelização. É difícil encontrar
uma diocese latino-americana que não tenha, pelo menos, uma igreja dedicada a
Nossa Senhora do Carmo. Não somente são igrejas matrizes ou catedrais dedicadas
a Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo, mas também lugarejos, capelas,
oratórios etc. Isso prova como esta devoção saiu dos âmbitos restritos dos
conventos carmelitanos e se tornou propriedade do povo e da Igreja Universal,
como diz o Papa João Paulo II, em sua carta dirigida aos Superiores Gerais do
"Carmelo da Antiga Observância e do Carmelo Descalço".
Esta devoção, enraizada no coração do
povo, está sendo resgatada, e os devotos de Nossa Senhora do Carmo aumentam
cada vez mais.
Texto: Cônego Pedro Carlos Cipolini -
Doutor em Teologia (Mariologia); professor titular da PUC–Campinas; membro da
Academia Marial de Aparecida
16 de julho
Nossa Senhora do Carmo
(memória facultativa)
A festa da Padroeira da Ordem Carmelita
foi, inicialmente, a da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, a 15 de
agosto. Entretanto, entre 1376 e 1386, surgiu o costume de celebrar uma festa
especial em honra de Nossa Senhora, para comemorar a aprovação da regra
pelo Papa Honório III, em 1226. Esse costume parece ter-se originado na
Inglaterra. E a observância da festa foi fixada para o dia 16 de julho, que é
também a data em que, segundo a tradição carmelita, Nossa Senhora
apareceu a São Simão Stock e lhe entregou o escapulário. No início do século
XVII, ela se transformou em definitivo na “festa do escapulário”, e logo
começou a ser celebrada também fora da Ordem e, em 1726, espalhou-se por
toda a Igreja do Ocidente, por obra do Papa Bento XIII. No próprio da missa, o
dia não se faz menção do escapulário ou da visão que teve São Simão; porém,
ambos os fatos são mencionados nas leituras do segundo noturno das Matinas. E o
escapulário de Nossa Senhora é mencionado no prefácio especial usado pelos
carmelitas, nesta festa.
A ordem dos carmelitas, uma das mais
antigas na história da Igreja, embora considere o profeta Elias como o seu
patriarca modelo, não tem um verdadeiro fundador, mas tem um grande amor: o
culto a Maria, honrada como a Bem-Aventurada Virgem do Carmo. “O Carmo – disse
o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo,
na sua origem e na sua História, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua
vida interior e espiritual”. Elias e Maria estão unidos numa narração que tem
sabor de lenda. Refere o livro das instituições dos primeiros monges: “Em
lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a
figura de uma pequena nuvem que saia da terra e se dirigia para o Carmelo (cf.
1Rs 18,20-45), os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram
sua antiga casa e construíram uma capela sobre o monte Carmelo, na
Palestina, perto da fonte de Elias em honra desta primeira Virgem voltada a
Deus.
Expulsos pelos sarracenos no século
XII, os monges que haviam entretanto recebido do patriarca de Jerusalém, santo
Alberto, uma regra aprovada em 1226 pelo Papa Honório III, se voltaram ao
Ocidente, e aí na Europa fundaram vários mosteiros, superando várias
dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Um
episódio em particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos suplicavam
humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles,
Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma
multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o
privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for
revestido deste hábito será salvo”.
Os críticos consideram espúria,
isto é, não autêntica, a bula de João XXIII em que se fala deste privilégio
sabatino de ficar livres do inferno e do purgatório no
primeiro sábado após a morte, mas muitos papas têm falado disso em sentido
positivo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII convidava a “colocar em
primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance
de todos”: entendido como veste Mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da
proteção da Mãe celeste; enquantosacramental, extrai o seu valor das
orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.
Fonte:
Maria do Carmo Hakim Silva
Membro da Comunidade Católica de
Aliança Jesus te Ama
Artigo extraído do jornal mensal “Jesus
te Ama”- Ano VII - Edição de julho/2007 - publicação da Comunidade de Aliança "Jesus
te Ama" de Amor e Perdão
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