28 de out. de 2017

Algumas coisas que todo católico deveria saber…

Quais são artigos da fé católica?
1. Crer em Deus Pai todo-poderoso.
2. E em Jesus Cristo, seu Filho único, Nosso Senhor.
3. Jesus Cristo foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria.
4. Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
5. Jesus Cristo desceu aos Infernos, ressuscitou dos mortos no terceiro dia.
6. Jesus subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso.
7. Donde virá julgar os vivos e os mortos.
8. Creio no Espírito Santo.
9. Creio na Igreja Católica.
10. Creio no perdão dos pecados.
11. Creio na ressurreição da carne.
12. Creio na Vida eterna.
E os Dez Mandamentos?
1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão.
3. Lembra-te de guardar o Dia do Senhor.
4. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
5. Não matarás.
6. Não pecarás contra a castidade.
7. Não roubarás.
8. Não apresentarás um falso testemunho contra teu próximo.
9. Não desejarás a mulher do próximo.
10. Não cobiçarás as coisas alheias.
Você conhece os Cinco Mandamentos da Igreja?
1. Participar da Missa inteira nos domingos e em outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho.
2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3. Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da Ressurreição.
4. Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja.
5. Ajudar a igreja em suas necessidades;
Quais são os dias santos de guarda?
1. Todos os domingos do ano
2. Dia 1º de janeiro, festividade de Santa Maria, Mãe de Deus.
3. Festividade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), celebrada na quinta-feira depois do Domingo da Santíssima Trindade;
4. Dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
5. Dia 25 de dezembro, Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lei do Jejum e Abstinência
1. Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com alguma solenidade do calendário litúrgico. Nesse dia os fiéis devem abster-se de comer carne ou outro alimento, ou praticar alguma forma de penitência, principalmente alguma obra de caridade ou algum exercício de piedade.
2. A Quarta-feira de Cinzas e a sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fieis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia (Legislação complementar da CNBB quanto aos cânones 1251 e 1253 do Código de Direito Canônico).
3. Idade da obrigação: a abstinência obriga a partir dos 14 anos completos; o jejum a partir dos 18 anos completos até os 60 anos começados.
Quem foram os doze Apóstolos?
1. Pedro (Simão)
2. Bartolomeu
3. André
4. Filipe
5. Tomé
6. Tiago
7. João
8. Tiago (o Menor)
9. Judas Tadeu
10. Judas Iscariotes
11. Simão (o Zelote)
12. Mateus (Matias)
Quais são os sete Sacramentos?
Batismo (Mt 28,19)
Confirmação ou Crisma (At 8,17)
Eucaristia (Mt 26,26)
Penitência (Jo 20,23)
Unção dos Enfermos (Ti 5,14)
Ordem (Lc 22,19)
Matrimônio (Mt 19,6)
Quais são as três virtudes teologais?
(1 Cor 13, 13 e cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1813)
Fé – Esperança – Caridade
Quais são as quatro Virtudes Cardeais?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, ns. 1805-1809)
Prudência – Justiça – Fortaleza – Temperança.

Quais são os Sete Dons do Espírito Santo?
(Cfr. IS 11, 2-3 e Catecismo da Igreja Católica, n.1813)
Sabedoria
Inteligência
Conselho
Fortaleza
Ciência
Piedade
Temor de Deus
E os doze Frutos do Espírito Santo?
(Cfr. Gál 5,22 e Catecismo da Igreja Católica, n. 1832)
Caridade
Paz
Benignidade
Longanimidade
Fidelidade
Continência
Alegria
Paciência
Bondade
Mansidão
Modéstia
Castidade
Você sabe quais são as sete Obras de Misericórdia Espirituais?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 2447)
1. Dar bom conselho.
2. Ensinar os ignorantes.
3. Corrigir os que erram
4. Consolar os aflitos.
5. Perdoar as injúrias.
6. Sofrer com paciência as fraquezas do próximo.
7. Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.
E as sete obras de misericórdia Corporais?
(Cfr. Mt 25, 35,36; Tob 4,12 e Catecismo da Igreja Católica, ns. 2447-2449)
1. Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
2. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra.
3. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. Porque serão saciados.
5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
6. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
7. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
8. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Você sabe quais sete pecados capitais? E as virtudes opostas?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1866)
Orgulho – Humildade
Avareza – Generosidade
Inveja – Amor ao próximo
Ira – Mansidão
Luxúria – Castidade
Gula – Temperança
Preguiça – Diligência
Você conhece os seis pecados contra o Espírito Santo?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1864)
1. Desesperar da salvação.
2. Presunção de se salvar sem merecimento.
3. Contradizer a verdade conhecida por tal.
4. Ter inveja das mercês que Deus faz a outros.
5. Obstinação no pecado.
6. Impenitência final.
Os quatro Pecados que Bradam ao Céu?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1867)
1. Homicídio voluntário.
2. Pecado sensual contra a natureza.
3. Opressão dos pobres.
4. Não pagar a quem trabalha.
Cooperação e cumplicidade com os pecados alheios
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1868)
1. Participando neles direita ou voluntariamente.
2. Mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados.
3. Não os revelando ou não os impedindo, quando a isso somos obrigados.
4. Protegendo os que fazem o mal.
Quais são três principais gêneros de boas obras?
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 1969)
Oração – Jejum – Esmola.
Conselhos Evangélicos
(Cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 2103)
A nossa Mãe a Santa Igreja alegra-se ao encontrar em seu seio muitos homens e mulheres que seguem mais estreitamente a exinanição do Salvador e mais claramente o demonstram, aceitando a pobreza na liberdade dos filhos de Deus e renunciando às próprias vontades; submetem-se eles aos homens por causa de Deus, em matéria de perfeição, além da medida do preceito, para que mais plenamente se conformem a Cristo obediente (Lúmen géntium, n. 42).
Pobreza voluntária – Castidade – Obediência.

Cléofas 

27 de out. de 2017

27/10 – São Frumêncio

frumencioFrumêncio é o nome do primeiro bispo missionário da Etiópia, e na sua história há coisas incríveis. No tempo do imperador Constantino um velho preceptor, chamado filósofo pelo próprio Rufino, voltava a Tiro de uma viagem a Índia, costeando as margens da África. Acompanhavam-no dois jovens discípulos, Edésio e Frumêncio. Durante uma parada no porto de Adulis, junto a Massaua, um grupo de etíopes assaltou a embarcação, matando todos os passageiros, com exceção de Edésio e Frumêncio. Conta-se que no momento do massacre os dois meninos estavam a parte, debaixo de uma árvore, enlevados na leitura de um livro. Conduzidos ambos como escravos a corte de Axum, tornaram-se benquistos pelo rei, que os conservou no seu serviço, Frumêncio como secretário e Edésio como copeiro. Com a morte do rei, aguardando que o herdeiro se tornasse maior, o poder foi exercido pela rainha, que tinha confiado a Frumêncio a educação do futuro rei. Foi nesse período que ambos, entrando em contato com comerciantes greco-romanos, obtiveram da rainha a licença para erguer uma igreja próxima ao porto. Essa foi a primeira semente do cristianismo, que teve rápido desenvolvimento. Edésio e Frumêncio pediram e obtiveram do novo rei a licença de voltar a pátria.
O primeiro foi a Tiro, onde encontrou Rufino, o futuro historiador, a quem contou sua história. Frumêncio foi para Alexandria do Egito para aí encontrar o grande bispo Atanásio e propor-lhe enviar-lhe a Etiópia um bispo e um grupo de missionários. Atanásio escutou com vivo interesse a sua história, depois decidiu consagrar bispo o próprio Frumêncio e mandá-lo de volta a Etiópia com alguns missionários. Frumêncio foi acolhido cordialmente pelo amigo rei Ezana, que foi um dos primeiros a aderir ao Evangelho e com ele a maior parte dos seus súditos. Frumêncio, chamado pelos etíopes de ABBA SALAMA, portador de luz, foi enumerado entre os maiores missionários cristãos e um dos mais felizardos semeadores da Boa Nova, se considerarmos a extraordinária colheita que produziu no decorrer dos séculos aquela semente de amor aos estudos. Se Frumêncio não tivesse se separado, em companhia de Edésio, para ocupar na leitura o tempo em que aguardava no porto de Adulis, provavelmente teria sido morto a espada pelos negros que tinham assaltado o navio estacionado e não teria podido levar a mensagem evangélica a uma população, a etíope, que lhe teria sido fiel também na tempestade islâmica no século VII.

Cléofas 

25 de out. de 2017

O Paraíso, meta da nossa esperança – Papa na audiêcia geral

25/10/2017

Na audiência geral desta quarta-feira 25 de Outubro, o Papa Francisco apresentou a última catequese sobre a esperança cristã que vinha tratando desde o início do ano litúrgico. E falou do Paraíso como meta da nossa esperança.
Paraíso – disse – é uma das últimas palavras pronunciadas por Jesus na Cruz, ao dirigir-se ao bom ladrão. Francisco convidou a deter-se sobre essa cena em que ao lado de Jesus, estão dois malfeitores, um dos quais reconhece ter merecido aquele terrível suplício. Jesus o chama “o bom ladrão”.
No Calvário, naquela trágica e santa sexta-feira, Jesus chega ao estremo da sua incarnação, da sua solidariedade para connosco, pecadores. Ali se realiza aquilo que o profesta Isaías tinha dito do Servo sofredor: “Foi contado entre os malfeitores“.
No Calvário – continuou Francisco – Jesus tem o seu último encontro com um pecador para abrir de par em par também a ele as portas do seu Reino. É a única vez que a palavra “paraíso” aparece nos evangelhos. Jesus promete-o a um “pobre diabo” que sobre o madeiro da cruz teve a coragem de lhe fazer um humilde pedido “Recorda-te de mim quando entrares no teu reino”. Ele não tinha nada para fazer valer, mas confiou-se a Jesus que ele reconheceu como inocente, bom, muito diferente dele - ladrão. E Jesus sentiu-se tocado no seu coração por aquela humilde palavra de arrependimento.
A atitude do bom ladrão, recorda-nos – prossegui Francisco que somos filhos de Deus, que Ele sente compaixão em relação a nós, que e fica desarmado cada vez que lhe manifestamos a nostalgia do seu mor.
Nos quartos de tantos hospitais e nas celas das prisões este milagre se repete inumeráveis vezes: não há pessoa, por mais mal que tenha vivido, lhe reste só o desespero e lhe seja proibida a graça. Perante Deus nos sentimos todos de mãos vazias, um pouco como o publicano da parábola que tinha parado a rezar ao fundo do templo. E todas as vezes que um homem, fazendo o último exame de consciência da sua vida, descobre que as suas faltas ultrapassam largamente as suas boas obras, não deve desencorajar-se, mas confiar-se à misericórdia de Deus.”
O Papa frisou mais uma vez que “Deus é Pai, e até ao último momento espera o nosso regresso”, e recordou que o paraíso não é, contudo, um lugar de fábula ou um jardim encantado.
O paraíso é um abraço com Deus, Amor infinito, e entramos nele graça a Jesus, que morreu na cruz por nós. Onde há Jesus, há misericórdia e felicidade, sem Ele há frio e treva”.
Na hora da morte, mesmo que não haja ninguém que se recorde de nós, Jesus estará ali ao nosso lado e quer levar-nos para o lugar mais belo que existe. E à casa do Pai levará o que fizemos de bom e o que precisa ainda de redenção: as faltas, os erros de toda a nossa vida.
E esta é a meta da nossa vida: que tudo se realize, e seja transformado em amor.
Se acreditarmos nisto, a morte deixa de nos meter medo, e podemos esperar mesmo partir deste mundo de forma serena, com muita confiança. Quem conheceu Jesus, já não teme nada”.
E tal como o velho Simeão (…) poderemos dizer: “Agora deixa, oh Senhor que o teu servo vá em paz, segundo a tua palavra, porque os meus olhos já viram a tua salvação”. E naquele instante, rematou o Papa – não teremos necessidade de mais nada, não choraremos mais inutilmente, porque tudo passou, mas o amor não, ele permanece. Porque a caridade nunca acabará”.
A catequese do Papa foi resumida em várias línguas, entre as quais o português, assim como a sua saudação aos fiéis da língua de Camões: 
Uma saudação especial para todos os peregrinos de língua portuguesa, nominalmente os fiéis de Roraima acompanhados pelo seu Pastor e os diversos grupos do Brasil. Queridos amigos, a fé na vida eterna nos leva a não ter medo dos desafios desta vida presente, fortalecidos pela esperança na vitória de Cristo sobre a morte. Que Deus vos abençoe.” 
(DA) 

Rádio Vaticano 

Dons especiais de São Frei Galvão

Hoje, dia 25/10, é dia de São Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro. Vários milagres já foram atribuídos à sua intercessão.
Muitos não sabem, mas por causa do imenso amor e caridade de seu Servo, Deus o agraciou com diversos dons, dos quais jamais serviu-se em interesse próprio, ao contrário, sempre os colocou a serviço da misericórdia divina. Todos os casos narrados foram devidamente comprovados por documentos.
No site oficial do Santuário de São Frei Galvão, encontramos alguns desses dons especiais relatados em fatos.
São eles:
-Bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo);
-Telepatia (transmissão ou comunicação de pensamento e sensações, a distância entre duas ou mais pessoas);
-Premonição (sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer);
-Clarividência (vê o que está para acontecer);
-Levitação (erguer-se acima do solo);
-Telepercepção (adquirir conhecimento de fatos ocorridos a grandes distâncias).
Relatamos a seguir alguns casos. Àqueles que se interessarem por mais detalhes da vida de nosso querido “padre santo” devem procurar na Editora Santuário o livro “Frei Galvão: O frade menor que São Paulo aprisionou”, de autoria de Frei Carmelo Surian:

Bilocação
Pelo que consta, o fato ocorreu por volta de 1810, às margens do rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvão) município de Jaú, próximo à Pederneiras e Bauru. Manuel Portes, capataz de uma expedição de vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou severamente o caboclo Apolinário por indisciplina. Ao notar o capataz distraído, o caboclo, por vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão, e fugiu.
Sentindo que a vida abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes, no auge de desespero pôs-se a gritar: “Meu Deus, eu morro sem confissão! Senhor Santo Antônio, pedi por mim! Dai-me confessor! Vinde, Frei Galvão, assistir-me! Eis que então alguém gritou, avisando que um frade se aproximava, e todos identificaram Frei Galvão. Assim contaram as testemunhas: “aproximou-se o querido sacerdote, afastou com um gesto dos espectadores da trágica cena, abaixou-se, sentou-se, pôs a cabeça de Portes sobre o colo e falou-lhe em voz baixa, encostando-lhe depois o ouvido aos lábios. Ficou assim alguns instantes, findo os quais abençoou o expirante. Levantou-se, então, fez um gesto de adeus e afastou-se de modo tão misterioso quanto aparecera”. Afirma-se que naquele instante Frei Galvão encontrava-se em São Paulo, pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por um moribundo e, acabada a oração, prosseguiu a pregação.
Há outros casos semelhantes, principalmente relatos de socorro de Frei Galvão aos moribundos.
Telepatia
Em uma cidade Frei Galvão era conduzido em uma cadeirinha coberta. Uma senhora, através de sua janela de rótulas (madeiras cruzadas), vê a cadeirinha, em que sabe, está o “santo frade”. E ela, sucumbida pelas amarguras da vida, soluçando, pensa consigo: “Ah, se Frei Galvão se lembrasse de mim, se ao menos me desse sua bênção”. No mesmo instante Frei Galvão levanta as cortinas da cadeirinha, debruça-se para fora, em direção daquela janela, e sorridente, abençoa a senhora, atrás das rótulas. E os que presenciaram o fato, afirmaram que o franciscano não tinha a menor possibilidade de ver aquela senhora, porque era conduzido pelo lado oposto da rua.
Premonição
Em todas as vilas e cidades por onde passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes era tão numeroso o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso pregar ao ar livre. Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: o sermão havia começado, quando se forma uma grande tempestade; a chuva desaba, e quando viram que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Frei Galvão, porém, lhes disse que ficassem, pois nada sofreriam. De fato, a chuva não caiu sobre o Largo.
Outra narração impressionante:
O seguinte testemunho foi do Dr. Afonso d’Escragnole Taunay: “Um cavaleiro que passava alta madrugada por São Paulo viu Frei Galvão sentado à soleira de entrada de uma casa. Ofereceu-lhe o cavalo, propondo-se a acompanha-lo até o Recolhimento, fazendo-se ver que ele se arriscava a adoecer, imobilizado, como estava, sob tão áspera temperatura e sob garoa. Frei Galvão agradeceu a oferta, porém não aceitou, argumentando que precisava demorar-se aonde estava, tendo para tanto motivos fortes. O cavaleiro não insistiu e seguiu viagem. Dela voltando, soube do fato que impressionara muito a cidade, e fê-lo estremecer: na manhã seguinte ao encontro com Frei foi achado morto em sua própria casa, um homem rico que vivia solitário, avarento e agiota. Era exatamente o morador do prédio em cuja soleira estava “Frei Galvão”.
Clarividência
Uma menina foi levada à presença de Frei Galvão. No decorrer da conversa, perguntou à ela sobre o que desejava ser. Respondeu que queria ser freira. Frei Antônio a abençoou com carinho e profeticamente lhe confirma a vocação. De fato, aos 19 anos ela ingressa em um Convento.

Levitação
No Mosteiro da Luz há viários testemunhos sobre a capacidade de Frei Galvão tinha de levitar. Dentre eles, há o relato de uma senhora nos seguintes termos: caminhando em plena rua, pôde observar o Frade que se aproximava todo recolhido. Ao se cruzarem, ela exclamou, espantada: “Senhor Padre, vossemecê anda sem pisar no chão?” E o Frei sorriu, saudou e seguiu diante.
Telepercepção
Antigamente, quando os sinos badalavam fora de horário de reza, a comunidade se reunia pois sabia que algo de extraordinário acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a população atendeu a convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou: “Rebentou em Portugal uma revolução” (talvez a de 1820). E relatou detalhes como se estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois, chegaram notícias confirmando as visões de Frei Galvão.

25/10 – Santo Antônio de Sant’Anna Galvão

Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão, nasceu no dia 10 de Maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá, São Paulo. Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas. Em 1760 ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo. Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição. Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios.
Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”. Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os Sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura, ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis. Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822”. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.
Frei Galvão é o religioso no qual o coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”. O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.

Cléofas 

24 de out. de 2017

Papa: mergulhar no mistério de Jesus, não basta ser bons cristãos

24/10/2017 



O mistério de Jesus Cristo esteve no centro da homilia que o Papa Francisco pronunciou na manhã desta terça-feira (24/10) na capela da Casa Santa Marta.
A homilia do Pontífice teve como ponto de partida a Primeira Leitura extraída da Carta aos Romanos, na qual São Paulo usa contraposições – pecado, desobediência, graça e perdão – para que possamos compreender algo, mas sente que é “impotente" para explicar este mistério. Por detrás disso tudo, está a história da salvação, da criação, da queda e da redenção. São Paulo, portanto, nos leva a ver Cristo, e não tendo palavras suficientes para explicá-Lo, “nos impulsiona”, “nos empurra, para que caiamos no mistério” de Cristo, explica Francisco.
Essas contraposições, portanto, são somente passos no caminho para imergir-se no mistério de Cristo, que não é fácil de entender: é tão “superabundante”, “generoso”, “inexplicável”, que não se pode entender com argumentações, porque estas levam até certo ponto. Para entender “quem é Jesus Cristo para ti”, “para mim”, “para nós”, o Papa exorta, portanto, a imergir-se neste mistério.
Em outro trecho, São Paulo, olhando Jesus Cristo diz: “Amou-me e deu a si mesmo por mim”. Dificilmente se encontra alguém disposto a morrer por uma pessoa justa, mas somente Jesus Cristo quer dar a vida “por um pecador como eu”. Com essas palavras, São Paulo tenta nos introduzir no mistério de Cristo. Não é fácil, “é uma graça”. Isso foi compreendido não somente pelos santos canonizados, mas também por muitos santos “escondidos na vida quotidiana”, pessoas humildes que depositam unicamente a sua esperança no Senhor: entraram no mistério de Jesus Cristo crucificado, “que é uma loucura”, afirma Paulo.
O Papa evidencia que, quando vamos à missa, vamos rezar, sabemos que ele está na Palavra, que Jesus vem, mas isto não é suficiente para poder entrar no mistério:
“Entrar no mistério de Jesus Cristo é mais, é deixar-se ir naquele abismo de misericórdia onde não existem palavras: somente o abraço do amor. O amor que o levou à morte por nós. Quando nós vamos nos confessar porque pecados – sim, devo tirar os pecados, digamos; ou “que Deus me perdoe os pecados” – vamos, contamos os pecados ao confessor e ficamos tranquilos e contentes. Se eu vou lá, vou encontrar Jesus Cristo, entrar no mistério de Jesus Cristo, entrar naquele abraço de perdão do qual fala Paulo; daquela gratuidade de perdão”.
À pergunta sobre “quem é Jesus Cristo para ti”, se poderia responder “o Filho de Deus”, se poderia recitar todo o Credo, todo o Catecismo e é verdade, mas se chegaria a um ponto em que não conseguiríamos dizer o centro do mistério de Jesus Cristo, que “me amou” e “entregou-se a si mesmo por mim”. “Entender o mistério de Jesus Cristo não é uma coisa de estudo” – observa o Papa – porque “Jesus Cristo é entendido somente por pura graça”.
É então assinalado um exercício de piedade que ajuda: a Via-Sacra, que consiste em caminhar com Jesus no momento em que nos dá “o abraço de perdão e de paz”:
“É bonito fazer a Via-Sacra. Fazê-la em casa, pensando nos momentos da Paixão do Senhor. Também os grandes Santos aconselhavam sempre começar a vida espiritual com este encontro com o mistério de Jesus Crucificado. Santa Teresa aconselhava as suas monjas: para chegar à oração de contemplação, a elevada oração que ela tinha, começar com a meditação da Paixão do Senhor. A Cruz com Cristo. Cristo na Cruz. Começar a pensar. E assim, tentar entender com o coração, que ‘me amou e deu a si mesmo por mim’, ‘deu a si mesmo até a morte por mim’”.
Na primeira leitura, São Paulo quer justamente revelar o abismo do mistério de Cristo, reitera o Papa Francisco:
“’Eu sou um bom cristão, vou à Missa no domingo, faço obras de misericórdia, recito as orações, educo bem os meus filhos’: isto está muito bem. Mas a pergunta que faço: “Você faz tudo isto: mas entra no mistério de Jesus Cristo? Aquilo que você não pode controlar... Peçamos a São Paulo, verdadeira testemunha, alguém que encontrou Jesus Cristo e deixou-se encontrar por Ele e entrou no mistério de Jesus que nos amou, deu a si mesmo até à morte por nós, que nos fez justos diante de Deus, que perdoou todos os pecados, também as raízes do pecado: de entrar no mistério do Senhor”.
O convite conclusivo do Papa é justamente o de olhar para o crucifixo, “Cristo crucificado, centro da História, centro da minha vida”.
Rádio Vaticano 

Dez conselhos práticos de Santo Antônio Maria de Claret

1. Não deixes para ninguém o que tu mesmo podes fazer.
2. Não disponhas do dinheiro, antes de tê-lo em mãos.
3. Não compres coisa alguma, por mais barata que seja,se não a necessitares.
4. Evita o orgulho, porque é pior que a fome, a sede e o frio.
5. Nunca te arrependas de ter comido pouco.
6. Toma sempre as coisas pelo lado suave e seguro.
7. Se estiveres zangado, conta até dez antes de responder, e se estiveres ofendido, será melhor contar até 100.
8. Pensa bem antes de dar conselho e esteja pronto para servir.
9. Fale bem do teu amigo; e de teu inimigo não fales nem bem nem mal.
10. A resposta suave e humilde quebranta a ira, as palavras duras excitam o furor.
Retirado do livro: “Histórias para Meditar”

Via: Cléofas 

24/10 – Santo Antônio Maria Claret

O santo lembrado hoje foi de muita importância para a Igreja que guarda o testemunho de sua santidade, que mereceu a frase do Papa Pio XI que disse: “Antônio Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável”. Nasceu em 1807 em Sallent (Província de Barcelona – Espanha), ao ser batizado recebeu o nome de Antônio João, ao qual ele veio depois acrescentar o de Maria como sinal de sua especial devoção à Santíssima Virgem: “Nossa Senhora é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, meu tudo, depois de Cristo”.
Antônio Maria ajudou o pai numa fábrica de tecidos até os 22 anos, quando entrou para o seminário de vida, pois almejava um sacerdócio santo e como padre desejou consagrar-se nas difíceis missões da Espanha. Ao ver a pobreza dos missionários e as portas se abrindo, Antônio Maria, com amigos, tratou de fundar a “Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria”, conhecidos como Claretianos.
O Carisma era evangelizar todos os setores, por meio da caridade de Cristo que constrangia, por isso dizia: “Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!” Mal tinha fundado a Congregação, o Espírito o nomeou para Arcebispo de Santiago de Cuba, onde fez de tudo, até arriscar a própria vida, para defender os oprimidos da ilha e converter a todos, conta-se que ao chegar às terras cubanas foi logo visitar e consagrar o apostolado à Nossa Senhora do Cobre.
Com os amigos o Arcebispo Santo Antônio Maria Claret, evangelizou milhares de almas, isto através de missões populares e escritos, que chegaram a 144 obras. Fundador das Religiosas de Maria Imaculada, voltou a Espanha, também tornou-se confessor e conselheiro particular da rainha Isabel II; participou do Concílio Vaticano I, e ao desviar-se de calúnias retirou-se na França onde continuou o apostolado até passar pela morte e chegar na glória em 24 de outubro de 1870.
Foi beatificado em 1934 pelo Papa Pio XI e canonizado por Pio XII em 1950. Pelo seu amor ao Imaculado Coração de Maria e pelo seu apostolado do Rosário, tem uma estátua de mármore no interior da Basílica de Fátima.
Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova 

23 de out. de 2017

Virgem Maria, Esposa do Espírito Santo

A Virgem Maria tem uma ligação estreita com o Divino Espírito Santo. Ela concebeu Jesus por obra Dele; é santa e Imaculada por Sua obra; esteve com os Apóstolos no dia de Pentecostes; e se tornou Mãe da Igreja e Mãe de cada homem e mulher que Jesus resgatou com Seu sangue.
Portanto, é muito importante que aquele que é batizado no Espírito Santo, tenha um conhecimento profundo sobre o que a Igreja ensina sobre a Mãe de Deus, e tenha intimidade com Ela. Por isso, vamos apresentar aqui um resumo do que a Igreja ensina.
A predestinação de Maria
A Igreja ensina que a Virgem Maria foi predestinada por Deus, desde sempre, para ser a Mãe do Redentor dos homens.
Diz o Catecismo:
“Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para “formar-lhe um corpo” quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia,“uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27):
Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” (§488).
A Imaculada Conceição
“Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função.” No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”.
Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus (CIC, §490).
A Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi redimida desde a concepção. É isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX:
“A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original.”
Os Padres da Igreja chamam a Mãe de Deus de “a toda santa” (Pan-hagia), celebram-na como “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura”. Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.
A maternidade divina de Maria
Maria é verdadeiramente “Mãe de Deus”, pois é a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus.
Ela “permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre” (Santo Agostinho, Sermão, 186,1).
Os Evangelhos a chamam de “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1;19,25); sob o impulso do Espírito Santa Isabel, já antes do nascimento de seu Filho, a chama de “a Mãe de meu Senhor”: “Donde me vem que a mãe de meu Senhor me visite?” (Lc 1,43). Os judeus só chamavam a Deus de Senhor. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).
Por causa da heresia nestoriana, de Nestório, patriarca de Constantinopla, que negava ser Maria Mãe de Deus, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso em 431, confessaram que “o Verbo, unindo a si em sua pessoa uma carne animada por uma alma racional, se tornou homem”. O Concílio de Éfeso proclamou que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio: “Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado, dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne”.
Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos, então, lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: “Seja feita a vossa vontade”.
A virgindade de Maria
A Igreja ensina que a Virgem Maria, é virgem perpétua; como disse Santo Agostinho: “Virgem antes, durante e depois do parto”. Santo Inácio de Antioquia, mártir (†107), escreveu: “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, verdadeiramente nascido de uma virgem…”. “O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus”.
O Catecismo da Igreja diz, sem medo de errar, que: “O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria como a Aeiparthenos (pronuncie áeiparthénos), “sempre virgem” (§499).
O Papa Paulo IV, em 7 de agosto de 1555, apresentou a perpétua virgindade de Maria entre os temas fundamentais da fé.
Assim se expressou: “A Bem-aventurada Virgem Maria foi verdadeira Mãe de Deus, e guardou sempre íntegra a virgindade, antes do parto, no parto e constantemente depois do parto”.
Santo Agostinho afirma: “Cristo nasceu com efeito da Mãe que embora sem contato com varão concebeu intacta, e sempre intacta permaneceu, concebeu virgem, dando à luz virgem, virgem morrendo, embora fosse desposada com o carpinteiro, extinguiu todo orgulho da nobreza carnal”. E ainda: “Uma virgem concebe, virgem leva o fruto, uma virgem dá à luz e permanece perpetuamente virgem”.
São Cirilo de Alexandria (†442), deixou-nos uma bela comparação: Se a luz atravessa a vidraça de um lado para outro sem quebrá-la, não podia o Verbo entrar e sair do ventre de Sua Mãe sem rasgar as paredes?
Assunção ao céu
É dogma de fé que Nossa Senhora, após a sua vida terrena, foi elevada ao Céu de corpo e alma. É a única criatura que já está no céu com o seu corpo, além de Jesus. Todos os demais santos estão no céu só com a alma, aguardando a ressurreição do corpo na Parusia, quando Cristo voltar. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, pronunciou o dogma:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.”
A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte […]”. (Liturgia bizantina, festa da dormição de Maria).
Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja
Nossa Senhora é verdadeiramente “Mãe dos membros [de Cristo] (…), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça” (Santo Agostinho).
O próprio Jesus moribundo na cruz, com lábios de sangue, nos deu sua Mãe para ser nossa Mãe espiritual: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26-27). E o evangelista São João a levou para a sua casa; foram morar em Éfeso numa casinha que existe ainda hoje nas montanhas da cidade.
Após a Ascensão de Jesus Filho, Maria “assistiu com suas orações a Igreja nascente”. Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, “vemos Maria pedindo, também ela, com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra”.
O Concílio Vaticano II disse: “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça” (LG, 61).
“Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. […] Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (LG, 62).

A mediação da Virgem Maria
É preciso entender que a mediação de Maria junto a Deus não substitui a única e indispensável Mediação de Jesus; é uma mediação subordinada, “por dentro” da de Cristo. Sem a Mediação única de Cristo (1Tm 2,4), nenhuma outra tem valor e eficácia. Veja o que disse o Concílio Vaticano II:
“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força. Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte” (LG, 62).
“A Igreja não hesita em proclamar esse múnus subordinado de Maria. Pois sempre de novo o experimenta e recomenda-o aos fiéis para que, encorajados por essa maternal proteção, mais intimamente adiram ao Mediador e Salvador” (LG, 62).
Os santos doutores garantem que a Virgem Maria é “medianeira de todas as graças”. Coloco aqui algumas citações de nosso livro A mulher do Apocalipse:
São Bernardo, doutor da Igreja, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.
São Bernardino de Sena: “Todos os dons, virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer”. “Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias”.
Santo Efrém, doutor da Igreja (†373): “Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, Distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, Ponte do mundo inteiro para o céu. Olhai benigna para minha fé e meu desejo que me foram inspirados por Deus”.
São Boaventura (1218-1274), bispo e doutor da Igreja: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós”.
Santo Alberto Magno, doutor da Igreja (†1280): “É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano”.
São Pedro Canísio (1521-1597), doutor da Igreja: “O Filho atenderá Sua Mãe e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda nossa esperança”.
São Roberto Belarmino (1542-1621), bispo e doutor da Igreja: “Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico”.
A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão. A Igreja presta a ela um culto chamado de “hiperdulia”, “superveneração”, por ser a Mãe gloriosa e bendita de Deus. Ela mesma anunciou que isso se daria:
“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).
Do livro: Descerá sobre vós o Espírito Santo. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas
Via: Cléofas 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...