21 de out. de 2017

21/10 – Santa Úrsula e companheiras

Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. Era uma linda menina, meiga, inteligente e caridosa. Cresceu muito ligada à religião, seguindo aos princípios da fé e amor em Cristo. A fama de sua beleza se espalhou e logo os pedidos de casamento sugiram. Mas, por motivos políticos, seu pai aceitou a proposta feita pelo duque Conanus, pagão, oficial de um grande exército amigo. Quando soube que o pretendente não era cristão, Úrsula primeiro recusou, mas depois, devendo obediência à seu pai e rei, aceitou, com a condição de esperar três anos. Período que achou suficiente para o duque se converter, ou desistir da aliança. Para isso rezava muito junto com suas damas da corte. Mas parecia ser um matrimônio inevitável. Na época acertada a uma expedição, com dois navios, partiu levando Úrsula e suas damas. Eram jovens virgens como ela e se casariam também, com guerreiros escolhidos pelo duque Conanus. As lendas e tradições falam em onze mil virgens, mas, depois, outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que eram onze meninas. O fato real e trágico foi que, navegando pelo rio Reno, quando chegaram em Colônia, na Alemanha, a cidade estava sob o domínio do exército de Átila, rei dos hunos, povo bárbaro e pagão.
Logo os soldados hunos mataram todos da comitiva e das virgens, apenas Úrsula escapou, pois Átila ficou maravilhado com a beleza e juventude da nobre princesa. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Mas, a custo da própria vida, Úrsula o recusou dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Cego de ódio, ele pessoalmente a degolou. Tudo aconteceu em 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma linda igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras. Na Idade Média a italiana Ângela de Mérici, leiga e terciária franciscana, fundou uma congregação de religiosas chamada Companhia de Santa Úrsula destinada à formação cristã das famílias através da educação das meninas, futuras mães em potencial. Um avanço para as mulheres, pois até então só os homens eram contemplados com a instrução. A fundadora escolheu a Santa Úrsula como padroeira após uma visão que teve. Atualmente as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela celebrada em 27 de janeiro, estão presentes nos cinco continentes. Com isto a festa de Santa Úrsula, no dia 21 de outubro, se mantém sedimentada e muito robusta em todo o mundo católico.

Cléofas 

Papa: Igreja deve defender e promover pessoas com deficiência

21/10/2017


O Papa Francisco recebeu em audiência, neste sábado na Sala Clementina, os participantes no Encontro organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, sob o tema “A catequese e as pessoas com deficiência”.
No seu discurso, Francisco reconheceu antes de tudo o grande desenvolvimento, nas últimas décadas, em relação à deficiência. O crescimento na consciência da dignidade de cada pessoa, sobretudo dos mais fracos – sublinhou o Papa - levou a posições corajosas para a inclusão das pessoas que vivem com diversas formas de handicap, para que ninguém se sinta estranho na sua própria casa.
Mesmo assim, a nível cultural, ainda persistem expressões que ofendem a dignidade destas pessoas pela prevalência de uma falsa concepção da vida, observou o Papa:
“Uma visão muitas vezes narcisista e utilitária leva, infelizmente, não poucas pessoas a considerar como marginais as pessoas com deficiência, sem aproveitar nelas as suas multiformes riquezas humanas e espirituais. É ainda demasiado forte na mentalidade comum, uma atitude de recusa desta condição, como se ela impedisse de ser feliz e se realizar”.
A tendência de suprimir os nascituros que apresentam alguma forma de imperfeição é uma prova desta atitude, notou o Pontífice, mas existem tantas pessoas que, embora com as fragilidades, mesmo graves, encontraram a via para uma vida boa e rica em significado, e também pessoas aparentemente perfeitas mas desesperadas. A resposta é, portanto, o amor, reiterou o Papa, não o amor falso, adocicado e pietístico, mas verdadeiro, concreto e respeitoso:
“Na medida em que somos acolhidos e amados, incluídos na comunidade e acompanhados a olhar para o futuro com confiança, desenvolvemos o verdadeiro percurso da vida e fazemos experiência da felicidade duradoura”.
A Igreja não pode, pois, ser "áfona" ou "destoada" na defesa e promoção das pessoas com deficiência, mas sim mostrar proximidade às famílias ajudando-as a superar a solidão em que muitas vezes correm o risco de se fechar por falta de atenção e apoio. E isto sobretudo pela responsabilidade que tem de gerar e formar novos filhos à vida cristã. Daí, a importância da catequese e da liturgia dominical, para que o encontro com o Senhor Ressuscitado e com a própria comunidade possa ser, mesmo para as pessoas com deficiência, fonte de esperança e coragem no caminho não fácil da vida:
“A catequese, em particular, é chamada a descobrir e experimentar formas consistentes, para que cada pessoa, com os seus dons, as suas limitações e deficiências, mesmo graves, possa encontrar Jesus no seu caminho e abandonar-se a Ele com fé”.
Nenhuma limitação física e psíquica pode ser um impedimento para este encontro, porque o rosto de Cristo brilha no íntimo de cada pessoa, ressaltou ainda Francisco, convidando todos a superar o desconforto e o medo que por vezes se podem experimentar para com as pessoas com deficiência e a formar catequistas capazes de acompanhar estas pessoas para que cresçam na fé e dêem o seu contributo genuíno e original à vida da Igreja.
E finalmente, Francisco exprimiu o desejo que, na comunidade, pessoas com deficiência possam cada vez mais, também elas, ser catequistas, mesmo com o seu testemunho, para transmitir a fé de maneira mais eficaz.
A Virgem Maria vos acompanhe – concluiu Francisco, dando-lhes a sua bênção e pedindo-lhes, por favor, para que não se esqueçam de rezar por ele. (BS)

Rádio Vaticano 


19 de out. de 2017

Algumas lições do mar

O que sente quando olha para o mar? O que ele te diz?
Sabemos que toda a criação canta as obras do Senhor. A Liturgia exclama: “O Céu e a Terra proclamam a Vossa Glória”, “Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor”. São Boaventura explica que “Deus criou todas as coisas não para aumentar a Sua glória, mas para manifestá-la e para comunicá-la”.
Podemos observar nas criaturas um rastro do Criador, tal como uma assinatura, uma marca, na obra de um artista. Logo, o céu, a terra, as montanhas, os rios e matas são como espelhos através dos quais Deus nos mostra um pouco da Sua beleza, grandeza, onipotência, amor, sabedoria, Sua Face. E o mar, podemos assim dizer, também é uma pequena amostra da Imagem Infinita de Deus. Ele é grande e majestoso como um rei, forte como um leão, rico como um tesouro e cheio de vida abundante.
Não é de hoje que o mar “fala”. Podemos perceber que em diversas passagens da Bíblia os autores sagrados usam a figura do mar para louvar a Deus ou para nos ensinar alguma coisa, já percebeu? Veja bem, o salmista já dizia assim: “Deus tem nas mãos as profundezas dos abismos, e as alturas das montanhas lhe pertencem; o mar é dele, pois foi ele quem o fez, e a terra firme suas mãos a modelaram” (Sl 94,4-5). E o Eclesiástico também: “O Senhor, com seu desígnio, aplacou o oceano e nele plantou as ilhas. Os que navegam sobre o mar descrevem seus perigos, e ficamos admirados com o que ouvimos a respeito: há nele coisas estranhas e maravilhosas, animais de toda espécie e monstros marinhos” (Eclo 43,25-27). E ainda essas e mais outras tantas: “Os filhos de Israel serão tão numerosos como a areia do mar, que não se pode medir nem contar. Em lugar de se lhes dizer: Lo-Ami, serão chamados Filhos do Deus vivo”. (Os 2,1). “Porém, mais poderoso que a voz das grandes águas, mais poderoso que os vagalhões do mar, mais poderoso é o Senhor nas alturas do céu”. (Sl 92,4).

Veja que bonito ensina nosso Catecismo no parágrafo §1:
“Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para torná-lo participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças”.
Deus nos criou para o Céu. E enquanto caminhamos como peregrinos nesta Terra, Ele está próximo a nós. Deus quer estar conosco, quer falar conosco; seja pelas situações da vida, pelas pessoas que coloca em nosso caminho, por sua Palavra, pela Eucaristia ou pela natureza. O Senhor não poupa maneiras de falar ao nosso coração. Inclusive foi Ele mesmo que colocou essa sede de Infinito no coração do homem para que O buscasse e O encontrasse. Desde então a humanidade busca preencher um vazio que só pode ser preenchido pelo Criador. Por este motivo, é preciso estar atento aos pequenos detalhes da nossa vida para não correr o risco de não percebermos que Ele está ao nosso lado.


Por exemplo, por uma simples caminhada pela areia da praia podemos aprender muitas lições com o mar. Não podemos nunca nos esquecer de que Deus também fala conosco através de Sua criação e de suas criaturas. Ao beirar o mar pela areia podemos tocar suas ondas macias banhando nossos pés como num gesto de carinho. Através delas o mar nos traz muitas mensagens que só podem ser lidas se as antenas da alma estiveram sintonizadas na frequência da fé. Isto nos faz lembrar o que diz o Salmo “Invitatório”, que recrimina aqueles que sem fé, têm os ouvidos fechados para as mensagens que Deus nos dá pelas criaturas – “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. (Sl 94,8-9)
Abrindo os ouvidos e olhos da alma, ao encontrar na areia uma conchinha que toca nossos pés, podemos perceber sua simplicidade e também que ela possui concavidade peculiar feita para acolher uma vida que nela é gerada. E olhando para ela, imaginando além, podemos lembrar que antes de se abrir, aquela conchinha estava fechadinha e possuía duas faces extremamente unidas. Ela trazia em si uma vida que um dia, depois de madura, pôde se abrir e servir de alimento para outras criaturas. Não são lições para nós – de simplicidade, disponibilidade, serviço desinteressado?
Ao observarmos ainda, aquela conchinha aberta perdida ali na areia, com seu pequeno corpo mineral voltado para o Céu como que glorificando ao seu Criador, podemos pensar: Será que meu coração também não precisa se abrir mais para louvar e dar glórias a Deus?
Pense na conchinha, depois de gerar nela uma vida, se abre para dar graças ao Autor de toda a vida. Parecem duas mãos abertas em gesto de louvor silencioso. Jesus, certa vez, não disse que se os homens não O louvassem, as pedras o fariam? Elas são como pedras que louvam o Criador. Não são lições para nós?
“Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor!”.
Se não houvesse o mar, aquela conchinha não estaria ali e se não fosse pelo amor e pela vontade de Deus, nada disso existiria. Nem mesmo nós. Não são estes bons motivos para louvar a Deus?
Quantas outras surpresas pode nos trazer o mar! Quanto de Deus ele nos fala…
Certa vez, ao final de uma caminhada pela praia, encontrei o mais enigmático caramujo. Dentro dele também um dia, houve uma vida, para a qual ele serviu de casa e proteção. Depois de hospedar essa criatura, ficou abandonado na praia e foi colhido por mim como uma lembrança do mar para alguém. Aceitou ser esquecido e abandonado na areia…, satisfeito de ter cumprido sua missão como uma criatura inorgânica, dando assim, a seu modo, glória ao Criador. E o bichinho que dali saiu talvez possa nos dizer que o mar da vida é cheio de perigos, e que é preciso viver um tanto escondido e bem protegido pela graça de Deus como o caramujo.
Enfim, o apelo que faço a você neste dia é: abra os ouvidos da alma e ouça a Voz do Criador que fala sem cessar no silêncio do coração. Isto é meditar. Isto é espiritualidade.
Prof. Felipe Aquino

Via: Cléofas 
Do livro Imagem acima 

19/10 – São Paulo da Cruz

Paulo Francisco Danei, piemontês, nascido em Ovala em 1694, é o fundador da Congregação dos Clérigos descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Um título tão longo foi imediatamente simplificado pelo povo cristão, que resumiu no nome passionista o caráter e a própria essência da nova instituição, cujos membros vivem, meditam e pregam a Paixão do Senhor. Paulo Francisco Danei, com a idade de dezenove anos, ouvindo um sermão sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, decidiu colocar-se ao seu serviço e pensou em executar imediatamente o seu programa alistando-se como voluntário no exército que os venezianos estavam montando para uma expedição contra os turcos. Mas a pretensa cruzada tinha em mira só interesses materiais. Amadureceu a sua verdadeira vocação dedicando-se à oração e à penitência. Alma eminentemente contemplativa, passava até sete horas consecutivas imerso em profunda meditação. Aos 26 anos recebeu do bispo de Alexandria, Gattinara, o hábito preto do penitente com os sinais da Paixão de Cristo: um coração com uma cruz em cima, com três pregos e o monograma de Cristo. Convenceu o irmão João Batista a ajuntar-se a ele e juntos se retiraram a um ermo sobre o monte Argentauro, próximo a Orbetello. Viveram aí vida eremítica, em duras penitências corporais. Aos domingos desciam as cidades próximas para pregar a Paixão de Cristo.
A pregação deles, apaixonada e dramática (às vezes se flagelados em público para tornar mais viva a imagem de Cristo sofredor), comovia o povo e convertia até os mais refratários. Suas missões, marcadas por uma cruz de madeira, obtiveram resultados surpreendentes. O papa Bento XIII concedeu-lhes a licença de erigir a congregação e ordenou presbíteros os dois irmãos. A Regra inicial, escrita por são Paulo da Cruz, era muito rígida. Paulo, que era prestigiado por bispos e papas (em particular por Clemente XIV, que se incluía entre os seus filhos espirituais), teve de mitigar um pouco a antiga Regra dos passionistas para obter a definitiva aprovação eclesiástica. À congregação masculina logo agregou-se a feminina. Paulo morreu na idade de oitenta e um anos, a 18 de outubro de 1773, no convento romano anexo à Igreja dos Santos João e Paulo, sobre o Monte Célio. Pio IX o incluiu no elenco dos santos a 28 de junho de 1867. Antes da reforma do calendário sua festa era dia 14 de abril.

Cléofas 

Papa em S. Marta: gratuidade da salvação de Deus abre porta aos outros

19/10/2017



Que o Senhor nos dê a memória da “gratuidade” da salvação e da proximidade de Deus e da tangibilidade das obras de misericórdia que quer de nós, sejam elas “materiais ou espirituais”: assim nos tornaremos pessoas que ajudam a “abrir a porta” a nós mesmos e aos outros.
Foi a oração do Papa na missa desta quinta-feira (19/10) na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. Partindo do texto evangélico do dia (Lc 11,47-54), em que os escribas e fariseus se consideravam justos, Jesus faz com que eles sintam palpavelmente que somente Deus é justo, Francisco explicou porque os doutores da lei tinham “afugentado o conhecimento”, com a “consequência” de eles “não entrarem no Reino nem deixar que os outros entrassem”.
“Esse dissipar a capacidade de entender a revelação de Deus, de entender o coração de Deus, de entender a salvação de Deus – a chave do conhecimento –, podemos dizer que é um grave descuido. Esquece assim a gratuidade da salvação; se esquece a proximidade de Deus e se esquece a misericórdia de Deus. E aqueles que esquecem a gratuidade da salvação, a proximidade de Deus e a sua misericórdia, carregaram a chave do conhecimento.”
Esqueceu-se, portanto, a gratuidade. É “a iniciativa de Deus que nos salva e, pelo contrário, se colocam da parte da lei”: para eles – disse o Papa – a salvação está aí, na lei, chegando desse modo “a um amontoado de prescrições” que efectivamente se tornam a salvação. Assim, porém, “não recebem a força da justiça de Deus”.
Ao invés, a lei é sempre “uma resposta ao amor gratuito de Deus”, que tomou “a iniciativa” de salvar-nos. E, acrescentou o Santo Padre, “quando se esquece a gratuidade da salvação se cai, se perde a chave da inteligência da história da salvação”, perdendo “o sentido da proximidade de Deus”.
“Para eles Deus é aquele que fez a lei. E esse não é o Deus da revelação. O Deus da revelação é Deus que começou a caminhar connosco a partir de Abraão até Jesus Cristo, Deus que caminha com o seu povo. E quando se perde essa relação de proximidade com o Senhor, se cai nessa mentalidade obtusa que acredita na auto-suficiência da salvação com o cumprimento da lei. A proximidade de Deus.”
De facto, quando falta a proximidade de Deus, quando falta a oração, evidenciou o Pontífice, “não se pode ensinar a doutrina” e nem mesmo “fazer teologia”, muito menos “teologia moral”. Francisco reiterou que a teologia “se faz de joelhos, sempre perto de Deus”!
E a proximidade do Senhor chega “ao cume de Jesus Cristo crucificado”, sendo que nós fomos “justificados” pelo sangue de Cristo, como diz São Paulo. Por isso, explicou o Papa, as obras de misericórdia “são a pedra de toque do cumprimento da lei”, porque se toca a carne de Cristo, ”tocar Cristo que sofre numa pessoa, seja corporalmente, seja espiritualmente”.
Em seguida, Francisco chamou a atenção para o facto que quando se perde a chave do conhecimento, se acaba por chegar até mesmo “à corrupção”. Por fim, o Papa pensou na “responsabilidade” dos pastores, hoje na Igreja: quando perdem ou levam embora “a chave da inteligência”, fechando “a porta para nós e para os outros”.
“No meu país ouvi muitas vezes acerca de párocos que não baptizavam os filhos de jovens mães, porque não tinham nascido no matrimônio canônico. Fechavam a porta, escandalizavam o povo de Deus, por qual motivo? Porque o coração destes párocos tinha perdido a chave do conhecimento. Sem ir tão longe no tempo e no espaço, três meses atrás, num país, numa cidade, uma mãe queria baptizar o filho recém-nascido, mas ela era casada civilmente com um divorciado. O pároco disse: “Sim, sim. Baptizo a criança. Mas o seu marido é divorciado. Fique de fora, não poderá estar presente na cerimônia”. Isso acontece hoje. Os fariseus, os doutores da lei não são coisas daqueles tempos, também hoje existem muitos. Por isso é necessário rezar por nós pastores. Rezar, a fim de que não percamos a chave do conhecimento e não fechemos a porta para nós e para o povo que quer entrar.” (BS/RL/BF)

Rádio Vaticano 

18 de out. de 2017

Quem foi São Lucas, evangelista?

São Lucas, evangelista e patrono dos pintores e médicos, ele é o autor do terceiro livro dos evangelhos que tem o seu nome e do Atos dos Apóstolos.
Um médico, São Lucas é tido como sendo um grego da Antiópia (moderna Turquia). Que era medico é confirmado por uma passagem em Colossians (4,14) na qual São Paulo descreve Lucas como “amado medico”. Um convertido na nova fé, ele acompanhou São Paulo na sua segunda jornada missionária em torno dos anos 51 DC e permaneceu 6 anos em Philippi, na Grécia e foi na terceira jornada com Paulo, que incluiu o famoso naufrágio as costas de Malta. Ele permaneceu com Paulo durante sua prisão. Paulo escreveu três vezes sobre Lucas no Novo Testamento: em Colosians, em Timoteo e em Philomon. É possível deduzir a presença de Lucas com Paulo nas jornada missionarias pelas varias passagens no “Atos dos Apóstolos” (16,10-17; 20,5-21,18; 27,1-28,16). Em 66 DC, Lucas voltou para a Grécia onde se acredita que veio a falecer com a idade de 84 anos “repleto do Espirito Santo”. Vários “Atos” relatam que foi martirizado, embora vários escolares acreditam que isto seriam lendas não confiáveis. Ele é tido como tendo visitado a Virgem Maria e se acredita que ele teria pintado vários quadros da Virgem Maria em especial o lindo quadro conhecido como o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Seu trabalho estaria preservado em Roma na “Santa Maria Magiore”, embora as datas das pinturas seriam bem depois dos tempos apostólicos. O seu evangelho definidamente foi escrito para os gentios.
Um dos aspectos mais interessantes de Lucas é que frequentemente fazia a justaposição de um história de um homem com a de uma mulher. Por exemplo, a cura dos demoníaco (Lc 4,31-37) e seguida da cura da sogra de Pedro (4,39-39) , o escravo do centurião é curado(7,1-11) e o filho da viúva de Naim é curado, o Geranese demoníaco é curado (8,26-39) seguido pela cura da filha de Jairus e da mulher com hemorragia (8,40-56).
Lucas também menciona as mulheres que assistiam Jesus no seu ministério (8,1-3) Assim diferente de todos os outros evangelistas São Lucas descreve um Jesus que se preocupa com o cuidado e a salvação das mulheres. Talvez por isso, provavelmente Lucas teria aprendido muito a respeito de Jesus com a Virgem Maria. Somente ele e Mateus descrevem elementos obscuros ou escondidos da vida privada de Jesus, antes de Seu ministério público.
Ainda, ao mencionar a sogra de Pedro, ele deixa claro e de maneira natural que Pedro era casado.
Lucas enfatiza a misericórdia e o amor de Deus para com a humanidade. Ele é o único que descreve a parábola da ovelha desgarrada, do Bom Samaritano, do filho pródigo, de Dives e Lázaro. Ele é também o único que descreve o perdão de Jesus a Maria Madalena (Lc 7,47), a promessa ao bom ladrão e sua oração para seus executores. Ele é também o único evangelista a registrar a “Ave Maria”, o “Magnificat”, o “Benedictus”, e o “Nunc Dimittis” que são todos usados na Liturgia das Horas(orações da noite, tarde e manhã).Lucas enfatiza o chamado para a oração, a pobreza, a pureza de coração, o quais teriam um apelo especifico aos gentios.
Lucas também escreveu os “Atos dos Apóstolos” que é também conhecido com “Atos do Espirito Santo”. É uma continuação do que conta em seu evangelho, embora os Atos talvez tenham sido escritos primeiro. De acordo com os escolares São Euzébio e São Jerônimo, os Atos foram escritos durante a prisão de São Paulo, embora Santo Irineu já pense que foram escritos após a morte de São Paulo, lá pelos anos 66 DC . Euzébio diz que o evangelho foi escrito antes da morte de Paulo, Jerônimo diz que foi depois e a tradição antiga diz que foi escrito pouco antes da morte de Lucas, quase no século segundo.
O evangelho teria sido escritos entre 70 e 85 DC, possivelmente na Grécia .Os atos do apóstolos detalham a igreja nos tempos de 35 a 63 DC, demonstrando um estilo de prosa soberbo, e um estilo de quem presenciou a fé.
Certas passagens dos Atos escrito na primeira pessoa do plural, são usualmente usadas para indicar que o escritor estava com São Paulo em parte da sua segunda jornada missionária e sem dúvida na viagem que ambos fizeram a Itália e estavam juntos quando o navio naufragou ao largo da costa de Malta (Acts 16:10ff:20:5ff 27-28). São Paulo diz nas suas cartas quando preso: “Lucas é a minha única companhia”.
Durante o martírio de Paulo, Lucas nunca saiu do seu lado.
Lucas sem dúvida conversava muito com a mãe de Jesus e com São João.
As suas relíquias foram trasladadas para Constantinopla e Pádua
De acordo com a Igreja Católica Ortodoxa Grega, São Lucas sempre andava com uma pintura de Nossa Senhora com ele, e ela foi o instrumento de varias conversões. Na verdade ele foi um grande artista e grande escritor, e suas narrativas inspiraram grandes escritores e grandes mestres da arte, mas as pinturas existente da Virgem, as quais é dito que ele teria pintado, são trabalhos de datas bem mais recentes. Não obstante alguns julgam que a pintura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro teria sido pintada por ele.
Pinturas excepcionais de S.Lucas são as de Roger van Weyden na Pinacoteca de Munique, na Alemanha, a de Jean Grossaert em Praga e a de Rafael na Academia de São Lucas em Roma.
Na arte litúrgica da igreja ele é mostrado com um machado e as vezes mostrado pintando o retrato da Virgem Maria.
Sua festa é celebrada no dia 18 de outubro.


Via: Cléofas 

18/10 – São Lucas

Três breves notas nas cartas de são Paulo são as únicas notícias que a Sagrada Escritura nos oferece sobre são Lucas, o solícito investigador da “Boa Nova”, ao qual devemos o terceiro Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Das suas anotações de viagem, isto é, das páginas dos Atos, em que são Lucas fala na primeira pessoa, podemos reconstruir parte da sua atividade missionária. Ele foi companheiro e discípulo dos apóstolos. O historiador Eusébio sublinha:  “… teve relacionamento com todos os apóstolos e foi muito solícito”. Dessa sua sensibilidade e disponibilidade para com o próximo nos dá testemunho o próprio são Paulo, a ele unido por uma grande amizade. Lemos na epístola aos Colossenses: “Saúda-vos Lucas, o médico amado…”. A profissão de médico pressupõe que ele tenha dedicado muitos anos ao estudo. A sua formação cultural transparece nos seus livros: o Evangelho foi escrito num grego correto, cristalino e bonito, rico de vocábulos. Há outra consideração a fazer sobre o seu Evangelho, além do fator estilo e história: Lucas é o evangelista que mais pintou a fisionomia humana do Redentor, a sua mansidão, as suas atenções para com os pobres, para com os desprezados, para com as mulheres, e para com os pecadores arrependidos.
É o biógrafo de Nossa Senhora e da infância de Jesus. É o evangelista do Natal. Pelos Atos e pelo terceiro Evangelho conhecemos também o temperamento de são Lucas: homem conciliador, discreto, dono de si mesmo, minimizando ou omitindo expressões que poderiam ferir algum leitor, quando isso não comprometia a fidelidade da história. Revelando-nos os íntimos segredos da Anunciação, da Visitação e da Natividade faz-nos entender que conheceu pessoalmente Nossa Senhora. Lucas nos adverte que fez pesquisas e tomou informações sobre os fatos referentes à vida de Jesus junto aqueles que conviveram com o Mestre. Um escrito do século II, o Prólogo antimarcionita do evangelho de Lucas, assim sintetiza-lhe o perfil biográfico: “Lucas, um sírio de Antioquia, médico de profissão, discípulo dos apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até o seu martírio. Serviu sem restrições ao Senhor, nunca se casou, nem teve filhos. Morreu com a idade de oitenta e quatro anos em Beócia, repleto do Espírito Santo.” Estudos recentes concordam com essa versão.

Cléofas 

Papa - Deplorável o atentado na Somália

18/10/2017 


“Desejo exprimir a minha dor pelo massacre acontecido há alguns dias atrás em Mogadiscio, na Somália, que causou mais de trezentos mortos, entre os quais algumas crianças. Este acto terrorista merece a mais firme deploração, também porque se perpetua sobre uma população já muito provada. Rezo pelos defuntos e pelos feridos, para os seus familiares e por todo o povo da Somália. Imploro a conversão dos violentos e encorajo quantos, com enormes dificuldades, trabalham pela paz naquela terra martirizada .”



Rádio Vaticano 

Papa - Perante o enigma da morte manter a esperança e a fé

18/10/2017


Na audiência geral desta quarta-feira na Praça de São Pedro, o Papa Francisco estabeleceu uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte que  - disse – a civilização moderna tende cada vez mais a cancelar. Assim, nos encontramos impreparados, sem um ”alfabeto” adequado para dizer palavras com sentido em volta do mistério da morte. No entanto, os primeiros sinais de civilização humana passaram precisamente por este enigma.
“Poderíamos dizer que o homem nasceu com os culto dos mortos. 
Diversas civilizações olharam com coragem para esta realidade ineludível que obrigava o homem a viver por algo de absoluto – afirmou Francisco citando o salmo 90 que diz “Ensina-nos a contar os dias e a termos um coração sábio”. Palavras – continuou o Papa – que nos chama a um são realismo, pondo de lado o delírio da omnipotência.  O que somos nós? – perguntou Francisco, que respondeu com as palavras do salmo 88: “quase nada”, a vida passa como um sopro, e a morte põe a nu a nossa vida e nos mostra que os nossos actos de orgulho, de ira, de ódio não eram senão vaidade, pura vaidade. E nos damos conta, com amargura, de não ter amado suficientemente, de não ter procurado o que era essencial. Por outro lado, vemos o que de realmente bom semeamos: os afectos pelos quais nos sacrificamos  e que agora nos asseguram a mão. E Bergoglio continuou:
“Jesus iluminou o mistério da nossa morte. Com o seu comportamento nos autoriza a nos sentirmos tristes quando um ente querido morre. Ele se sentiu profundamente perturbado  perante o túmulo do amigo Lázaro e desatou a chorar. Nesta atitude, sentimos Jesus muito próximo, nosso irmão. Ele chorou pelo seu amigo Lázaro” .
E Jesus rezou ao Pai, fonte de vida e ordenou que Lázaro saísse do túmulo. A esperança cristã – explicou o Papa – apoia-se nesta atitude que  Jesus assumiu perante a morte humana. Embora a morte esteja presente na criação é, contudo, como que uma ferida que deturpa o projecto do amor de Deus, e o Salvador quer curar essa ferida.
O Papa falou ainda doutros episódios bíblicos em que, perante a doença e a morte, as pessoas se dirigem a Jesus para que ponha remédio a isso. E Ele sugere que não se tenha medo, mas sim a manter viva a chama da fé. E diz “Eu sou a ressurreição e a vida, quem acredita em mim, mesmo que morra viverá; quem vive e acredita em mim, não morrerá em eterno”. Acreditas nisso?– interpelou o Papa, frisando que toda a nossa existência se joga nisto, entre o lado da fé e precipício do medo. E lançou mais uma pergunta:
“Nós aqui nesta Praça, acreditamos nisto?”  
A este pergunta Francisco respondeu que perante a morte somos todos pequenos e indefesos, mas  - disse - será uma graça se naquele momento tivermos no coração a chama da fé. E tal Jesus como fez com a filha de Jairo a quem disse “Talita Kum” (menina, levanta-te), também dirá a cada um de nós: “levanta-te, ressurge!”
E Francisco lançou um convite aos participantes na audiência:
Eu vos convido, agora, a fechar os olhos e a pensar naquele momento: da nossa morte. Cada um de nós pense na própria morte, e imagine aquele momento que virá, quando Jesus nos tomará a mão e nos dirá: “vem, vem comigo, levanta-te”. Ali acabará a esperança e será a realidade, a realidade da vida. Pensai bem: o próprio Jesus virá a cada um de nós e nos tomará as mãos, com a sua ternura, a sua doçura, o seu amor. E cada um repita no seu coração as palavras de Jesus: “levanta-te, vem. Levanta-te, vem. Levanta-te, ressurge!”.
Esta é a nossa esperança perante a morte.  Para quem acredita é uma porta que se abre de par em par. Para quem dúvida é um raio de luz que passa por um buraquito que não se fechou completamente. Mas para todos será uma graça, quando essa luz, do encontro com Jesus, nos iluminar – concluiu o Papa.
No final da sua reflexão bíblica, o Papa lançou este apelo relativo à Somália: Ouçamos:
Desejo exprimir a minha dor pelo massacre acontecido há alguns dias atrás em Mogadiscio, na Somália, que causou mais de trezentos mortos, entre os quais algumas crianças. Este acto terrorista merece a mais firme deploração, também porque se perpetua sobre uma população já muito provada. Rezo pelos defuntos e pelos feridos, para os seus familiares e por todo o povo da Somália. Imploro a conversão dos violentos e encorajo quantos, com enormes dificuldades, trabalham pela paz naquela terra martirizada .”
A catequese do Papa foi resumida em diversas línguas para os grupos presentes a quem saudou. Eis a tradução da sua saudação aos peregrinos de língua portuguesa:
Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, com destaque para os diversos grupos vindos do Brasil, em particular os fiéis da arquidiocese de Natal com o seu Pastor e os da arquidiocese de Londrina, convidando todos a permanecer fiéis a Cristo Jesus, como os Protomártires do Brasil. O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja”.
(DA)

Rádio Vaticano 

17 de out. de 2017

Papa em S. Marta: quem não sabe escutar transforma a fé em ideologia

17/10/2017



“Não cair na insensatez que consiste na incapacidade de escutar a Palavra de Deus e que conduz à corrupção”. Foi o conceito expresso pelo Papa na homilia da missa matutina, presidida na Casa Santa Marta. Jesus chora com nostalgia – recorda o Papa – quando o povo amado se afasta, por insensatez, preferindo aparências, ídolos ou ideologias.
A reflexão do Papa Francisco começa pela palavra ‘insensatos’, que consta duas vezes na Liturgia do dia. Jesus a diz aos fariseus e São Paulo aos pagãos. Mas também aos Gálatas, cristãos, o apóstolo dos gentios havia dito “tolos”. Esta palavra, além de uma condenação, é uma assinalação – afirma Francisco – porque mostra o caminho da insensatez, que conduz à corrupção. “Estes três grupos de insensatos são corruptos”, observa o Papa.
Aos doutores da lei, Jesus havia dito que pareciam sepulcros decorados: tornam-se corruptos porque se preocupavam apenas em embelezar ‘o exterior’ das coisas, mas não daquilo que estava dentro, onde está a corrupção. Eram, portanto, “corruptos pela vaidade, pela aparência, pela beleza exterior, pela justiça exterior”.
Os pagãos, ao contrário, têm a corrupção da idolatria: se tornaram corruptos porque trocaram a glória de Deus pelos ídolos. Existem também idolatrias de hoje, como o consumismo - nota o Papa –, procurar um deus ‘cómodo’.
Enfim, os Gálatas, os cristãos, que se deixaram corromper pelas ideologias, ou seja, deixaram de ser cristãos para serem ‘ideólogos do cristianismo’.
Todos os três grupos, por causa desta insensatez, acabam na corrupção. Francisco explica no que consiste esta insensatez:
“A insensatez é não escutar, literalmente ‘não saber’, ‘não ouvir’: a incapacidade de escutar a Palavra. Quando a Palavra não entra, eu a deixo entrar porque não a escuto. O tolo não escuta. Ele crê que ouve, mas não ouve, não escuta. Fica na dele, sempre. E por isso, a Palavra de Deus não pode entrar no coração e não há lugar para o amor. E quando entra, entra destilada, transformada pela mia concepção da realidade. Os tolos não sabem ouvir. E esta surdez os leva à corrupção. Quando não entra a Palavra de Deus, não há lugar para o amor e enfim, não há espaço para a liberdade”.
E eles se tornam escravos porque trocam “a verdade de Deus com a mentira” e adoram as criaturas em vez do Criador.

“Não são livres, e não escutam, essa surdez não deixa espaço para o amor nem para a liberdade: isso sempre nos leva à escravidão. Eu ouço a Palavra de Deus? Mas a deixo entrar? Esta Palavra, da qual ouvimos cantando o Aleluia, a Palavra de Deus é viva, eficaz, revela os sentimentos e os pensamentos do coração. Corta, vai para dentro. Esta Palavra, eu a deixo entrar ou sou surdo a essa palavra? E a transformo em aparência, a transformo em idolatria, hábitos idólatras ou a transformo em ideologia? E não entra ... Esta é a insensatez dos cristãos”.
O Papa exorta, em conclusão, a olhar para os “ícones dos tolos de hoje”: “há cristãos tolos e também pastores tolos”. “Santo Agostinho - afirma -, “ataca-lhes duro, com força”, porque “a tolice dos pastores faz mal ao rebanho”. A referência é à “tolice do pastor corrupto”, à “insensatez do pastor satisfeito de si mesmo, pagão”, e à “insensatez do ideólogo”.
“Olhemos o ícone dos cristãos tolos” - insiste o Papa – “e ao lado desta insensatez, olhamos para o Senhor que está sempre à porta”, ele bate e espera. Seu convite final é, portanto, de pensar na nostalgia do Senhor por nós: “do primeiro amor que ele teve connosco”:
“E se caímos nesta insensatez, nos afastamos d’Ele e Ele sente essa nostalgia. Nostalgia de nós. E Jesus com essa nostalgia chorou, chorou sobre Jerusalém: era precisamente a nostalgia de um povo que tinha escolhido, tinha amado, mas que tinha se afastado por insensatez, que tinha preferido as aparências, os ídolos ou as ideologias”. (BS/CM-SP)

Rádio Vaticano 

17/10 – Santo Inácio de Antioquia

Neste dia deparamos com a fé ardente, doação completa e amor singular ao Cristo do mártir Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia da Síria, que desde a infância conviveu com a primeira geração dos cristãos.
Como Bispo foi muito amado em Antioquia e no Oriente todo, pois sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã, durante o Império de Trajano, por volta do ano 107.
Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: “Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo”.
Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: “Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.
Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos Tralianos.
Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma no ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos mártires a fim de nos doarmos por amor.
Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!


Cléofas 




16 de out. de 2017

Pe. Fábio de Melo: “Respeitem a infância”

Diante da militância ideológica relativista e suas teses de "direitos sexuais das crianças", o bom senso pede passagem




Com a onda de militância ideológica relativista que ataca o Brasil sob o pomposo eufemismo de “direitos sexuais de crianças e adolescentes”, a reação dos cidadãos em defesa do bom senso se avoluma.
Nesse contexto, o padre Fábio de Melo publicou um texto, em sua conta na rede social Instagram, para defender os pequenos.
Se alguém pretende acusar o sacerdote de repetir o que alguns rotulam de “clichês cristãos”, pode procurar argumentos mais sólidos. O padre afirma: “Não é inteligente contradizer a ciência. O desenvolvimento do juízo moral é processual. Cabe aos tutores o acompanhamento em cada fase da vida”.
Confira o texto na íntegra:
Que a infância seja respeitada. Que toda criança tenha o direito de crescer, fluir sob a autoridade amorosa dos que a ajudam a descobrir a ética do bem viver.
Que a inocência não a abandone antes da hora. Que nunca lhe falte a mão pedagoga, condutora, o abraço que afugenta o medo e a ordem que lhe faz desbravar o mundo em pequenas medidas. Infância é o tempo sagrado em que a submissão faz sentido. Alguém decide por nós o que ainda não sabemos decidir sozinhos. Permitir escolher ao que ainda não está preparado para a escolha é desproteger. Não é inteligente contradizer a Ciência. O desenvolvimento do juízo moral é processual. Cabe aos tutores o acompanhamento em cada fase da vida. Infância é o tempo dos sins que facilitam, mas também das restrições que protegem.
Que toda criança tenha o direito à tutela do amor respeitoso. É nesse seio que deveríamos aprender as regras da fragilidade. Que nossos espaços humanos não desprotejam, tampouco instrumentalizem a infância com o intuito de fortalecerem a violenta crueldade do mundo. Que nossos meninos e meninas possam ser frágeis ao nosso lado, sem que isso lhes seja sinal de perigo. Proteger a infância é proteger o direito humano à fragilidade. O que não pode ser frágil a seu tempo sucumbe antes da hora. É a partir da fragilidade que descobrimos a força que nos habita. Onde houver uma criança desprotegida, lá o mundo inteiro padece, retrocede.


Via: Aleteia 

Mensagem de São João Paulo II às mães que já abortaram.

Eu gostaria de dizer agora uma palavra especial para as mulheres que fizeram um aborto. A Igreja está ciente dos muitos fatores que podem ter influenciado vossa decisão, e ela não duvida que em muitos casos foi uma decisão dolorosa e mesmo esmagadora. A dor em vosso coração pode não ter sido curada ainda. Certamente o que aconteceu foi e permanece sendo terrivelmente errado. Mas não vos entregueis ao desânimo e não percais a esperança. Em vez disso, tentai compreender o que aconteceu e enfrentai isso honestamente.
Se ainda não o fizestes, entregai-vos com humildade e confiança ao arrependimento. O Pai de misericórdias está pronto para vos dar Seu perdão e Sua paz no Sacramento da Reconciliação. Vós compreendereis que nada está definitivamente perdido e sereis capazes de pedir perdão de vossos filhos, que agora vivem com o Senhor. Com o auxílio e conselho amigável e especializado de outras pessoas, e como resultado de vossa própria experiência dolorosa, podereis estar entre os defensores mais eloqüentes do direito à vida para todos.
São João Paulo II
CARTA ENCÍCLICA EVANGELIUM VITAE   n.99

16 de Outubro - Santa Edwiges


Nobre, Edwiges nasceu em 1174, na Bavária, Alemanha. Ainda criança, já mostrava mais apego às coisas espirituais do que às materiais, apesar de dispor de tudo o que quisesse comprar ou possuir. Em vez de divertir-se em festas da Corte, preferia manter-se recolhida para rezar.

Aos 12 anos, como era convencionado nas casas reais, foi dada em casamento a Henrique I, duque da Silésia e da Polônia. Ela obedeceu aos pais e teve com o marido sete filhos. Quando completou 20 anos, e ele 34, sentiu o chamado definitivo ao seguimento de Jesus. Conversou com o marido e decidiram manter, dentro do casamento, o voto de abstinência sexual.

Edwiges entregou-se, então, à piedade e caridade. Guardava uma pequena parte de seus ganhos para si e o resto empregava em auxílio ao próximo. Quando descobriu que muitas pessoas eram presas porque não tinham como saldar suas dívidas, passou a ir pessoalmente aos presídios para libertar tais encarcerados, pagando-lhes as dívidas com seu próprio dinheiro. Depois, ela também lhes conseguia um emprego, de modo que pudessem manter-se com dignidade.

Construiu o Mosteiro de Trebnitz, na Polônia, ajudou a restaurar os outros e mandou erguer inúmeras igrejas. Desse modo, organizou uma grande rede de obras de caridade e assistência aos pobres. Além disso, visitava os hospitais constantemente, para, pessoalmente, cuidar e limpar as feridas dos mais contaminados e leprosos. Mas Edwiges tinha um especial carinho pelas viúvas e órfãos.

Veio, então, um período de sucessivas desventuras familiares. Num curto espaço de tempo, assistiu à morte, um a um, dos seus seis filhos, ficando viva apenas a filha Gertrudes. Em seguida, foi a vez do marido. Henrique I fora preso pelos inimigos num combate de guerra e, mesmo depois de libertado, acabou morrendo, vitimado por uma doença contraída na prisão.

Viúva, apesar da dura provação, Edwiges continuou a viver na virtude. Retirou-se e ingressou no convento que ela própria construíra, do qual a filha Gertrudes se tornara abadessa. Fez os votos de castidade e pobreza, a ponto de andar descalça sobre a neve quando atendia suas obras de caridade. Foi nessa época que recebeu o dom da cura, e operou muitos milagres, em cegos e outros enfermos, com o toque da mão e o sinal da cruz.

Com fama de santidade, Edwiges morreu no dia 15 de outubro de 1243, no Mosteiro de Trebnitz, Polônia. Logo passou a ser cultuada como santa, e o local de sua sepultura tornou-se centro de peregrinação para os fiéis cristãos. Em 1266, o papa Clemente IV canonizou-a oficialmente. A Igreja designou o dia 16 de outubro para a celebração da sua festa litúrgica. O culto a santa Edwiges, padroeira dos pobres e endividados, é muito expressivo ainda hoje em todo o mundo católico e um dos mais difundidos do Brasil.


Texto: Paulinas Internet

15 de out. de 2017

Conselhos de Santa Teresa D’Ávila para uma vida de oração

1. Dirige a Deus cada um dos teus atos; oferece-os e pede-Lhe que seja para Sua honra e glória.
2. Oferece-te a Deus cinquenta vezes por dia, e que seja com grande fervor e desejo de Deus.
3. Em todas as coisas, observa a providência de Deus e Sua sabedoria, em tudo, envia-Lhe o teu louvor.
4. Em tempos de tristeza e de inquietação, não abandone nem as obras de oração, nem a penitência a que está habituado. Antes, intensifica-as, e verá com que prontidão o Senhor te sustentará.
5. Nunca fale mal de quem quer que seja, nem jamais escute. A não ser que se trate de ti mesmo. E terá progredido muito, no dia em que se alegrar por isso.
6. Não diga nunca, de você mesmo, algo que mereça admiração, quer se trate do conhecimento, da virtude, do nascimento, a não ser para prestar serviço. Mas então, que isso seja feito com humildade, e considerando que esses dons vêm pelas mãos de Deus.
7. Não veja em você senão o servo de todos, e em todos contempla Cristo Nosso Senhor; assim O respeitará e O venerará.
8. A respeito de coisas que não lhe diz respeito, não se mostre curioso, nem de perto, nem de longe, nem com comentários, nem com perguntas.
9. Mostrai sua devoção interior só em caso de necessidade urgente. Lembra do que diziam São Francisco e São Bernardo: “Meu segredo pertence a mim”.
10. Cumpra todas as coisas como se Sua Majestade estivesse realmente visível; agindo assim, muito ganhará a sua alma.
11. Que seu desejo seja ver Deus. Seu temor, perdê-Lo. A dor, não comprazer na Sua presença, a satisfação, o que pode conduzi-lo a Ele. E viverá numa grande paz.
Retirado do livro: “Orações de todos os tempos da Igreja”. Prof.Felipe Aquino (org). Ed. Cléofas.

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...