13 de out. de 2017

Papa em S. Marta: cristãos vigilantes para não cair na mundanidade

13/10/2017


Somente Cristo crucificado nos salvará dos demónios que nos fazem “deslizar lentamente para a mundanidade”, salvando-nos até mesmo da “insensatez” da qual fala São Paulo aos Gálatas – e “da sedução”.
Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Capela da Casa Santa Marta, inspirando-se para a sua homilia no Evangelho de Lucas, onde Jesus diz: “Mas se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demónios, então chegou para vós o Reino de Deus”.
O Pontífice exorta ao exame de consciência e às obras de caridade, “aquelas que custam”, mas que “nos levarão a ser mais atentos” e vigilantes para que não entrem “astutos” personagens, ou seja, os demónios.
O Senhor – explica o Papa – “pede para sermos vigilantes”, para não cairmos em tentação. Por isto, o cristão está sempre “em vigilância, vigia, está atento”, como “um sentinela”.
O Evangelho fala da luta entre Jesus e o demónio e de “alguns” que disseram que Cristo tinha “a permissão de Belzebub” para expulsá-lo.
Jesus não conta uma parábola – observa o Papa - mas “diz uma verdade”: quando o espírito impuro “sai do homem”, vagueia “por lugares desertos” buscando um repouso e não encontrando, decide retornar para a casa de onde saiu, onde habita o homem “livre”.
Então o demónio decide trazer consigo “outros sete espíritos piores do que ele”, de forma que também a “condição daquele homem” fique “pior do que antes”.
Precisamente a palavra “pior” – evidencia o Pontífice – tem “tanta força” nesta passagem, porque os demónios entram “em surdina”:
“Começam a fazer parte da vida. Também com as suas ideias e as suas inspirações, ajudam aquele homem a viver melhor... e entram na vida do homem, entram no seu coração e por dentro começam a mudar este homem, mas tranquilamente, sem fazer barulho. É diferente, este modo é diferente daquele da possessão diabólica que é forte: esta é uma possessão diabólica um pouco “de salão”, digamos assim. E isto é o que o diabo faz lentamente, na nossa vida, para mudar os critérios, para levar-nos à mundanidade. Mimetiza-se no nosso modo de agir, e nós dificilmente nos damos conta. E assim, aquele homem, liberto de um demónio, torna-se um homem prisioneiro, um homem oprimido pela mundanidade. E isto é aquilo que o diabo quer, a mundanidade”.
A mundanidade, por outro lado, é “um passo adiante na ‘possessão’ do demónio”, acrescenta Francisco. É um “encantamento”, é a “sedução”. Porque é o “pai da sedução”. E quando o demónio entra “tão suavemente, educadamente e toma posse das nossas atitudes”, explica o Papa, os nossos valores “vão do serviço a Deus à mundanidade”. Assim nos tornamos “cristãos mornos, cristãos mundanos” com uma “mistura” - que o Papa chama de “salada de frutas” - entre “o espírito do mundo e o espírito de Deus”. Tudo isso nos “afasta do Senhor”. Francisco responde então à questão do que fazer para “não cair” e para sair de tal situação. Reafirma o tema da “vigilância” sem “se assustar”, com “calma”:
“Vigiar significa entender o que acontece no meu coração, significa parar um pouco e examinar a minha vida. Sou cristão? Eu educo mais ou menos bem os meus filhos? Minha vida é cristã ou é mundana? E como posso entender isso? A mesma receita de Paulo: olhar para Cristo crucificado. A mundanidade só vê onde está e se destrói diante da cruz do Senhor. E este é o propósito do Crucifixo em nossa frente: não é um ornamento; É exactamente o que nos salva desses encantamentos, dessas seduções que nos levam à mundanidade”.
O Pontífice exorta a nos perguntarmos se olhamos para o “Cristo crucificado”, se fazemos “a Via Sacra para ver o preço da salvação”, não só dos pecados, mas também da mundanidade”:
“Então, como eu disse, o exame de consciência, para ver o que ocorre. Mas sempre diante do Cristo crucificado. A oração. E depois, fará bem fazer-se uma fractura, não nos ossos: uma fractura nas atitudes confortáveis: as obras de caridade. Estou confortável, mas vou fazer isso, que me custa. Visitar uma pessoa doente, ajudar alguém que precisa... não sei, uma obra de caridade. E isso rompe a harmonia que procura fazer esse demónio, esses sete demónios com o chefe, para fazer a mundanidade espiritual”. (BS-JE-SP)
    Rádio Vaticano 

Mensagem-vídeo do Papa ao povo brasileiro

13/10/2017



Cidade do Vaticano (RV) – “Não se deixem vencer pelo desânimo. Confiem em Deus, confiem na intercessão de nossa Mãe Aparecida.” Esta é a exortação do Papa Francisco ao povo brasileiro, no dia em que a nação celebrou a sua Padroeira nesta quinta-feira, dia 12 de Outubro de 2017.
O Pontífice gravou uma videomensagem, em português, em que recorda a sua visita ao Santuário Nacional, em 2013. “Naquela ocasião disse, inclusive, manifestei o meu desejo de estar convosco no ano jubilar; mas a vida de um Papa não é fácil.”
Manifestando as suas “saudades” pelo país, Francisco concluiu a mensagem com um encorajamento: “O Brasil, hoje, disse, necessita de homens e mulheres que, cheios de esperança e firmes na fé, dêem testemunho de que o amor, manifestado na solidariedade e na partilha, é mais forte e luminoso do que as trevas do egoísmo e da corrupção”.
Eis, na íntegra, a mensagem de Francisco:
Querido povo brasileiro
Queridos devotos de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil
A minha saudação e a minha bênção especial para todos vós que estais vivendo em Cristo Jesus o Ano Mariano do Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem da Virgem Mãe Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul.
Em 2013, por ocasião da minha primeira viagem apostólica internacional, tive a alegria e a graça de estar no Santuário de Aparecida e rezar aos pés de Nossa Senhora, confiando-a o meu pontificado e agradecer o povo brasileiro pelo acolhimento tão caloroso, que provinha do seu abraço e coração generoso. Naquela ocasião, inclusive, manifestei o meu desejo de estar convosco no ano jubilar; mas a vida de um Papa não é fácil. Por isso, nomeei o Cardeal Giovanni Battista Re como Delegado Pontifício para as celebrações do dia 12 de Outubro. Confiei-lhe a missão de garantir assim a presença do Papa no vosso seio!
Ainda que não esteja fisicamente presente, quero entretanto, por meio da Rede Aparecida de Comunicação, manifestar o meu carinho por este povo querido, devoto da Mãe de Jesus. O que deixo aqui são simples palavras, mas desejo que elas sejam recebidas como um fraterno abraço nesse momento de festa.
Em Aparecida – e repito aqui as palavras que proferi em 2013 no altar do Santuário Nacional – aprendemos a conservar a esperança, a deixar-nos surpreender por Deus e a viver na alegria. A esperança, querido povo brasileiro, é a virtude que deve permear os corações dos são crentes, sobretudo, quando ao nosso redor as situações de desespero parecem querer desanimar-nos. Não se deixem vencer pelo desânimo. Não se deixem vencer pelo desânimo. Confiem em Deus, confiem na intercessão de nossa Mãe Aparecida. No Santuário de Aparecida e em cada coração devoto de Maria podemos tocar a esperança que se concretiza na vivência da espiritualidade, na generosidade, na solidariedade, na perseverança, na fraternidade, na alegria que, por sua vez, são valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.
Em 1717, quando foi retirada das águas pelas mãos daqueles pescadores, a Virgem Mãe Aparecida já  vos inspirava a confiar em Deus que sempre nos surpreende. Peixes em abundância, graça derramada de modo concreto na vida dos que estavam temerosos diante dos poderes estabelecidos. Deus vos surpreendeu. Pois, Aquele que nos criou com amor infinito, nos surpreende sempre! Deus nos surpreende sempre!
Nesse Jubileu festivo em que comemoramos os 300 anos, daquela surpresa de Deus, somos convidados a sermos alegres e agradecidos. “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl4,4). E que essa alegria que irradia dos vossos corações transborde e alcance cada canto do Brasil, especialmente as periferias geográficas, sociais e existenciais que tanto anseiam por uma gota de esperança. O singelo sorriso de Maria, que conseguimos vislumbrar na sua imagem, seja fonte do sorriso de cada um de vós diante das dificuldades da vida. O cristão jamais pode ser pessimista! O cristão jamais pode ser pessimista!
Por fim, agradeço ao povo brasileiro pelas orações que diariamente me oferecem, especialmente durante as celebrações da Santa Missa. Rezem pelo Papa e tenham certeza de que o Papa sempre reza por vós. Juntos, de perto ou de longe, formamos a Igreja, Povo de Deus.  Cada vez que colaboramos, ainda que de maneira simples e discreta, com o anúncio do Evangelho, tornamo-nos, assim como Maria, um verdadeiro discípulo e missionário. E, o Brasil, hoje, necessita de homens e mulheres que, cheios de esperança e firmes na fé, dêem testemunho de que o amor, manifestado na solidariedade e na partilha, é mais forte e luminoso do que as trevas do egoísmo e da corrupção.
Com saudades do Brasil, com saudades do Brasil, concedo-vos a Bênção Apostólica, pedindo a Nossa Senhora Aparecida que interceda por todos nós!
Assim seja.

rádio vaticano 

13/10 – Santo Eduardo

A despeito dos insucessos políticos do seu governo, Eduardo, rei da Inglaterra de 1043 a 1066, deixou uma fortíssima lembrança no seu povo. A razão dessa veneração, que atravessou os séculos, deve ser procurada não só em algumas sábias providências administrativas, como a abolição de uma pesada taxa militar que oprimia a nação inteira, mas sobretudo no seu temperamento manso e generoso (nunca uma indelicadeza ou uma palavra de repreensão ou um gesto de ira nem para com os mais humildes súditos) e na sua vida particular.
Tinha se casado, um ano antes de ser coroado, com a filha do seu mais terrível adversário, a cultíssima Edith Godwin. Essa tinha sido outra grande manobra política do barão Godwin de Wessex, que renegando aparentemente suas simpatias para com o partido a favor dos anglo-saxões, havia apoiado a candidatura de Eduardo ao trono da Inglaterra; este, entretanto, era favorável ao partido pró-normandos. Godwin levava vantagem, pois Eduardo, desde então chamado o Confessor, lhe confiava todos os cuidados do governo para poder dedicar-se com maior liberdade a oração e a meditação.
O plano, aliás demasiado sutil, só em parte teve êxito, pois por volta de 1051 o barão foi afastado e a própria rainha foi para um convento. Mas foi só por breve período, porque era muito profundo o entendimento entre Eduardo e a rainha, que segundo os biógrafos, teriam feito de comum acordo voto de virgindade. Eduardo, neto de santo Eduardo, chamado o Mártir, nasceu em 1004, em Islip, próximo a Oxford, filho do rei Ettelredo II. Ainda menino teve de tomar o caminho do exílio e viveu de 1014 a 1041 na Normandia, com os parentes maternos. Neste período, diz-se que teria feito um voto de ir a Roma em peregrinação, se a Divina Providência o reconduzisse a pátria. Quando isso aconteceu, Eduardo teria cumprido piedosamente a promessa, mas foi dispensado pelo papa. A soma necessária a longa viagem foi distribuída uma parte aos pobres e outra a restauração do mosteiro a oeste de Londres (hoje Wastminster).
A 28 de dezembro de 1065 foi feita a solene inauguração do célebre coro. Mas o rei já estava gravemente enfermo. Morreu a 5 de janeiro de 1066 e foi sepultado na igreja da abadia, apenas restaurada. Ao seu sepulcro começaram logo as devotas peregrinações. No reconhecimento de 1102, o seu corpo estava intacto. A 7 de fevereiro de 1161 o papa Alexandre III o incluiu no elenco dos santos.

Cléofas 

13 de outubro: 100 anos do Milagre do Sol realizado em Fátima!

Nossa Senhora havia anunciado: “Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem”


AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Nossa Senhora apareceu resplandecente aos pastorinhos de Fátima pela primeira vez no dia 13 de maio de 1917.
As aparições continuaram nos sucessivos meses, sempre no dia 13, até o mês de outubro do mesmo ano.
Lúcia, Francisco e Jacinta eram os três pastorinhos que estavam brincando num lugar chamado Cova da Iria, em Portugal. De repente, observaram dois clarões como de relâmpagos e em seguida viram, sobre a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma Senhora de beleza incomparável.
Era uma “Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, irradiando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente“.
Sua face, indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de suave alerta. As mãos juntas, como rezando, apoiadas no peito, e voltadas para cima. Da sua mão direita pendia um rosário. As vestes pareciam feitas somente de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a cabeça da Virgem Maria e lhe descia até os pés.
Lúcia jamais conseguiu descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante. Com voz maternal e suave, Nossa Senhora tranquilizou as três crianças, dizendo:
Não tenhais medo. Eu não vos farei mal. Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez”.
Ao pronunciar estas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, e delas saía uma intensa luz. Os pastorinhos sentiram um impulso que os fez cair de joelhos e rezaram em silêncio a oração que o Anjo havia lhes ensinado:
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.
Passados uns momentos, Nossa Senhora acrescentou:
Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”.
* * *
13 DE OUTUBRO: O MILAGRE DO SOL
Na aparição do dia 13 de setembro, Nossa Senhora anunciou aos três pastorinhos de Fátima:
Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem”.
Pois bem. Em 13 de outubro de 1917, 70 mil pessoas, incluindo jornalistas, testemunharam o milagre que tinha sido anunciado pelas três crianças a quem Nossa Senhora tinha aparecido.
Ao meio-dia, depois de uma forte chuva que parou de repente, as nuvens se abriram diante dos olhos de todos e o sol surgiu no céu como um disco luminoso opaco, que girava em espiral e emitia luzes coloridas. O fenômeno durou cerca de 10 minutos e está na lista oficial de milagres reconhecidos pelo Vaticano.
Os céticos tentam atribuir o evento ao fenômeno atmosférico do parélio, mas sem apresentar provas e sem explicar como foi que as crianças o “previram”.
O “Milagre do Sol”, como ficou conhecido esse impressionante evento sobrenatural testemunhado por 70.000 pessoas, transformou o que era uma mera “revelação privada” em um autêntico apelo de Cristo à Sua Igreja. Não só o conteúdo da mensagem de Fátima dizia respeito à Igreja do mundo inteiro como a sua própria comprovação se deu publicamente, de maneira extraordinária: no dia 13 de outubro de 1917, “o sol dançou” diante de mais de 70.000 homens e mulheres, pobres e abastados, sábios e ignorantes, crentes e descrentes.
Conforme o depoimento do Dr. José Maria de Almeida Garrett, eminente professor de ciências de Coimbra, o que aconteceu naquele dia foi que o sol “girou sobre si mesmo num rodopio louco (…) Houve também mudanças de cor na atmosfera (…) O sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar ameaçadamente sobre a terra como se fosse para nos esmagar com o seu peso enorme e abrasador (…) Tenho que declarar que nunca, antes ou depois de 13 de outubro, observei semelhante fenômeno solar ou atmosférico”.
* * *
O SIGNIFICADO
Para o povo mais simples, o milagre se resume em bem menos palavras. Simplesmente, “o sol dançou”. Mais do que descrever fisicamente o fenômeno, o que interessava à maioria das pessoas era o que não se podia ver, mas que ficara patente por aquela portentosa obra que eles tinham diante dos olhos: Nossa Senhora verdadeiramente apareceu a três humildes pastorinhos em Fátima.
A Lúcia, Jacinta e Francisco, de fato, foi dada uma visão bem mais abrangente da realidade: a Virgem Maria, “abrindo as mãos, fê-las refletir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projetar-se no sol (…) Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul”, declararam eles.
Na última aparição da Virgem de Fátima, portanto, brilha perante os videntes a imagem da Sagrada Família de Nazaré!
Esse fato pode indicar que “o confronto final entre o Senhor e o reino de Satanás dirá respeito diretamente à família e ao matrimônio”. Quando o caminho ordinário de santificação da humanidade, que é o casamento, se encontra obstruído pela produção desenfreada da pornografia e pela popularização dos “pecados da carne” (que, segundo resposta da própria Virgem Maria à pequena Jacinta, constituem a classe de pecados que mais ofende a Deus), o resultado só pode ser uma perda incalculável de almas (realidade a que a Mãe de Deus já tinha aludido, quando deu às mesmas crianças a visão do inferno).
Naquele 13 de outubro, a Virgem Santíssima tinha um pedido especial, que ficaria gravado no coração dos pastorinhos.
Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.
Aos observadores mundanos, tal recado poderia parecer “arcaico” ou “irrealista”: um “espírito” que vem dos céus para falar de “pecado”? Em que século a autora dessas aparições acha que estamos? Pois bem, é justamente no século XX que Nossa Senhora aparece, e é a mesma mensagem de dois mil anos atrás que ela carrega consigo: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).
Acontece que os tempos mudaram, sim, mas o ser humano continua o mesmo. E os perigos que rondavam a humanidade na época de Cristo não mudaram. Para ser católico e seguir Jesus, nada mais elementar que o apelo de Fátima: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor”.
O Milagre do Sol não apenas confirmou as aparições de Maria em Fátima: ele também visa realizar um milagre muito maior e mais extraordinário que qualquer outro: a salvação das almas, a conversão dos pecadores; “para que todos acreditem” em Jesus e, acreditando, tenham a vida eterna.
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A partir de extratos de:
e “O Milagre do Sol, para que todos acreditem” (Christo Nihil Praeponere)


Via: Aleteia 

12 de out. de 2017

resignação não é uma virtude cristã - Papa na audiencia geral

11/10/2017


Na sua catequese desta quarta-feira, o Papa deteve-se sobre aquela dimensão  da esperança que é a espera vigilante. O tema da vigilância – disse – é um dos fios condutores do Novo Testamento. Com efeito, Jesus disse aos seus discípulos para estarem sempre prontos como aqueles que esperam o patrão para lhe abrirem a porta. No tempo que segue a ressurreição de Jesus em que se alternam momentos serenos e de angústia, os cristãos não podem nunca relaxar-se. São como servos que nunca vão dormir enquanto o patrão não voltar – disse o Papa que acrescentou:
“Este mundo exige a nossa responsabilidade, e nós a assumimos completamente e com amor. Jesus quer que a nossa existência seja laboriosa, que não diminuamos nunca a vigilância, para acolher com gratidão e maravilha cada novo dia que nos é dado pelo Senhor
E o Papa recordou que cada manhã é uma página branca que o cristão começa a escrever com boas obras. Já fomos salvos pela redenção de Cristo, agora esperamos a plena manifestação da senhoria de Cristo, quando finalmente Deus será tudo em todos. Nada é mais certo do que este encontro marcado com o Senhor. Devemos estar prontos para a salvação que vai chegar, prontos para o encontro.
Já pensastes, vós, como será esse encontro com Jesus, quando Ele vier? Mas será um abraço, uma alegria enorme, uma grande alegria! Devemos viver na alegria deste encontro!
O Papa recordou depois que o cristão não é feito para o aborrecimento, mas sim para paciência, a perseverança, pois que nada acontece em vão, nenhuma situação é completamente refractaria ao amor, nenhuma noite é tão longa ao ponto de fazer esquecer a alegria da aurora. E quanto mais escura é a noite, mais próxima é a aurora. Se permanecermos unidos em Jesus, o frio dos momentos difíceis não nos paralisa e o futuro não será nunca obscuro. O cristão sabe que nesse futuro haverá o retorno de Cristo. Ninguém sabe quando será, mas só o facto de saber que no fim da nossa história está Jesus Misericordioso, já é suficiente para termos confiança e não maldizer a vida. Tudo será salvo, tudo – disse o Papa.
Depois de ter conhecido Jesus, não podemos senão, escrutar a história com confiança e esperança”.
Francisco comparou Jesus a uma casa em que estamos e recomendou que não fechemos as janelas dessa casa, que não nos fechemos em nós próprios, a não chorarmos o passado, mas a olharmos para a frente, para um futuro que não é apenas obra das nossas mãos, mas antes de mais uma preocupação constante da providencia de Deus. Tudo o que é opaco, um dia se fará luz.
Deus nunca nos desilude – voltou a sublinhar Francisco. Ele quer que todos os seres humanos sejam salvos, por isso, não olhemos para a história com pessimismo como se fosse um comboio sem controlo – disse o Papa, recordando que a resignação não é uma virtude cristã. Assim como não é cristão levantar os ombros e baixar a cabeça perante um destino que nos parece inelutável.
Jesus recomenda que O esperemos sem estar de braços caídos. Não é a pessoa remissiva que dá esperança ao mundo – disse Francisco:
A pessoa remissiva, não é um construtor de paz, mas sim um preguiçoso, uma pessoa que quer estar sempre cómoda. Enquanto que o cristão é construtor de paz quando arrisca, quando tem a coragem de arriscar para trazer o bem, o bem que  Jesus nos deu, nos deu como um tesouro
O Papa concluiu recomendando que repitamos todos os dias da nossa vida aquela invocação (em aramaico) dos primeiros discípulos: Marana thá, “Vem, Senhor Jesus”. No nosso mundo não precisamos de mais nada senão de uma carícia de Cristo. E que graça, se na nossa oração, nos dias difíceis desta vida, sentirmos a sua voz que nos responde e nos dá segurança: “Eis, venho já” .
Depois da sua catequese, o Papa saudou os fieis presente com traduções em sete línguas, entre os quais o português:
Saúdo todos os peregrinos de do Brasil e de outros países de língua portuguesa, particularmente os diversos grupos de sacerdotes, religiosos e fiéis brasileiros residentes em Roma, que vieram a esta Audiência para dividir a alegria pelo jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, cuja festa se celebra amanhã. A história dos pescadores que encontraram no Rio Paraíba do Sul o corpo e depois a cabeça da imagem de Nossa Senhora, e que foram em seguida unidos, nos lembra que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é um sinal que impulsiona para a unidade construída na solidariedade e na justiça. Que Deus lhes abençoe”.
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No final da audiência geral o Papa recordou que a 13 de Outubro se conclui o centenário das últimas aparições marianas em Fátima, e pediu que, especialmente neste mês de Outubro, se reze o Santo Rosário pela paz no mundo: 
Na próxima sexta-feira, 13 de outubro, conclui-se o centenário das últimas aparições marianas em Fátima. Com o olhar voltado para a Mãe do Senhor e Rainha das Missões, convido todos, especialmente neste mês de Outubro, a rezar o Santo Rosário pela intenção da paz no mundo. Possa a oração dissuadir os ânimos mais rebeldes, para que tirem a violência de seus corações, das suas palavras  e dos seus gestos, e construam comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum. Nada é impossível se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podemos ser construtores de paz”.
O Pontífice recordou que 13 de Outubro é também Dia Internacional para a Redução dos Desastres Naturais:
 “Renovo o meu premente apelo pela salvaguarda da criação, mediante uma sempre mais atenta tutela e cuidado pelo ambiente. Encorajo, neste sentido, as instituições e todos os que têm responsabilidade pública e social, a promover sempre mais uma cultura que tenha como objectivo a redução da exposição aos riscos e às calamidades naturais. As acções concretas, voltadas ao estudo e à defesa da casa comum, possam reduzir progressivamente os riscos para as populações mais vulneráveis”.
(DA) 

Rádio Vaticano 

História da princesa Isabel e sua devoção a Nossa Senhora Aparecida


A princesa Isabel era devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida e tinha o sonho de ser mãe de um menino que herdasse o trono da realeza.
Com o objetivo de ser mãe a qualquer custo, a princesa Isabel sofreu vários abortos e a primeira gravidez que conseguiu levar até os nove meses foi frustrante porque resultou no nascimento de uma menina morta, após um trabalho de parto difícil  e muito doloroso de 50 horas, quatro obstetras não conseguiram extrair o feto, foi necessária uma craniotomia, um procedimento rotineiro na época, que consistia na perfuração d cabeça da criança com o objetivo de reduzir o volume cerebral para a passagem do bebê. Como podemos ver foi um momento muito triste, Mas muito persistente a devora de Nossa Senhora Aparecida a princês Isabel, pedia com muita fé o favor da Santa de lhe conceder um filho e se dedicava ao mês de Maria limpando e adornando, com flores frescas, diariamente, a Igreja de Petrópolis ( RJ) onde morava. Um ano após perder a filha a princesa, deu luz ao herdeiro do trono. No dia 15 de outubro de 1875, após 13 horas de trabalho de parto nasceu D. Pedro de Alcântara, o menino nasceu asfixiado em conseqüência do fórcipe e sofreu lesões no braço esquerdo, que ficou paralisado, devido ao problema ele foi apelidado de Mão seca.
Foi com muita fé que a princesa Isabel conseguiu realizar o sonho de ter um filho, após 11 anos de casada. Nos anos seguintes a realeza brasileira ganhou outros dois herdeiros, dom Luiz Maria e dom Antonio.
Por duas vezes, durante o Império, a princesa se fez romeira da santa e lhe ofereceu, régio presentes.
Em dezembro  de 1868, ofereceu-lhe um manto, com 21 estados brasileiros; em 6 de novembro de 1884, ofereceu-lhe uma coroa de ouro  , cravejada de brilhantes , a mesma com que a Imagem foi coroada Rainha do Brasil de 1904 e que está na Nossa Senhora lá na Aparecida até hoje.
Isabel, filha do último Imperador do Brasil, Dom Pedro II, nasceu em julho de 1846. Casou-se com 18 anos, com Dom Luiz Felipe d’ Orleans, o Conde d’eu e governou o Brasil por três vezes. Na terceira vez, assinou a Lei Áurea, e aboliu a escravidão.
Por esse motivo nobre o Papa Leão XIII lhe concedeu a Rosa de Ouro, em 28 de setembro de 1888. A princesa foi a única brasileira a receber a rosa de ouro. Os outros dois exemplares foram dedicados ao Santuário  Nacional de Aparecida pelos Papas Paulo VI em 1965 e Bento XVI em 2007.
A história de Aparecida tem outro fato curioso sobre a passagem da princesa Isabel.
No ano de 1857, o escravo Zacarias fugiu de Curitiba e veio para Bananal, cidade de São Paulo, sendo preso e algemado. Ao Passar pela Capela de Aparecida, pediu ao feitor a licença de ver Nossa Senhora Aparecida e ele permitiu. Ao fazer o seu pedido  de clemência por liberdade, o escravo se ajoelhou e ergueu os braços algemados e fez a prece. A corrente caiu, tinindo nos chão. Foi um dos primeiros milagres conhecidos de Nossa Senhora Aparecida a correr pela vila vizinhas e pela província.
Quando aconteceu o milagre da libertação de Zacarias, todos os escravos tinham a esperança de também serem libertos. Outro escravo conseguiu autorização do feitor para entrar na Capela. Rezou a fez o mesmo pedido, mas a correntes não se abriu. Ele rezou tristemente e ficou decepcionado por não ter alcançado o milagre. Levantou-se e descendo a antiga rua da calçada, hoje ladeira Monte Carmelo, no centro de Aparecida, viu a comitiva real. O escrevo ajoelhou-se e pediu a benção da princesa. Dona Isabel ordenou então que o escravo fosse posto em liberdade. As correntes não caíram no chão como o do escravo Zacarias , mas Nossa Senhora fez com que  a princesa fosse tocada pelo gesto do escravo e lhe concedesse a libertação dos escravos a princesa recebeu o titulo de Redentora. Após 32 anos de desterro, a princesa faleceu em Paris no dia 14 de outubro de 1921.

Fonte: http://monarquia-ja.blogspot.com.br/

12/10 Nossa Senhora Aparecida: Histórico


Em síntese: Em 1717 três pescadores, após frustrada tentativa de apanhar peixes no rio Paraíba do Sul perto de Guaratinguetá (SP), colheram em suas redes o corpo de uma estátua de Maria SS. e, depois, a cabeça da mesma. A este fato se seguiu farta pescaria, que surpreendeu os três homens. Tendo limpado e recomposto a imagem, expuseram-na à veneração dos fiéis em casas de família. Verificaram-se, porém, alguns portentos, que chamaram a atenção do Pe. José Alves Vilela, pároco de Guaratinguetá. Este então decidiu construir para a Santa Mãe uma capela capaz de satisfazer ao crescente número de devotos da Virgem. Tal capela foi substituída por outra maior no morro dos Coqueiros em 1745, morro que tomou o nome de “Aparecida” (hoje cidade de Aparecida do Norte). Em 1846 foi iniciada a construção de templo mais vasto, que ainda hoje subsiste. No ano de 1980 foi concluída monumental basílica, alvo de peregrinações numerosas durante o ano inteiro. Em 1930 o Brasil foi solenemente consagrado a Nossa Senhora Aparecida pelo Cardeal D. Sebastião Leme na presença do Sr. Presidente da República e de numerosas autoridades religiosas, civis e militares.
Os acontecimentos de fins de 1995 chamaram a atenção para Maria Santíssima tal como é venerada em Aparecida do Norte (SP) e no Brasil inteiro na qualidade de Padroeira do nosso país. Sabe-se que tal devoção se deve a uma pesca surpreendente cercada de fatos extraordinárias, que suscitaram a piedade dos fiéis da região de Guaratinguetá e, posteriormente, a da população de todo o Brasil. Em 1930 a Virgem Santíssima foi proclamada Padroeira do Brasil sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (ou Nossa Senhora Imaculada em sua Conceição e Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul).¹
Já que versões diversas correm sobre o desenrolar dessas aparições e os atos subsequentes, apresentaremos, a seguir, a genuína história dos eventos registrados.
1. Aparição e as primeiras manifestações populares (1717-1745)
Como se deu a manifestação de Nossa Senhora Aparecida?
Eis o que relatam os documentos históricos:
Em princípios do séc. XVIII lutas, por vezes sangrentas, agitavam os exploradores dos veios de ouro em Minas Gerais.
Em março de 1717, embarcou em Lisboa, com destino ao Rio, Dom Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, que vinha substituir Dom Braz Balthasar da Silveira no governo da Capitania de São Paulo e Minas.
Chegando ao Rio em junho de 1717, o Conde de Assumar mostrou-se logo interessado em conhecer a situação da sua capitania. Seguiu, pois, em agosto para São Paulo, sede do governo respectivo, do qual tomou posse aos 4 de setembro do mesmo ano. Em vista, porém, dos tumultos registrados em Minas por motivo das minas de ouro. Dom Pedro de Almeida e Portugal resolveu dirigir-se ao local das desordens. Partiu, portanto, de São Paulo aos 25 ou 26 de setembro de 1717, deixando como substituto nessa cidade Manoel Bueno da Fonseca, oficial de grande patente.
Após cerca de 17 dias de viagem, isto é, aos 11 ou 12 de outubro de 1717, chegava o Conde de Assumar, com sua comitiva, à região de Guaratinguetá. Entre os acontecimentos faustosos que então se deram relatam os manuscritos da época o seguinte:
“A Câmara da Vila notificou então os pescadores que apresentassem todo o peixe que pudessem haver para o dito governador.
Entre muitos, foram pescar em suas canoas Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso e, principiando a lançar suas redes no porto de José Corrêa leite, continuaram até o porto de Itaguassú, distância bastante, sem tirar peixe algum. E lançando neste porto João Alves a sua rede, de rasto tirou o corpo da Senhora, sem cabeça, e, lançando mais abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça de mesma Senhora, não se sabendo nunca quem ali a lançasse.
E, continuando a pescaria, não tendo até então peixe algum, dali por diante foi tão copiosa em poucos lances que, receosos de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, ele e os companheiros se retiraram a suas moradas, admirados deste sucesso” (cf. Marcondes Homem de Mello, Álbum da Coroação. Brasílio Machado, A Basílica de Aparecida).
Eis o que referem os documentos mais antigos em torno do aparecimento da Virgem.
A título de ilustração, pode-se acrescentar que o porto de José Corrêa Leite, donde partiram os três mencionados pescadores, se achava à margem esquerda do rio Paraíba no bairro Tetequera (município de Pindamonhangaba). A imagem encontrada media 38 cm de altura e apresentava cor bronzeada.
Impressionados pelo fenômeno, principalmente pela pesca portentosa que se seguiu à descoberta da estátua, os três mencionados pescadores limparam com grande cuidado a imagem, e verificaram que representava Nossa Senhora da Conceição, que o povo sem demora passou a chamar “Senhora Aparecida”. Felipe Pedroso conservou a imagem em sua casa durante vários anos; por fim, resolveu dá-la a seu filho Atanásio, que morava em Itaguassú, porto onde se dera o encontro da estátua. Atanásio, movido então pela sua fé, ergueu um pequeno oratório, onde depositou a venerável efígie; aí começou o povo da vizinhança a reunir-se aos sábados à noite, a fim de rezar o santo rosário e praticar as suas devoções.
Certa vez, durante uma dessas práticas aconteceu que, embora a noite estivesse muito calma, de repente se apagaram as velas que alumiavam a imagem da Senhora. Os fiéis, querendo reacendê-las, verificaram com surpresa que elas por si, sem intervenção de alguém, se reacenderam.
Foi este o primeiro prodígio registrado em torno da Senhora Aparecida. O mesmo portento se repetiu em outras ocasiões, chegando a notícia ao conhecimento do pároco de Guaratinguetá, Pe. José Alves Vilela. O sacerdote decidiu então construir para a estátua uma capelinha mais ampla, capaz de satisfazer ao crescente número dos devotos da Virgem, a qual ia multiplicando graças a benefícios sobre os fiéis. Em breve, também essa capelinha se tornou pequena demais. Foi preciso pensar em nova construção em lugar mais elevado que a margem do rio. Escolhido o morro dos Coqueiros, o mais vistoso e acessível dos que margeiam o Paraíba, começou-se ali em  1743 a edificação de novo santuário, com a provisão do bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz; aos 26 de julho de 1745, a obra terminada foi devidamente benta, dando lugar à celebração da primeira Missa. Doravante o morro e suas cercanias tomaram o nome de “Aparecida”, designação até hoje conservada. “Aparecida do Norte” é designação popular, pois a cidade fica a sudeste do Estado de São Paulo.

Entre os milagres que muito provocavam o fervor do povo, conta-se o do escravo, ocorrido por volta de 1790 e famoso nos tempos subseqüentes. Segundo a versão mais abalizada, as correntes se soltaram das mãos do escravo, quando este implorava a proteção de Nossa Senhora Aparecida diante da respectiva imagem. Eis como o refere o Pe. Claro Francisco de Vasconcelos pelo ano de 1838:
“Um escravo fugitivo, que estava sendo conduzido de volta à fazenda pelo seu patrão, ao passar pela Capela, pediu para fazer oração diante da Imagem. Enquanto o escravo estava em oração, caiu repentinamente a corrente, deixando intato o colar que prendia seu pescoço. A corrente se encontra até hoje pendente da parede do mesmo Santuário como testemunho e lembrança de que Maria Santíssima tem suprema autoridade para desatar as prisões dos pecadores arrependidos. Aquele senhor, tocado pelo milagre, ofereceu a Nossa Senhora o preço dele e o levou para casa com uma pessoa livre, a fim de amar e estimar aquele seu escravo como pessoa protegida pela soberana Mãe de Deus” (relato extraído da obra de Júlio J. Brustoloni, A Mensagem da Senhora Aparecida, Ed. Santuário, Aparecida, SP, 1994).
2. De 1745 aos nossos dias: A Dedicação do Brasil à Virgem SS.
A nova igreja foi diversas vezes reformada e aumentada, até que em 1846 foi iniciada a construção de um templo ainda mais vasto. Os trabalhos, porém, diversas vezes interrompidos, só chegaram a termo em 1888; aos 8 de dezembro desse ano, Dom Lino Deodato de Carvalho, oitavo bispo de São Paulo, procedeu à bênção do novo santuário, que até nossos dias subsiste em Aparecida, ornado com o título de “Basílica Menor”, título concedido por S. Pio  X aos 29 de abril de 1908.
Para atender aos numerosos grupos de peregrinos que afluíam ao local, o mesmo prelado obteve a vinda dos RR. PP. Redentoristas, os quais desde 1894 têm a seus cuidados o santuário e a respectiva cura pastoral.
Aos 8 de setembro de 1904, realizou-se a solene coroação de Nossa Senhora Aparecida, com a participação do Sr. Núncio Apostólico Dom Júlio Tonti, do representante do Presidente da república, do Episcopado do Brasil Meridional e de grande multidão de sacerdotes e fiéis.
Finalmente, o S. Padre Pio XI houve por bem acolher o pedido da hierarquia e dos fiéis, que desejavam fosse Nossa Senhora Aparecida proclamada Padroeira principal de todo o Brasil. Aos 16 de julho de 1930 publicava S. Santidade o seguinte “Motu proprio”:
“…Por conhecimento certo e madura reflexão Nossa, na plenitude de Nosso poder apostólico, pelo teor das presentes letras, constituímos e declaramos a mui Bem-aventurada Virgem Maria concebida sem mancha, sob o título de “Aparecida”, Padroeira principal de todo o Brasil diante de Deus. Este padroado gozará dos privilégios litúrgicos e das outras honras que costumam competir aos Padroeiros principais de lugares ou regiões. Concedendo isto para promover o bem espiritual dos fiéis no Brasil e aumentar cada vez mais a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus, decretamos que cada vez mais a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus, decretamos que as presentes letras estejam e permaneçam sempre firmes, válidas e eficazes, surtindo seus plenos e inteiros efeitos”.
Este decreto pontifício foi publicado na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, fazendo-se a consagração do Brasil à Virgem Ssma., com grande júbilo dos fiéis.
No ano seguinte, o mesmo ato se repetiu em termos mais solenes na capital da República. A imagem da Virgem foi, sim, entusiasticamente levada de Aparecida para o Rio de Janeiro, onde percorreu em procissão o centro da cidade aos 31 de maio de 1931. Finalmente na Esplanada do Castelo, em presença do Sr. Presidente da república, de altas autoridades civis e militares, de numerosas divisões das Forças Armadas, do Episcopado Brasileiro e de enorme multidão de fiéis, o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro proferiu o ato de consagração de todo o Brasil a Nossa Senhora Aparecida, recomendando à Excelsa Padroeira todos os interesses e as necessidades da pátria.
Este ato, que mereceu os aplausos da opinião pública em geral, estava bem na linha de venerável tradição da nação brasileira, a qual sempre mostrou especial devoção à Virgem Imaculada. Entre outros fatos expressivos dessa estima, pode-se notar que, ao proclamar a independência do Brasil, D. Pedro I, o primeiro Imperador, confirmando aliás antiga provisão de Sua Majestade o rei de Portugal do ano de 1646, declarou a Virgem da Conceição Padroeira do Brasil.
Numerosos são os relatos de milagres que tanto a imprensa como a voz do povo atribuem à Virgem Aparecida. As autoridades eclesiásticas não se empenham por definir a autenticidade de tais portentos, nem mesmo a dos episódios concernentes à aparição da Senhora Imaculada no porto de Itaguassú em 1717. Doutro lado, não vêem razão para se opor à devoção de Nossa Senhora Aparecida: ao contrário, esta tem produzido os melhores frutos, espirituais e corporais, no povo brasileiro. É por isto que os Srs. Bispos têm mesmo patrocinado e fomentado a piedade para com a Excelsa Padroeira do Brasil. Contudo, a bem da verdade, deve-se notar que tal atitude favorável é independente de qualquer pronunciamento da autoridade eclesiástica sobre a genuinidade dos prodígios que se narram em torno da Virgem e do Santuário de Aparecida.
A Santa Igreja de modo nenhum entende fazer de tais relatos matéria de fé; deixa, antes, a cada um de seus filhos a liberdade de ponderar o grau de autoridade que merecem os respectivos documentos (o que de resto não desmerece o valor de autenticidade que realmente possa caber a tais episódios).
A presença do sobrenatural em Aparecida exigiu que se empreendesse a construção de nova e mais vasta Basílica. Esta, iniciada em 1955 sob os auspícios do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, estava concluída, com todas as suas capelas e quatro naves, em 1980. A área construída é de 23.000 m² e a área coberta mede 18.000 m². A lotação normal é de 45.000 pessoas, podendo a lotação máxima chegar a 70.000 pessoas. Até hoje são relatados milagres e favores de ordem física obtidos por intercessão de Nossa Senhora Aparecida em seu Santuário; todavia o que mais importa aí, são os numerosos casos de conversão espiritual e reencontro da paz interior alcançada pelo patrocínio de Maria SSma.
O fato de que a imagem da Senhora Aparecida tem a cor preta, tem sido objeto de comentários… Na verdade, o fenômeno se explica bem pela longa permanência da estátua dentro da água do rio. Na época da descoberta o fato não deve ter tido a repercussão e importância que hoje lhe querem atribuir.
A propósito recomenda-se a leitura do livro do Pe. Júlio J. Brustoloni: A Mensagem da Senhora Aparecida, Ed. Santuário, Rua Padre Claro Monteiro, 342, Aparecida (SP), 1994.
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¹ O título “Nossa Senhora Aparecida” designa a Santíssima Mãe de Deus tal como ela apareceu na localidade do Estado de São Paulo que hoje traz o nome de “Aparecida do Norte” (nas proximidades de Pindamonhangaba e Guaratinguetá). Lá Nossa Senhora se manifestou com as notas que, na arte sacra, a caracterizam como imaculada em sua conceição; daí dizer-se comumente “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. – A mesma Virgem Ssma., tendo-se manifestado em Fátima, é chamada “Nossa Senhora de Fátima”; tendo aparecido em Lourdes, é dita “Nossa Senhora de Lourdes”, etc. Tais denominações não supõem diversas “Nossas Senhoras”, mas significam sempre a mesma Santa (“Santa Maria, Mãe de Deus …”), apenas invocada sob títulos diferentes.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 405 – Ano 1996 – p. 72

Via: Cléofas 

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