25 de mar. de 2017

25/03 Nossa Senhora da Anunciação

A festa da Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal. Por este acontecimento, que fez de Maria o primeiro sacrário da Eucaristia, Ela recebeu dos cristãos o título de Nossa Senhora da Anunciação.

A visita do Anjo à Virgem Maria, sinaliza o início do cumprimento do Velho Testamento com a abertura do caminho para o Reino de Deus à luz a Boa Nova, para toda a Humanidade. São Gabriel Arcanjo proferiu a oração que esta sempre na boca e no coração de todos os fiéis: a Ave Maria.

Maria era uma jovem adolescente, simples e virgem, prometida ao já idoso José, um carpinteiro descendente direto da casa de Davi. Ficou perturbada ao receber do Arcanjo o aviso que era a escolhida para conceber o Filho de Deus, o qual devia ser chamado Jesus, pois era o enviado para salvar a Humanidade, e cujo Reino era eterno. Assim, o Pai Criador dependeu do consentimento de uma frágil criatura humana para realizar o Mistério para a nossa Redenção. 

A Virgem Maria aceitou sua parte na missão, demonstrando toda confiança no Senhor Deus e se fez Instrumento Divino nos acontecimentos proféticos. Mas teve de perguntar como seria possível, se não conhecia homem algum. Gabriel lhe explicou o Espírito Santo a fecundaria, pela graça do Criador. Então respondeu com a mesma simplicidade de sua vida e fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Sua vontade".

Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Por este motivo dos devotos de Nossa Senhora da Anunciação pedem sua proteção e intercessão junto a Deus, nas suas aflições. Por sua disposição Maria se tornou a mais perfeita das criaturas humanas, a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. Porque a Mãe de Deus, que acolheu a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.

A data de hoje marca e festeja um dos mistérios mais sublimes e importantes para a Humanidade, citado em várias passagens importantes do Novo Testamento. Maria foi poderosamente levada à comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Motivo mais que suficiente para ser invocada como Nossa Senhora da Anunciação.

Fonte: Portal Paulinas 

24 de mar. de 2017

Papa Francisco à Europa: investir na vida, na família, nos jovens

24/03/2017



Teve lugar no Vaticano o encontro entre o Papa Francisco e os líderes europeus por ocasião do 60° aniversário dos Tratados constitutivos da Comunidade Europeia. No seu discurso o Santo Padre sublinhou que na origem da civilização europeia está o Cristianismo, sem o qual os valores ocidentais de dignidade, liberdade e justiça são incompreensíveis.
No seu discurso Francisco  recordou o 25 de Março de 1957, um dia – disse - cheio de expectativas e esperanças, de entusiasmo e trepidação, e só um evento excepcional, pelo seu alcance e consequências históricas, podia torná-lo único na história. A memória daquele dia, ressaltou o Papa,  une-se às esperanças de hoje e às expectativas dos povos europeus que exigem de discernir o presente para continuar com renovado entusiasmo e confiança o caminho iniciado.
E as respostas, disse ainda Francisco, encontramo-las precisamente nos pilares sobre os quais se quis edificar a Comunidade Econômica Europeia, ou seja: a centralidade do homem, uma solidariedade factiva, a abertura ao mundo, a busca da paz e do desenvolvimento, a abertura para o futuro. A quem governa compete discernir os caminhos da esperança, identificar os percursos concretos para garantir que os passos significativos feitos até agora não se dispersem, mas sejam penhor de um caminho longo e frutuoso.
E o Papa terminou exortando os povos europeus a reencontrar a esperança e manifestando a sua proximidade, bem como a da Santa Sede e da Igreja, a toda a Europa, contribuindo, como sempre tem feito, para a sua edificação, e invocando sobre ela as bênçãos do Senhor. (BS).

Rádio Vaticano 

Serão canonizados os Pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta Marto

24/03/2017


O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira (23/03), o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Durante o encontro o Santo Padre aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos seguintes Beatos:
- André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira, Leigo, como também de 27 Companheiros, Mártires, assassinados por ódio à Fé no Brasil em 16 de julho de 1645 e 03 de outubro de 1645.
Durante a Audiência, o Santo Padre autorizou a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os Decretos referentes:
- ao milagre atribuído à intercessão do Beato Angelo de Acri (de nome: Luca Antonio Falcone), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 19 de outubro de 1669 e falecido em 30 de outubro de 1739;
- ao milagre atribuído à intercessão do Beato Francisco Marto, nascido em 11 de junho, de 1908 e falecido em 4 de abril de 1919, e da Beata Jacinta Marto, nascida em 11 de março, 1910 e falecida em 20 de fevereiro de 1920, as crianças de Fátima;
- ao martírio dos Servos de Deus José Maria Fernández Sánchez e 32 Companheiros, Sacerdotes e Irmãos Coadjutores da Congregação da Missão, bem como 6 Leigos, da Associação da Medalha Milagrosa da Beata Virgem Maria, assassinados por ódio à fé em 1936 durante a guerra civil espanhola;
- ao martírio da Serva de Deus Regina Maria Vattalil (de nome: Maria), religiosa professa da Congregação das Irmãs Clarissas Franciscanas; assassinada por ódio à Fé, em 25 de fevereiro de 1995;
- às virtudes heroicas do Servo de Deus e Daniel da Samarate (de nome: Felice Rossini), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 15 de junho de 1876 e falecido em 19 de maio de 1924;
- às virtudes heroicas da Serva de Deus Macrina Raparelli (de nome: Elena), Fundadora da Congregação das Irmãs Basilianas Filhas de Santa Macrina; nascida em 02 de abril de 1893 e falecida em 26 de fevereiro de 1970;
- às virtudes heroicas da Serva de Deus Daniela Zanetta, Leiga; nascida em 15 de dezembro de 1962 e falecida em 14 de abril de 1986.
O Santo Padre também aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos seguintes Beatos:
- Cristoforo, António e Giovanni, adolescentes, Mártires, assassinados por ódio à fé no México, em 1529. (BS/SP)

Rádio Vaticano 

Francisco: somos “católicos ateus” quando temos o coração duro

23/03/2017



Escutar a Palavra de Deus para evitar o risco de que o coração se endureça – disse o Papa durante a Missa, na manhã desta quinta-feira (23/03), em Santa Marta. Francisco ressaltou que, quando nos afastamos de Deus nos tornamos católicos infiéis ou mesmo "católicos ateus”.
Quando o povo não escuta a voz de Deus e vira as costas para Ele, acaba por se distanciar d’Ele. Baseando-se num trecho do Livro do Profeta Jeremias, o Papa desenvolveu a sua meditação sobre a escuta da Palavra de Deus.
“Quando não paramos para ouvir a voz do Senhor, nos distanciamos d’Ele, viramos as costas para Ele. E quando não ouvimos a voz de Deus, ouvimos outras vozes.”
Se não ouvimos a Palavra de Deus, ouvimos os ídolos do mundo
“No final”, constatou amargamente o Pontífice, “fechamos os ouvidos e nos tornamos surdos à Palavra de Deus”.
“Se hoje todos nós pararmos um pouco e olharmos para o nosso coração, veremos quantas vezes fechamos os ouvidos e quantas vezes nos tornamos surdos. Quando um povo, uma comunidade, mas também uma comunidade cristã, uma paróquia, uma diocese, fecha os ouvidos e se torna surda, não ouve a Palavra de Deus, procura outras vozes, outros senhores e acaba por seguir os ídolos, os ídolos que o mundo, a mundanidade, a sociedade lhes oferece. Se distancia do Deus vivo.” 
Quando o coração se endurece, tornamo-nos católicos ateus 
“Quando nos distanciamos do Senhor”, prosseguiu o Papa, “o nosso coração se endurece”. Quando não ouvimos, o coração se torna mais duro, mais fechado em si mesmo. Duro e incapaz de receber alguma coisa. Não só fechamento, mas dureza do coração. Vive então naquele mundo, naquela atmosfera que não lhe faz bem, que o distancia cada dia mais de Deus”.
“E estas duas coisas – não escutar a Palavra de Deus e ter o coração endurecido, fechado em si mesmo – fazem perder a fidelidade. Perde-se o sentido da fidelidade. O Senhor diz na Primeira Leitura: ‘A fidelidade desapareceu’ e nós nos tornamos católicos infiéis, católicos pagãos ou pior ainda, católicos ateus, porque não temos uma referência de amor ao Deus vivo. Não escutar e virar as costas – que nos endurece o coração – que nos conduz ao caminho da infidelidade”.
“Esta infidelidade, como se traduz esta infidelidade?”, perguntou o Papa. “Traduz-se com a confusão: não se sabe aonde está Deus, aonde não está, se confunde Deus com o diabo”. Francisco fez referência ao Evangelho do dia e observou que “a Jesus, que faz milagres, que faz tanto pela salvação e as pessoas estão felizes, as pessoas dizem: ‘E o faz isto porque é um filho do diabo. Faz o poder de Belzebu’”.
Escutamos realmente a Palavra de Deus? 
“Esta – disse o Papa – é a blasfémia. A blasfémia é a palavra final deste percurso, que começa com o não-escutar, que endurece o coração, que ‘causa confusão’, que faz esquecer a fidelidade... e no fim, vem a blasfémia”. Ai daquele povo que se esquece da surpresa do primeiro encontro com Jesus:
“Hoje, podemos todos nos perguntar: Eu paro para ouvir a Palavra de Deus, pego a Bíblia, que fala a mim? Meu coração se endureceu? Eu me afastei do Senhor? Perdi a fidelidade ao Senhor e vivo com os ídolos que a mundanidade me propõe todos os dias? Perdi a alegria da maravilha do primeiro encontro com Jesus? Hoje é um dia para ‘escutar’: ‘Escutem hoje a voz do Senhor’, rezamos antes. ‘Não endureçais o vosso coração’. Peçamos esta graça. A graça de escutar, para que nosso coração não se endureça”. (BS/MJ/CM)

Rádio Vaticano 

    24/3 – Santa Catarina da Suécia

    Catarina era a segunda filha de santa Brígida, a grande mística sueca que teve grande influência na vida, na história e na literatura do seu país. Catarina nasceu em 1331. Ainda muito jovem casou-se com Edgar von Kyren, de nobre descendência e de mais nobres sentimentos pois consentiu que a esposa observasse o voto de castidade que ele mesmo acabou fazendo e observando. Catarina acompanhou sua mãe a Roma por ocasião do ano santo. Lá recebeu a notícia da morte do marido. Desde então as vidas das duas santas correm sobre os mesmos trilhos. A filha participa com total dedicação na intensa atividade de santa Brígida. Esta havia criado na Suécia uma comunidade de tipo cenobítico na cidade de Vadstena, para acolher em separado homens e mulheres em conventos de clausura, cujas regras eram inspiradas no modelo do místico são Bernardo de Claraval.
    Durante o período romano que durou até a morte, nas longas perseguições, às vezes entre perigos de que só mesmo Deus as poderia livrar. Santa Catarina vem representada junta com um cervo que, segundo a lenda, muitas vezes apareceu para salvá-la. Depois que trouxeram o corpo da mãe de volta à pátria, Catarina entrou no mosteiro de Vadstena, do qual foi eleita abadessa em 1380. Havia chegado de Roma, após uma estadia de cinco anos. Em Roma conta-se que Catarina salvou a cidade de uma cheia do Tibre. O episódio é representado numa pintura da igreja a ela consagrada na praça Farnese. O papa Inocêncio VIII permitiu a trasladação das relíquias. Uma multidão imensa a proclamou santa antes mesmo das autoridades eclesiásticas fixando sua festa no dia da morte, 24 de março de 1381.

    Fonte: Cléofas 

    23 de mar. de 2017

    Papa: na Confissão encontramos o abraço misericordioso do Pai


    O Santo Padre colocou ao centro de seu Pontificado o grande mistério da Misericórdia de Deus, exortando com frequência, para que busquemos o Sacramento da Reconciliação. Recordemos alguns momentos do seu magistério sobre este tema.
    A misericórdia de Deus escandaliza
    A misericórdia de Deus – afirma o Papa Francisco – escandaliza porque “é superior a todas as nossas expectativas”, dizia Padre Leopoldo Mandic. Escandaliza sobretudo se acreditamos sermos melhores do que os outros, menos pecadores, ou se fazemos da Igreja mais uma alfândega do que “a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida de lutas”.
    Jesus, pelo contrário, quer “atingir e salvar os afastados, curar as feridas dos doentes, reintegrar todos na família de Deus”: toca e cura os leprosos. Trata-se de “duas lógicas de pensamento e de fé: o medo de perder os salvos e o desejo de salvar os perdidos”:
    “Hoje, às vezes, também acontece encontrarmo-nos na encruzilhada destas duas lógicas: a dos doutores da lei, ou seja marginalizar o perigo afastando a pessoa contagiada, e a lógica de Deus que, com a sua misericórdia, abraça e acolhe reintegrando e transformando o mal em bem, a condenação em salvação e a exclusão em anúncio”. (Homilia da Missa com os novos Cardeais, 15 de fevereiro de 2015).
    Nem bondosismo ou laxismo
    Não se trata nem de bondosismo, nem de laxismo, porque a verdadeira misericórdia não é fazer de contas de nada, mas assumir o outro, acompanhá-lo no reconhecimento dos pecados e no recomeçar uma vida nova, na consciência de que “ninguém pode colocar limites ao amor de Deus que perdoa”, se não nós mesmos, rejeitando-o:
    “Não existe pecado algum que Deus não possa perdoar! Nenhum! Só aquilo que é subtraído à divina misericórdia não pode ser perdoado, assim como quem se subtrai ao sol não pode ser iluminado nem aquecido”. (Discurso aos participantes do Curso da Penitenciaria, 12 de março de 2015).
    Necessidade da confissão
    O Papa convida a confessar-se, porque o perdão dos pecados não é “fruto de nossos esforços”, mas “dom do Espírito Santo”, que nos cura e “não é algo que possamos dar-nos nós”. “O perdão se pede a alguém e na Confissão pedimos o perdão a Jesus:
    “Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, tu podes dizer a Deus ‘perdoa-me’, e contar os teus pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote”. (Audiência Geral, 19 de fevereiro 2014).
    Sair do confessionário com a esperança no coração
    Na Confissão, também a vergonha é salutar – diz o Papa – nos “faz bem, porque nos faz mais humildes”. Porém, “não deve ser uma tortura”. Os confessores – é a sua exortação – devem ser respeitosos pela dignidade e pela história pessoal de cada um. “Mesmo o maior pecador que vem diante de Deus para pedir perdão é “terra sagrada”.... para “cultivar” com dedicação, cuidado e atenção pastoral. “Todos deveriam sair do confessionário com a felicidade no coração, com o rosto radiante de esperança”:
    “O Sacramento, com todos os actos do penitente, não implica que ele se torne um interrogatório pesado, importuno e indiscreto. Ao contrário, deve ser um encontro libertador e rico de humanidade, através do qual poder educar para a misericórdia, que não exclui, aliás inclui até o justo compromisso a reparar, na medida do possível, o mal cometido”. (Discurso aos participantes da Penitenciaria, 12 de março de 2015).
    Confessores, grandes perdoadores
    Francisco exorta os confessores a serem “grandes perdoadores”, porque Deus é assim. Os “bravos confessores” – observa – “sabem que são grandes pecadores”. Pelo contrário, “os puros”, “os mestres”, “sabem somente condenar”. Neste sentido, convida a procurar sempre o caminho para perdoar e onde não for possível, acolher de modo paterno e nunca bater. Por outro lado, “todo fiel arrependido, depois da absolvição do sacerdote, tem a certeza, pela fé”, que os seus pecados foram apagados:
    “Tem a certeza, pela fé, que os seus pecados deixaram de existir! Deus é omnipotente. Agrada-me pensar que tem uma fraqueza: uma memória ruim. Quando Ele te perdoa, esquece. E isto é grandioso! Os pecados já não existem mais, foram cancelados pela divina misericórdia. Cada absolvição é, de certa forma, um jubileu do coração, que faz alegrar não somente o fiel e a Igreja, mas sobretudo o próprio Deus”. (Discurso à Penitenciaria Apostólica, 4 de março de 2016). (BS/JE/SC)
    Fonte: Rádio Vaticano 

    Você tem dúvidas sobre a Confissão? O Papa Francisco responde

    A Confissão é uma grande e maravilhosa oportunidade de curar a alma e o coração.



    Em uma das suas catequeses, o Papa falou precisamente da confissão, um sacramento muitas vezes considerado “fora de moda” e cada vez menos praticado. No entanto, ela é um meio concreto para viver uma experiência da misericórdia do Deus vivo, que liberta o nosso coração do peso do pecado que nos oprime.
    Deixemo-nos ensinar pelo Santo Padre, que responde de maneira muito simples e direta a várias objeções que costumamos colocar ao sacramento da Reconciliação.
    Os trechos a seguir são palavras do Papa Francisco. O texto completo pode ser lido clicando aqui. Aqui, apenas colocamos alguns títulos, para que identifiquemos melhor seu conteúdo.


    Para que serve o sacramento da Confissão?


    O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi. O ícone bíblico que melhor os exprime, no seu vínculo profundo, é o episódio do perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela médico das almas e, ao mesmo tempo, dos corpos (cf. Mc 2, 1-12; Mt 9, 1-8; Lc 5, 17-26).


    A celebração deste sacramento é um ato eclesial?
    Ao longo do tempo, a celebração deste Sacramento passou de uma forma pública — porque no início era feita publicamente — para a pessoal, para a forma reservada da Confissão. Contudo, isto não deve fazer-nos perder a matriz eclesial, que constitui o contexto vital.
    Com efeito, a comunidade cristã é o lugar onde o Espírito se torna presente, que renova os corações no amor de Deus, fazendo de todos os irmãos um só em Cristo Jesus. Eis, então, por que motivo não é suficiente pedir perdão ao Senhor na nossa mente e no nosso coração, mas é necessário confessar humilde e confiadamente os nossos pecados ao ministro da Igreja.


    Por que precisamos nos confessar na frente de um padre?
    Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa apenas Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um dos seus membros, que ouve comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com eles, os anima e acompanha ao longo do caminho de conversão e de amadurecimento humano e cristão.
    Podemos dizer: eu só me confesso com Deus. Sim, podes dizer a Deus “perdoa-me”, e confessar os teus pecados, mas os nossos pecados são cometidos também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isso, é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote.
    Eu sinto vergonha de me confessar, o que faço?


    “Mas padre, eu tenho vergonha…”. Até a vergonha é boa, é saudável sentir um pouco de vergonha, porque envergonhar-se é bom. Quando uma pessoa não se envergonha, no meu país dizemos que é um “sem-vergonha”: um “sin verguenza”. Mas até a vergonha faz bem, porque nos torna mais humildes, e o sacerdote recebe com amor e com ternura esta confissão e, em nome de Deus, perdoa.


    A confissão também é um momento de desabafo humano?
    Até do ponto de vista humano, para desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que pesam muito no nosso coração. E assim sentimos que desabafamos diante de Deus, com a Igreja e com o irmão.
    Não tenhais medo da Confissão! Quando estamos em fila para nos confessarmos, sentimos tudo isto, também a vergonha, mas depois quando termina a Confissão sentimo-nos livres, grandes, bons, perdoados, puros e felizes. Esta é a beleza da Confissão!


    Uma pergunta do Papa também para quem está lendo este texto:
    Gostaria de vos perguntar — mas não o digais em voz alta; cada um responda no seu coração: quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense nisto… Há dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um diga: quando foi a última vez que me confessei? E se já passou muito tempo, não perca nem sequer um dia; vai, que o sacerdote será bom contigo. É Jesus que está ali presente, e é mais bondoso que os sacerdotes, Jesus receber-te-á com muito amor. Sê corajoso e vai confessar-te!


    Via: Aleteia 

    Os efeitos da Confissão sacramental em nós

    Por que jamais se deve deixar de lado – mas, ao contrário, buscar sempre mais – esse canal da misericórdia divina



    Amigo(a) leitor(a), falar de Confissão sacramental é abordar um sacramento instituído por Cristo em sua Igreja a fim de perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.
    Antes do mais, faz-se necessário entender o que é um sacramento. Do ponto de vista etimológico, vem do latim sacramentum e significa aquilo mediante o qual algo se torna sagrado. Na definição da fé, “os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. S. Paulo: Loyola, 2005, n. 224).
    As palavras do Compêndio, assim como de toda definição sucinta, requerem um breve comentário: sinais sensíveis (água, no Batismo, por exemplo) e eficazes (realizam o que significam). Desse modo, no Batismo, enquanto a água é derramada no corpo, lava-se a alma do pecado original e atual se houver (cf. Tertuliano. Sobre a ressurreição da carne 8, Patrologia Latina 2,852) da graça (da dádiva ou do dom gratuito de Deus). Essa graça vem a nós pelos sacramentos que Cristo – o grande Sacramento do Pai – instituiu e confiou à administração de Sua Igreja (cf. Mt 16,18).
    Pois bem, um desses sacramentos é o da Confissão. Ele existe para perdoar os pecados cometidos, devido à fraqueza humana, depois do Santo Batismo e foi instituído pelo próprio Senhor Jesus quando deu aos discípulos o Espírito Santo (cf. Jo 20,22-23). São essenciais nesse Sacramento dois elementos: 1) os atos realizados pelo ser humano que se converte sob a ação do Espírito Santo e 2) a absolvição ou o perdão realizado pelo sacerdote (padre ou bispo), em nome da Santíssima Trindade, que dá ao penitente a satisfação ou a penitência pelo pecado cometido e agora perdoado.
    Quem vai se confessar deve realizar os seguintes atos: antes de tudo, um Exame de Consciência, ou seja, relembrar os pecados cometidos e se julgar oportuno anotá-los em um papel; ter Contrição, arrependimento do que fez com o firme propósito de não mais errar; realizar a Confissão, contar ao sacerdote os pecados cometidos por meio de pensamentos, palavras, atos e omissões e cumprir a Satisfação ou a penitência dada pelo padre a fim de reparar o dano causado pelo pecado.
    É necessário confessar com detalhes todos os pecados graves lembrados no Exame de Consciência, ou seja, aqueles nos quais – dizendo em linguagem simples e clara – há matéria grave e mesmo assim a pessoa quer fazersabe faz o pecado. A Confissão sacramental é o único meio ordinário de apagar esses pecados mortais, por isso há de ser feita por todos os que chegaram ao uso da razão sempre que estiverem em pecado grave antes da Comunhão ou ao menos (não no máximo) uma vez por ano.
    Certo é que, embora não seja estritamente necessário, deve o fiel confessar também os pecados leves (corriqueiros, diríamos), pois isso o ajuda a formar uma reta consciência contra as más tendências e o leva à cura interior dada por Cristo à medida que a pessoa se abre ao Seu amor misericordioso. O confessionário é o único tribunal no qual o réu sai, invariavelmente, perdoado pelo Divino Juiz.
    É evidente que de tão grande ministério o sacerdote deve guardar estrito segredo, mesmo ante as autoridades policiais ou judiciais. Aliás, já tivemos diversos casos, na história, de sacerdotes presos ou assassinados por se recusarem a contar aquilo que ouviram em Confissão.
    Os efeitos da Confissão sacramental em nós são os seguintes: o perdão dos pecados e, por conseguinte, a reconciliação com Deus; a reconciliação com a Igreja; a recuperação do estado de graça; o cancelamento da pena de condenação ao inferno merecido por aqueles pecados graves; a paz na consciência; a serenidade do espírito e o fortalecimento interior para os embates da vida, especialmente contra o mal.
    Que Deus nos dê a graça de jamais deixarmos de lado – mas, ao contrário, de buscarmos sempre mais – esse canal da misericórdia divina.

    Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo; Igor Precinoti é médico, pós-graduado em Medicina Intensiva (UTI), especialista em Infectologia e doutorando em Clínica Médica pela USP.


    Via: Aleteia 

    22 de mar. de 2017

    Papa: comunidade não tem "série A" de fortes e "série B" de fracos

    22/03/2017


    Cidade do Vaticano (RV) - "É nas Escrituras que o Pai do Senhor nosso Jesus Cristo se revela como Deus da perseverança e da consolação". Na Audiência Geral desta quarta-feira da terceira semana da Quaresma, a 11a de 2017, o Papa Francisco deu continuidade ao seu ciclo de catequeses sobre a esperança cristã, destacando a perseverança e a consolação, tratadas pelo Apóstolo Paulo na Carta aos Romanos.


    Dirigindo-se aos cerca de 15 mil fieis presentes na Praça São Pedro, o Papa explicou que "a perseverança ou paciência, é a capacidade de suportar, permanecer fiel, mesmo quando o peso é demasiado grande e somos tentados a abandonar tudo".




    A consolação, por sua vez, "é a graça de saber perceber e manifestar a presença e a ação compassiva de Deus, em todas as circunstâncias, mesmo quando marcadas pela decepção e sofrimentos. Deste modo nos tornamos fortes, a fim de poder permanecer próximos aos irmãos mais fracos, ajudando-os em suas fragilidades".
    Francisco recorda que a perseverança e a consolação nos são transmitidas em modo particular pelas Escrituras. "A Palavra de Deus, em primeiro lugar, nos leva a dirigir o olhar a Jesus, a conhecê-lo melhor a conformar-nos a Ele, a nos assemelhar a Ele. Em segundo lugar, a Palavra nos revela que o Senhor é realmente "o Deus da perseverança e da consolação", que permanece sempre fiel ao seu amor por nós e que cuida de nós, cobrindo as nossas feridas com o carinho da sua bondade e da sua misericórdia".
    A expressão de São Paulo "nós que somos fortes, devemos suportar a fraqueza dos fracos e não procurar o que nos agrada"  -  explica o Papa - poderia parecer presunçosa, "mas na lógica do Evangelho sabemos que não é assim, é justamente o contrário, pois sabemos que a nossa força não vem de nós, mas do Senhor":
    "Quem experimenta na própria vida o amor fiel de Deus e a sua consolação é capaz, ou melhor, tem a obrigação de estar próximo aos fieis mais frágeis, assumindo as suas fragilidades. E pode fazer isto sem autosatisfação, mas sentindo-se simplesmente como um "canal" que transmite os dons do Senhor; e assim se torna concretamente um "semeador" de esperança".
    E o fruto deste estilo de vida - alerta o Santo Padre - não é uma comunidade "em que alguns são de "série A", isto é os fortes, e outros de "série B", isto é, os fracos. O fruto, ao contrário, como diz São Paulo, "é ter os mesmos sentimentos uns com os outros. A Palavra de Deus alimenta uma esperança que se traduz concretamente na partilha e no serviço recíproco":
    "Porque também quem é "forte" experimenta cedo ou tarde a fragilidade e tem necessidade do conforto dos outros; e vice-versa na fraqueza se pode sempre oferecer um sorriso ou uma mão ao irmão em dificuldade. E é uma comunidade assim que "que a uma só voz dá glória a Deus". Mas tudo isto é possível somente se coloca no centro Jesus e a sua Palavra. Somente Ele é o "irmão forte" que cuida de cada um de nós. De fato, todos temos necessidade de ser carregados pelo Bom Pastor e de sermos envolvidos pelo seu olhar terno e cuidadoso".
    Ao final de sua catequese, Francisco lançou um apelo a todas as comunidades para viverem com fé a iniciativa "24 horas com o Senhor", de 23 a 24 de março, voltado ao Sacramento da Reconciliação: "Desejo que também este ano tal momento privilegiado de graça do caminho quaresmal seja vivido em tantas igrejas para experimentar o alegre encontro com a misericórdia do Pai, que todos acolhe e perdoa".

    Rádio Vaticano 

    Periferias tornam-se centrais no Pontificado de Francisco

    21/03/2017


    Cidade do Vaticano (RV) - Domingo passado, 19 de março, teve início o quinto ano de Pontificado do Papa Francisco. Após um intenso 2016, vivido no signo da misericórdia, no próximo sábado, 25 de março, o Santo Padre fará uma visita pastoral a Milão, em 2 de abril a Carpi – ambas no norte da Itália –, em 27 de maio irá Gênova – noroeste da Península.
    No âmbito das próximas viagens apostólicas internacionais, em abril irá ao Egito, em maio a Portugal e em setembro à Colômbia. Trata-se de um Pontificado que se perfaz no signo da misericórdia e da atenção aos últimos, passando pelas periferias do mundo.
    A propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, que é também administrador apostólico da Abadia de Santa Maria de Grottaferrata e secretário do grupo dos 9 cardeais, o C9, formado por Francisco para estudar o projeto de reforma da Cúria Romana:
    Dom Marcello Semeraro:- “O tema da periferia o encontramos desde o início na linguagem do Papa Bergoglio, mesmo antes, nas homilias feita em Buenos Aires. O Papa tem muito a peito uma Igreja que sai de si mesma rumo às periferias. Aliás, o Evangelho teve início numa periferia, a Palestina era um canto periférico do grande Império Romano. Portanto, a periferia tem também um valor teológico, além do geográfico e, depois, também antropológico, obviamente, porque o Papa fala de “periferias existenciais”. Diria, então, que não podemos perder de vista o fato de o Evangelho ser periférico, porque parte propriamente de uma periferia. Temos várias periferias, como as periferias da alma: a ausência de luz, a ausência de amizade, a solidão, a angústia e outros medos. Depois, as periferias da existência: temos em nossas mãos a Exortação Amoris laetitia, aí temos as famílias feridas, as relações interrompidas. Ademais, tantas outras situações de dor, as periferias sociais, onde há pessoas que não contam nada e onde as decisões são tomadas em outros lugares.”
    RV: O magistério do Papa se caracteriza também por seus gestos de comunicação humana...
    Dom Marcello Semeraro:- “Não nos esqueçamos que de certo modo todos os Papas, ao menos aqueles dos quais me recordo, realizaram gestos que tocaram profundamente o nosso ânimo. Mas, em particular, recordaria alguns de Francisco. O gesto com o qual o Papa curvou-se na noite na qual se apresentou no balcão central da Basílica de São Pedro, antes de abençoar, pedindo a oração dos fiéis. E esse gesto do Papa que pede para ser abençoado e que toda vez pede sempre para que rezem por ele, é um gesto de grande simplicidade e humildade. Penso também em suas viagens, que quis começar em lugares de periferia. Penso também no simples fato de morar na Casa Santa Marta. Mediante gestos ordinários da vida, o Papa mostra, sobretudo, ser, ele mesmo, um homem como nós.”
    RV: Uma das chaves do Pontificado é a presença da misericórdia na vida cotidiana e na relação com Deus...
    Dom Marcello Semeraro:- “Celebramos um Ano inteiro sobre o tema da misericórdia e a misericórdia está no coração do Evangelho. A misericórdia é atrativa, tem força interior porque é o coração do Evangelho, o pilar do Evangelho.”
    RV: Os valores da Doutrina social da Igreja mudaram no modo de ser comunicados e defendidos?
    Dom Marcello Semeraro:- “Penso que não. Temos uma Encíclica do Papa Francisco que retomou, diria, levou adiante, instâncias que já estavam na Caritas in veritate de Bento XVI. Na Laudato si vemos um alargamento desses valores sociais. É claro, todavia, que o Papa nos recorda que não é desses valores que parte o anúncio do Evangelho, o Evangelho parte do encontro com Cristo.” É daí que depois, consequentemente, vem tudo, como o compromisso público, na Igreja, e todos os outros valores irrenunciáveis que dizem respeito à vida, dignidade do homem, à consciência e liberdade do homem. Mas têm um sentido porque brotam do Evangelho.”
    RV: Podemos dizer que os cristãos vivem com Francisco um espécie de novo Concílio?
    Dom Marcello Semeraro:- “Diria que sim. A grande herança que o Concílio nos deixou foi a de viver de modo ‘conciliar’. Hoje, usamos muito a palavra “sinodalidade”. Também esta, a meu ver, não significa comprometer-nos a fazer Concílios e Sínodos, mas viver de modo “sinodal’ significa encontrar-nos, começando por escutar-nos reciprocamente. Se falarmos sem antes empenhar-nos na escuta, se falarmos sem ouvir, corremos o risco de dizer palavras inúteis.” (RL / LC).

    Rádio Vaticano 

    Papa aos jovens: conectar-se com Maria para transformar o mundo

    21/03/2017 


    Cidade do Vaticano (RV) – “O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas”: este é o tema da Mensagem do Papa Francisco aos jovens de todo o mundo, em preparação à 32ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em nível diocesano a ser celebrado no Domingo de Ramos, 9 de abril.
    Este ano, para favorecer um difusão mais ampla da Mensagem, o Pontífice decidiu apresentá-la aos jovens com um vídeo, em que os convida a empreender o caminho de preparação espiritual que os conduzirá à próxima JMJ no Panamá, de 22 a 27 de janeiro de 2019.
    Neste caminho, a guia é Nossa Senhora, que diz no Magnificat: “O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas”. “Maria sabe dar graças a Deus e reconhece as grandes obras em Ele realiza em sua vida”, disse o Papa, acrescentando que Maria não fica fechada em si mesma, mas vai ao encontro de sua prima Isabel porque não é uma “jovem-sofá” que quer ficar em casa sem ser perturbada. “Ela é movida pela fé, porque a fé é o coração de toda a história de nossa Mãe”.
    Seja na mensagem, seja no vídeo, Francisco recorda que a Igreja e a sociedade precisam dos jovens para que, com sua coragem, sonhos e ideais, abatam os muros da imobilidade e se abram caminhos que levem a um mundo melhor, mais justo, menos cruel e mais humano.
    O Papa convida os jovens a cultivarem uma relação de familiaridade e de amizade com a Virgem Maria: “Falem com Ela assim como falam a uma Mãe. Ela os ouve, os abraça, os quer bem e caminha com vocês”. E utiliza expressões e terminologias próprias da juventude, como estar conectadoflashmob, redes sociais, reality show, para pedir aos jovens que sejam protagonistas de sua história e de seu futuro.
    O Pontífice conclui a mensagem convidando os jovens a se recordarem de dois aniversários importantes em 2017: os trezentos anos da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil e o centenário das aparições de Fátima, em Portugal.
    Para um comentário sobre a mensagem do Papa Francisco, ouça o Pe. João Chagas, Responsável pelo Setor de Juventude do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida:
    Rádio Vaticano 

    21 de mar. de 2017

    Papa na missa: "Confessionário não é lavanderia onde tirar manchas"

    21/03/2017 


    Cidade do Vaticano (RV) - “Ser perdoados e perdoar: um mistério difícil de entender. É preciso oração, arrependimento e vergonha”. A afirmação é do Papa, na homilia da missa da manhã de terça-feira (21/03) na Casa Santa Marta. O Pontífice reiterou a importância de estar consciente da maravilha que Deus realiza conosco com a sua misericórdia, e de exercê-la depois, com os outros.


    O perdão é um mistério difícil de se entender
    O primeiro passo para “penetrar neste mistério”, a grande “obra de misericórdia de Deus”, é envergonhar-se dos próprios pecados, uma graça que não podemos obter sozinhos. O povo de Deus, triste e humilhado por suas culpas, é capaz de senti-la, enquanto o protagonista do Evangelho do dia não consegue fazê-lo. É o servo que o patrão perdoa apesar de suas grandes dívidas, mas que por sua vez, é incapaz de perdoar seus devedores. “Ele não entendeu o mistério do perdão”, destacou Francisco, falando da realidade de hoje:
    “Se eu pergunto: ‘Vocês são todos pecadores?’ – ‘Sim, padre, todos’ – ‘E para receber o perdão dos pecados?’- ‘Nos confessamos’ – ‘E como você se confessa?’- ‘Vou, digo meus pecados, o padre me perdoa, me dá três Ave Marias para rezar e vou embora em paz’.
    “Você não entendeu! Fazendo assim, você foi ao confessionário fazer uma operação bancária ou um processo burocrático. Não foi lá envergonhado pelo que fez. Viu algumas manchas em sua consciência e errou, porque pensou que o confessionário fosse uma lavanderia para limpar as manchas. Você foi incapaz de envergonhar-se por seus pecados”. 
    Maravilha deve entrar na consciência
    Assim, o perdão recebido de Deus, a “maravilha que fez em seu coração” – prossegue o Papa – deve poder “entrar na consciência”, caso contrário, “você sai, encontra um amigo, uma amiga e começa e falar pelas costas de alguém, e continua a pecar”. “Eu posso perdoar, somente se me sinto perdoado”:
    “Se você não tem consciência de ser perdoado, nunca poderá perdoar, nunca. Sempre existe aquele comportamento de querer acertar as contas com os outros. O perdão é total. Mas somente se pode dar quando eu sinto o meu pecado, me envergonho, tenho vergonha e peço o perdão a Deus e me sinto perdoado pelo Pai e assim posso perdoar. Caso contrário, não se pode perdoar, somos incapazes disto. Por esta razão o perdão é um mistério”.
    O servo, o protagonista do Evangelho – diz o Papa – tem a sensação de “ter conseguido”, ter sido “esperto”; mas pelo contrário, não entendeu a generosidade do patrão. É aquela que o Papa define como “a hipocrisia de roubar um perdão, um perdão fingido”:
    "Peçamos hoje ao Senhor a graça de entender este “setenta vezes sete”. Peçamos a graça da vergonha diante de Deus. E’ uma grande graça! Envergonhar-se dos próprios pecados e assim receber o perdão e a graça da generosidade de dá-lo aos outros, porque se o Senhor me perdoou tanto, quem sou eu para não perdoar?”.
    (CM/JE)

    Rádio Vaticano 

    21/3 – São Nicolau de Flue

    Nicolau de Flue, mais conhecido por Irmão Klaus, tem enorme popularidade na Suíça da qual foi proclamado padroeiro por Pio XII e onde é festejado no dia 25 de dezembro. Ele nasceu no ano de 1417 em Flueli, perto de Sachseln, no cantão de Obwalden. Embora quisesse adotar a vida eremítica, não conseguiu fugir de alguns cargos civis: conselheiro, juiz e deputado. Em 1445 casou-se com Dorotéia Wyss: tiveram cinco filhos e cinco filhas. Um deles foi vigário de Sachseln e um neto, Conrado, morreu santo. Solicitado por Matais de Bolsheim e Aimo Angrund, entrou em contato com os Gottesfreunde (amigos de Deus). Era um movimento religioso. Sua esposa opunha-se aos seus planos de solidão. Só depois que completou os 50 anos, em junho de 1467, pôde partir para Alsácia. Porém, o Senhor queria-o bem mais próximo das regiões habitadas. Ele achava-se um fracassado. A sua vida santa e o seu rigoroso jejum chamaram logo a atenção dos vizinhos.
    Existem provas históricas e testemunhos incontestáveis de que ele passou um período de 19 anos e meio alimentando-se unicamente com a eucaristia. Decidiu então habitar no Ranft, um barranco solitário perto de Flueli. Saía só para a missa e quando a pátria precisou dele em 1473, diante da ameaça austríaca e em 1481 e 1482 quando esteve para estourar a guerra civil. Os bons resultados dessas intervenções propiciaram-lhe o título de “pai da pátria”. Sua mais freqüente oração era:  “Ó meu Deus e meu Senhor, afaste de mim tudo o que me afasta de você. Ó meu Senhor e meu Deus, dê-me tudo o que me aproxima de você. Ó meu Senhor e meu Deus, livre-me de mim mesmo e conceda-me possuir somente você.” Edificados por suas orações e penitências, seus vizinhos edificaram-lhe uma ermida e uma capela. Foi consagrada em 1469. São Nicolau morreu no dia em que completou 70 anos (1487). Foi canonizado em 1947 por Pio XII.

    Cléofas 

    Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

    A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...