21 de jan. de 2017

21/1 – Santa Inês

A existência desta mártir de doze anos, que viveu no início do século IV e foi vítima da feroz perseguição de Diocleciano, é bem documentada. Sua popularidade e devoção se estenderam por toda a cristandade desde o início até agora. Acreditando em uma tradição grega o papa Damaso diz que Inês foi martirizada numa fogueira. O poeta Prudêncio e toda a tradição latina afirma que Inês não quis sacrificar à deusa Vesta e por isso foi decapitada. Isso é verossímil. O fato foi comentado por santo Ambrósio com estas palavras: “Em um corpo tão pequeno, havia lugar onde ferir? As meninas da sua idade não resistem ao olhar repreensivo dos pais e o cutucão de uma agulha as faz chorar. Inês, porém, oferece o corpo inteiro ao fio da espada que o carrasco vibra com todo o furor sobre ela”.
Em volta de sua pessoa quiseram tecer as mesmas vicissitudes das outras virgens romanas, também inscritas no Cânon da missa. Segundo essa lenda até o filho do prefeito de Roma foi tentar contra a pureza de Inês. Uma vez desprezado, delatou-a como cristã. O prefeito ordenou-lhe prestar homenagem à deusa Vesta. Levaram-na a um lugar infame. O primeiro homem que se aproximou dela caiu morto a seus pés. Então, decapitaram-na. A obstinação do prefeito não lhe permitiu avaliar o prodígio do testemunho dado a Cristo por esta vida tenra e pura: ele não se rendeu. Um rito antigo perpetua a lembrança deste exemplo de pureza. Na manhã de 21 de janeiro são benzidos dois cordeiros e, depois, oferecidas ao papa as lãs deles para servir de pálio aos arcebispos. Essa antiquíssima cerimônia se desenvolvia na basílica de santa Inês, construída na via Nomentana por Constantina, filha do imperador Constantino, pelos anos de 345, mais ou menos.

Cléofas 

20 de jan. de 2017

Papa: cristãos devem superar mentalidade que sempre condena

20/01/2017



Vencer a mentalidade egoísta dos doutores da lei, que condena sempre – advertiu o Papa Francisco durante a Missa na manhã desta sexta-feira (20/01), na Casa Santa Marta.
Inspirando-se na Primeira Leitura, extraída da Carta aos Hebreus, o Papa destacou que a nova aliança que Deus faz connosco em Jesus Cristo nos renova o coração e nos muda a mentalidade.
Deus renova tudo “na raiz, não somente na aparência”, disse o Papa, afirmando que esta nova aliança tem as suas características. A primeira: “a lei do Senhor não é um modo de agir externo”, entra no coração e “nos muda a mentalidade”. Na nova aliança, afirmou, “há uma mudança de mentalidade, há uma mudança de coração, uma mudança no sentir, no modo de agir”, “um modo diferente de ver as coisas”.
Superar e mentalidade egoísta
Francisco cita como exemplo uma obra à qual um arquitecto pode olhar com frieza, com inveja ou, pelo contrário, com uma atitude de alegria e “benevolência”:
“A nova aliança nos muda o coração e nos faz ver a lei do Senhor com este novo coração, com esta nova mente. Pensemos nos doutores da lei que perseguiam Jesus. Eles faziam tudo, tudo o que estava prescrito pela lei, tinham o direito em mãos, tudo, tudo, tudo. Mas a sua mentalidade era uma mentalidade distante de Deus. Era uma mentalidade egoísta, centrada sobre si mesmos: o coração deles era um coração que condenava, sempre condenando. A nova aliança nos muda o coração e nos muda a mente. Há uma mudança de mentalidade”.
Deus perdoa os nossos pecados, a nova aliança muda a nossa vida
O Senhor, acrescentou o Papa, vai avante e nos garante que perdoará as iniquidades e não se recordará mais dos nossos pecados. Às vezes, comentou, “gosto de pensar, brincando um pouco com Deus: “O Senhor não tem boa memória”... É a fraqueza de Deus, explicou, que, quando perdoa, esquece:
“Ele esquece porque perdoa. Diante de um coração arrependido, ele perdoa e esquece: ‘Eu esquecerei e não lembrarei dos seus pecados’. Este também é um convite a não levar o Senhor a lembrar dos pecados, ou seja, não pecar mais. O Senhor me perdoou, esqueceu, mas eu tenho uma dívida com o Senhor... mudança de vida. A Nova Aliança me renova e me faz mudar de vida; não mudar apenas a mentalidade e o coração, mas a vida. Logo, viver sem pecado, distante do pecado. Eis a verdadeira recriação do Senhor”.
Enfim, o Papa voltou a atenção ao terceiro ponto, a “mudança de pertença”. “Nós pertencemos a Deus, os outros deuses não existem”, “são loucuras”.
O Senhor muda o nosso coração para mudar a nossa mentalidade
“Mudança de mentalidade, mudança de coração, mudança de vida e mudança de pertença”. “Esta é a recriação que o Senhor faz melhor que a primeira criação”. “Peçamos ao Senhor para ir adiante nesta aliança de ser fiéis”, disse o Papa acrescentando:
“O sigilo desta aliança, desta fidelidade. Ser fiel a este trabalho que o Senhor faz para mudar a nossa mentalidade, mudar o nosso coração. Os profetas diziam: ‘O Senhor transformará o seu coração de pedra em coração de carne’. Mudar o coração, mudar a vida, não pecar mais ou não fazer o Senhor se lembrar do que já tinha se esquecido em relação aos nossos pecados de hoje e mudar de pertença: nunca pertencer à mundanidade, ao espírito do mundo, às coisas efémeras do mundo, mas somente ao Senhor”.
(BS/BF/MT/MJ)

Rádio Vaticano 

Sabia que Madre Teresa teve visões de Jesus?

A Madre Teresa dialogou e teve visões de Jesus antes de fundar as Missionárias da Caridade, algo que não se soube até a sua morte, um fato que também era ignorado por um dos seus amigos durante 30 anos, o Pe. Sebastian Vazhakala.
Em diálogo com o Grupo ACI, o sacerdote missionário da caridade explicou que isto “foi uma grande descoberta”.
Em 1997, dois anos depois de sua morte, foi aberta a causa de canonização da religiosa e foram encontrados diversos documentos nos quais foram relatadas estas locuções e visões que a Madre Teresa teve há muitos anos.
O período desta profunda experiência foi entre o dia 10 de setembro de 1946 e 3 de dezembro de 1947, quando a Beata ainda permanecia na congregação das Irmãs de Loreto.
A Madre Teresa escreveu que um dia, durante a Comunhão, escutou Jesus dizer: “Quero religiosas indianas, vítimas do Meu amor, que sejam Marta e Maria. Que estejam tão unidas a mim que irradiem Meu amor às almas”.
Nestas locuções o Senhor instruiu a Madre Teresa para que fundasse as Missionárias da Caridade. Outra coisa que Jesus lhe disse foi: “Venha, seja Minha luz”, que além disso é o título do livro que o postulador da causa de canonização, Pe. Brian Kolodiejchuk, publicou com as cartas privadas da Beata.
Em outra visão, Jesus Cristo disse a Madre Teresa que na nova congregação devia haver “freiras livres cobertas com a Minha pobreza da Cruz. Quero freiras obedientes cobertas com a minha obediência na cruz. Quero freiras cheias de amor cobertas com a minha caridade na Cruz”, explica o Pe. Vazhakala.
Depois desta época intensa de visões e locuções do Senhor, em 1949, a Madre Teresa começou a experimentar uma “terrível escuridão e secura” em sua vida espiritual, uma etapa que duraria 50 anos, quase até o final da sua vida terrena, um período que na vida de fé é chamado de “noite escura”.

Há alguns anos, em uma entrevista concedida a um meio de comunicação espanhol, o Pe. Brian Kolodiejchuk explicou que a “noite escura” é um momento “da vida espiritual no qual a pessoa é purificada antes da união íntima e transformante com Cristo”.
““O que entendemos por noite escura foi vivido pela beata quando ainda estava em Loreto, a congregação religiosa onde começou sua entrega a Deus. Os anos 1946-1947 foram de íntima união gozosa e doce com Jesus. ‘Jesus se deu a mim’, diz a Madre em uma das suas cartas. A união da Madre com Jesus foi meio ‘violenta’, profundamente sentida e vivida. Em seguida, ao iniciar a obra com os pobres e a fundação da congregação, veio essa nova e prolongada escuridão, que já não era preparatória de outra etapa espiritual. Esta escuridão ela relata nas cartas aos seus confessores e diretores espirituais”.
“Em 1942, a Madre fez um voto de não negar nunca nada a Jesus. Pouco depois foi quando ouviu que Jesus lhe dizia: ‘Venha, seja Minha luz’. No princípio a Madre levava a ‘luz’ a lugares inclusive de absoluta escuridão física: muitos pobres não tinham nem janelas. Aceitou sua escuridão interior para levar a luz a outros. O jesuíta Neuner (um de seus confessores) em 1962 explicou que essa escura noite era o ‘lado espiritual de seu trabalho apostólico’”, explicou o Pe. Kolodiejchuk.
No recente diálogo do Pe. Vazhakala com o Grupo ACI, o sacerdote recorda que a Madre Teresa dizia: “se minha escuridão e secura pode ser uma luz para algumas almas, me deixem ser a primeira a fazer isso. Se minha vida, meu sofrimento, vai ajudar a salvar almas, então prefiro sofrer e morrer desde a criação do mundo até o fim dos tempos”.
O sacerdote recorda que a religiosa também dizia: “quando eu morrer e for para a casa com Deus, poderei levar mais almas a Ele”.
“Não vou dormir no céu, vou trabalhar mais ainda de outra forma”, afirmava.

Fonte: ACI Digital 

20/1 – São Sebastião

São Sebastião nasceu em Milão, conforme relatos deixados por Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Era um valoroso capitão do exército romano, pertencente à primeira corte da guarda pretoriana. Sofreu o martírio no reinado do Imperador Diocleciano, que exercia forte perseguição aos cristãos mas, no entanto, era muito amigo de São Sebastião. O Santo aproveitava dessa influência para pregar aos soldados e a toda a população a fé em Cristo, com descrição para evitar que o imperador soubesse. O próprio governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram por ele convertidos e confessaram a fé mediante o martírio. Denunciado como cristão, São Sebastião foi levado perante o imperador para justificar tal procedimento.
Diante do imperador manteve-se firme e não renegou sua fé. Sentindo-se traído em sua amizade, Diocleciano ordenou que São Sebastião fosse condenado à morte. Amarrado a um tronco foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. Apesar dos soldados o terem dado como morto, as flechadas não conseguiram matá-lo, e corajosamente se apresenta perante o imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-os de inimigos do Estado. Diocleciano permaneceu surdo aos seus apelos, e ordenou que São Sebastião fosse espancado até a morte e jogado em uma vala comum, uma mulher piedosa e cristã conseguiu retirar seu corpo dali e sepultá-lo nas catacumbas da Via Ápia, em Roma. Era por volta do ano 284.

Cléofas 

19 de jan. de 2017

Francisco: Lutero queria renovar a Igreja, e não dividi-la

19/01/2017




O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã desta quinta-feira (19/01) no Vaticano, uma delegação ecumênica
da Finlândia, em peregrinação a Roma por ocasião da Festa de Santo Henrik e da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. No seu discurso, Francisco enfatizou antes de tudo o sentido do ecumenismo partindo da conversão:
“O verdadeiro ecumenismo, de facto, baseia-se na conversão comum a Jesus Cristo como nosso Senhor e Redentor. Se nos aproximarmos, juntos, d’Ele, também nos aproximaremos uns dos outros. Nestes dias invocamos mais intensamente o Espírito Santo para que desperte em nós esta conversão, que torna possível a reconciliação”
Nesta caminhada, continuou o Papa, católicos e luteranos, de vários países, juntamente com várias comunidades que partilham o caminho ecuménico, já percorreram uma etapa significativa quando, no passado dia 31 de outubro, nos reunimos em Lund, na Suécia, para comemorar o início da reforma com uma oração comum. Depois de cinquenta anos de diálogo ecuménico oficial entre católicos e luteranos, fomos capazes de expor claramente as perspectivas sobre as quais podemos hoje dizer que estamos de acordo, sublinhou Francisco, tendo acrescentando:
“Neste espírito, em Lund foi recordado que a intenção de Martin Lutero, há quinhentos anos atrás, era de renovar a Igreja, e não de dividi-la. Aquele encontro deu-nos a coragem e a força de olharmos para a frente, em nosso Senhor Jesus Cristo, para o caminho ecuménico que somos chamados a percorrer juntos”.
O diálogo teológico continua a ser essencial para a reconciliação e deve ser continuado com empenho constante – prosseguiu Francisco – pois assim chegaremos a ulteriores convergências sobre os conteúdos e nos poderemos aproximar cada vez mais da unidade plena e visível.  E rezo ao Senhor, sublinhou ainda  o Papa, para que acompanhe a Comissão de diálogo luterano-católica da Finlândia, que está trabalhando com dedicação para uma interpretação sacramental comum da Igreja, da Eucaristia e do ministério eclesial.
O ano de 2017 que comemora a Reforma é, portanto, para os católicos e luteranos, uma ocasião privilegiada para viver de maneira mais autêntica a fé, redescobrir juntos o Evangelho e testemunhar Cristo com zelo renovado, disse o Papa recordando ainda o encontro de Lundo:
“Na conclusão do dia de comemoração em Lund, olhando para o futuro, tirámos coragem do nosso testemunho comum de fé perante o mundo, quando nos empenhámos a apoiar juntos os que sofrem, os que estão em necessidade, os que estão expostos a perseguições e violência . Fazendo isto, como cristãos já não estamos divididos, mas unidos no caminho rumo à plena comunhão”.
E Francisco recordou também o centenário do Conselho Ecuménico Finlandês, um importante instrumento para promover a comunhão de fé e de vida no País, que também celebra, em 2017, os cem anos como Estado independente. “Que este aniversário encoraje todos os cristãos do vosso País a professar a fé no Senhor Jesus Cristo, como fez com grande zelo Santo Henrik,  testemunhando-a hoje diante do mundo e traduzindo-a também em gestos concretos de serviço, fraternidade e partilha, disse Francisco, que concluiu dirigindo-se ao bispo luterano de Turku, Kari Mäkinen:
“E, querido irmão bispo, eu lhe quero agradecer, pelo bom gosto de trazer os netinhos: precisamos da simplicidade das crianças, elas nos ensinarão o caminho que leva a Jesus Cristo. Obrigado, muito obrigado!”

Rádio Vaticano 

Francisco: vida cristã é luta quotidiana contra as tentações

19/01/2017 



“A vida cristã é uma luta, deixemo-nos atrair por Jesus”, é a exortação do Papa Francisco durante a Missa na manhã desta quinta-feira (19/01), na Casa Santa Marta. O Papa advertiu contra as tentações que nos levam para o caminho errado.
O Pontífice se deteve na passagem do Evangelho do dia que fala sobre a grande multidão que seguia Jesus com entusiasmo e que vinha de todos os lugares. “Por que vinha essa multidão?”, perguntou o Papa. O Evangelho nos diz que havia “doentes que queriam ser curados”. Mas havia também pessoas que gostavam de “ouvir Jesus, porque falava não como os doutores, mas com autoridade” e “isso tocava o coração”. Essa multidão “vinha espontaneamente. Não era levada de autocarro, como vemos muitas vezes quando se organizam manifestações e muitos devem verificar a presença para não perder o trabalho”.
O Pai atrai as pessoas a Jesus
Essas pessoas iam porque sentiam alguma coisa a ponto de Jesus pedir um barco e ir um pouco distante da margem:
“Esta multidão ia até Jesus? Sim! Precisava? Sim! Alguns eram curiosos, mas esses eram os cépticos, a minoria. Esta multidão era atraída pelo Pai: era o Pai que atraia as pessoas a Jesus a tal ponto que Jesus não ficava indiferente, como um mestre estático que dizia as suas palavras e depois lavava as mãos. Não! Esta multidão tocava o coração de Jesus. O Evangelho nos diz: Jesus se comoveu, porque via essas pessoas como ovelhas sem pastor. O Pai, através do Espírito Santo, atraia as pessoas a Jesus.”
O Papa disse que não sãos os argumentos que movem as pessoas, não são “os assuntos apologéticos”. “Não”, frisou, “é necessário que o Pai nos atraia a Jesus”.
A vida cristã é uma luta contra as tentações
Por outro lado, é “curioso” que este trecho do Evangelho de Marcos, que “fala de Jesus, da multidão, do entusiasmo” e do amor do Senhor, acabe com os espíritos impuros, que quando O viam, gritavam: “Tu és o Filho de Deus!”:
“Esta é a verdade; esta é a realidade que cada um de nós sente quando Jesus se aproxima. Os espíritos impuros tentam impedi-lo, nos fazem guerra. ‘Mas, Padre, eu sou muito católico; sempre vou à missa… Mas jamais, jamais tenho essas tentações. Graças a Deus!’ – ‘Não! Reze, porque você está no caminho errado!’. Uma vida cristã sem tentações não é cristã: é ideológica, é gnóstica, mas não é cristã. Quando o Pai atrai as pessoas a Jesus, há outro que atrai de modo contrário e provoca a guerra interior! E por isso Paulo fala da vida cristã como uma luta: uma luta de todos os dias. Uma luta!”
Uma luta, retomou, “para vencer, para destruir o império de satanás, o império do mal”. E por isso, disse, “Jesus veio para destruir, para destruir satanás! Para destruir a sua influência nos nossos corações”. O Pai, retomou, “atrai as pessoas a Jesus”, enquanto “o espírito do mal tenta destruir, sempre!”.
Estamos lutando contra o mal?
A vida cristã, disse ainda o Papa, “é uma luta assim: ou você se deixa atrair por Jesus, para o Padre, ou pode dizer ‘eu fico tranquilo, em paz’”. Se quiser ir avante, “é preciso lutar!”, exortou o Papa. Sentir o coração que luta, para que Jesus vença”:
“Pensemos em como está o nosso coração: eu sinto esta luta no meu coração? Entre a comodidade ou o serviço aos outros, entre o divertir-me um pouco ou rezar e adorar o Pai, entre uma coisa e outra, sinto a luta? A vontade de fazer o bem ou algo me detém, me torna ascético? Eu acredito que a minha vida comova o coração de Jesus? Se eu não acredito nisto, devo rezar muito para acreditar, para que me seja concedida esta graça. Que cada um de nós busque no seu coração como está esta situação ali. E peçamos ao Senhor para sermos cristãos que saibam discernir o que acontece no próprio coração e escolher bem o caminho pelo qual o Pai nos atrai a Jesus”.
(BS/MJ/BF)

Rádio Vaticano 

19/1 – Santos Mário, Marta, Audifax e Abaco

No século terceiro houve um reflorescimento por toda a Igreja, desde a Ásia Menor até França e Itália, onde no ano 251 o papa Cornélio pôde presidir um sínodo de sessenta bispos. Sob Cláudio II parece que não houve perseguição (268-70), mas os Martirológios colocam nesses dois anos o martírio de Mário, Marta, Audifax e Abaco. A Paixão que traz o relato do martírio desses santos, remonta ao século VI e muitos particulares são lendários ou extraídos da Paixão de São Valentim. Não está provada a afirmação de que Mário e Marta eram casados e Audifax e Abaco eram seus filhos. Conta-se que os quatro vieram em peregrinação da longínqua Pérsia até Roma para venerar os túmulos dos mártires. Mário, ajudado pelos familiares e por um padre, teve oportunidade de honrar 260 mártires, cujos corpos decapitados, jaziam abandonados às intempéries do tempo.
Ele lhes deu uma digna sepultura na Salária. Foram pegos em flagrante, em sua obra de caridade, e, sob o prefeito Flaviano e o governador Marciano, foram martirizados. Não quiseram prestar culto ao imperador, por isso alguns pensam que eles padeceram sob Décio, que sucedeu a Filipe, o árabe, em 249. Os três homens foram mortos na via Cornélia, e Marta, num poço ali perto. A matrona Felícita deu-lhes sepultura em seu terreno, na mesma via Cornélia. Nesse local, na propriedade de Boccea, surgiu uma igreja, cujas ruínas existem ainda hoje. A grande difusão do nome Mário vem precisamente deste santo. A devoção do primeiro dos mártires da via Cornélia está provada na sua constante e tenaz presença em todos os calendários.

Cléofas 

18 de jan. de 2017

Quando Deus for despojando você de bens (e de males), converse com Ele com estas palavras…

“Agora que deixaste o meu coração ao vento, eu ardo em desejos de falar contigo!”



Senhor! Agora que estás aqui, comigo; agora que, ao longo do caminho, foste me deixando mais leve de bagagem; agora que deixaste o meu coração ao vento, eu ardo em desejos de falar contigo!
Tu me chamaste, Senhor, e eu vim ao teu encontro de mochila cheia. Procurei seguranças: “ouro, prata, duas túnicas, bastão e sandálias”, mil sonhos de triunfo e de grandeza…
Mas, passo após passo, Tu foste me despojando de todas as minhas posses e misérias. Não deixaste sequer um instante de me chamar; derramaste sobre mim, Senhor, a tua ternura inquebrantável; me alicerçaste na Rocha que és Tu e acendeste a minha esperança.
Agora eu trago na mochila só o que Tu me dás, o que Tu fazes de mim. Agora eu recebo de tuas mãos a luz e o trabalho, a aventura da vida, a cruz e o pão de cada dia. Tudo é dom!
Agora que estás aqui, comigo; agora que, ao longo do caminho, foste me deixando mais leve de bagagem; agora que deixaste o meu coração ao vento, eu ardo em desejos de falar contigo!
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Original em espanhol publicado pelo site Oleada Joven


Via: Aleteia 

A história do Conclave

Jesus mesmo escolheu o primeiro Chefe da Sua Igreja: Simão, a quem chamou de Pedro (=Kephas, Pedra). “Sobre ti Kephas edificarei a minha Igreja” (Mt 16,17). Com a morte de Pedro, crucificado de cabeça para baixo pelo imperador Nero, a Igreja entendeu que precisava continuar a missão de levar o Evangelho a todas as nações, e então, a comunidade nascente escolheu São Lino (67-79); depois Santo Anacleto (79-90), depois São Clemente (90-101), Evaristo (101-107), Alexandre (107-116); Sisto (116-125), Telésforo (125-138), Higino (138-142); Pio (143-155), Aniceto (155-165), Sotero (166-174), Eleutério (174-189), e assim por diante. Essa lista dos doze primeiros papas nos é dada por Santo Irineu de Lião (†202), em sua obra “Contra os hereges”.
No começo da vida da Igreja era a comunidade de Roma quem elegia o Papa; o povo cristão, os diáconos, presbíteros e bispos. Com o tempo a Igreja foi se expandindo e a escolha do Papa começou a sofrer mudanças. Em meados do século XI, o Papa Nicolau II (1058-1061), definiu em sua bula “In Nomine Domini” que somente Cardeais-Bispos poderiam participar da eleição. Em 1179, o Papa Alessandro III estendeu a eleição a todos os Cardeais, sendo que o eleito deveria ter no mínimo dois terços dos votos, essa última condição é válida em nossos dias.
Em 1274, a Igreja teve o primeiro Conclave oficialmente. O Papa Gregório X (1271-1268), através da constituição apostólica “Ubi periculum”, estabeleceu que os Cardeais eleitores deveriam reunir-se em uma sala do palácio do falecido pontífice, dez dias após a sua morte, e ali permanecerem isolados.

Certas vezes demorava muito para o papa ser eleito por causa das ingerências das famílias nobres (Médicis, Corsinis, Crescêncios, Túsculus, Bórgias, etc. ) e dos imperadores alemães. Por exemplo, uma vez em Viterbo, o Conclave demorou 33 meses para eleger o papa.
Então, caso o Papa não tivesse sido eleito após três dias desde o início do Conclave, a refeição dos Cardeais era reduzida, e se após cinco dias ainda não tivessem eleito o papa, a comida era reduzida a pão, água e vinho. Gregório XVI (1621-1623) publicou duas Constituições, o voto secreto.

Os soberanos católicos tinham o poder de vetar alguns Cardeais indesejados. Isso ocorreu até o ano de 1904, quando o Papa São Pio X, através da Constituição “Commissum nobis”, aboliu o direito de veto das nações católicas.
Em 1970, o Papa Paulo VI definiu  que só poderiam votar no Conclave os cardeais com menos de oitenta anos, e estabeleceu que o número máximo de Cardeais eleitores era de 120, o que vale até hoje.
O Papa João Paulo II em 1996 pelo documento “Universi dominici gregis”,  estabeleceu o local para a clausura dos Cardeais (a Domus Sanctae Marthae), e eliminou a possibilidade de eleição por aclamação e por comprometimento.
Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

Esperança e oração caminham juntas - Papa na audiencia geral

18/01/2017



Nesta quarta-feira, 18 de Janeiro, o Papa realizou, como habitualmente, a sua catequese semanal, na Aula Paulo VI, falando da esperança cristã.
Francisco comentou o texto bíblico do Génesis sobre o episódio em que o Senhor envia o profeta Jonas a Nínive para converter os habitantes daquela grande cidade israelita que eram pagãos. Mas Jonas – disse o Papa - era uma figura um pouco anómala e perante esse pedido para ir para uma periferia hostil a Jerusalém, foge como quem em vez de ir para o Iraque (onde se encontra hoje Nínive) vai para Espanha. E durante a travessia do mar, há uma grande tempestade. Os marinheiros pagãos, põem-se, então, cada um, a rezar o seu próprio deus. E Jonas que estava na estiva a dormir, é acordado pelo capitão que lhe pergunta porque dormia em vez de rezar o seu deus para os salvar.
Perante o perigo, todos põem-se a rezar - retoma o Papa, mostrando como situações como esta,  em que a nossa vida é ameada, levam-nos a descobrir a oração, a esperança de salvação, a esperança no Deus da vida. A esperança torna-se oração.
“Muitas vezes, desdenhamos com facilidade o dirigir-se a Deus como se fosse só uma oração interessada, e por isso imperfeita. Mas Deus conhece a nossa fraqueza, sabe que nos recordamos d’Ele  para pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, Deus responde com benevolência”.
Jonas acaba por assumir as suas responsabilidades – frisa o Papa - e atira-se ao mar para salvar os seus companheiros; deste modo a tempestade aplaca-se. A morte iminente que levou os pagãos à oração, fê-lo descobrir a sua vocação ao serviço dos outros, aceitando sacrificar-se por eles, e leva os sobreviventes a reconhecer o verdadeiro Deus; o único Senhor do céu e da terra.
A partir daí, os habitantes de Nínive, perante as ameaças de serem destruídos, rezam sempre, levados pela esperança no perdão de Deus. E acabam por se converter todos, a começar pelo rei que, como o capitão da nau, dá voz à esperança de que Deus não os deixará perecer. Ter enfrentado a morte e ter-se salvo, levou-os à verdade. A “irmã morte”, disse o Papa - citando São Francisco - de forma surpreendente, torna-se numa ocasião para conhecer a esperança e para encontrar o Senhor…
Que o Senhor nos faça compreender isto, a ligação entre a oração e a esperança. A oração te leva para a frente na esperança e quando as coisas se tornam escuras… mais oração!. E haverá mais esperança”.
Depois o Santo Padre saudou os peregrinos de diversas línguas, entre os quais os de língua portuguesa:
“Com sentimentos de grata estima, vos saúdo, caríssimos peregrinos de língua portuguesa, em particular a vós, jovens do grupo «The Brazilian Tropical Violins», lembrando a todos que hoje tem início o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, um motivo mais de apelo à nossa comunhão de preces e de esperanças. O movimento ecuménico vai frutificando, com a graça de Deus. O Pai do Céu continue a derramar as suas bênçãos sobre os passos de todos os seus filhos. Irmãs e irmãos muito amados, servi a causa da unidade e da paz!
(DA)

Rádio Vaticano 

18/1 – Santa Prisca

É difícil distinguir a verdadeira santa Prisca, uma vez que os documentos antigos se referem a três pessoas diferentes. A celebração hodierna quer honrar a fundadora da igreja sobre o Aventino, à qual se refere a epígrafe do século V, conservada na Basílica de são Paulo fora dos muros. Essa antiga igreja, preciosa para quem gosta de mexer com antiguidades romanas, surge sobre os alicerces de uma grande casa romana do século II, como provaram as recentes descobertas arqueológicas. Mas as Atas de santa Prisca, dão como certo o seu martírio sob Cláudio II (268-270) e sua sepultura na via Ostiense. De lá seu corpo foi trasladado para o Aventino. Não passa de lenda que ela tenha sido batizada por são Pedro aos treze anos, trabalhado ao lado dele e sofrido o martírio como a primeira no Ocidente. O corpo de protomártir estaria nas catacumbas de Priscila, as mais antigas de Roma.
No século oitavo começaram a identificar a mártir romana com Prisca, mulher de Áquila, de que fala S. Paulo: “Saudai Prisca e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus; pela minha vida eles expuseram suas cabeças. A eles agradeço, não só eu, mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16,3). Começou-se a falar em título de Áquila e Prisca. O título cardinalício com a qual queriam honrar uma santa, hoje quase esquecida pelos calendários, bem mostra a devoção que tinham para com ela os primeiros cristãos. A Igreja de santa Prisca surgiu no lugar de uma antiga casa romana. Segundo a tradição o apóstolo são Pedro hospedou-se nessa casa. Conserva-se na igreja de santa Prisca, na cripta, uma concha com a qual o Príncipe dos apóstolos teria batizado seus catecúmenos. Aqui misturam-se história e lendas.

Fonte: Cléofas 

17 de jan. de 2017

17/1 – Santo Antão

Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa. Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e, por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão”.
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.
Santo Antão, rogai por nós!

Fonte: Cléofas 

Francisco: cristãos não sejam "estacionados" mas corajosos

17/01/2017 



Sejam cristãos corajosos, ancorados na esperança e capazes de suportar momentos difíceis. Esta é a forte exortação do Papa na Missa matutina na Casa Santa Marta. Os cristãos preguiçosos, ao invés, são parados, destacou Francisco, e para eles a Igreja é um belo estacionamento.
O Papa desenvolve a sua homilia partindo da Leitura da Carta aos Hebreus. O zelo de que fala, a coragem de ir avante deve ser a nossa atitude diante da vida, como os que treinavam no estádio para vencer. Mas a Leitura fala também da preguiça, que é o contrário da coragem. “Viver na geleira”, sintetizou o Papa, “para que tudo permaneça assim”:
“Os cristãos preguiçosos, os cristãos que não têm vontade de ir avante, os cristãos que não lutam para fazer as coisas mudarem, coisas novas, coisas que fariam bem a todos se mudassem. São os preguiçosos, os cristãos estacionados: encontraram na Igreja um belo estacionamento. E quando digo cristãos, digo leigos, padres, bispos… Todos. E como existem cristãos estacionados! Para eles, a Igreja é um estacionamento que protege a vida e vão adiante com todas as garantias possíveis. Mas esses cristãos parados me fazem lembrar uma coisa que nossos avós diziam quando éramos crianças: ‘Fique atento porque água parada, que não escorre, é a primeira a se corromper’”.
Ancorados na esperança
O que torna os cristãos corajosos é a esperança, enquanto “os cristãos preguiçosos” não têm esperança, estão “aposentados”, disse o Papa. É belo se aposentar depois de tantos anos de trabalho, mas – advertiu -, “passar toda a sua vida aposentado é ruim!”. Ao invés, a esperança é âncora à qual se agarrar para lutar inclusive nos momentos difíceis :
“Esta é a mensagem de hoje: a esperança, aquela esperança que não desilude, que vai além. E diz: uma esperança que ‘é uma âncora segura e firme para a nossa vida’. A esperança é a âncora: nós a lançamos e ficamos agarrados na corda, mas ali, indo ali. Esta é a nossa esperança. Não se deve pensar: ‘Sim, mas tem o céu, ah que belo, vou ficar aqui…’. Não. A esperança é lutar, agarrados na corda para chegar lá. Na luta de todos os dias, a esperança é uma virtude de horizontes, não de fechamentos! Talvez seja a virtude que menos se compreende, mas é a mais forte. A esperança: viver na esperança, viver de esperança, olhando sempre para frente com coragem. ‘Sim, padre –vocês podem me dizer -, mas existem momentos difíceis, o que devo fazer?’. Agarre-se à corda e suporte”.
Cristãos estacionados olham apenas a si mesmos, são egoístas
“A nenhum de nós a vida é presenteada”, observa Francisco, devemos ao invés ter a coragem de ir avante e aguentar. Cristãos corajosos, tantas vezes erram, mas “todos erram”, disse o Papa, “erra aquele que vai em frente”, enquanto “aquele que está parado parece não errar”. E quando “não se pode caminhar, porque tudo é escuro, tudo está fechado”, você tem que suportar, ter perseverança. Em conclusão, Francisco nos convida a nos perguntar se somos cristãos fechados ou de horizontes e se nos maus momentos somos capazes de suportar com a consciência de que a esperança não desilude: “porque eu sei - afirmou – que Deus não desilude”:
“Vamos nos fazer a pergunta: como sou eu? como é a minha vida de fé? é uma vida de horizontes, de esperança, de coragem, de ir para a frente ou uma vida morna que nem mesmo sabe suportar os maus momentos?
E que o Senhor nos dê a graça, como pedimos na Oração da colecta, para superar os nossos egoísmos, porque os cristãos estacionados, os cristãos parados, são egoístas. Olhando somente para si mesmos, não sabem levantar a cabeça para olhar para Ele. Que o Senhor nos dê esta graça”.
Rádio Vaticano 

16 de jan. de 2017

16/1 – São Berardo

Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho. Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.
Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.
Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.
São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.
São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!

Cléofas 

Papa na paróquia de Guidonia: testemunhar Jesus, sem mexericos

16/01/2017




“Testemunhar Jesus” com exemplos de vida cristã, acções concretas e sem “mexericos”. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada, na tarde deste domingo (15/01), na Paróquia de Santa Maria em Setteville, município de Guidonia, Diocese de Roma.
O pontífice retomou as suas visitas às paróquias romanas depois de uma pausa do ano jubilar. Recomeçou o ciclo de visitas encontrando na Paróquia de Santa Maria em Setteville o vice-pároco Padre Giuseppe Berardino, 47 anos, que sofre gravemente de Esclerose Lateral Amiotrófica há mais de dois anos, e não se movimenta autonomamente.
Francisco se encontrou com os jovens que começaram cinco anos atrás o seu percurso de formação para o Crisma com P. Giuseppe. Acompanhado pelo Pároco P. Luigi Tedoldi, o Papa solicitou os jovens a falar, a fazerem perguntas, a testemunhar com a sua presença na paróquia que é “uma graça do Senhor” aos jovens que abandonam a Igreja depois do Crisma.
Testemunho
Com as crianças, o Pontífice se deteve sobre o significado do testemunho como “exemplo de vida”:
“Posso falar do Senhor, mas se eu com a minha vida não falo dando testemunho, não serve! Padre, eu sou cristão, e falo do Senhor. Sim, mas tu és um cristão papagaio: palavras, palavras e palavras, e nada mais. O testemunho cristão se faz com a palavra, com o coração e com as mãos.”
O Papa exortou a ouvir, ir ao encontro, pedir perdão e perdoar, realizar obras de misericórdia com os doentes, encarcerados e pobres. E ter fé, vivendo-a e demonstrando com os factos o quando seja importante:
“Se tu tens um amigo, uma amiga que não crê, não deves dizer-lhe: “Tu tens de crer por isso e aquilo, e explicar todas as coisas. Isso não deve ser feito! Isso se chama proselitismo e nós cristãos não fazemos proselitismo. O que se deve fazer? Se não posso explicar, o que devo fazer? Viver de tal forma que seja ele ou ela a lhe perguntar: Porque tu vives assim? Porque fizeste isso? Aí sim, podes explicar.”
Francisco convidou a falar e a ter como exemplo os avós que “protegem a família”: “são a nossa memória, a nossa sabedoria, são também amigos”, sublinhou.
No encontro com os agentes pastorais, recordou o período em que em Buenos Aires fazia algumas catequeses “com um filme”, convidando a assistir o filme japonês de Kurosawa intitulado “Rapsódia em Agosto”, para explicar o diálogo entre avós e netos.
O Papa falou das vezes em que caminhou na “escuridão” da fé: “Existem dias em que não se vê nada, mas depois com a ajuda do Senhor a gente se reencontra.” Por exemplo, diante de uma calamidade: Francisco se referiu às 13 crianças nascidas depois do terremoto que abalou recentemente a região central da Itália, baptizadas, no último sábado (14/01), na Casa Santa Marta. Um homem disse ao Papa que perdeu sua esposa no terremoto.
“Respeita a escuridão da alma. Depois, o Senhor despertará a fé. A fé é um dom do Senhor. Cabe a nós somente protegê-la. Não se estuda para ter fé: a fé se recebe como um presente.”
No encontro com os doentes, Francisco reflectiu sobre o sofrimento também das “crianças com problemas”:
“Existem coisas que não têm como explicar, acontecem. A vida é assim. Jesus quis estar próximo a nós com a sua dor, com a sua paixão, com seu sofrimento. Jesus está com todos vós.”
Com os pais de 45 crianças baptizadas na paróquia durante 2016, o Papa se deteve na “alegria da vida que segue adiante”, típica das crianças. A seguir, confessou quatro pessoas, e na homilia da missa, voltou a convidar a testemunhar Cristo: “Existem muitos cristãos que professam que Jesus é Deus; existem vários sacerdotes que confessam que Jesus é Deus, muitos bispos, mas todos testemunham Jesus? Ser cristão é uma maneira de viver? É como ser apoiante de uma equipa? Ser cristão é primeiramente testemunhar Jesus.”
Paz
Uma paróquia é incapaz de testemunhar se nela existem mexericos. O Papa deu como exemplo os Apóstolos, que não obstante tenham traído Jesus, nunca “falavam mal” uns dos outros.
“Vocês querem uma paróquia perfeita? Não digam mexericos. Se você tem alguma coisa contra uma pessoa, fale directamente com ela ou converse com o pároco, mas não entre vocês. Este é o sinal de que o Espírito Santo está numa paróquia. Os outros pecados, todos temos. Existe uma colecção de pecados: eu pego esse, tu pegas aquele, mas todos somos pecadores. Porém, o que realmente destrói uma comunidade, como o verme, são os mexericos.”
Antes de deixar Guidonia, Francisco saudou os fiéis que esperaram por ele do lado de fora da igreja. E deixou uma tarefa: Que este seja um “bairro de paz”.

(BS/MJ)

rádio vaticano 

15 de jan. de 2017

Papa: "Igreja não anuncia si mesma, mas Jesus"

15/01/2017



Cidade do Vaticano (RV) – Em seu encontro com os fiéis na Praça São Pedro, neste domingo (15/01), o Papa explicou o sentido das palavras do Evangelho do dia proferidas por João Batista: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, às margens do Rio Jordão.
João sabe que o Messias está próximo
Enquanto João batiza as pessoas, homens e mulheres de várias idades, ele afirma que o reino dos céus está próximo e que o Messias está para se manifestar. “Para isso, é preciso se preparar, se converter e se comportar corretamente”. O batismo é um sinal concreto de penitência. João sabe que o Consagrado está chegando e o sinal para reconhecê-lo é que Nele se pousará o Espírito Santo, que trará o verdadeiro batismo.
“Eis que naquele momento Jesus se apresenta às margens do rio, no peio do povo, dos pecadores, como nós. É o seu primeiro ato público, a primeira coisa que faz quando deixa sua casa de Nazaré: desce à Judeia, vai ao Jordão e se faz batizar por João Batista. Naquele momento, sobre Jesus desce o Espírito Santo em forma de pomba e a voz do Pai o proclama Filho predileto”.
João entende que se realiza o plano divino
João fica desconcertado pelo fato de o Messias se ter manifestado de modo tão impensável, em meio aos pecadores. O Papa explicou que iluminado pelo Espírito, João entende que assim se realizava a justiça divina, o plano de salvação de Deus, que “como Cordeiro de Deus, toma para si os pecados do mundo”.
Esta cena, segundo o Pontífice, é decisiva para a nossa fé e para a missão da Igreja, que deve indicar Jesus às pessoas, como fazem os padres na missa, todos os dias, quando apresentam o pão e o vinho aos fiéis como o Corpo e o Sangue de Cristo:
Igreja deve anunciar sempre Jesus e não si mesma
“Este gesto litúrgico representa toda a missão da Igreja, que não anuncia si mesma, mas anuncia Cristo! Ai da Igreja quando anuncia si mesma... perde a bússola, não sabe para onde ir. Ela não leva si mesma, mas leva Cristo, porque é Ele e somente Ele que salva o povo do pecado, o liberta e o guia rumo à terra da vida e da liberdade”.
Concluindo, o Papa rezou a oração mariana do Angelus e pediu a Maria, Mãe do Cordeiro de Deus, que nos ajude a crer Nele e a Segui-Lo. 

Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...