14 de mai. de 2016

Papa na Audiência Jubilar: "piedade", manifestação da misericórdia de Deus

14/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre encontrou-se, na manhã deste sábado (14/5), na Praça São Pedro, com milhares de fiéis e peregrinos, provenientes de diversas partes do mundo, para a audiência jubilar, que concede no âmbito deste Ano Santo da Misericórdia.


Antes de começar a sua catequese, o Papa avisou os presentes que, devido ao mau tempo em Roma, a audiência jubilar ficou dividida em duas partes: a primeira, na Sala Paulo VI, aos enfermos, e a segunda na Praça São Pedro.
A seguir, passou a fazer sua catequese, durante a qual meditou sobre um dos tantos aspectos da misericórdia:  ter piedade ou pena dos que precisam de amor. A piedade é um termo que já existia no mundo greco-romano, onde, porém, significava ato de submissão aos superiores: antes de tudo, a devoção devida aos deuses; depois, o respeito dos filhos para com os pais, sobretudo se idosos. Neste sentido, Francisco atualizou o significado de piedade:
“Hoje, aos invés, devemos prestar atenção para não identificar a piedade com aquele pietismo, bastante difundido, que representa só uma emoção superficial, que ofende a dignidade do outro. Ao mesmo tempo, a piedade não deve ser confundida tampouco com a compaixão que temos para com os animais que vivem conosco; pois, de fato, acontece que, às vezes, temos este sentimento para com os animais, mas permanecemos indiferentes diante dos sofrimentos dos irmãos”.
Aqui, falando espontaneamente, Francisco disse: “Quantas vezes vemos tantas pessoas apegadas aos gatos, cachorros e, depois, se esquecem de ajudar os mais necessitados que lhes estão próximos”.
A seguir, o Pontífice continuou sua catequese explicando o termo “piedade” que é uma manifestação da misericórdia de Deus; é um dos sete dons do Espírito Santo, que o Senhor oferece aos seus discípulos para torná-los “dóceis a obedecer às inspirações divinas”.
Muitas vezes, nos Evangelhos, fala-se do grito espontâneo que pessoas endemoninhadas, pobres ou aflitas dirigiam a Jesus: “Tende piedade”. E o Papa explicou:
“A todos, Jesus respondia com um olhar de misericórdia e com o conforto da sua presença. Em tais invocações de ajuda ou pedido de piedade, cada um expressava também a sua fé em Jesus, chamando-o “Mestre”, “Filho de Davi” e “Senhor”. Eles intuíam que nele havia algo de extraordinário, que os podia ajudar a sair da sua condição de tristeza em que se encontravam. Percebiam nele o amor do próprio Deus”.
Mas, apesar da aglomeração da multidão, continuou o Pontífice, Jesus percebia aquelas invocações de piedade e se comovia, sobretudo quando via pessoas que sofriam, feridas na sua dignidade, como no caso da hemorroíssa. Ele as convidava a ter confiança nele e na sua Palavra. Com efeito, para Jesus, ter piedade equivale a compartilhar da tristeza de quem encontra, mas, ao mesmo tempo, agir, em primeira pessoa, para transformá-la em alegria. Assim, o Papa fez sua exortação final:
“Nós também somos chamados a cultivar em nós atitudes de piedade diante de tantas situações da vida, repelindo a indiferença que impede reconhecer as exigências dos irmãos que nos circundam e livrando-nos da escravidão do bem-estar material.
Francisco concluiu sua catequese jubilar convidando os fiéis a reconhecer o exemplo da Virgem Maria, que toma cuidado de cada um dos seus filhos; para nós cristãos, ela é o ícone da piedade.
Por fim, o Santo Padre citou o grande escritor italiano, Dante Alighieri, que assim se expressou na oração a Nossa Senhora, que se encontra no ápice do seu poema Paraíso: “Em ti, misericórdia; em ti, piedade...; em ti se reúne tudo o que há de bom na criatura”.
Ao término da catequese jubilar, o Papa passou a saudar os numerosos peregrinos e fiéis, em algumas línguas. Em italiano fez uma saudação especial às Irmãs da Imaculada Conceição, por ocasião do seu Capítulo Geral, e à Comunidade do Pontifício Colégio Ucraniano São Josafat. A eles e aos demais presentes, Francisco assim se expressou:
“Desejo que o Jubileu da Misericórdia, com a passagem pela Porta Santa, seja uma ocasião para manifestar aos irmãos a mesma piedade de Deus Pai, que sempre nos consola nas dificuldades”.
Enfim, o Santo Padre recordou aos presentes que, hoje, a liturgia celebra a festa de São Matias, o último que entrou a fazer parte do grupo dos Doze Apóstolos. E o Papa exortou:
“Que o seu vigor espiritual estimule os jovens a serem coerentes com a sua fé; que a sua entrega a Cristo Ressuscitado sustente os enfermos, nos momentos de maior dificuldade; que a sua dedicação missionária seja demonstração de que o amor é o fundamento insubstituível da família”.
Antes de conceder a sua Bênção Apostólica, o Papa Francisco saudou os presentes de língua portuguesa. Eis a sua saudação:

“Uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, especialmente aos fiéis da Missão Católica Portuguesa de Friburgo na Suíça e ao grupo brasileiro do Santuário Jardim da Imaculada da Cidade Ocidental. Este mês de Maria convida-nos a multiplicar diariamente os atos de devoção e imitação da Mãe de Deus. Rezem o terço todos os dias! Deixem que a Virgem Mãe entre no seu coração; confiem-lhe tudo o que vocês são e têm! Deus será tudo em todos! Que Deus abençoe vocês e seus entes queridos!”. (MT)

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa faz visita surpresa à Comunidade 'Il Chicco'

13/05/2016


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco fez uma visita surpresa, na tarde desta sexta-feira (13/05), à Comunidade “Il Chicco” (O grão), situada em Ciampino, nas proximidades de Roma.

A visita papal se realizou no âmbito das iniciativas feitas nas ‘sextas-feiras da misericórdia’, neste Ano jubilar. A notícia foi publicada no site do Jubileu da Misericórdia. 
Acolhimento 
A Comunidade “Il Chicco” é uma associação pertencente à família ‘A Arca’, fundada por Jean Vanier, em 1964. A federação está presente em 30 países nos cinco continentes e, junto com a associação ‘Fé e Luz’, se dedica às pessoas frágeis e marginalizadas da sociedade. A comunidade foi a primeira criada na Itália, fundada em 1981, e acolhe hoje 18 pessoas com problemas mentais. Na estrutura de Ciampino existem duas casas-família: “Vigna” e “Ulivo”.
Outra estrutura se encontra em Bolonha, e a terceira será aberta na Sardenha. A ideia principal de ‘A Arca’ é ‘elogiar a imperfeição’, ou seja, conscientizar as pessoas de que ninguém deve ser discriminado por causa de uma deficiência. 
Ternura
O Papa Francisco quis dar mais um sinal contra a cultura do descarte. Ninguém tem o direito de discriminar com base em preconceitos que marginalizam e fecham na solidão famílias e associações. 
O Santo Padre sentou-se à mesa para merendar com os membros da comunidade e os voluntários, e ouviu as palavras simples proferidas por Nadia, Salvatore, Vittorio, Paolo, Maria Grazia e Danilo, partilhando com alegria e simplicidade este momento familiar. Francisco visitou os doentes mais graves dando sinais de grande afeto e ternura, em particular a Armando e Fabio que foram os primeiros a serem acolhidos na estrutura. 
Criatividade
Segundo a intuição do fundador de ‘A Arca’, os portadores de deficiência devem realizar trabalhos manuais, conforme a capacidade de cada um. O Papa Francisco visitou o laboratório onde cotidianamente são criados pequenos objetos de artesanato que expressam a criatividade e a fantasia dos membros da Comunidade  “Il Chicco”. 
De mãos dadas, eles rezaram com o Santo Padre na pequena capela e se abraçaram. 
Francisco retornou, ao Vaticano, por volta das 18h30 locais. 
A Comunidade “Il Chicco” vive de poucos subsídios regionais. Grande parte da ajuda necessária para a assistência é confiada à Providência Divina. O Papa Francisco, além de uma soma em dinheiro, levou também doces e frutas da estação, como cerejas e pêssego. O gesto foi acolhido por todos com aplauso e alegria.
Sinal concreto
O Santo Padre expressou com esta visita um dos traços mais salientes que expressam o seu pontificado: a atenção aos simples e vulneráveis. Levando-lhes ternura e afeto, o pontífice quis dar um sinal concreto de como viver o Ano da Misericórdia. 
No último dia 12, os dados oficiais do Ano Santo da Misericórdia falavam de mais de 7 milhões (7.133.256) de pessoas presentes nos eventos jubilares em Roma. O de hoje é o quinto sinal de misericórdia realizado pelo Papa Francisco durante o Jubileu. Em janeiro passado, visitou o abrigo para idosos e os doentes em estado vegetativo. Em fevereiro, visitou a Comunidade Terapêutica São Carlos, nas proximidades de Castelgandolfo. Em março, visitou o centro de acolhimento para refugiados em Castelnuovo di Porto, e, em abril, visitou à ilha de Lesbos, na Grécia. (MJ)

Fonte: Rádio Vaticano 

13 de mai. de 2016

A Mensagem de Fátima (O Terceiro Segredo)

Neste contexto, torna-se agora possível compreender corretamente o conceito de «revelação privada», que se aplica a todas as visões e revelações verificadas depois da conclusão do Novo Testamento; nesta categoria, portanto, se deve colocar a mensagem de Fátima. Ouçamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre isto também:  «No decurso dos séculos tem havido revelações ditas “privadas”, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. (…) O seu papel não é (…) “completar” a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história» (n. 67). Isto deixa claro duas coisas:
1. A autoridade das revelações privadas é essencialmente diversa da única revelação pública: esta exige a nossa fé; de facto, nela, é o próprio Deus que nos fala por meio de palavras humanas e da mediação da comunidade viva da Igreja. A fé em Deus e na sua Palavra é distinta de qualquer outra fé, crença, opinião humana. A certeza de que é Deus que fala, cria em mim a segurança de encontrar a própria verdade; uma certeza assim não se pode verificar em mais nenhuma forma humana de conhecimento. É sobre tal certeza que edifico a minha vida e me entrego ao morrer.
2. A revelação privada é um auxílio para esta fé, e manifesta-se credível precisamente porque faz apelo à única revelação pública. O Cardeal Próspero Lambertini, mais tarde Papa Bento XIV, afirma a tal propósito num tratado clássico, que se tornou normativo a propósito das beatificações e canonizações: «A tais revelações aprovadas não é devida uma adesão de fé católica; nem isso é possível. Estas revelações requerem, antes, uma adesão de fé humana ditada pelas regras da prudência, que no-las apresentam como prováveis e religiosamente credíveis». O teólogo flamengo E. Dhanis, eminente conhecedor desta matéria, afirma sinteticamente que a aprovação eclesial duma revelação privada contém três elementos: que a respectiva mensagem não contém nada em contraste com a fé e os bons costumes, que é lícito torná-la pública, e que os fiéis ficam autorizados a prestar-lhe de forma prudente a sua adesão [E. Dhanis, Sguardo su Fatima e bilancio di una discussione, em: La Civiltà Cattolica, CIV (1953-II), 392-406, especialmente 397]. Tal mensagem pode ser um válido auxílio para compreender e viver melhor o Evangelho na hora actual; por isso, não se deve transcurar. É uma ajuda que é oferecida, mas não é obrigatório fazer uso dela.
Assim, o critério para medir a verdade e o valor duma revelação privada é a sua orientação para o próprio Cristo. Quando se afasta d’Ele, quando se torna autónoma ou até se faz passar por outro desígnio de salvação, melhor e mais importante que o Evangelho, então ela certamente não provém do Espírito Santo, que nos guia no âmbito do Evangelho e não fora dele. Isto não exclui que uma revelação privada realce novos aspectos, faça surgir formas de piedade novas ou aprofunde e divulgue antigas. Mas, em tudo isso, deve tratar-se sempre de um alimento para a fé, a esperança e a caridade, que são, para todos, o caminho permanente da salvação. Podemos acrescentar que frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus. Numa determinada perspectiva, pode-se afirmar que, na relação entre liturgia e piedade popular, está delineada a relação entre revelação pública e revelações privadas: a liturgia é o critério, a forma vital da Igreja no seu conjunto alimentada diretamente pelo Evangelho. A religiosidade popular significa que a fé cria raízes no coração dos diversos povos, entrando a fazer parte do mundo da vida quotidiana. A religiosidade popular é a primeira e fundamental forma de «enculturação» da fé, que deve continuamente deixar-se orientar e guiar pelas indicações da liturgia, mas que, por sua vez, a fecunda a partir do coração.
Desta forma, passamos já das especificações mais negativas, e que eram primariamente necessárias, à definição positiva das revelações privadas: Como podem classificar-se de modo correto a partir da Escritura? Qual é a sua categoria teológica? A carta mais antiga de S. Paulo que nos foi conservada e que é também o mais antigo escrito do Novo Testamento, a primeira Carta aos Tessalonicenses, parece-me oferecer uma indicação. Lá, diz o Apóstolo: «Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias. Examinai tudo e retende o que for bom» (5, 19-21). Em todo o tempo é dado à Igreja o carisma da profecia, que, embora tenha de ser examinado, não pode ser desprezado. A este propósito, é preciso ter presente que a profecia, no sentido da Bíblia, não significa predizer o futuro, mas aplicar a vontade de Deus ao tempo presente e consequentemente mostrar o recto caminho do futuro. Aquele que prediz o futuro pretende satisfazer a curiosidade da razão, que deseja rasgar o véu que esconde o futuro; o profeta vem em ajuda da cegueira da vontade e do pensamento, ilustrando a vontade de Deus enquanto exigência e indicação para o presente.
Neste caso, a predição do futuro tem uma importância secundária; o essencial é a atualização da única revelação, que me diz respeito profundamente: a palavra profética ora é advertência ora consolação, ou então as duas coisas ao mesmo tempo. Neste sentido, pode-se relacionar o carisma da profecia com a noção «sinais do tempo», redescoberta pelo Vaticano II: «Sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis interpretar o tempo presente?» (Lc 12, 56). Por «sinais do tempo», nesta palavra de Jesus, deve-se entender o seu próprio caminho, Ele mesmo. Interpretar os sinais do tempo à luz da fé significa reconhecer a presença de Cristo em cada período de tempo. Nas revelações privadas reconhecidas pela Igreja – e portanto na de Fátima -, trata-se disto mesmo: ajudar-nos a compreender os sinais do tempo e a encontrar na fé a justa resposta para os mesmos. A estrutura antropológica das revelações privadas
Tendo nós procurado, com estas reflexões, determinar o lugar teológico das revelações privadas, devemos agora, ainda antes de nos lançarmos numa interpretação da mensagem de Fátima, esclarecer, embora brevemente, o seu carácter antropológico (psicológico). A antropologia teológica distingue, neste âmbito, três formas de percepção ou «visão»: a visão pelos sentidos, ou seja a percepção externa corpórea; a percepção interior; e a visão espiritual (visio sensibilis, imaginativa, intellectualis). É claro que, nas visões de Lourdes, Fátima, etc., não se trata da percepção externa normal dos sentidos: as imagens e as figuras vistas não se encontram fora no espaço circundante, como está lá, por exemplo, uma árvore ou uma casa. Isto é bem evidente, por exemplo, no caso da visão do inferno (descrita na primeira parte do «segredo» de Fátima) ou então na visão descrita na terceira parte do «segredo», mas pode-se facilmente comprovar também noutras visões, sobretudo porque não eram captadas por todos os presentes, mas apenas pelos «videntes». De igual modo, é claro que não se trata duma «visão» intelectual sem imagens, como acontece nos altos graus da mística. Trata-se, portanto, da categoria intermédia, a percepção interior que, para o vidente, tem uma força de presença tal que equivale à manifestação externa sensível.
Este ver interiormente não significa que se trata de fantasia, que seria apenas uma expressão da imaginação subjectiva. Significa, antes, que a alma recebe o toque suave de algo real mas que está para além do sensível, tornando-a capaz de ver o não-sensível, o não-visível aos sentidos: uma visão através dos «sentidos internos». Trata-se de verdadeiros «objetos» que tocam a alma, embora não pertençam ao mundo sensível que nos é habitual. Por isso, exige-se uma vigilância interior do coração que, na maior parte do tempo, não possuímos por causa da forte pressão das realidades externas e das imagens e preocupações que enchem a alma. A pessoa é levada para além da pura exterioridade, onde é tocada por dimensões mais profundas da realidade que se lhe tornam visíveis.
Talvez assim se possa compreender por que motivo os destinatários preferidos de tais aparições sejam precisamente as crianças: a sua alma ainda está pouco alterada, e quase intacta a sua capacidade interior de percepção. «Da boca dos pequeninos e das crianças de peito recebeste louvor»: esta foi a resposta de Jesus – servindo-se duma frase do Salmo 8 (v. 3) – à crítica dos sumos sacerdotes e anciãos, que achavam inoportuno o grito hossana das crianças (Mt 21, 16).

Como dissemos, a «visão interior» não é fantasia, mas uma verdadeira e própria maneira de verificação. Fá-lo, porém, com as limitações que lhe são próprias. Se, na visão exterior, já interfere o elemento subjectivo, isto é, não vemos o objecto puro mas este chega-nos através do filtro dos nossos sentidos que têm de operar um processo de tradução; na visão interior, isso é ainda mais claro, sobretudo quando se trata de realidades que por si mesmas ultrapassam o nosso horizonte. O sujeito, o vidente, tem uma influência ainda mais forte; vê segundo as próprias capacidades concretas, com as modalidades de representação e conhecimento que lhe são acessíveis. Na visão interior, há, de maneira ainda mais acentuada que na exterior, um processo de tradução, desempenhando o sujeito uma parte essencial na formação da imagem daquilo que aparece. A imagem pode ser captada apenas segundo as suas medidas e possibilidades. Assim, tais visões não são em caso algum a «fotografia» pura e simples do Além, mas trazem consigo também as possibilidades e limitações do sujeito que as apreende.
Isto é patente em todas as grandes visões dos Santos; naturalmente vale também para as visões dos pastorinhos de Fátima. As imagens por eles delineadas não são de modo algum mera expressão da sua fantasia, mas fruto duma percepção real de origem superior e íntima; nem se hão-de imaginar como se por um instante se tivesse erguido a ponta do véu do Além, aparecendo o Céu na sua essencialidade pura, como esperamos vê-lo na união definitiva com Deus. Poder-se-ia dizer que as imagens são uma síntese entre o impulso vindo do Alto e as possibilidades disponíveis para o efeito por parte do sujeito que as recebe, isto é, das crianças. Por tal motivo, a linguagem feita de imagens destas visões é uma linguagem simbólica.  Sobre isto, diz o Cardeal Sodano: «Não descrevem de forma fotográfica os detalhes dos acontecimentos futuros, mas sintetizam e condensam sobre a mesma linha de fundo factos que se prolongam no tempo numa sucessão e duração não especificadas». Esta sobreposição de tempos e espaços numa única imagem é típica de tais visões, que, na sua maioria, só podem ser decifradas a posteriori. E não é necessário que cada elemento da visão tenha de possuir uma correspondência histórica concreta. O que conta é a visão como um todo, e a partir do conjunto das imagens é que se devem compreender os detalhes. O que efetivamente constitui o centro duma imagem só pode ser desvendado, em última análise, a partir do que é o centro absoluto da «profecia» cristã: o centro é o ponto onde a visão se torna apelo e indicação da vontade de Deus.
Uma tentativa de interpretação do «segredo» de Fátima
A primeira e a segunda parte do «segredo» de Fátima foram já discutidas tão amplamente por específicas publicações, que não necessitam de ser ilustradas novamente aqui. Queria apenas chamar brevemente a atenção para o ponto mais significativo. Os pastorinhos experimentaram, durante um instante terrível, uma visão do inferno. Viram a queda das «almas dos pobres pecadores». Em seguida, foi-lhes dito o motivo pelo qual tiveram de passar por esse instante: para «salvá-las» – para mostrar um caminho de salvação. Isto faz-nos recordar uma frase da primeira Carta de Pedro que diz: «Estais certos de obter, como prêmio da vossa fé, a salvação das almas» (1, 9). Como caminho para se chegar a tal objectivo, é indicado de modo surpreendente para pessoas originárias do ambiente cultural anglo-saxónico e germânico – a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Para compreender isto, deveria bastar uma breve explicação. O termo «coração», na linguagem da Bíblia, significa o centro da existência humana, uma confluência da razão, vontade, temperamento e sensibilidade, onde a pessoa encontra a sua unidade e orientação interior. O «coração imaculado» é, segundo o evangelho de Mateus (5, 8), um coração que a partir de Deus chegou a uma perfeita unidade interior e, consequentemente, «vê a Deus». Portanto, «devoção» ao Imaculado Coração de Maria é aproximar-se desta atitude do coração, na qual o fiat – «seja feita a vossa vontade» – se torna o centro conformador de toda a existência. Se porventura alguém objectasse que não se deve interpor um ser humano entre nós e Cristo, lembre-se de que Paulo não tem medo de dizer às  suas comunidades: «Imitai-me» (cf. 1 Cor 4, 16; Fil 3, 17; 1 Tes 1, 6; 2 Tes 3, 7.9). No Apóstolo, elas podem verificar concretamente o que significa seguir Cristo. Mas, com quem poderemos nós aprender sempre melhor do que com a Mãe do Senhor?
Chegamos assim finalmente à terceira parte do «segredo» de Fátima, publicado aqui pela primeira vez integralmente. Como resulta da documentação anterior, a interpretação dada pelo Cardeal Sodano, no seu texto do dia 13 de Maio, tinha antes sido apresentada pessoalmente à Irmã Lúcia. A tal propósito, ela começou por observar que lhe foi dada a visão, mas não a sua interpretação. A interpretação, dizia, não compete ao vidente, mas à Igreja. No entanto, depois da leitura do texto, a Irmã Lúcia disse que tal interpretação corresponde àquilo que ela mesma tinha sentido e que, pela sua parte, reconhecia essa interpretação como correta. Sendo assim, limitar-nos-emos, naquilo que vem a seguir, a dar de forma profunda um fundamento à referida interpretação, partindo dos critérios anteriormente desenvolvidos.
Do mesmo modo que tínhamos identificado, como palavra-chave da primeira e segunda parte do «segredo», a frase «salvar as almas», assim agora a palavra-chave desta parte do «segredo» é o tríplice grito: «Penitência, Penitência, Penitência!» Volta-nos ao pensamento o início do Evangelho: «Pænitemini et credite evangelio» (Mc 1,15). Perceber os sinais do tempo significa compreender a urgência da penitência, da conversão, da fé. Tal é a resposta justa a uma época histórica caracterizada por grandes perigos, que serão delineados nas sucessivas imagens. Deixo aqui uma recordação pessoal: num colóquio que a Irmã Lúcia teve comigo, ela disse-me que lhe parecia cada vez mais claramente que o objectivo de todas as aparições era fazer crescer sempre mais na fé, na esperança e na caridade; tudo o mais pretendia apenas levar a isso.
Examinemos agora mais de perto as diversas imagens. O anjo com a espada de fogo à esquerda da Mãe de Deus lembra imagens análogas do Apocalipse: ele representa a ameaça do juízo que pende sobre o mundo. A possibilidade que este acabe reduzido a cinzas num mar de chamas, hoje já não aparece de forma alguma como pura fantasia: o próprio homem preparou, com suas invenções, a espada de fogo. Em seguida, a visão mostra a força que se contrapõe ao poder da destruição: o brilho da Mãe de Deus e, de algum modo proveniente do mesmo, o apelo à penitência. Deste modo, é sublinhada a importância da liberdade do homem: o futuro não está de forma alguma determinado imutavelmente, e a imagem vista pelos pastorinhos não é, absolutamente, um filme antecipado do  futuro, do qual já nada se poderia mudar. Na realidade, toda a visão acontece só para chamar em campo a liberdade e orientá-la numa direção positiva. O sentido da visão não é, portanto, o de mostrar um filme sobre o futuro, já fixo irremediavelmente; mas exatamente o contrário: o seu sentido é mobilizar as forças da mudança em bem. Por isso, há que considerar completamente extraviadas aquelas explicações fatalistas do «segredo» que dizem, por exemplo, que o autor do atentado de 13 de Maio de 1981 teria sido, em última análise, um instrumento do plano divino predisposto pela Providência e, por conseguinte, não poderia ter agido livremente, ou outras ideias semelhantes que por aí andam. A visão fala sobretudo de perigos e do caminho para salvar-se deles.


Fonte: Editora Cléofas 

Divulgado programa da viagem do Papa à Armênia

13/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – Foi divulgado na manhã desta sexta-feira, (13/05), o programa da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Armênia, a ser realizada de 24 a 26 de junho.
Sexta-feira, 24 de junho
O avião que levará o Santo Padre à Yerevan, partirá do Aeroporto Fiumicino às 9 horas (hora italiana), devendo chegar no Aeroporto Internacional “Zvartnots” às 15 horas (hora local), onde terá lugar a cerimônia de boas-vindas.
Às 15h35min, o momento de oração na Catedral Apostólica em Etchmiadzin, com as saudações do Katolicós e do Santo Padre.
Às 18 horas, a visita de cortesia do Papa Francisco ao Presidente da República, no Palácio Presidencial, seguido pelo encontro com as Autoridades civis e com o Corpo Diplomático, às 18h30min (O Papa deverá proferir um discurso).
O último compromisso do primeiro dia da viagem à Armênica será um encontro privado com o Katolicós, no Palácio Apostólico.
Sábado, 25 de junho
O primeiro compromisso do Papa Francisco no sábado será a visita ao Tzitzernakaberd Memorial Complex, às 8h45min.
Às 10 horas, o Papa transfere-se em avião para Gyumri, onde às 11 horas preside uma Celebração Eucarística na Praça Vartanants. Está prevista a saudação do Katolicós.
Às 16h45min a visita do Santo Padre à Catedral Armênia-católica das Sete Chagas, em Gyumri. Depois da visita, às 18 horas, o Papa deverá transferir-se, em avião, à Yerevan.
Às 19 horas, o Pontífice participa em Yerevan de um Encontro Ecumênico e Oração pela paz, na Praça da República, onde deverá proferir um discurso junto com o Katolicós.
Domingo, 26 de junho
No domingo, 26 de junho, último dia da visita, o Santo Padre encontrará os Bispos católicos armênios no Palácio Apostólico em Etchmiadzin. Às 10 horas participa da Divina Liturgia na Catedral armênio-apostólica. A homilia estará a cargo do Katolicós e o Santo Padre fará uma breve saudação aos presentes. Ao final da celebração, no Palácio Apostólico, a participação de Francisco no almoço ecumênico que reunirá o Katolicós, Arcebispos e Bispos da Igreja Armênia Apostólica, Bispos católicos-armênios e os Cardeais e Bispos do séquito papal.
Às 15h50min o encontro com os Delegados benfeitores da Igreja Armênica Apostólica no Palácio Apostólico.
Às 16h05min a assinatura de uma Declaração Conjunta no Palácio Apostólico seguida por uma Oração no Mosteiro de Khor Virap, às 17 horas.
Por fim, às 18h15min, a cerimônia de despedida no Aeroporto. A partida do avião com o Papa está prevista para as 18h30min, com a chegada ao Aeroporto Ciampino, em Roma, devendo ocorrer às 20h40min.

Rádio Vaticano 

Francisco exorta Fundação Pontifícia a combater a pobreza

13/05/2016


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu no final da manhã desta sexta-feira, (13/5), cerca de 300 participantes na Conferência internacional da Fundação “Centesimus Annus – pro Pontifice”. O tema do encontro é “A iniciativa empresarial na luta contra a pobreza. Emergência refugiados, o nosso desafio”.


Em seu discurso, o Papa partiu do tema abordado pela Conferência em relação à contribuição da comunidade internacional na luta contra a pobreza, com referência particular à atual crise dos refugiados, uma obrigação moral e uma questão humanitária delicada:
Migrantes

“A crise dos refugiados, cujas proporções estão aumentando dia a dia, é uma daquelas à qual me sinto bastante próximo. Na minha visita à Ilha de Lesbos fui testemunha das tristes experiências de sofrimento humano, sobretudo das famílias e das crianças. Por isso, a comunidade internacional é convidada a dar respostas políticas, sociais e econômicas a tais dramas que ultrapassam os confins nacionais e continentais”.

A luta contra a pobreza, frisou o Papa, não é somente um problema econômico, mas sobretudo moral, que apela a uma solidariedade global e ao desenvolvimento de inteiras populações. A atividade econômica deve estar a serviço da pessoa humana e do bem comum. E acrescentou:
Exclusão
“Uma economia de exclusão e de iniquidade levou a um grande número de pessoas deserdadas e descartadas como improdutivas e inúteis. Seus efeitos são percebidos até nas sociedades mais desenvolvidas, onde o crescimento da pobreza e da decadência social representam uma série ameaça às famílias e aos jovens”.
De fato, afirmou ainda o Santo Padre, o índice de desemprego juvenil é um escândalo e deve ser enfrentado com urgência como uma verdadeira epidemia social; é roubada a esperança da nossa juventude e esbanjadas as suas grandes energias, criatividades e intuições.
Francisco concluiu suas palavras expressando a sua esperança de que esta Conferência internacional possa contribuir para gerar novos modelos de progresso econômico orientados para o bem comum, à inclusão e desenvolvimento integral, o incremento do trabalho e investimento nos recursos humanos. A sua vocação é servir a dignidade humana, a construção de um mundo mais solidário e a civilização do amor, que abraça a justiça e a paz.

Rádio Vaticano 

12 de mai. de 2016

12/5 – Santa Joana

Nasceu Joana a 6 de fevereiro de 1452, filha primogênita de Dom Afonso V, e, portanto, herdeira do reino. Mas desde cedo o espírito da jovem princesa estava mais disposto para o serviço de Deus do que para as grandezas da terra. Aos 12 anos já se recolhia ao seu oratório meditando as vidas e martírios dos santos. Quando, aos 15 anos, perdendo a mãe, seu pai lhe confiou o governo da casa real, começou por penitência a usar cilício e túnicas grossas e ásperas, por baixo das vestes finas. Assim assistia às festas da Corte, cobrindo os instrumentos de penitência com pedrarias e panos dourados. Grande parte das noites passava no oratório, ou de joelhos orando, ou deitada no chão, tendo por simples conforto uma almofada em que apoiava a cabeça; e muitas vezes recorria a cruéis disciplinas, para maior perfeito holocausto à justiça divina. Jejuava a pão e água muitos dias, particularmente todas as sextas-feiras; e para que fosse completa a abstinência observava-a também nas palavras, procurando no silêncio aplicar melhor o espírito à meditação das coisas de Deus.
Conforme o costume do tempo, os príncipes tinham uma divisa; a sua foi uma coroa de espinhos. Para os pobres tinha grande caridade, acudindo também com grandes esmolas às cadeias, hospitais e casas religiosas. Na Semana Santa mandava que lhe trouxessem doze mulheres pobres, sendo a maior parte estrangeiras e das mais desamparadas, e, depois em grande segredo lhes lavar os pés e lhos beijar, na quinta-feira santa, as despedia vestidas com roupas novas e com esmola em dinheiro. Era dotada de singular formosura, pelo que foi pretendida por muitos príncipes; Luís XI de França mandou a Lisboa seus embaixadores a pedi-la em casamento para o delfim; mas a este e a outros se esquivou Joana, porque todo o seu desejo era abraçar a vida religiosa. Em 1471, obteve licença de seu pai e recolheu-se ao mosteiro Odivelas, onde era abadessa sua tia D. Filipa. O fato causou grande estranheza e descontentamento. Fizeram muita pressão sobre ela para que desistisse. Deus lhe revelou que essas importunações acabariam quando o pretendente viesse a morrer.
A princesa escolhera o mosteiro de Odivelas só provisoriamente pois tinha os olhos postos no convento de Jesus de Aveiro. Apesar de seu pai lhe ter aconselhado o de santa Clara de Coimbra, ela manteve firmes seus propósitos e entrou no de Aveiro. Aí viveu santamente, dando-se a todos os exercícios religiosos, aos jejuns e penitências constantes e aos trabalhos mais modernos da comunidade, revelando sempre espírito caritativo e tão humilde, que a todos edificava. Imolava seu corpo pela conversão dos pecadores. Faleceu a 12 de maio de 1490, vítima de cruel doença, cujas dores suportou com invencível paciência. Em Portugal sua festa é celebrada a 12 de maio.

Fonte: Cléofas 

Papa: cristãos trabalhem pela unidade, fofocas dividem

12/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) - Jesus, antes da Paixão, reza pela “unidade dos fiéis, das comunidades cristãs” para que sejam uma só coisa como Ele e o Pai, a fim de que o mundo creia”. Com estas palavras do Evangelho do dia, o Papa Francisco iniciou a homilia da missa celebrada nesta quinta-feira, (12/05), na Casa Santa Marta.


A unidade das comunidades cristãs, das famílias cristãs são testemunho: são o testemunho do fato de o Pai ter enviado Jesus. Talvez, chegar à unidade numa comunidade cristã, numa paróquia, numa diocese, numa instituição cristã e numa família cristã, seja uma das coisas mais difíceis. A nossa história, a história da Igreja, nos envergonha muitas vezes, pois provocamos guerra contra os nossos irmãos cristãos! Pensemos numa, na Guerra dos Trinta Anos.”
Onde “os cristãos incitam guerra entre eles”, afirma o Papa Francisco, ali “não há testemunho”:
Pedir perdão
“Devemos pedir perdão ao Senhor por esta história! Uma história muitas vezes de divisões, não somente no passado, mas também hoje! O mundo vê que estamos divididos e diz: ‘Mas que entrem num acordo, depois vamos ver. Jesus ressuscitou e está vivo e estes seus discípulos não estão de acordo? Uma vez, um cristão católico disse a outro cristão do Oriente, também católico: ‘O meu Cristo ressuscita depois de amanhã. E o seu quando ressuscita?’ Não somos unidos nem mesmo na Páscoa! Isso no mundo inteiro, e o mundo não crê”.

Foi a inveja do diabo”, explicou o Papa, que fez entrar o pecado no mundo”: assim, também nas comunidades cristãs “é quase habitual” que haja egoísmo, ciúmes, invejas e divisões. Isto leva a falar mal um do outro. Falamos muito mal dos outros! Na Argentina, estas pessoas são chamadas de fofoqueiras: semeiam discórdia, dividem. E ali as divisões começam com a língua, por causa da inveja, ciúmes e também fechamento!
"Moder a língua"
A língua é capaz de destruir uma família, uma comunidade, uma sociedade. É capaz de semear ódio e guerras”, disse o Papa. Ao invés de procurar esclarecer, “é mais cômodo falar mal” e destruir “a fama do outro”. O Papa citou a anedota conhecida de São Filipe Neri que, a uma mulher que tinha falado mal, deu como penitência depenar uma galinha e espalhar suas penas pelo bairro para depois recolhê-las. “Mas não é possível!”, exclamou a mulher. Assim, é o falar mal: 
“O falar mal é assim: suja o outro. Aquele que fala mal, suja! Destrói! Destrói a fama, destrói a vida e muitas vezes, várias vezes!, sem motivo contra a verdade. Jesus rezou por nós, por todos nós que estamos aqui e por nossas comunidades, por nossas paróquias, por nossas dioceses: ‘Que sejam um’.
Peçamos ao Senhor que nos dê a graça, pois a força do diabo, do pecado que nos impulsiona a criar desunião, é muito grande. Que Ele nos dê a graça, que nos dê o dom. Qual é o dom que faz a unidade? O Espírito Santo! Que Ele nos dê este dom que cria harmonia, porque Ele é a harmonia, a alegria em nossas comunidades. Que Ele nos dê a paz, porém com a unidade. Peçamos a graça da unidade para todos os cristãos, a grande graça e a pequena graça de todos os dias para as nossas comunidades, as nossas famílias, e a graça de morder a língua!”
(MJ)

Rádio Vaticano 

Fátima: Papa se une à celebração de 13 de maio

12/05/2016


Fátima (RV) – “O meu espírito alegra-se em Deus, meu Salvador”: este é o tema da peregrinação internacional no dia de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio.
No Santuário, haverá dois momentos em destaque: o acolhimento da Imagem Peregrina e a consagração das dioceses portuguesas a Nossa Senhora de Fátima.
Na Audiência Geral da última quarta-feira (11/05), o Papa Francisco associou-se à celebração do 13 de maio, na Cova da Iria, e recordou a devoção de São João Paulo II por Nossa Senhora de Fátima.
Conversão
“Esta sexta-feira celebra-se a memória litúrgica da Bem-aventurada Maria Virgem de Fátima. Nesta aparição, Maria convida-nos mais uma vez à oração, à penitência e à conversão”, disse o Pontífice perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Na saudação aos peregrinos poloneses, o Papa lembrou a figura de São João Paulo II (1920-2005), “grande devoto de Nossa Senhora de Fátima”. “Coloquemo-nos em atenta escuta da Mãe de Deus e supliquemos a paz para o mundo”, pediu ainda Francisco.
Visita a Portugal
A Conferência Episcopal Portuguesa e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregaram convites formais ao Papa para que este visite Portugal em 2017, por ocasião da celebração do centenário das Aparições.
Francisco já manifestou a sua intenção de estar em Fátima na peregrinação internacional do 13 de maio do próximo ano – vontade que foi transmitida aos bispos de Portugal em setembro de 2015, no início da visita 'ad Limina'.
(BF/Ecclesia)
 Fonte: Rádio Vaticano 

11 de mai. de 2016

11/5 – Santo Inácio de Láconi

Francisco Inácio Vincenzo Peis, era o segundo de nove irmãos, nasceu na cidade de Láconi, Itália, no dia 17 de novembro de 1701. Seus pais eram muito pobres, mas ricos de virtudes humanas e cristãs, educando os filhos no fiel seguimento de Jesus Cristo. Inácio, desde a infância, sentiu um forte chamado para a vida religiosa. Possuía dons especiais da profecia, da cura e um forte carisma. Costumava praticar severas penitências, mantendo seu espírito sereno e alegre, em estreita comunhão com Cristo. Antes de completar os vinte anos de idade, ele adoeceu gravemente e por duas vezes quase morreu. Nesta ocasião decidiu que seguiria os passos de São Francisco de Assis e se dedicaria aos pobres e doentes, se ficasse curado. E assim o fez. Foi para a cidade de Calhiari para viver entre os frades capuchinhos do Convento do Bom Caminho. Mas não pôde ser aceito, devido a sua frágil saúde. Depois de totalmente recuperado, em 1721, vestiu o hábito dos franciscanos.
Frei Inácio de Láconi, como era chamado, foi enviado para vários conventos e após quinze anos retornou ao Convento do Bom Caminho em Calhiari, onde permaneceu em definitivo. Alí, ficou encarregado da portaria, função que desempenhou até a morte. Tinha o verdadeiro espírito franciscano: exemplo vivo da pobreza, entretanto, de absoluta disponibilidade aos pobres, aos desamparados, aos doentes físicos e aos doentes espirituais, ou seja, aos pecadores, muitos dos quais conseguiu recolocar no caminho cristão. Durante seus últimos cinco anos de vida, Inácio ficou completamente cego. Mesmo assim continuou cumprindo com rigor a vida comum com todos os regulamentos do convento. Morreu no dia 11 de maio de 1781. Depois da morte a fama de sua santidade se fortaleceu com a relação dos milagres alcançados pela sua intercessão. Frei Inácio de Láconi foi beatificado pelo papa Pio XII em 1940 e depois canonizado por este mesmo Santo Padre em 1951. O dia designado para sua celebração litúrgica foi o de sua morte: 11 de maio.

Cléofas 

Papa: ao errar, não deixamos de ser filhos de Deus

11/05/2016

Cidade do Vaticano (RV) – A parábola do Pai Misericordioso foi o tema da Audiência Geral nesta quarta-feira, (11/05), de tempo instável na capital italiana.

Devido às ameaças de chuva, os doentes foram acomodados na Sala Paulo VI, a quem o Pontífice dirigiu uma saudação antes de ingressar na Praça S. Pedro.
Já na presença dos fiéis, o Papa comentou o trecho extraído do Evangelho de Lucas, que fala de um pai, cuja misericórdia é infinita, e de seus dois filhos.
O filho mais novo vai embora de casa. Ao voltar, o pai não se mostra ressentido pela grave ofensa mas, ao contrário, tem somente sentimentos de alegria por recuperar o filho perdido. Isso, ressaltou Francisco, nos ensina que a nossa condição de filhos de Deus não depende dos nossos erros ou acertos, mas é fruto do amor do coração do Pai.
Amor incondicional
“Penso nas mães e nos pais apreensivos quando veem os filhos se afastarem por estradas perigosas. Penso nos párocos e nos catequistas que, às vezes, se perguntam se o seu trabalho foi em vão. Mas penso também em que se encontra na prisão e pensa que sua vida acabou; aos que fizeram escolhas erradas e não conseguem olhar para o futuro; a todos aqueles que têm fome de misericórdia e de perdão e acreditam não merecê-la… Em qualquer situação da vida, não devo esquecer que jamais deixarei de ser filho de Deus, de um Pai que me ama e aguarda o meu retorno.”
Já o filho mais velho se vangloria de ter ficado ao lado do pai e tê-lo servido; mas não viveu com alegria esta proximidade. Mostra que a lógica da recompensa nos faz ignorar que não permanecemos na casa do pai para que se obtenha algum benefício, mas por termos a dignidade de filhos que compartilham as responsabilidades do pai.
Lógica de Cristo
O filho menor pensa que merece um castigo por causa dos próprios pecados, já o filho maior esperava uma recompensa pelos seus serviços. Os dois irmãos não falam entre si, vivem histórias diferentes, mas raciocinam ambos segundo uma lógica estranha a Jesus: comportando-se bem, recebe um prêmio, comportando-se mal, é punido. “Esta não é a lógica de Jesus”, recordou o Papa.
Esta lógica é subvertida pelas palavras do pai: é preciso fazer festa porque teu irmão voltou. Sem o menor, também o filho maior deixa de ser um “irmão”. “A maior alegria de um pai é ver que os seus filhos se reconhecem irmãos”, disse Francisco, que concluiu:
“Os filhos podem decidir se unirem-se à alegria do pai ou rejeitar. E a parábola termina deixando o final suspenso: não sabemos o que o filho maior decidiu. E este é um estímulo para nós. Este Evangelho nos ensina que todos necessitamos entrar na casa do Pai e participar da sua alegria, da festa da misericórdia e da fraternidade. Abramos o nosso coração, para ser “misericordiosos como o Pai!"
    Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...