9 de jan. de 2016

A humildade de coração

O reino de Deus no céu é uma família, e na família, entre o Pai e a Mãe, só há lugar para os filhos!
A humildade de espírito é um começo. A verdadeira humildade é a do coração.
A humildade de coração consiste em aceitar pela vontade o conhecimento que a razão nos dá da nossa miséria absoluta.
Parece fácil ao homem, que conhece o seu nada, aceitá-lo pela vontade.
Os anjos rebeldes, contudo, não puderam acostumar-se com a ideia de prestar obediência a Deus: queriam ser iguais a Ele. E Eva, a primeira mulher, desejava também ser semelhante a Deus e conhecer, como Ele, o bem e o mal.
E, desde aquele tempo, quem não aspira, à sua maneira, ser independente de Deus, ao menos em alguma coisa?apraticadahumildade
A humildade de coação é oposta ao orgulho da vontade.
O orgulhoso não aceita a ideia do seu nada; revolta-se contra Deus. Às vezes, a revolta é declarada, tem por fim destronar Deus, o Rei soberano, e colocar-se no seu lugar. É o pecado mortal negando a Deus o direito de ser o último fim de toda criatura.
Outras vezes, a revolta só é esboçada, é um ato de insubordinação em presença de Deus em coisas secundárias, murmuração contra o Todo-Poderoso, uma crítica ou, pelo menos, um dar de ombros. É o pecado venial.
O coração humilde não se revolta contra Deus. Aceita o nada de seu estado. Longe de se afligir, experimenta um prazer íntimo em se ver desprovido de todo bem, contanto que Deus seja rico.
Como o avaro conta os seus tesouros, assim o coração humilde conta as suas múltiplas necessidades; como o orgulhoso ostenta as suas qualidades, assim o humilde apresenta a Deus suas incapacidades; como o mundano saboreia os louvores, assim a alma escondida saboreia a má opinião que fazem dela, o esquecimento em que a deixam, o desprezo com o qual a perseguem.
O orgulhoso está descontente com Deus. Inverte tanto quanto pode a ordem eterna estabelecida pelo soberano Senhor. Quereria restabelecê-la a seu modo, para ocupar um lugar mais honroso. Aliás, não somente quereria, mas trabalha aos pés seus semelhantes ou superiores, como outros tantos obstáculos à sua ambição. Calunia-os, menospreza-os, persegue-os até que os tenha repelido.
Emprega toda a sua vida em lutar contra sua vontade superior infinitamente poderosa, e parece ignorar que esta vontade, sendo a de um Deus, deve finalmente triunfar, esmaga-lo e dissipar seus insensatos sonhos de grandeza.
Assim lutava Lúcifer contra o Todo-Poderoso; assim, preferia ser para sempre condenado do que confessar sua dependência em face de Deus.
Como o orgulho é um monstro horrível!
O coração humilde, ao contrário, não somente aceita seu absoluto nada, mas se alegra de nada ser, contanto que Deus seja tudo.

“Se eu fosse Deus”, dizia santo Agostinho dirigindo-se a Nosso Senhor, “e Vós fósseis Agostinho, eu quereria ser Agostinho para que Vós fósseis Deus”.
Tal é o desejo habitual de toda alma humilde: não tenho nada, diz ela, e por isso estou tão contente que, se eu possuísse algum bem, eu vo-lo quereria ceder, para que Vós possuísses tudo.
Essa disposição habitual produz nela uma grande paz. Nada sendo, pode, sem segunda intenção, mergulhar na infinidade de Deus, aí se perder como um pequenino átomo, sentir-se repousar entre os braços do seu Pai do céu, com toda a segurança.
Em compensação, como é infeliz o orgulhoso em guerra com Deus: Deus é sábio em seu coração e poderoso, quem pode afrontá-lo impunemente? (Jó 9, 4).
Não é necessário que o Todo-Poderoso, na sua eternidade, entre em luta com este grão de areia que se revolta contra Ele. E o mundo se reunirá a ele na luta contra os insensatos (Sab 5, 20). O universo inteiro ergue-se contra o soberbo como um exército em ordem de batalha para aniquilar lhe os planos insensatos e vingar a honra de Deus.

Vede este orgulhoso que na sua vida, nas suas palavras e relações alardeia pretensões, desconhece ou despreza os outros. Imediatamente, desconhecem-no por sua vez, suscitam-lhe dificuldades, criam-lhe mil embaraços. Ridicularizam-no, arruínam sua reputação, excluem-no de toda companhia.
Essas pequenas picadas de mil vespas atormentadas por sua pretensão vão envenenar a vida do soberbo e vingar, sem o saber, a honra lesada do Onipotente.
Não está dito que Deus enviou contra os orgulhosos inimigos de Israel um enxame de vespas, que desbarataram e puseram em fuga todo o exército (cf. Sab 12, 8)?
Como é bom amar a verdade e reconhecer seu nada.
Que segurança não poder dar um único passo sem Deus, não poder produzir nenhum ato proveitoso sem seu auxilio!
Que doce prazer haveria para o filho carregado por sua mãe, se pudesse compreender sua total dependência dela.
Parece-me que este filho, se compreendesse sua felicidade, não quereria crescer nunca para ser sempre carregado por sua mãe.
E quantos seriam os seus alarmes, se previsse que um dia a mãe não quereria mais conservá-lo nos braços, que o obrigaria a andar sozinho, que lhe diria para cuidar de si próprio e passar a sua vida sem ela!
Felizmente, esses alarmes nunca serão os nossos. Na vida espiritual, perto de Jesus e Maria, somo sempre – graças à humildade de coração – completamente criancinhas.
Deus criou-nos fraco e desprovidos de tudo, a fim de ser o nosso Pai, carregar-nos nos seus braços, nutrir-nos e defender-nos.
Que alegria mais íntima pode experimentar o grande Deus do que ver seus filhinhos aconchegarem-se-lhe ao redor e encarregarem-lhe o cuidado de tudo.conquista
É por isso que ele disse: Quem for simples apresente-se! (Prov 9, 4) Se alguém é pequenino venha a mim. Não diz: “Se alguém é sábio, rico ou poderoso”. Não diz mesmo: “Se alguém é virtuoso, mortificado, elevado em contemplação”. Diz simplesmente: Se alguém é pequenino, completamente humilde, inteiramente persuadido do seu nada.
Se não vos tornardes semelhantes a criancinhas, diz, noutra parte, Jesus aos seus apóstolos, não só não ocupareis o primeiro lugar como também não entrareis no reino dos céus: Se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus (Mt 18, 3). Como a lição é clara e absoluta!
O reino de Deus no céu é uma família, e na família, entre o Pai e a Mãe, só há lugar para os filhos.
Trecho retirado do livro: Almas Confiantes, José Schrijvers. Ed. Cultor de Livros

09/1 – Santo André Corsini

Nasceu no século XIV, dentro de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Nasceu no ano de 1302. Seus pais, Nicolau e Peregrina não podiam ter filhos, mas não desistiam, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio esta graça e tiveram um filho. O nome: André.
Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e decepções para seus pais que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionava tanto e feria a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora ele orava, orava e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o provincial carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou fez um caminho vocacional, o fato é que entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.
Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.
Os santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se padre e como tal continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido; ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser bispo, pela necessidade. Mas um anjo, uma criança apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado e foi um santo bispo. Até que em 1373, no dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. No dia da Epifania do Senhor, ele entrou para o céu.
Santo André Corsini, rogai por nós!

Cléofas 

8 de jan. de 2016

08/1 – São Severino

No século V o Império Romano do Ocidente foi progressivamente submerso pelos invasores germânicos: visigodos, ostrogodos, vândalos, suevos, burgúndios, alamanos e francos. Na devastação geral só as autoridades cristãs constituíam um ponto seguro para a sobrevivência. Esse é o contexto histórico em que se inserem a figura de São Severino, o apóstolo da Nórica. Ao que parece descende de nobres famílias romanas. Nasceu em 410. Em 454 esteve no Oriente, por pouco tempo, estabelecendo-se nesse mesmo ano sobre o Danúbio, nos confins da Nórica e da Panônia, onde erigiu mosteiros capazes de dar refúgio às populações ameaçadas e ao mesmo tempo serviam de pontos estratégicos para a irradiação do Evangelho entre os bárbaros.
Sentia-se impelido à vida contemplativa e eremítica e, ao mesmo tempo, era impulsionado ao trabalho missionário. Favorecido com o carisma da profecia, São Severino foi vidente também no plano humano. Compreendeu por isso que a agitação das jovens gerações bárbaras era irrefreável e que a decrépita sociedade romana ganharia vigor com a transfusão dessas novas forças. Era, porém, necessário abrir suas mentes para a verdade evangélica e antes disso entrar em contato direto. Com um gesto corajoso, que chamou a atenção dos rústicos guerreiros, chegou até Comagene, já em poder dos inimigos. Sua caridade concreta para com os necessitados conquistou definitivamente o coração simples dos bárbaros, a começar pelos chefes. Gibuldo, rei dos alamanos, tinha para com ele “suma reverência e afeto”, diz seu biógrafo Eugipo.
Escutava-o com respeito, dócil como um filho. Flaciteu, rei dos ruges, consultava-o nos empreendimentos arriscados como se ele fosse um oráculo. Não faltaram sinais do céu para confirmar suas palavras. Um dia a nora de Flaciteu tinha-o convencido, contra a vontade e parecer de São Severino, a negar a liberdade a alguns prisioneiros. Severino advertiu-o com energia a que temesse a ira de Deus. Naquela mesma noite o filho de Flaciteu caiu prisioneiro de outros bárbaros e só conseguiu a liberdade por intermédio de Severino. Reverenciado e amado pela gente humilde e também por reis e guerreiros, viveu pobremente, sem tirar para si proveito algum das coisas materiais. Visita-se com a mesma túnica no verão e no inverno, dormia as diminutas horas de sono estendido sobre a terra, com o cilício apertando-lhe o corpo e na quaresma comia apenas uma vez por semana. Morreu no dia oito de janeiro de 482. Suas relíquias são veneradas em Nápoles.
São Severino, rogai por nós!

Cléofas 

"Deus é o verdadeiro amor "– Papa na Missa em Santa Marta

08/01/2016

Amor, compaixão. Quão diversamente podem entender estes dois conceitos Deus e o homem. Na sua primeira carta, o Apóstolo João – frisou o Papa na sua homilia – empreendeu uma longa reflexão sobre os dois mandamentos principais da vida de fé: o amor a Deus e o amor ao próximo. O amor de per si “é belo, amar é belo”, assegurou o Papa. No entanto, um amor sincero – prosseguiu – “fortifica-se e cresce no dom da própria vida”:
Esta palavra, amor, é uma palavra que se usa muitas vezes; o que significa exactamente, o que é o amor? Por vezes, pensamos no amor das telenovelas; não, esse não é amor. O amor pode parecer como o entusiasmo, a atracção em relação a uma pessoa e depois apaga-se. De onde vem, então, o verdadeiro amor?! Qualquer pessoa que ama foi gerada por Deus, porque Deus é amor. Não diz: “Qualquer amor é Deus”, não: Deus é amor”.
O Apóstolo João sublinha uma característica do amor de Deus: Ele é o primeiro a amar-nos. Prova disto a cena evangélica da multiplicação dos pães, proposta pela liturgia: Jesus olha para a multidão e “tem compaixão”, o que – precisa o Papa - “não é a mesma coisa que ter pena”, porque o amor que Jesus tem para com as pessoas que o circundam “leva-o a partilhar com eles, a envolver-se  na vida das pessoas”. E  há vários exemplos deste amor de Deus nunca precedido pelo amor do homem. O Papa cita alguns, desde Zaqueu, a Nataniel, ao filho pródigo:
Quando temos alguma coisa no coração e queremos pedir perdão a Deus, é ele que nos espera para nos perdoar. Este Ano da Misericórdia é também um pouco isto: que nós sabemos que o Senhor está à nossa espera, à espera de cada um de nós. Porquê? Para nos abraçar! Nada mais. Para dizer: filho, filha, eu te amo. Deixei que cruxificassem o meu Filho por ti; este é o preço do meu amor; este é o presente de amor” .
O Senhor me espera, o Senhor quer que eu abra a porta do meu coração”: esta certeza - insistiu o Papa Francisco - devemos tê-la “sempre”. E se surgisse o escrúpulo de não se sentir digno do amor de Deus, “é melhor! – exclama o Papa – porque Ele te espera tal como tu és, não como te dizem “que se deve fazer”:
“Ir ao Senhor e dizer: “Mas sabes, Senhor que eu te amo!, Ou então, se não consigo dizê-lo assim: “Tu sabes que eu gostaria de te amar, mas sou um grande pecador, uma grande pecadora”. E Ele fará o mesmo que fez com o filho pródigo que gastou todo o dinheiro em vícios: E ele não te deixará acabar de dizer as tuas palavras, fazendo-te calar com um abraço. O abraço do amor de Deus”.

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa em Santa Marta: "devemos meter à prova os espíritos"

08/01/2016

As obras de misericórdia são o coração, o centro da nossa fé em Deus. Esta é a principal mensagem da homilia do Papa Francisco na homilia de hoje, na capela de Santa Marta, a primeira homilia em Santa Marta depois da pausa natalícia. Ao reflectir sobre a primeira leitura tirada da Primeira carta de São João apostolo, o Pontífice recordou que nos devemos afastar do mundanismo e daqueles espíritos que nos afastam de Deus que se fez carne por nós.
O papa Francisco desenvolveu a sua homilia partindo precisamente da primeira leitura da carta de São João Apóstolo. “Permanecer em Deus”, Disse Francisco, é, até certo ponto o respiro da vida crista e o estilo de vida de um cristão. “Cristão”, prosseguiu o Papa, é aquele que permanece em Deus, que tem o Espírito Santo e se deixa guiar por Ele. “Ao mesmo tempo”, disse ainda Francisco, o apostolo chama a atenção em não dar fé a todos e qualquer espírito. É preciso, disse Francisco, meter à prova os espíritos, para ver se provêm verdadeiramente de Deus. Esta é a regra de vida que João nos ensina, disse Francisco que prosseguiu: “mas o que é que significa meter à prova os espíritos? Não se trata de fantasmas (precisou Francisco: trata-se de provar, ver o que é que se passa no meu coração, qual é a raiz do que sinto agora, donde vem? Isso significa meter à prova para experimentar “se o que sinto vem de Deus ou se vem de uma outra parte… do anticristo”.
Em seguida Francisco percorreu alguns dos princípios desse seu ensinamento começando por recordar a necessidade do discernimento e disse: “o critério do discernimento é um e único que nos é dado pelo Apostolo s. João, isto é: cada espírito que reconhece Jesus Cristo que veio em carne, é Espírito de Deus, e todo o espírito que não reconhece Jesus não é de Deus.
O papa prosseguiu a sua homilia recordando um outro critério, isto é, o das obras de misericórdia que “devem encontrar-se no centro da nossa fé”.
“Podemos fazer tantos projectos pastorais, imaginar novos métodos para nos aproximarmos da gente, mas, se não prosseguirmos pela estrada de Deus que veio em carne, do Filho de Deus, que se fez homem para caminhar connosco, não nos encontramos na estrada do bom espírito: é o anticristo, é a mundialidade, é o espírito do mundo”.
 Ao terminar a sua homilia Francisco recordou um outro princípio do discernimento, isto é: se o espírito vem de Deus leva-me ao serviço dos outros. E terminou dizendo: “peçamos ao Senhor, hoje, a graça de conhecer bem o que é que se passa no nosso coração, o que é que nos agrada fazer, isto é, aquilo que mais me toca o coração, se é o espírito de Deus que me leva ao serviço dos outros ou se é o espírito do Mundo que roda à volta de mi mesmo, à volta do fechar-me em mim mesmo, dos meus egoísmos, a tanas outras coisas… Peçamos a graça de conhecer o que é que se passa no nosso coração. 
Fonte: Rádio Vaticano 

7 de jan. de 2016

Gotas de esperança

Não desanime diante de sua dor. Receba algumas gotas de esperança…
Alguém entre vós está triste? Reze! Está alegre? Cante. Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, urgindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia. Elias era um homem pobre como nós e orou com fervor para que não chovesse sobre a terra, e por três anos e seis meses não choveu. Orou de novo, e o céu deu chuva, e a terra deu o seu fruto. Meus irmãos, se alguém fizer voltar ao bom caminho algum de vós que se afastou para longe da verdade, saiba: aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados. – Tg 5, 13-20sofrendomenor
Falas, respondeu-lhe ele, como uma insensata. Aceitamos a felicidade da mão de Deus: não devemos também aceitar a infelicidade? Em tudo isso, Jó não pecou por palavras. – Jó 2, 10
Caiu a chuva, vieram as enchente, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. – Mt 7, 25
Ninguém há no mundo sem nenhuma tribulação ou angústia, quer seja rei quer Papa. Quem é que vive mais feliz? Aquele, de certo, que sabe sofrer alguma coisa por Deus. – Tomás de Kempis, A Imitação de Cristo, I, 22 I
Como amava a Vontade de Deus aquela doente que atendi espiritualmente! Via na doença, longa, penosa e múltipla (não tinha nada sadio), a bênção e as predileções de Jesus; e, embora afirmasse na sua humildade que merecia castigo, a terrível dor que sentia em todo o seu organismo não era um castigo, era uma misericórdia. – falamos da morte. E do Céu. E do que havia de dizer a Jesus e a Nossa Senhora… E de como ali “trabalharia” mais do que aqui… Queria morrer quando Deus quisesse…, mas – exclamava, cheia de felicidade -, que bom se fosse hoje mesmo! Contemplava a morte com a alegria de quem sabe que, ao morrer, vai ter com seu Pai. – São Josemaria Escrivá, Forja, 1034
Sem dúvida, são dignos de louvor os desígnios de Deus, que inflige castigos temporais aos seus para preservá-los dos eternos, que afunda para erguer, corta para curar, humilha para exaltar. – São Pedro Damião, Cartas, 8, 6
Viver é enfrentar dificuldades, sentir no coração alegrias e dissabores, e é nesse forja que o homem pode adquirir fortaleza, paciência e magnanimidade, serenidade. – São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 77
Se alguma contradição sobreviver-te, bendiz o Senhor, que dispõe as coisas da melhor maneira; pensa que a mereceste, que mereceria mais ainda e que és indigno de todo o consolo; poderás pedir com toda a simplicidade ao Senhor que te livres dela, se for da sua vontade; pede-lhe que te dê forças para tirar méritos dessa contrariedade. – Giachinno Pecci (Papa Leão XIII), A prática da humildade, 23
Deus quer provar-vos como o ouro é provado no crisol. O fogo limpa o ouro da sua escória, tornando-o mais autêntico e precioso. O mesmo faz Deus com o servo bom que espera e mantém-se constante no meio da tribulação. – São Jerônimo Emiliano, Homília a seus irmãos de religião, 21-VI-1535.

Está é a diferença entre nós e aqueles que não conhecem a Deus: estes queixam-se e murmuram diante da adversidade; para nós, as situações adversas não nos afastam da virtude, mas afiançam-nos nela. – São Cipriano, De mortalitate, 13
Cristão, Cristo está a dormir na tua barca; acorda-o que Ele increpará a tempestade, e far-se-á a calma. – Santo Agostinho, Sermão 361
Se tivéssemos a devida fé, a Santa Missa seria para nós um remédio para todos os males que nos pudessem angustiar durante a nossa vida. – São João Maria Vianney, Sermão sobre a Santa Missa
Desceu dos céus para estar próximo dos atribulados, para estar conosco na tribulação. – São Bernardo, Sermão 17.
Com tão bom Amigo presente – Nosso Senhor Jesus Cristo -, com tão bom capitão, que quis ser o primeiro a padecer, pode-se sofrer todas as coisas. Ele ajuda e dá força, nunca falta, é Amigo verdadeiro. – Santa Teresa de Jesus, Vida, 22
Se o nosso primeiro fundamento for uma fé sólida e correta, pela qual cremos ser verdade de tudo o que diz a Escritura […], consideramos a tribulação um belo presente de Deus, um presente que Ele dá especialmente aos seus amigos especiais; alfo cujo contrário é perigoso quando se prolonga por muito tempo; algo que, não fosse enviado por Deus, os homens teriam de impor a si próprios e buscar pela penitência; algo que nos preserva de cometer dos pecados que, sem ele, cometeríamos; algo que nos faz dar menos valor ao mundo; algo que diminui em muito as nossas penas no purgatório; algo que muito aumenta a nossa recompensa no Céu; algo em que todos os Apóstolo O seguiram de perto; algo que o Nosso Salvador exortou todos os homens a buscar; algo sem o qual Ele nos disse que não seríamos seus discípulos; algo sem o qual nenhum homem atinge o Céu.
Todo aquele que refletir sobre essas cosias e guarda-las bem na memória, não murmurará nem resmungará. Pelo contrário: primeiro a sua paciência fará com que dê valor à sua pena, e ele então crescerá em bondade e julgará a si mesmo digno da tribulação. E então julgará que Deus a enviou para o seu bem, e sentir-se-á movido a agradecer a Deus por ela… assim, a sua graça aumentará e Deus lhe dará tal conforto quando ele considerar que Deus está ainda mais próximo de si na tribulação […], de maneira que a sua alegria diminuirá muito a sua dor. E não buscará conforto alhures, mas terá uma especial confiança em Deus e buscará a ajuda d’Ele, submetendo toda a sua vontade ao beneplácito divino. E rezará a Deus no seu coração, e rezará para que os seus amigos rezem a Ele, e especialmente pelos sacerdotes, como recomenda São Tiago. E então irá primeiramente à Confissão, para fazer-se limpo diante de Deus, pronto para partir e alegre de ir-se para Deus […]. se fizermos isso, ouso dizer, não viveremos aqui sequer meia hora menos do que deveríamos, mas esse conforto fará nossos corações mais leves e, logo, a dor da nossa tribulação diminuirá, e aumentarão as chances de recuperarmo-nos e vivermos mais. – São Thomas More, Diálogo da fortaleza conta a tribulação, I, 20socorrodedeus
A todo o momento, a Virgem consola o nosso temor, excita a nossa fé, fortalece a nossa esperança, dissipa a nossa desconfiança e anima a nossa pusilanimidade – São Bernardo, Homília na Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, 7
Não estás só. – Aceita com alegria a tribulação. – Não sentes na tua mão, pobre criança, a mão da tua Mãe: é verdade. – Mas… não tens visto as mães da terra, de braços estendidos, seguirem os seus meninos quando se aventuraram, temerosos, a dar os primeiros passos sem ajuda de ninguém? – Não estás só; Maria está junto de ti. – São Josemaria Escrivá, Caminho, 900
Trecho retirado do livro: Orações Diante da Doença, Ed. Cultor de Livros

Via: Cléofas 

07/1 – São Raimundo de Peñafort

Gregório IX teve-o como precioso colaborador durante seis anos. Quando porém lhe comunicou sua intenção de nomeá-lo arcebispo de Tarragona, Raimundo ficou tão consternado a ponto de cair gravemente enfermo. O humilde e douto frade, nascido entre 1175 e 1180, tinha se esforçado para evitar honrarias e prestígio, mas nem sempre conseguiu. Renunciando a uma vida folgada e alegre (era filho do nobre castelão de Peñafort, na Catalunha) dedicou-se muito cedo aos estudos filosóficos e jurídicos. Aos vinte anos ensinava filosofia em Barcelona e aos trinta, recém-laureado, ensinava jurisprudência em Bolonha. Excepcionalmente recebia do município um salário que se dispersava imediatamente em numerosas direções para aliviar e socorrer os indigentes. Voltou a Barcelona a convite do seu bispo em 1220. Foi nomeado Cônego e recebeu do amigo Pedro Nolasco o convite para redigir as Constituições da nascente Ordem dos Mercedários. Mas quando os dominicanos, já dele conhecidos em Bolonha, chegaram em Barcelona, Raimundo abandonou tudo para vestir o hábito alvinegro. Dezesseis anos mais tarde (1238) tornou-se o terceiro mestre geral da Ordem, um cargo a que não pôde recusar. Por dois anos visitou a pé os convites da Ordem. Depois reuniu o capítulo geral em Bolonha onde conseguiu demitir-se.
Pôde assim, aos setenta anos, voltar ao ensino e ao cuidado das almas. Aceitando o cargo de confessor do rei Tiago de Aragon, não titubeou em reprovar seu comportamento escandaloso numa expedição à ilha de Maiorca. Conta-se que, tendo o rei proibido a todas as embarcações de velejar para o continente, Raimundo querendo discordar do soberano, estendeu o manto sobre as águas e chegou até Barcelona sobre essa estranha barca e vela. Uma de suas obras apostólicas mais digna de nota são as missões para a conversão dos hebreus e dos maometanos estabelecidos na Espanha. Segundo a tradição foi ele que convidou S. Tomás de Aquino a escrever a Suma contra os Gentios, para que seus pregadores pudessem recorrer a argumentos sólidos nas controvérsias com os hereges e os infiéis. Ele mesmo redigiu importantes obras de teologia moral e de direito. Uma delas é a Suma de casos para administração correta e frutífera do sacramento da reconciliação. Tinha quase cem anos quando morreu (1275). Foi canonizado em 1601.

Cléofas 

6 de jan. de 2016

Papa Francisco: abrir-se ao horizonte de Deus

06/01/2016



Cidade do Vaticano – No Angelus do Dia de Reis, o Papa iniciou sua reflexão a partir do Evangelho do dia, cuja narrativa dos Reis Magos, vindos do Oriente a Belém para adorar o Messias, disse o Papa, confere à festa da Epifania um fôlego de universalidade.
“Este é o fôlego da Igreja, que deseja que todos os povos da terra possam encontrar Jesus, ter a experiência do Seu amor misericordioso”, disse o Santo Padre.

Ao recordar que as figuras dos Reis Magos representavam as diversas culturas que iam ao encontro do recém-nascido Messias, Francisco disse que a Igreja sempre viu neles a imagem de toda a humanidade.

“E com a celebração da Epifania, a Igreja quer quase guiar respeitosamente todos os homens e mulheres deste mundo em direção ao Menino que nasceu para a salvação de todos”.

Ao recordar que na noite de Natal Jesus manifestou-se aos pastores, homens “humildes e desprezados” que “foram os primeiros a levar um pouco de calor àquela fria gruta de Belém”, o Papa disse que os Reis Magos e os pastores são muito diferentes entre si, mas que têm algo em comum: o céu.

“Os pastores e os Reis Magos nos ensinam que para encontrar Jesus é preciso saber sempre voltar o olhar ao céu, não estar fechado em si mesmo, mas ter o coração e a mente abertos ao horizonte de Deus, que sempre nos surpreende”.

Francisco concluiu a sua reflexão usando a metáfora da Estrela de Belém, que é o Evangelho, “luz que nos guia em direção a Cristo”. Por fim, o Papa exprimiu a sua proximidade aos cristãos do Oriente que celebram o Natal do Senhor nesta quinta-feira, dia 7.

Fonte: Rádio Vaticano 

Papa Francisco: a vocação da Igreja nos nossos dias

06/01/2016

Cidade do Vaticano  – No dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica de São Pedro, reiterando que a “Igreja não pode iludir-se de brilhar com a luz própria”, “mas sim com a de Cristo”. A exemplo dos Reis Magos, somos chamados “a sair dos nossos fechamentos, a sair de nós mesmos, para reconhecermos o esplendor da luz que ilumina a nossa existência”.

“Cristo é a luz verdadeira, que ilumina, disse Francisco, e a Igreja, na medida em que permanece ancorada n’Ele, na medida em que se deixa iluminar por Ele, consegue iluminar a vida das pessoas e dos povos”. Por isso – disse -  “os Santos Padres reconheciam, na Igreja, o «mysterium lunae»”, isto é, “é como a lua”, que não brilha com a luz própria. E como cristãos, “temos necessidade desta luz, que vem do Alto, para correspondermos coerentemente com a vocação que recebemos”.

“Anunciar o Evangelho de Cristo não é uma opção que podemos fazer entre muitas, nem é uma profissão. Para a Igreja, ser missionária não significa fazer proselitismo; para a Igreja, ser missionária equivale a exprimir a sua própria natureza: isto é, ser iluminada por Deus e refletir a sua luz. Este é o seu serviço. Não há outra estrada. A missão é a sua vocação: resplandecer a luz de Cristo é o seu serviço. Quantas pessoas esperam de nós este serviço missionário, porque precisam de Cristo, precisam conhecer o rosto do Pai”.

Francisco explicou que os Magos, de que nos fala o Evangelho de Mateus, “são um testemunho vivo de como estão presentes por todo lado as sementes da verdade, pois são dom do Criador que, a todos, chama a reconhecê-Lo como Pai bom e fiel”.

“Os Magos representam as pessoas, dos quatro cantos da terra, que são acolhidas na casa de Deus. Na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a humanidade encontra a sua unidade. E a Igreja tem o dever de reconhecer e fazer surgir, de forma cada vez mais clara, o desejo de Deus que cada um traz dentro de si".

O Papa observou, que como os Magos, ainda hoje, “há muitas pessoas que vivem com o “coração inquieto”, que continuam a questionar incessantemente sem encontrar respostas certas; existe a inquietude do Espírito Santo que se move nos corações. Também estas pessoas andam à procura da estrela que indica a estrada para Belém”:

“Quantas estrelas existem no céu! E todavia os Magos seguiram uma diferente, uma nova, que – segundo eles – brilhava muito mais. Longamente perscrutaram o grande livro do céu para encontrar uma resposta às suas questões - tinham o coração inquieto - e, finalmente, a luz aparecera. Aquela estrela mudou-os. Fez-lhes esquecer as ocupações diárias e puseram-se imediatamente a caminho. Deram ouvidos a uma voz que, no íntimo, os impelia a seguir aquela luz - é a voz do Espírito Santo, que trabalha em todas as pessoas -; e esta guiou-os até encontrarem o rei dos judeus numa pobre casa de Belém”.

A experiência dos Magos é uma lição para nós hoje, afirmou o Papa. ”Somos chamados, sobretudo num tempo como o nosso, a procurar os sinais que Deus oferece, cientes de que se requer o nosso esforço para os decifrar e, assim, compreender a vontade divina”:

“Somos desafiados a ir a Belém encontrar o Menino e sua Mãe. Sigamos a luz que Deus nos oferece, pequenina! O hino do breviário poeticamente nos diz que os Magos "lumen requirunt lumine", aquela pequena luz. A luz que irradia do rosto de Cristo, cheio de misericórdia e fidelidade. E, quando chegarmos junto d’Ele, adoremo-Lo com todo o coração e ofereçamos-Lhe de presente a nossa liberdade, a nossa inteligência, o nosso amor. A verdadeira sabedoria se esconde no rosto deste Menino. É aqui, na simplicidade de Belém, que a vida da Igreja encontra a sua síntese. Aqui está a fonte daquela luz que atrai a si toda a pessoa no mundo e orienta o caminho dos povos nas sendas da paz”.

Fonte: Rádio Vaticano 
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Os Reis Magos

“E, abrindo os seus tesouros, lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).
A Igreja celebra a festa da manifestação do Senhor (Epifania) no dia 6 de janeiro, embora no Brasil ela seja festejada no domingo mais próximo.
O Catecismo da Igreja nos ensina que:
“A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Com o Batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos “magos” vindos do Oriente (Mt 2,1).
Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa-Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém para “prestar homenagem ao Rei dos Judeus” (Mt 2,2) mostra que eles procuram Israel, à luz messiânica da estrela de Davi (Nm 24, 17; Ap 22, 16), aquele que será o Rei das nações (Nm 24, 17-19). Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir a Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus (Jo 4,22) e recebendo deles a sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento. A Epifania manifesta que “a plenitude dos pagãos entra na família dos Patriarcas” e adquire a “dignidade israelítica” (§528).
Quem eram esses reis magos? Pouco sabemos sobre eles, parece que vieram da Pérsia, pois se vestiam como persas. Quando os persas invadiram Belém, não destruíram a basílica da natividade porque na sua fachada encontraram a figura dos reis Magos vestidos com roupas persas.
Comentando a adoração dos reis Magos que vieram do Oriente, diz Santo Agostinho: “Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham? Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros. Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural.”
De fato, apenas nascido, o Rei começa imediatamente a governar o seu poderoso império: chama de longínquas regiões os monarcas, como seus servos, para adorá-Lo; o Céu e a terra se curvam diante d’Ele e seus inimigos tremem à sua chegada.
A Igreja nos ensina que em primeiro lugar Jesus Menino se apresentou a seu povo Judeu na figura dos Pastores de Belém que, avisados pelos Anjos foram adorar o Deus Menino em Belém. Em seguida Ele quis se manifestar (Epifania) aos pagãos, para mostrar que Ele veio para reinar sobre toda a humanidade e salvar a todos. Os pagãos estão representados nos misteriosos Reis Magos, que deviam ser reis de cidades orientais, como havia muitos antigamente.
Naquele tempo, o mundo inteiro, em particular o mundo oriental, esperava uma nova era para todas as nações e julgava-se que essa era tivesse origem na Palestina. Os Magos meditavam talvez nessa crença, quando viram resplandecer no céu uma estrela em direção à Palestina. Eles vieram com seus séquitos, camelos, servos e muitos presentes para oferecer ao Rei de Israel.
Por isso, foram diretamente para Jerusalém e procuraram a Herodes, pensando que toda Jerusalém estivesse em festa. Mas esta capital nada sabia, desconhecia o seu Rei. Em seguida foram para Belém guiados pela Estrela até a gruta santa, já que os doutores da lei o indicaram. Toda Jerusalém se alvoroçou porque o povo esperava o Messias Salvador, mas jamais podiam imaginar que seria aquele Menino.
Em Belém os Magos, que a tradição chamou de Baltazar, Gaspar e Melquior, encontraram o Menino e seus pais; e não se decepcionaram com a pobreza e simplicidade. Certamente poderiam perguntar:
- Mas que tipo de Rei é este que nasce numa manjedoura e não em um berço de ouro? É belo perceber como a fé sustentou  a convicção deles; deixaram que Deus os guiasse…
E sem duvidar, adoraram o Menino e lhe ofereceram ouro (para o Rei), incenso (para Deus) e a Mirra (para o Cordeiro a ser um dia imolado).
O ouro é dado ao Rei; significa a sabedoria celeste. São Bernardo escreve: “Tereis encontrado esta sabedoria se antes tiverdes chorado os pecados cometidos, desprezado os gozos do mundo e desejado, de todo coração, a vida eterna. Tereis encontrado a sabedoria se cada uma destas tiverem o gosto que tem: as coisas amargas e as coisas de que se deve evitar; estas devem ser desprezadas como caducas e transitórias; aquelas devem ser cobiçadas com todo desejo como bens perfeitos; discerni o gosto no íntimo da alma”.
Diz Santo Anselmo (1033-1109), doutor da Igreja, que as moedas oferecidas pelos Magos a Jesus Menino seriam as mesmas com que tantos séculos antes o casto José egípcio fora comprado pelos israelitas, ao ser-lhes vendido por seus irmãos: as mesmas que, tendo chegado depois às mãos dos Sacerdotes do Templo, serviram para dar a Judas o preço da traição.
O incenso é oferecido a Deus; significa a oração devota. Daí o salmista: “Suba direto a ti a minha oração, como o incenso” (Sl. 140, 2). A oração fiel, humilde e fervorosa sobe ao céu e não regressa vazia.
A mirra significa a mortificação da carne. “As minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos estavam cheios da mirra mais preciosa” (Ct 5, 5). Diz o grande São Gregório Magno: “As mãos significam as obras virtuosas, os dedos, a discrição. Portanto, as mãos destilam a mirra quando, pelas obras virtuosas, castiga-se a carne; mas os dedos são ditos cheios da mais preciosa mirra, pois é muito preciosa a mortificação que se faz com discrição.”
Assim como a Estrela guiou os Reis Magos até Jesus, a fé deve nos levar até Ele todos os momentos da vida, para que esta tenha sentido. Disse o Papa João Paulo II, na encíclica “Redemptor Hominis” que “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido; um mistério inexplicável, um enigma insondável”. Este vive sem rumo, sem meta, sem sentido, sem saber o que a vida vale, sem saber o sentido da dor, da  prece, da morte e da vida eterna.
Que a Estrela da fé guie cada um de nós até esta Gruta Sagrada onde na pobre manjedoura descansa em paz o Príncipe da Paz, o Deus Forte, a Luz do Mundo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Prof. Felipe Aquino

Fonte:Cléofas 

Se a confissão perdoa os pecados, para que existem as indulgências?

Será que, depois do perdão dos pecados na confissão, sobra algum “resto de pecado”?
Pergunta do leitor
Ao falar das indulgências, algumas pessoas mencionam os “restos do pecado”. Mas se o sacramento da Penitência nos perdoa de tudo, o que resta por perdoar? Também acho que é impossível esta necessidade de uma “rejeição total do pecado, inclusive venial”, para ganhar a indulgências plenária. Todos nós temos esta tendência ao pecado…
Respostaoquesaoasindulgencias
Nosso pecados comportam graves consequências. É verdade que, quando nos confessamos deles no sacramento do Perdão, eles são perdoados. Mas a pegada do pecado requer um longo caminho de regeneração.
Dizem que um presidente dos Estados Unidos, para fazer seu filho entender as consequências dos nossos atos, lhe propôs um exercício: deu-lhe um martelo, um prego grande e uma tábua de madeira, e lhe perguntou se ele seria capaz de pregá-lo na tábua.
O menino respondeu que era muito fácil e, sem nenhum problema, com duas ou três marteladas bem dadas, enfiou o prego totalmente na madeira. Então seu pai lhe disse: “Muito bem. Agora tente retirar o prego, se você conseguir”. O menino suou muito na tentativa e, depois de quase uma hora, conseguiu arrancar o prego, deixando uma grande ferida na madeira.
Seu pai lhe disse: “Aprenda isso, meu filho. Fazer o mal é fácil, mas desfazê-lo é muito difícil, quando não impossível, e isso sempre deixa uma ferida”.

O Papa Francisco explica assim: “Apesar do perdão, carregamos na nossa vida as contradições que são consequência dos nossos pecados. No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece” (Misericordiae vultus).
Portanto, a indulgência não busca perdoar nenhum pecado, mas sim superar totalmente as consequências negativas do pecado. Trata-se de uma realidade muito séria, longe de um automatismo mágico à margem da nossa busca sincera de Deus e do seu perdão, e que se traduz na vontade de levar uma vida autenticamente evangélica e refazer o caminho. Não é simplesmente passar por uma porta e tudo bem.comoconfessar
E em relação a isso que lhe parece impossível, posso lhe dizer que a Igreja nunca nos pede impossíveis. Se, ao invés de conceber esta rejeição do pecado como um ato da emotividade e dos sentimentos, você a encarar como um ato de pura determinação e vontade, perceberá que não é tão difícil. Mas tampouco fácil demais: é como se, diante de um prato que você comeria com deleite, decide não comê-lo, mesmo que implique em um sacrifício.

6/1 – Epifania do Senhor

A origem oriental desta solenidade esta implícita no seu nome: Epifania (revelação, manifestação). Os latinos usavam a denominação festividade da declaração ou aparição com o significado de revelação da divindade de Cristo ao mundo pagão através da adoração dos magos, aos judeus com o batismo nas águas do Jordão e aos discípulos com o milagre das bodas de Caná. O episódio dos magos, que está além de uma possível reconstrução histórica, podemos considerá-lo, como o fizeram os Padres da Igreja, o símbolo e a manifestação do chamado de todos os povos pagãos à vida eterna. Os magos foram a declaração explícita de que o Evangelho era para ser pregado a todos os povos. Na Igreja oriental é enfocado particularmente o batismo de Jesus. São Gregório Nazianzeno chama-a de “festa das luzes” e a contrapõe à festa pagã do sol invicto. Na realidade, tanto no Oriente como no Ocidente, a Epifania tem o caráter de uma solenidade ideológica que transcende os episódios históricos particulares.
Celebra-se a manifestação de Deus aos homens na pessoa do Filho, isto é a primeira fase da redenção. Cristo se manifesta aos pagãos, aos judeus e aos apóstolos. São três momentos sucessivos do relacionamento Deus-homens. Ao pagão Deus fala através do mundo visível; o esplendor do sol a harmonia dos astros, a luz das estrelas no firmamento ilimitado são portadores de uma certa presença de Deus. Os magos descobriram no céu os sinais de Deus. Tendo como ponto de partida a natureza os pagãos podem “cumprir as obras da lei”, diz S. Paulo. E aos habitantes de Listra: “…o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles há. Ele permitiu nos tempos passados que todas as nações seguissem os seus caminhos. Contudo, nunca deixou de dar testemunho de si mesmo, por seus benefícios: dando-vos do céu as chuvas e os tempos férteis, concedendo abundante alimento e enchendo os vossos corações de alegria” (At 14,15-17). Mas “ultimamente falou-nos por seu Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem igualmente criou o mundo” (Hb 1,2). Os numerosos mediadores da manifestação divina encontram seu término na pessoa de Jesus de Nazaré, no qual resplandece a glória de Deus. Por isso podemos hoje exprimir “a humildade, trepidante, mas plena e jubilosa profissão de nossa fé, de nossa esperança e de nosso amor” (Paulo VI).

Cléofas 

5 de jan. de 2016

Visita surpresa do Papa a Greccio em Itália

05/01/2016


Na tarde desta segunda-feira, dia 4 de janeiro o Papa Francisco fez uma visita surpresa a Greccio, para visitar o lugar onde S. Francisco de Assis instituiu – na noite de Natal de 1223 – o Presépio. A cidade de Greccio fica na região italiana do Lazio na província de Rieti. O Santo Padre ali esteve durante alguns minutos em oração pessoal.
De facto, tratou-se de uma visita surpresa que só foi comunicada ao prior do Santuário de Greccio e ao bispo de Rieti. O Papa Francisco fez a breve viagem de cerca de100 km de automóvel.
O Santo Padre foi acolhido por cerca de 70 jovens que estão a participar num encontro naquele Santuário desde sábado, dia 2 de janeiro. Antes de visitar a capela do Santuário de Greccio, o Papa Francisco almoçou com o bispo de Rieti, D. Domenico Pompilli. Após a visita privada, o Papa encontrou também a comunidade franciscana local.
De registar que os jovens saudados pelo Papa são provenientes de toda a Itália estando reunidos num encontro promovido pela Diocese de Rieti e que tem como tema a Encíclica “Laudato si”.

Fonte: Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...