2 de jan. de 2016

Projeto Segunda Morada

Como faço para ir para a segunda morada?



 
Hoje uma grande santa do céu faria aniversário, seriam 143 anos de seu nascimento. Quero recordar Santa Teresinha não só pelo seu aniversário, mas porque no Natal deste ano celebraremos os 130 anos de conversão de Santa Teresinha.
Tudo em Deus era lido por Teresinha debaixo do prisma da misericórdia

Este é o ano da misericórdia e Santa Teresinha tem tudo a ver com a misericórdia de Deus. Ela fez da misericórdia a chave para sua vida espiritual. Se lermos o Livro História de uma Alma, a primeira palavra que ela pronuncia em seu primeiro manuscrito é sobre a misericórdia, “As misericórdias do Senhor eu cantarei”.  Assim também em seu último manuscrito, quando recorda a própria vida e a de Santa Maria Madalena ela fala da misericórdia.
Santa Teresinha jamais cometeu um pecado mortal. Ainda assim ela descobriu a misericórdia de Deus. Ela dizia que na verdade, Deus havia sido mais misericordioso com ela que com a pecadora, com Maria Madalena Deus permitiu pecar para depois perdoá-la, Teresinha Deus não permitiu cair em pecado, a misericórdia foi maior.
Papa Francisco é grande devoto de Santa Teresinha do Menino Jesus.
Teresinha é filha de Luis Martin e Zélia Martin, que tiveram 9 filhos. Quando Teresinha nasceu sua mãe tinha câncer de Mama que já tinha metástases.
Esta santa com dois anos de idade já dizia que seria uma religiosa, com quatro anos ela afirmava que seria uma religiosa de clausura. Esta menina tinha uma capacidade enorme de contemplar as coisas de Deus.
Seu pai ia pescar e a levava, nesta época ela tinha 4 anos de idade. Ela ficava na relva entre as margaridas, e anos mais tarde, se recordando deste fato ela dizia que ali já fazia profundas contemplações da natureza pensando nas coisas de Deus.
Um dia ela se lembra que quando o pai terminou de pescar e foi comer um sanduíche de marmelada, viu que o pão que mais cedo em casa estava novo, bonito quando haviam saído de casa, agora estava murcho, então aos quatro anos, compreendeu que as coisas desta terra passam muito rápido.
Acontece uma tragédia, a mãe de Teresinha morre, após o enterro ela “adota” Paulina sua segunda irmã mais velha como sua mãe.
Teresinha que era alegre e expansiva, após a morte da mãe, começa a ficar tristonha e fechada em si mesma. Aos nove anos de idade ela recebe a notícia de que Paulina, sua mãe adotiva vai entrar no carmelo. Aquela menina que tinha ficado tristonha por causa da morte da mãe começa a ficar com uma doença psíquica. Tinha uma doença, até então para o tempo misteriosa, qualquer coisa a fazia chorar, então a menina caiu doente na cama. Sua família ficou preocupadíssima, porque a garota dava sinais de que morreria.
Sua família fez uma novena a Nossa Senhora das vitórias. Certo dia ela no quarto olhando para a imagem de Nossa Senhora das Vitórias que é uma imagem séria, a Virgem sai da imagem e sorri para Teresinha, a menina fica curada parcialmente. Mais tarde fica totalmente curada da doença, mas começa a ficar doente de escrúpulos pensando que tinha inventado a doença, que tinha pecado inventando que Nossa Senhora tinha aparecido a ela e no Natal daquele ano, tem uma experiência com Deus que a cura de seus escrúpulos.
“Senti, numa palavra, a caridade penetrar-me no coração, a necessidade de esquecer-me a mim mesma, para dar prazer e, desde então, fui feliz!” (Manuscrito de Santa Teresinha do Menino Jesus)
É necessário que você entenda o caminho de santidade que é marcado por três conversões. A primeira é sair dos pecados graves, esta Teresinha não precisou viver. Mas grandes pecadores a viveram, eles abandonam seus pecados e começam a servir a Deus e amá-lo.

99% dos cristãos não saem da primeira morada

Explico a você que 99% dos cristãos que morrem em estado de graça, estou falando dos salvos, não dos que vão para o inferno. Estas pessoas nunca saíram da primeira morada para progredir na vida espiritual. A maior parte dos cristãos entram na primeira morada, confessam seus pecados mortais entram no castelo, mas em seguida já pecam de novo e saem do castelo, nunca avançam no caminho espiritual.
Somos chamados a progredir em nossa fé, em nossos caminhos com Deus. Precisamos largar de sermos egoístas e correspondermos a misericórdia de Deus. A maioria dos Cristãos não sabem progredir na vida espiritual, não saem da primeira morada.
Estou convidando a você neste ano a ir para a segunda morada.
Como faço para ir para a segunda morada?

É preciso focar nos pecados veniais, tendo deixado os pecados mortais. Existem pessoas que apenas evitam os pecados mortais e continuam com os veniais.
O que é mais pecado matar sua mãe ou dar um tapa na cara dela? Matar, certo? Tem gente que pensa que não pode matar a mãe, mas pode dar um tapa na cara dela. Assim fazemos com Deus quando cometemos pecados veniais.
Santa Teresinha em tudo queria agradar a Deus, por isto tudo fazia para agradá-lo. Portanto, para entrar na segunda morada você deve preocupar em parar de ofender a Deus nas pequenas coisas, por amor a Ele. Esta foi a grande conversão de Teresinha. Antes ela estava preocupada consigo mesma se havia pecado ou não, o que acabou tornando-se uma neurose, porque só se preocupava com isto.
Santa Teresinha recebeu a graça do Natal que foi de querer sobretudo agradar a Deus passou para a segunda morada. Nós também podemos receber esta graça de Deus. Você pode parar, por exemplo, com aquela fofoquinha que você diz que todo mundo faz, parar de expor o pecado do outro, quem ama não age assim.
Teresinha foi nomeada formadora das noviças, uma das irmãs se irritava com o jeito calmo da santa, certa vez passou o dia todo querendo fazer com que ela perdesse a paciência, quando chegou ao final do dia ela viu que não ia conseguir disse a Teresinha que se irritava com o jeito e com a paciência dela, a santa respondeu que ela também já havia sido como a outra irmã, mas se agia daquela forma era por graça de Deus.
Outra prática para a segunda morada

Outro ponto para entrar na segunda morada: Oração. Existem pessoas que rezam, rezam, mas continuam egoístas porque rezam errado. Essas pessoas rezam para pressionar Deus, para dizer a Ele o que querem, rezam: “Seja feita a minha vontade”, isto é oração de pagão!
A nossa oração precisa ser para agradar a Deus. Rezamos para passar um tempo com Deus, para agradá-lo, por amor. Vou lá na confiança de que Ele me ver porque me ama e sou Seu filho. Rezo para agradar a Deus! Só por isto. Não preciso pedir nada.
Vou a casa dos meus pais, as vezes, rapidinho tomar um café com eles, comer uma comidinha que minha mãe preparou. Por que isto? Porque pai e mãe gostam de ver seus filhos. Se ele vê o filho já dá um agrado ao coração. Eu só vou lá e deixo meus pais me verem. É isto que Teresinha fazia quando ia rezar.
2016 precisa ser hashtag segunda morada (#segundamorada). Precisamos sair da “semvergoinhisse” só dos pecados mortais, precisamos lutar contra os veniais, pois, se chegarmos a este nível os mortais já os teremos vencido.
Existe um ponto negativo e outro positivo para alcançar a segunda morada, o negativo é a luta contra o pecado venial, o positivo é a vida de oração.
Vamos comparar a segunda morada a uma academia. Se um cara é marombado e carrega 20 kg na academia o músculo se acostuma com aquele peso e não cresce mais, com o passar do tempo é preciso aumentar o peso e dar tensão para o músculo crescer. Na primeira conversão você largou alguns pecados, parou de beber, fumar, começou a ler a Bíblia ir a Missa, conhecer a vida dos santos, mas parou aí e não cresce mais na vida espiritual. Agora é preciso sair disto, crescer na vida espiritual para isto é preciso exercícios mais intensos de amor.

Nosso objetivo precisa ser agradar a Deus

Se você acredita em um Deus de amor, você não pode ser egoísta, como você acredita que Deus é misericórdia e não quer mudar de vida? Isto não é cristianismo! Nosso objetivo precisa ser agradar a Deus. “Sento a caridade entrar em meu coração e me esquecer de mim para agradar a Deus”, antes ela era neurótica, ficava em si mesma como um cachorrinho lambendo suas próprias feridas, ao fazer sua experiência do Natal a fez sair de si mesma.
Muito concretamente Teresinha tempos depois viu a imagem do crucificado jorrando sangue, ela percebeu que o sangue de Jesus não poderia ser desperdiçado, mas sim aspergido nos pecadores. Ela soube de um prisioneiro que havia recebido a pena de morte, decidiu-se rezar por ele, mandava rezar missas, oferecia jejuns pela salvação deste pecador. Este condenado que havia negado a confissão, antes de ser guilhotinado beijou três vezes o crucifixo. Para Teresinha isto foi sinal que Deus ouviu sua oração e aquele rapaz era seu primeiro filho espiritual.
Entrou para o carmelo com a intenção de tirar almas de leigos das mãos do diabo e dá-las a Deus. Após sua viagem a Roma percebeu que precisava rezar, além de ser para os pecadores, mas também pela santificação do clero.
Santa Teresinha viveu a realidade de sua conversão no Natal,  era uma menina muito precoce. Depois da entrada de Paulina no Carmelo até a graça do Natal, ela viveu a noite escura dos sentidos. Isto pode acontecer com as pessoas de diversos modos como por doenças, aridez espiritual, perseguições, dentre outros. Com a graça de Deus podemos passar da primeira para a segunda, da segunda para a terceira, mas se Deus não intervir não passamos para a quarta morada. Aos 14 anos Teresinha já estava na quarta morada.
Mais tarde já no Carmelo, viveu a noite escura do Espírito o que a levou a viver a tentação dos grandes pecadores, isso permitiu que com 24 anos ela já tivesse vivido a sétima morada. Percebemos isto com a grandeza que foram os efeitos dos escritos de Teresinha após sua morte. Um ano depois de sua morte ela ficou muito conhecida e começaram acontecer milagres extraordinários.
Pela quantidade de milagres realizados por um santo é que sabemos o grau de santidade que ele alcançou na terra.
Podemos viver neste ano da misericórdia a realidade de agradar a Deus fazendo atos intensos de amor.
Tinha uma freira no carmelo que era insuportável. Ninguém conseguia trabalhar com ela, porque tinha que segurar a agulha, dar o ponto, sentar do jeito que esta irmã pensava que tinha que ser. Teresinha pediu a superiora para ficar ao lado dela, Teresinha decidiu amar esta irmã com alegria. Quando Teresinha morreu foram perguntar a essa irmã que lembranças ela tinha de Teresinha, a irmã respondeu que havia feito Teresinha muito feliz, esta irmã não sabia a tortura que era para a santa conviver com ela, tamanho foi o amor de Teresinha por aquela pessoa ranzinza.
Para este ano #projetosegundamorada!

Por Padre Paulo Ricardo
Data: 02/01/16
Acampamento de Ano Novo
Fonte: Canção Nova

Papa - o perdão: verdadeiro antídoto ao rancor e a vingança

01/01/16


“Salve, Mater Misericordia…"
Foi em tom quase de oração, retomando palavras deste antigo hino, que o Papa iniciou a sua homilia no dia 1 de Janeiro à tarde, na Basílica Santa Maria Maior, onde acabava de abrir a Porta Santa. Hino da fé de gerações que pedem a intercepção e a consolação de Nossa Senhora….Mãe da Misericórdia… insistiu o Papa chamando a atenção para a Porta Santa, a Porta da Misericórdia, que acabava de abrir, uma Porta mais do que nunca apropriada para este Ano Jubilar em que invocamos a misericórdia de Deus. Quem atravessa esta Porta - disse - pode ter a certeza de que terá ao seu lado a companhia de Nossa Senhora, mãe da Misericórdia. É a Mãe de Deus que perdoa, que dá o perdão, fruto original da fé cristã. Ela que foi capaz, ao pé da Cruz, de perdoar aqueles que estavam a matar o seu Filho inocente. Por isso, é o ícone da forma como a Igreja deve estender o seu perdão a todos quantos o invocam. Ela ensina que o “perdão oferecido no Gólgota não tem limites”, e “o perdão da Igreja deve ter a mesma extensão daquele de Jesus na Cruz e de Maria a seus pés. Não há alternativa” .
“Mãe da esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de Santa alegria 
O Papa retoma mais uma vez o hino mariano antigo e de autor desconhecido para dizer que a graça, a esperança, a alegria são dons de Cristo e, Maria dando-nos Jesus, faz-nos o dom do perdão que renova a vida e enche de verdadeira felicidade. Isto permite olhar para o futuro com a alegria de quem espera.
E ainda em tom de oração, o Papa passou a citar este salmo: “Cria em mim, oh Deus, um coração puro, renova em mim um espírito firme. Dá-me a alegria da tua salvação” . E prosseguiu com estas palavras:
A força do perdão é o verdadeiro antídoto à tristeza provocada pelo rancor e pela vingança. O perdão abre à alegria e à serenidade porque liberta a alma do pensamento de morte, enquanto que o rancor e a vingança ofuscam a mente e laceram o coração, tirando-nos o repouso e a paz. Coisas más, são o rancor e a vingança
O Papa convidou todos a atravessar a Porta Santa da Misericórdia com a certeza da companhia de Nossa Senhora e a nos deixarmos acompanhar por Ela na descoberta da beleza do encontro com o seu Filho.
No final da Missa no altar mor da Basílica, o Papa dirigiu-se à capela Mariana em que está protegido o ícone de Nossa Senhora Salus Popoli Romani, abriu a cancela com o mesmo gesto com que tinha aberto a Porta Santa, deteve-se um instante em oração silenciosa e depois pôs um ramalhete de flores junto do ícone em homenagem a Nossa Senhora. Incensiou-a em sinal de veneração e saiu, detendo-se depois alguns instantes no átrio da Basílica com a multidão a quem saudou e recordou que Nossa Senhora nos trouxe a misericórdia de Deus que é o seu Filho. E tal como já tinha feito no final da homilia, pediu para que repetissem com ele três vezes: “ Santa Mãe de Deus, Santa Mãe, Santa Mãe de Deus” . E a todos desejou um bom ano cheio da misericórdia de Deus, que perdoa tudo, tudo…

Rádio Vaticano 

1 de jan. de 2016

Mãe! Basta que me olhes!

Uma oração preciosa de Santo Alberto Hurtado

Minha Mãe querida, tão querida!
Agora que vês nos teus braços esse belo Menino, não te esqueças deste servo teu!
Ainda que seja por compaixão, olha para mim!
Bem sei que te custa afastar os olhos de Jesus para voltá-los às minhas misérias,
mas, Mãe, se tu não me olhares, como hão de dissipar-se as minhas penas?
Se não me dirigires o olhar, quem se recordará de mim?
Se tu não me olhares, Jesus, que tem seus olhinhos fixos nos teus, não me olhará!
Mas se tu me olhares, Ele seguirá o teu olhar e me verá!
E, então, bastará que lhe digas “Pobrezinho! Precisa da nossa ajuda”,
e Jesus me atrairá para Si e me abençoará
e eu o amarei e Ele me dará força e alegria, confiança e desprendimento.
Ele me encherá do seu amor e do teu amor e eu trabalharei muito por Ele e por ti!
Farei com que todos te amem e, e amando-te, todos se salvarão.
Mãe! Basta que me olhes!

Santo Alberto Hurtado, S.J.

Via: Aleteia 

Abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior

01/01/2016

Cidade do Vaticano – Hoje às 17 horas de Roma, deste primeiro dia do ano, Solenidade da Mãe de Deus, o Papa Francisco procedeu a abertura da Porta Santa da Basílica Santa Maria Maior. Esta é a quinta Porta Santa a ser aberta pelo Pontífice. A primeira foi na Catedral de Bangui, República Centro Africana, em 29 de novembro, seguida pela da Basílica de São Pedro, no dia 8 de dezembro, com a abertura oficial do Ano Santo da Misericórdia. Já no dia 13, Francisco abriu a Porta Santa da Basílica São João de Latrão, a Catedral do Bispo de Roma, deixando para o Arcipreste James Harvey abrir, no mesmo dia, a Porta Santa da Basílica São Paulo fora-dos-muros. No dia 18, por sua vez, Francisco abriu a Porta Santa da Caridade no Centro da Caritas, no coração de Roma.
O Papa Francisco nutre um especial afeto pela Basílica Santa Maria Maior, pouco distante da Estação Termini, no centro de Roma. Nesta basílica, onde o fundador dos jesuítas Santo Inácio de Loyola celebrou a primeira missa, Jorge Mario Bergoglio foi rezar aos pés da Nossa Senhora Salus Populi Romani na manhã seguinte após a sua eleição à Cátedra de Pedro, e onde sempre se dirige antes e depois de cada viagem internacional.

Rádio Vaticano 

Papa Francisco: Oração mariana do Ângelus

01/01/2016


Cidade do Vaticano – Após presidir  a santa missa na Basílica de S. Pedro, por ocasião da Solenidade da Mãe de Deus, o Papa Francisco procedeu, a celebração da oração mariana do Angelus da janela do aposento Pontifício, com os milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro. Neste primeiro dia de 2016, Francisco quis desejar a todos um “augúrio amparado por uma esperança real”.

O Papa observou que a troca de felicitações no fim do ano  é “um sinal da esperança que nos anima e nos convida a acreditar na vida”, de que aquilo que nos espera “seja um pouco melhor”. Recordou entretanto, que todos sabemos “que com o ano novo nem tudo mudará, e que tantos problemas de ontem permanecerão também amanhã”. Apesar desta constatação, a mensagem de Francisco é uma mensagem de esperança.

Inspirado nas palavras da liturgia do dia em que “o Senhor mesmo quis abençoar o seu povo”, Francisco quis dirigir aos presentes os mesmos votos para que, disse “ o Senhor coloque o seu olhar sobre vós e que possais alegrar-vos, sabendo que em cada dia o seu rosto misericordioso, mais radiante do que o sol, resplandece sobre vós e jamais declina”. E o Papa acrescentou:

“Descobrir o rosto de Deus renova a vida. Porque é um Pai enamorado do homem, que não se cansa nunca de recomeçar conosco do início, para nos renovar. Porém, não promete mudanças mágicas. Ele não usa a varinha mágica. Ama mudar a realidade a partir de dentro, com paciência e amor; pede para entrar na nossa vida com delicadeza, como a chuva na terra, para dar fruto. E sempre nos espera e nos olha com ternura. A cada manhã, ao despertar, podemos dizer: “Hoje o Senhor faz resplandecer a sua face sobre mim!””.

O Papa recordou que a Igreja celebra hoje o Dia Mundial da Paz com o tema “Vença a indiferença e conquista a paz”. “A paz que Deus deseja semear no mundo – disse – deve ser cultivada por nós. E não só, mas deve ser também “conquistada””:

“Isto comporta uma verdadeira luta, um combate espiritual, que tem lugar no nosso coração. Porque inimiga da paz não é somente a guerra, mas também a indiferença, que faz pensar só em si mesma e cria barreiras, suspeitas, medos, fechamentos. Temos, graças a Deus, tantas informações; mas às vezes somos tão bombardeados por notícias que ficamos distraídos da realidade, do irmão e da irmã que tem necessidade de nós. Comecemos a abrir o nosso coração, despertando a atenção pelo próximo. Este é o caminho para a conquista da paz”.

Ao concluir a sua reflexão, o Santo Padre dirigiu-se a Rainha da Paz, a Mãe de Deus, cuja Solenidade é celebrada neste 1º de janeiro, perguntando “de que se trata estas coisas que ela guardava, meditando-as em seu coração?”:

“Certamente da alegria pelo nascimento de Jesus, mas também das dificuldades que havia encontrado: teve que colocar o seu Filho numa manjedoura porque para eles não havia lugar no alojamento e o futuro era muito incerto. As esperanças e as preocupações, a gratidão e os problemas: tudo aquilo que acontecia na vida tornava-se, no coração de Maria, oração, diálogo com Deus. Eis o segredo da Mãe de Deus. E ela faz isto também por nós hoje: guarda as alegrias e desata os nós da nossa vida, entregando-os ao Senhor”.

Após recitar a oração do Angelus, o Papa dirigiu-se aos fieis manifestando o seu reconhecimento “pelas inúmeras iniciativas de oração e de ação pela paz organizadas em todas as partes do mundo por ocasião do Dia Mundial da Paz.
O Pontífice também saudou os “Cantores da Estrela” – “crianças e jovens que na Alemanha e na Áustria levam nas casas a bênção de Jesus e fazem uma coleta de ofertas para os pobres”.

Ao concluir, o Santo Padre desejou a todos um “ano de paz na graça do Senhor, rico de misericórdia, e com a proteção materna de Maria, a Santa Mãe de Deus”.

Rádio Vaticano 

Papa Francisco: próximos do sofrimento dos refugiados

01/01/2016

Na tarde desta quinta-feira dia 31 de dezembro, o Papa Francisco presidiu na Basílica de S. Pedro às Vésperas da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, com o canto do Te Deum e Bênção Eucarística.
Neste Ano Santo da Misericórdia, o Papa olhou para o sofrimento dos refugiados e falou de esperança tendo exortado a cidade de Roma a ser intérprete dos valores fundamentais do serviço, da honestidade e da solidariedade.
Na homilia que proferiu na ocasião, o Santo Padre recordou que “em muitas ocasiões a Igreja sente a alegria e o dever de elevar o seu canto a Deus com estas palavras de louvor, que desde o quarto século acompanham a oração nos momentos importantes da sua peregrinação terrena”.
Segundo o Papa, a atitude de louvor é um desejo quase espontâneo de agradecer a Deus em reconhecimento pela sua presença amorosa “nos eventos da nossa história”. “No Te Deum pedimos a ajuda dos Anjos, dos Profetas e de toda a criação para louvar ao Senhor” – afirmou o Papa Francisco:
“Com este hino, revemos a história da salvação onde, por um misterioso desígnio de Deus, encontram lugar e síntese muitos episódios da nossa vida deste ano que passou.”
Neste Ano Jubilar, Francisco recordou que “a companhia da misericórdia é luz para compreender melhor o que vivemos; e esperança que nos acompanha no início de um ano novo”.
Recordar e evocar os dias do ano que passou com “momentos de alegria e de dor” – disse o Papa – “somos chamados a verificar se os acontecimentos do mundo se realizaram segundo a vontade de Deus ou se demos ouvidos prevalentemente aos projetos dos homens, quase sempre repletos de interesses pessoais, de uma insaciável sede de poder e da violência gratuita”.
O Papa recordou, em particular, a tragédia dos refugiados:
“Não podemos esquecer que tantos dias foram marcados pela violência, pela morte, por sofrimentos inenarráveis de tantos inocentes, de refugiados obrigados a deixar a sua pátria, de homens, mulheres e crianças sem alimento e sustento.”
No entanto, no ano que agora finda existiram também “gestos de bondade, de amor e de solidariedade” – disse o Santo Padre – que “preencheram os dias deste ano, mesmo se não foram manchete nos noticiários! As coisas boas não são notícia.”
“Estes sinais de amor não podem e não devem ser obscurecidos pela prepotência do mal. O bem vence sempre, embora em alguns momentos possa parecer frágil” – sublinhou o Papa Francisco que na conclusão da sua homilia lançou um apelo aos habitantes da cidade de Roma pedindo-lhes para recuperarem “os valores fundamentais” do “serviço, honestidade e solidariedade”.
Nesta última celebração do ano civil houve um momento de Adoração e Benção Eucarística. O Papa Francisco esteve ainda na Praça de S. Pedro para visitar o Presépio, tendo depois saudado algumas centenas de fiéis presentes na Praça.
Rádio Vaticano 

Solenidade de Maria Santíssima

01/01/2016


Cidade do Vaticano – O Papa Francisco presidiu, na manhã desta sexta-feira (01/01), na Basílica Vaticana, à celebração Eucarística pela Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus.
Na sua homilia, o Santo Padre partiu das palavras do apóstolo São Paulo: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” e explicou o seu significado histórico:
Se o nosso olhar se fixar no momento histórico, poderíamos ficar decepcionados. Sobre grande parte do mundo daquela época,  Roma dominava com as suas forças militares. O imperador Augusto havia chegado ao poder depois de cinco guerras civis. Também Israel fora conquistado pelo Império Romano e o povo eleito estava privado da liberdade.
Logo, disse o Papa, aquele não era certamente o tempo melhor para os contemporâneos de Jesus. Neste sentido, foi necessário interpretar a “plenitude do tempo”, a partir de Deus, que estabeleceu o momento de cumprir a promessa à humanidade.
Por isso, continuou o Francisco, não foi a história que decidiu a hora do nascimento de Cristo. Pelo contrário, a sua vinda ao mundo permitiu à história chegar à sua plenitude. É por este motivo que o cálculo de uma nova era começou com o nascimento do Filho de Deus ou o cumprimento da antiga promessa:
“Logo, a plenitude do tempo é a presença de Deus em pessoa na nossa história. Agora, podemos ver a sua glória, que refulge na pobreza de uma estrebaria, e ser encorajados e sustentados pelo seu Verbo, que se fez ‘pequeno’ numa criança. Graças a Ele, o nosso tempo encontra a sua plenitude”.
Porém, - frisou o Santo Padre - este mistério sempre contrasta com a dramática experiência histórica. Gostaríamos de ser sempre sustentados pelos sinais da presença de Deus. No entanto, a “plenitude do tempo” parece desmoronar perante as inúmeras formas de injustiça e de violência, que ferem diariamente a humanidade. Neste sentido o Papa se interrogou:
“Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o às margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana continuará a semear violência e ódio na terra, causando vítimas inocentes? Como pode ser ‘tempo da plenitude’ quando, diante dos nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para que sejam respeitados os seus direitos fundamentais?”
Contudo, – disse Francisco - nada disso pode contra o oceano da misericórdia divina que inunda o nosso mundo. Todos nós somos chamados a mergulhar neste oceano, a deixar-nos regenerar, para vencer a indiferença que impede a solidariedade. A graça de Cristo, que realiza a expectativa da salvação, nos impele a sermos seus colaboradores na construção de um mundo mais justo e fraterno, onde as pessoas e as criaturas possam viver em paz, na harmonia da criação primordial de Deus. E o Papa acrescentou:
“No início de um novo ano, a Igreja faz-nos contemplar, como ícone de paz, a maternidade divina de Maria. A antiga promessa realiza-se na sua pessoa, ela que acreditou nas palavras do Anjo; ela concebeu o Filho e tornou-se Mãe do Senhor. Através do ‘sim’ de Maria chegou a ‘plenitude do tempo’.”
Hoje, - concluiu o Pontífice, a ‘plenitude do tempo’ leva-nos a individuar o sentido dos acontecimentos, que tocam a nós, às nossas famílias, os nossos países e o mundo inteiro. Onde não pode chegar a razão dos filósofos, - frisou - nem as negociações políticas conseguem fazer o que a força da fé e da graça do Evangelho de Cristo faz, abrindo sempre novos caminhos à razão e às negociações.

Rádio Vaticano 

31 de dez. de 2015

Motivações para um Ano Novo

 Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom…
Há um provérbio que diz que “um homem motivado vai a Lua, sem motivação não atravessa a rua!”.
Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom, e manter para o novo ano; e o que fizemos de mal e que deve ser deixado ou corrigido. Agradecer as graças que recebemos de Deus e pedir perdão por nossos erros. Continuar a caminhada em busca da perfeição querida por Deus.
Precisamos ter metas pessoais para o novo ano, sem isso nada se realiza de bom. O objetivo geral deve ser amadurecer e crescer na fé, na espiritualidade, no amor às pessoas, no desapego das coisas transitórias; enfim, fazer a alma crescer. São Paulo nos lembra que “não importa que o corpo vá desfalecendo, desde que o espírito se renove…” E ele nos lembra ainda que “a nossa tribulação presente, momentânea e ligeira, nos prepara um peso eterno de glória sem medidas” (2 Cor 4,16).
Para isso, manter a luta constante contra os pecados, aproveitar melhor o tempo que Deus nos dá; melhorar a qualidade da oração e da meditação diária, receber bem os sacramentos, exercitar a paciência e não ficar murmurando nas contrariedades, viver na fé, confiando em Deus.  Não se deixar vencer pelo mau humor.
A escolha das metas, não muitas, deve ser feita em cima do exame do que não fizemos bem no ano que findou. O que eu preciso mudar? Ser bem objetivo e prático. Em seguida, perseguir essas metas com perseverança, pedindo a Deus a graça de cumpri-las, com calma e alegria, sabendo recomeçar se falhar, mas não desanimar e nem desistir. Santa Teresa de Jesus aconselhava: “Importa muito, em tudo, uma grande e muito determinada força de não parar até chegar à meta, venha o que vier, suceda o que suceder, custe o que custar, murmure quem murmurar”.
Alguém disse que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Se as nossas metas forem “pequenas”, o Ano será pequeno. Não podemos ter apenas como metas objetivos temporários: ganhar dinheiro, comprar um carro,  trocar os móveis, emagrecer, viajar mais, comer melhor, e assim por diante. Essas aspirações, se não forem tomadas como um fim, mas como um meio, não são erradas, mas insuficientes para satisfazer a nossa alma; pois ela tem sede do Infinito.
Deus tem planos para nós! E Ele mostra-nos a sua vontade em nossa vida diária, em cada acontecimento que nos envolve. Por meio deles, Deus nos corrige, purifica, ainda que muitas vezes sejam carregados de dor e de lágrimas. Isto não quer dizer que não somos felizes; ao contrário.
Jesus ensina como o cristão deve viver cada dia do ano: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33). Isto quer dizer, “Deus em primeiro lugar” no Ano Novo. “Amar a Deus sobre todas as coisas” é o Mandamento mais importante.
Então, é preciso “fazer a vontade de Deus” e aceitar o que Deus permite que ocorra em nossa vida neste Ano, sabendo viver cada acontecimento na fé. São Paulo diz que “o justo vive pela fé” (Rom 1,17), e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).
Não se preocupe com o futuro, viva bem o presente, na comunhão permanente com Deus que habita em nossa alma. Não somos  dignos disso, mas Ele o quer assim. Tralhando com honestidade e competência, hoje, você prepara o seu futuro  e da sua família, sem estresse.
Uma orientação segura é esta que São Paulo nos deixou:
“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, não para os homens, mas para o Senhor, certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor!” (Col 3,23)
Faça tudo para o Senhor: a casa que você limpa, a roupa que você lava, o bebê que você alimenta, o marido que você consola, o doente que você opera… E terás um Ano Novo Feliz!
É isso que nós da Editora Cléofas desejamos a você que nos acompanha, neste Ano Novo da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Ano é Dele, pois Ele é o Senhor da História. Não tenha medo, Ele, ressuscitado caminhará conosco cada dia.

Prof. Felipe Aquino

Cléofas 

30 de dez. de 2015

Cuidado com as superstições

“Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19,31). “Serás inteiramente do Senhor; teu Deus” (Dt 18,13). “Não praticareis a adivinhação nem a magia” (Lv 19,26b).
Sempre houve está condenável idolatria, que continua moderna, chamada superstição, pela qual se busca uma divinização espúria das energias ocultas. Até mesmo entre os católicos, mal formados, se multiplicam, superstições que beiram ao ridículo. Elas são muitas e variadas.
Entre elas, muitos são os que colocam na entrada de suas lojas e casas vasos com a espada de São Jorge; outros, raminhos de arruda; inúmeros os que andam com “pedras, pêndulos, cristais e outras bugigangas para espantar as energias negativas”.
Há também aqueles que vivem impressionados com os males que possam advir dos “trabalhos” realizados nos terreiros. Querem combater as forças do mal de qualquer maneira e, apesar de frequentarem os Sacramentos da Igreja, empregam esses “rituais” para se “purificarem”.
Estamos já no início do terceiro milênio e, no entanto, prevalecem os feitiços: uma pedra, uma raiz, uma pena de pássaro, uma concha, um dente de animal, ainda há pessoas que pregam ferradura atrás da porta para atrair sorte nas questões econômicas ou vão atrás do trevo de quatro folhas, portador de felicidade.
A enorme lista de superstições que aparece na vida de tantas pessoas, poderiam ser abandonadas se tivessem mais confiança em Deus e na proteção dos anjos e santos; e não se entregariam a práticas tão irrisórias, fundadas num temor doentio. Trazer um amuleto não pode nunca atrair qualquer tipo de ajuda sobrenatural, nem afastar as invectivas do Maligno, o qual, segundo São Pedro, deve ser vencido unicamente pela fé (1 Pd 5,8).
Todas as crendices envolvidas nas superstições carecem de qualquer base filosófica e teológica. É inteiramente destituída de lógica a associação de causa e efeito professada pelos supersticiosos. Sob o ponto de vista da teologia, as práticas supersticiosas demonstram um senso religioso decadente.
No fundo, apesar dos pesares, é a nostalgia do Absoluto que impera. Aquele que perde sua fé na Providência de Deus que governa sabiamente o mundo e se interessa pelos homens de modo especial, tende a se curvar ao império de uma força cega criada pela fantasia humana.
O cristão deve dar sempre a demonstração de uma crença robusta, firmada nas Escrituras, acreditando numa palavra que Jesus repetiu tantas vezes: “Não tenhais medo” (Mc 6,50; Lc 24,36; Jo 6,20). “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5); e queria dizer que com Ele tudo pode quem Nele confia. Fora de Jesus não há salvação (At 4,12), disse São Pedro aos chefes judeus.
O escritor romano Varrão († 7 a.C.) exprimia muito bem, na sua linguagem politeísta, o que significa essa religiosidade inferior, quando afirmava que “o supersticioso é o homem que teme os deuses como inimigos, ao passo que o homem religioso os reverencia como pais” (citado por S. Agostinho, De civ. Dei 6.9.2). Quintiliano († 120 d.C.), por sua vez, notava que a “superstição difere da religião como o homem que procura por curiosidade difere do homem que procura por amor” (De inst. orat. VIII 3). Em suma, vê-se que já entre os romanos pagãos a superstição era tida como uma deterioração ou contrafação da Religião.
O Catecismo da Igreja diz que: “A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo: quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesma legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que exigem, é cair na superstição” (n.2111). Aqui se enquadram as tais “correntes de oração obrigatórias” sob pena de castigos.
A adivinhação, leitura de cartas ou qualquer outro rito supersticioso do tipo, apontam para a predição de coisas futuras ou ocultas sem recorrer a Deus. Pretende-se descobrir aquilo que só Deus pode conhecer. O grande pecado da superstição está que a pessoa quer buscar fora de Deus, poder e conhecimento, que Deus não quer nos dar porque não é bom para nós. O supersticioso, por práticas mágicas quer impor a Deus fazer a sua vontade por meios mágicos.
Deus nos revelou algumas coisas sobre o futuro, que nos interessam, por exemplo, haverá um juízo particular e um final; e depois o céu ou inferno. E nos deu inteligência, liberdade, vontade, consciência e outros recursos para que nos preparemos responsavelmente para o futuro. Não podemos controlar nosso futuro, pois ele está nas mãos do Senhor. Precisamos confiar Nele como um Pai infinitamente bom e cooperar com a sua graça para fazer a parte que nos corresponde.
No entanto, o homem, levado pela soberba, quer ter tudo sob controle, sem colocar sua confiança em Deus. É esse o pecado da superstição, buscando conhecimento ilícito, por caminhos que estão fora da revelação divina, como a adivinhação. É preciso saber que esses recursos ocultistas, sem que se saiba, recorrem ao demônio; e quem a pratica fica, de alguma maneira, vinculado a ele. São Paulo disse que: “As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele?” (1Cor 10,20-22).
À medida que se perde a fé, aumentam as superstições, mesmo entre pessoas que não pertencem a estes grupos, mas que buscam solução para seus problemas. Alguns pensam que seja mera brincadeira e o fazem por curiosidade ou pela pressão de um grupo. Mas precisamos recordar que ai está em jogo a nossa fidelidade a Deus, com quem não se brinca.
Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a Ele, então, fabrica o seu deus, à sua pequena imagem e semelhança; semelhante à pedra, ao cristal, à magia, etc.
Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que alma não esteja tão clara; para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.
O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, “Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscientemente não se dê conta disso. Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios… Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras. Lamentavelmente, muitos cristãos (e até católicos!), por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.
Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração, todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou lugar. São Paulo disse: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6). E São Paulo advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14).falsasdoutrinas
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?” (1 Cor 10,20-22). Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança Nele, não vamos atrás de coisas proibidas.
O Ano que começa é um grande presente de Deus para cada um de nós; e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos, para que Ele cuide de cada dia e de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé. Não devemos recorrer a nenhuma destas práticas ou ritos, pois são totalmente contrárias à nossa fé. Recordemos que o inimigo está como “um leão procurando a quem devorar”.
Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cléofas 

30/12 – São Rugero

Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome de origem normanda sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o Bispo de Cane morreu os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu, aos trinta anos de idade, ele foi consagrado Bispo de Cane. No século II, essa cidade havia sido destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano. Depois ela retomou sua importância no período medieval, sendo inclusive uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o Conde de Cane e o Duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas. O Bispo Rugero assumiu a direção da diocese dentro de um clima de prostração geral. Assim, depois desse desastre, seu primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua sede numa hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos, incansável, andando por todos os cantos, descalço.
Doava tudo que fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os doentes e as crianças. Todavia, esse século também foi um período conturbado para a História da Igreja. Com excessivo poder civil estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade. Rugero estava entre os que entendiam o episcopado como uma missão e não como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio. Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de São Paulo: “tudo para todos”. Por tudo isso e por seus dons de conselho e sabedoria, no seu tempo, foi estimado por dois Papas: Pascoal II e Celasio II. Para ambos executou missões delicadas e os aconselhou nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua renovação. Entrou rico de merecimentos no reino de Deus, o dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na Catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos divulgaram a sua santidade. No século XVIII, a cidade de Cane praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido Bispo Rugero como Santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa Maria Maior, em Barleta. Depois foi acolhido na sepultura definitiva na igreja do Mosteiro de Santo Estevão, atual Santuário de Santo Rugero. Os devotos o veneram no dia de sua morte como o Bispo de Cane e o padroeiro de Barleta. Em 1946, Santo Rugero foi canonizado pela Igreja.

Fonte: Cléofas 

Papa Francisco: Deus é humilde e se fez criança por nós

30/12/2015 


Cidade do Vaticano – Milhares de peregrinos participaram da última Audiência Geral do ano, na Praça S. Pedro .Como de costume, antes de pronunciar a sua catequese, o Papa saudou os presentes a bordo do seu papamóvel.

Ao se dirigir aos peregrinos, Francisco refletiu sobre a devoção ao Menino Jesus, o protagonista do presépio nesses dias natalícios. Muitos santos e santas cultivaram essa devoção, como por exemplo Santa Teresa de Lisieux, que como monja carmelita escolheu o nome de Teresa do Menino Jesus. Ela soube viver aquela “infância espiritual” que se assimila justamente meditando a humildade de Deus que se fez pequeno por nós.
“E este é um grande mistério, Deus é humilde! Nós é que somos orgulhosos, repletos de vaidade e acreditamos ser grandes, e somos nada! Ele é grande, é humilde e se faz criança. Este é um verdadeiro mistério!”.
 E Francisco acrescentou que toda a vida terrena de Jesus é revelação e ensinamento, sendo a morte e ressurreição a expressão máxima do seu amor redentor.
Para crescer na fé, disse o Papa, seria necessário contemplar com mais frequência o Menino Jesus, não obstante se saiba pouco da sua infância: da apresentação ao Templo à visita dos Reis Magos, há um salto de doze anos até a peregrinação de Jesus com Maria e José para a celebração da Páscoa. Todavia, prosseguiu, podemos aprender muito da sua vida se olharmos para o modo de ser das crianças.
Antes de tudo, elas querem a nossa atenção e precisam dela para se sentirem protegidas: “É necessário também para nós colocar Jesus no centro da nossa vida e, mesmo que possa parecer paradoxal, saber que temos a responsabilidade de protegê-lo. Ele quer estar entre os nossos braços, deseja ser acudido e poder fixar o seu olhar no nosso.
As crianças, por fim, amam brincar e, para isso, é preciso abandonar a nossa lógica para entrar na lógica infantil. Trata-se de um ensinamento.
“Diante de Jesus somos chamados a abandonar a nossa pretensão de autonomia - este é o nó da questão -, para acolher ao invés a verdadeira forma de liberdade, que consiste em conhecer quem temos diante de nós e servi-lo: é o Filho de Deus. Ele veio para nos mostrar a face do Pai rico de amor e de misericórdia. Coloquemo-nos a seu serviço”.
Por fim, Francisco pediu que, ao voltarem para casa, os fiéis se aproximem do presépio e beijem o Menino Jesus, pedindo a seguinte graça: “Jesus, quero ser humilde como você, humilde como Deus”.
E Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Praça de S. Pedro, fazendo votos para que no coração de todos, possa sempre resplandercer a luz que nos revela o rosto tenro e misericordioso do Pai celeste. E o Papa, a todos deu a sua bênção.

Fonte: Rádio Vaticano 

29 de dez. de 2015

A importância da Oitava de Natal

Como viver este “tempo especial de graças” da nossa Igreja?
Infelizmente a maioria dos católicos não sabe da importância da “Oitava de Natal”, bem como da Oitava da Páscoa.
Como essas duas Solenidades litúrgicas são as mais importantes do Ano litúrgico; pois marcam o Nascimento e a Ressurreição de Jesus, a Igreja prolonga as suas celebrações por oito dias. Com que intenção?
Com a intenção de que “o tempo especial de graças” que significam a Páscoa e o Natal, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa beber mais copiosamente, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas Bênçãos copiosas.
Mas, só pode se beneficiar dessas graças abundantes e especiais, aqueles que têm sede, que conhecem, que acreditam, e que pedem. É uma lei de Deus, quem não pede não recebe. E só recebe quem pede com fé, esperança, confiança e humildade.
As mesmas graças e bênçãos do Natal se estendem até o final da Oitava. E neste período a Igreja acrescenta a celebração de alguns santos. No dia 26 de dezembro a memória do grande Santo Estevão, o primeiro mártir do cristianismo; para que, com sua intercessão, as graças do Natal sejam ainda mais copiosas sobre nós.

Depois temos a memória dos Santos inocentes que Herodes mandou matar. Eles intercedem por nós com seu sangue inocente. De São João evangelista, o “discípulo que Jesus amava”, e outros santos.
No meio da Oitava, no domingo após o Natal, a Igreja nos leva a olhar e meditar na Sagrada Família de Nazaré. É hora de dizer como a música:“Jesus, Maria e José, nossa família vossa é!”. É o momento de fazer um longo silêncio diante do Presépio e aprender as grandes lições dessa Família através da qual o Salvador quis entrar em nossa história.
Não deixe passar esse tempo de graças em vão! Viva oito dias de Natal e colha todas as suas bênçãos. Não tenha pressa! Reclamamos tanto de nossas misérias, mas desprezamos tanto os salutares remédios que Deus coloca à nossa disposição tão frequentemente.
Muitas vezes somos miseráveis sentados em cima de grandes tesouros, pois perdemos a chave que poderia abri-lo. É a chave da fé, que tão maternamente a Igreja coloca todos os anos em nossas mãos. Mas quem acredita? Quem vive isso? Quem pede? Quem reza?
Pare diante do seu Presépio, durante esses dias e reze com devoção, como coração, e sua vida se transformará.
Prof. Felipe Aquino
Via: Cléofas 

27 de dez. de 2015

Papa no Domingo da Sagrada Família: experimentar a alegria do perdão

27/12/2015

27 de Dezembro, Domingo da Sagrada Família – na Basílica de S. Pedro o Papa Francisco presidiu à Eucaristia celebrando o Jubileu das Famílias no Ano Santo da Misericórdia.
Peregrinar e rezar em família vivendo a alegria do perdão e da misericórdia na vida de todos os dias – este o desafio do Papa Francisco para as famílias do mundo. Não perder a confiança na família, abrindo o coração sem nada esconder.
Partindo da narrativa apresentada por S. Lucas no Evangelho o Santo Padre focalizou a sua atenção na viagem de Jesus, Maria e José “como peregrinos a Jerusalém pela festa da Páscoa”.
“O facto mais interessante posto em evidência pela Palavra de Deus” – disse o Santo Padre – “é a peregrinação ser feita pela família inteira: pai, mãe e filhos vão, todos juntos, à casa do Senhor a fim de santificar a festa pela oração. É uma lição importante oferecida também às nossas famílias” – salientou o Papa Francisco:
“Como nos faz bem pensar que Maria e José ensinaram Jesus a rezar as orações! E saber que, durante o dia, rezavam juntos; depois, ao sábado, iam juntos à sinagoga ouvir as Sagradas Escrituras da Lei e dos Profetas e louvar o Senhor com todo o povo! E que certamente rezaram, durante a peregrinação para Jerusalém, cantando estas palavras do Salmo: «Que alegria, quando me disseram: “Vamos para a casa do Senhor!” Os nossos passos detêm-se às tuas portas, ó Jerusalém» (122/121, 1-2)!”
“Como é importante, para as nossas famílias, caminhar juntos e ter a mesma meta em vista!” – acentuou o Santo Padre que afirmou não existir nada de mais belo do que uma mãe e um pai abençoarem os seus filhos todos os dias: “Fazer na sua fronte o sinal da cruz, como no dia do Baptismo” – disse o Papa Francisco que considerou serem estes pequenos gestos mas que “expressam o grande papel formativo que a família possui”.
“No final daquela peregrinação, Jesus voltou para Nazaré e era submisso a seus pais” – recordou o Papa citando o texto de Lucas e declarando que “também esta imagem contém um ensinamento estupendo para as nossas famílias; é que a peregrinação não termina quando se alcança a meta do santuário, mas quando se volta para casa e se retoma a vida de todos os dias, fazendo valer os frutos espirituais da experiência vivida”.
Em particular no regresso de Jesus a casa o Papa Francisco quis salientar o facto de Jesus ter ficado ainda no Templo em Jerusalém não acompanhando os seus pais:
“Sabemos o que Jesus então fizera: em vez de voltar para casa com os seus, ficou em Jerusalém no Templo, causando uma grande aflição a Maria e a José que não O encontravam. Provavelmente, por esta sua «escapadela», também Jesus teve que pedir desculpa a seus pais (o Evangelho não diz, mas acho que podemos supô-lo). Aliás, na pergunta de Maria, subjaz de certo modo uma repreensão, ressaltando a preocupação e angústia dela e de José. No regresso a casa, com certeza Jesus uniu-se estreitamente a eles, para lhes demonstrar toda a sua afeição e obediência.”
Na conclusão da sua homilia o desejo do Santo Padre para todas as famílias neste Ano Santo da Misericórdia:
“No Ano da Misericórdia, possa cada família cristã tornar-se um lugar privilegiado onde se experimenta a alegria do perdão. O perdão é a essência do amor, que sabe compreender o erro e pôr-lhe remédio. É no seio da família que as pessoas são educadas para o perdão, porque se tem a certeza de ser compreendidas e amparadas, não obstante os erros que se possam cometer.”
Não percamos a confiança na família! É bom abrir sempre o coração uns aos outros, sem nada esconder. Onde há amor, também há compreensão e perdão. A vós todas, queridas famílias, confio esta missão tão importante de que, hoje, o mundo e a Igreja têm mais necessidade do que nunca.”

Rádio Vaticano 

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...