13 de jun. de 2015

A devoção ao Imaculado Coração de Maria

marys-symbol13ihNo sábado seguinte à sexta feira da festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria. Jesus e Maria nunca se separaram. Disse o Papa João Paulo II que Maria foi a que mais cooperou com a Redenção. Ela gerou o Verbo humanado e aos pés da Cruz o oferecia em sacrifício pela nossa salvação. Os dois corações estão entrelaçados.
Nas aparições de Nossa Senhora, tanto em Fátima como na França a santa Catarina Labourè, ela mostra seu coração cheio de compaixão pela humanidade. À Irmã Lucia, em Fátima ela falou, por exemplo da devoção dos CINCO PRIMEIROS SÁBADOS, no dia 10 de dezembro de 1925:
“Olha,  minha filha,  o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu,  ao menos,  procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão,  rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar”.
Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para tirá-los, com devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Em recompensa prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.
São cinco os primeiros sábados,  segundo revelou Jesus,  por serem “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria”.
1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – Contra a sua Virgindade;
3 – Contra a Maternidade Divina recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;
5 – Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.

Em 27 de novembro de 1830, na Capela das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, em Paris, a Santíssima Virgem, se manifestou à humilde noviça Catarina Labouré. A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor,  oferecendo-o a Deus,  num gesto de súplica. E disse:
“Este globo representa o mundo inteiro… e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. Formou-se assim um quadro oval, rodeado pelas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos à Vós”. Virou-se então o quadro, aparecendo no reverso,  um “M” encimado por uma Cruz e, em baixo, os corações de Jesus e de Maria. E a Santíssima Virgem lhe pede: “Faça cunhar uma medalha,  conforme este modelo”. E promete: “as pessoas que a trouxerem, com fé e confiança,  receberão graças especiais.”
E assim foi cunhada, em Paris, esta medalha, que logo se espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente,  passou a chamá-la : “A Medalha Milagrosa”.
Por tudo isso, e muito mais, a Igreja celebra a solene Festa do Sagrado Coração de Maria no dia seguinte à Festa do Sagrado Coração de Jesus. São dias de muitas graças e salvação.
Prof. Felipe Aquino
Cléofas 

Desejo de Francisco: celebrar a Páscoa em uma única data

13/06/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde desta sexta-feira (12/6), o Bispo de Roma participou do III Retiro Mundial de Sacerdotes, na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma.
O evento foi promovido pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática e pela Fraternidade Católica e teve como tema central: “Chamados à santidade para a nova evangelização”.
Antes de presidir à celebração Eucarística da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Bispo de Roma fez uma longa meditação, falando espontaneamente em espanhol.
Sacramentos
O Papa tocou diversos temas, como por exemplo quando falou do Batismo: “Tenho tanta pena de alguns quando um pároco se recusa batizar uma criança pelo fato de ser filho de uma mãe solteira ou de um pai que casou de novo”. O Batismo, frisou, não se nega a ninguém, pois a Igreja é sempre Mãe e não “madrasta”: “Sejam misericordiosos ao administrar os Sacramentos, não só do Batismo, mas também da Penitência!” O amor transforma e contagia!
Proselitismo e clericalismo
O problema do secularismo na Igreja não deve ser combatido com o proselitismo. “Proselitismo é a caricatura da evangelização”. “O clericalismo é dos pecados e um dos piores comportamentos que freiam a liberdade da Igreja. “Não devemos ser apegados às riquezas e ideologias, mas preocupar-nos com as pessoas, a pobreza e os excluídos da Igreja, dando testemunho do Evangelho, em todos os cantos do mundo.
Ecumenismo e unidade
Depois, respondendo às perguntas de alguns sacerdotes, que representavam os cinco Continentes do mundo: da Austrália, Peru, Holanda, Burundi e Japão, o Pontífice falou do escândalo da divisão dos cristãos. O ecumenismo, disse, não é uma tarefa a mais, é um mandamento de Jesus. “Devemos recompor a unidade do Corpo de Cristo, alterada por causa dos nossos pecados de divisão”. Aqui, apresentou o exemplo de tantos mártires, que foram e ainda continuam sendo testemunhas de unidade com o próprio sangue! Por outro lado, o Papa disse que a Igreja está disposta a estabelecer uma data fixa para celebrar a Páscoa com todos os cristãos: católicos, protestantes e ortodoxos.
Oriente e Ocidente
Convidando a Igreja a respirar com os dois pulmões, Francisco falou da ligação entre Roma, Constantinopla e Moscou, ressaltando os desafios e das tensões existentes, que podem ser solucionados com o diálogo. Neste sentido, lembrou que pediu ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para fazer a apresentação da sua próxima Encíclica sobre a “Ecologia Humana”.
Europa
Referindo-se ao continente Europeu, o Santo Padre comentou a triste e urgente questão das migrações: quem não acolhe o irmão necessitado comete um grave pecado. A Europa não deve apenas dar acolhida aos milhares de imigrantes, que fogem dos seus países, por causa dos conflitos internos, mas deve ir à África. Não deve ir para explorar as suas riquezas, mas para investir na economia e na indústria, dando trabalho, formação cultural e assistência sanitária. Somente assim as pessoas não se sentem obrigadas a deixar seus países para um maior bem estar e furuto promissor.
África
Em relação ao continente africano, o Santo Padre chamou a atenção para a “falta de sacerdotes na África”, onde a “coluna vertebral” são os catequistas. A África, no momento, é lugar de “exploração”. Para lá se dirigem as grandes potências à busca de ouro, metais, madeira e muitas outras riquezas. Eis, portanto, a necessidade de se encontrar solução para seus problemas de desenvolvimento e promoção social. Como resposta pessoal, o Papa anunciou que fará uma Viagem Apostólica ao Continente africano, no próximo mês de novembro, começando pela República Centro-africana, depois Uganda e, se der, também o Quênia.
Ásia
O continente asiático, afirmou Francisco, é um dos lugares mais promissores para a Igreja. Por isso, nos últimos dois Consistórios, foram criados alguns Cardeais, para que fossem testemunhas de todas aquelas Igrejas. Neste âmbito, referiu-se, ao fundamentalismo religioso em alguns países, como a Índia, Paquistão, Coreia, Japão e Tailândia. A Ásia dispõe de certas reservas espirituais, não mais existentes no Ocidente, atualmente envolvido pelo relativismo, hedonismo e consumismo, que o deterioram e provocam a sua decadência.
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa a magistrados: instituições voltadas à promoção do homem

13/06/2015

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado (13), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros do Conselho Superior da Magistratura italiana, cerca de 200 pessoas.
Nas suas palavras aos presentes o Santo Padre inicialmente recordou que a jurisdição tem hoje uma complexidade crescente, devido a multiplicação dos interesses e dos direitos que pedem para ser colocados a confronto e que nem sempre podem encontrar na legislação uma resposta precisa e plena diante da variedade de casos concretos.
Raízes culturais devem ser respeitadas
A mesma globalização – disse ainda o Papa – traz consigo aspectos de possível confusão e desorientação, como quando se torna veículo para introduzir usos, concepções, e até mesmo normas, estranhas a um tecido social com consequente deterioração das raízes culturais de realidades que ao invés devem ser respeitadas; e isso – afirmou – por efeito de tendências pertencentes a outras culturas, economicamente desenvolvidas, mas eticamente enfraquecidas.
E o Papa acrescentou: “Neste contexto de choques profundos das raízes culturais, é importante que as autoridades públicas, e entre elas também as jurisdicionais, usem o espaço a elas concedido para dar estabilidade e tornar mais sólidas as bases da convivência humana através da recuperação dos valores fundamentais. A esses valores o Cristianismo ofereceu o verdadeiro e mais adequado fundamento: o amor de Deus, que é inseparável do amor pelo próximo.
Promoção da pessoa humana
A partir dessas bases, também fenômenos como a expansão da criminalidade, nas suas expressões econômicas e financeiras, e a chaga da corrupção, que também afetam as democracias mais desenvolvidas, podem encontrar terreno fértil. É necessário tomar medidas não só no momento da repressão, mas também na educação, dirigidas especialmente às novas gerações, oferecendo uma antropologia e um modelo de vida capaz de responder às altas e profundas inspirações da alma humana. Por isso, - disse Francisco -, as instituições são chamadas a recuperar uma estratégia de longo prazo, voltada à promoção da pessoa humana e da pacífica convivência.
O Santo Padre recordou ainda que é verdade que os juízes são chamados a intervir na presença de uma violação da regra, mas também é verdade que a reafirmação da regra não é só um ato dirigido somente a uma pessoa, mas supera sempre o caso individual para interessar a comunidade no seu conjunto. Neste sentido todo pronunciamento judiciário ultrapassa o confim do processo para abrir-se e tornar-se ocasião na qual toda a comunidade se reencontra ao redor daquela regra, reafirma o seu valor, e ainda mais importante, se identifica nela.
Homem criado à imagem de Deus
Nesta época se coloca um acento particular sobre o tema dos direitos humanos, que constituem o núcleo fundamental do reconhecimento da dignidade essencial do homem. Isso deve ser feito sem abusar dessa categoria querendo aplicar práticas e comportamentos que, ao invés de promover e garantir a dignidade humana, na realidade a ameaçam ou até mesmo a violam. E Francisco concluiu:
“A justiça não se faz de modo abstrato, mas considerando sempre o homem no seu valor real, como ser criado à imagem de Deus e chamado a realizar, aqui na terra, a sua semelhança”.
Fonte: Radio Vaticano 

12 de jun. de 2015

Papa recebe premiê da Polônia que já prepara visita do Pontífice em 2016

12/06/15

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu, na manhã desta sexta-feira (12/06), no Vaticano, a Primeira Ministra da Polônia, Ewa Kopacz, que, logo a seguir, foi recebida também pelo Secretário para as Relações com os Estados, Dom Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, foi apreciada a serena e eficaz colaboração para a preparação da visita que o Papa Francisco fará à Polônia, em 2016, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Foi destacada ainda a contribuição positiva da Igreja na Polônia, no atual contexto socioeconômico e sobre algumas questões de caráter ético.
Durante os colóquios houve também um intercâmbio de pontos de vista sobre a situação internacional, com particular atenção à Ucrânia. 
Fonte: Rádio Vaticano 

Papa aos Sacerdotes: "Evangelizar é um ato de amor para com o povo"

12/06/15

Rádio Vaticano (RV) – Por ocasião da Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, que a liturgia celebra, nesta sexta-feira, o Santo Padre deixou o Vaticano, na parte da tarde, para celebrar, na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma, a uma Santa Missa e fazer uma meditação aos sacerdotes que estão participando do III Retiro Mundial de Sacerdotes.


O Retiro de três dias, que teve início na última quarta-feira, na Basílica Lateranense, é promovido pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática e pela Fraternidade Católica, e tem como tema: “Chamados à santidade para a nova evangelização”. A meditação desta manhã foi feita pelo Padre Jonas Abib, fundador da Comunidade “Canção Nova”, sobre o tema: “Deixa que o amor de Deus te transforme”.
Com um canto, em diversas línguas, o Bispo de Roma foi recebido na Basílica de São João de Latrão, por mais de mil sacerdotes, provenientes de diversas partes do mundo, entre os quais se encontravam alguns Cardeais, Bispos e Arcebispos, Diáconos e numerosas religiosas e seminaristas.
Em sua meditação, pronunciada espontaneamente em espanhol, o Papa tratou o tema “Transformados pelo amor e por amor”, dividido em cinco partes: “reunidos, reconciliados, transformados, fortificados e enviados”, com citações bíblicas e com base na sua Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” (“O Evangelho da Alegria”).
Como é belo, disse o Papa, ver Bispos e sacerdotes reunidos no amor e na caridade, e próximos ao Povo de Deus, como os primeiros discípulos e Apóstolos, que se reuniam em torno da Palavra de Deus, inspirados pelo Espirito Santo.
Além do numeroso clero presente, Francisco expressou sua alegria também por ver tantas mulheres, que participavam daquele momento de reflexão. Elas não são sacerdotes, ponderou, mas estavam presentes no Cenáculo, quando o Espirito Santo desceu sobre os Apóstolos. Elas representam o gênio feminino na Igreja; elas são uma graça. Não nos esqueçamos, disse o Papa, que a Igreja é mulher!
As mulheres presentes, afirmou o Bispo de Roma, são imagem e figura da Igreja e da Mãe da Igreja, Maria. E, aproveitando para agradecer a colaboração que prestam em âmbito eclesial, recordou: “A Igreja é Esposa de Cristo, logo a Igreja é Mulher, é Mãe do povo de fiéis cristãos". Não é “feminismo”, explicou o Papa, dizer que Maria é bem mais importante que os Apóstolos.
Depois, recordando este dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, o Pontífice afirmou que os “sacerdotes” são transformados por amor, por amor trinitário. O chamado ao sacerdócio é, antes de tudo, um chamado de amor e a nossa resposta deve ser uma resposta de amor.
Quando um sacerdote esta apaixonado por Jesus se nota! Apesar de passar por momentos de dificuldade, ele se aproxima do sacrário e dialoga, com amor, com o seu Senhor... Trata-se de um dialogo de amor e não hipócrita. Este encontro amoroso com o seu Senhor, anima o sacerdote na sua missão e ministério. Por isso, o Papa acrescentou:
“O primeiro motivo para evangelizar é o amor de Jesus; o amor de Jesus que recebemos; é a experiência de sermos salvos por Ele, que nos incentiva e encoraja a amar sempre mais. Todo sacerdote tem suas debilidades, não obstante, Jesus o coloca a serviço do seu povo”.
Desta forma, disse o Bispo de Roma, é o amor que nos leva a evangelizar, a levar a mensagem de Jesus, a falar do seu Amado. Quando sentimos o desejo de comunicá-Lo aos outros, devemos dobrar os joelhos, recolher-nos em oração e pedir-lhe que volte a atrair-nos ao seu amor.
Assim, o sacerdote sente o carinho do Senhor, o busca, o ama e o transmite aos outros de modo genuíno e renovado. E exortou os sacerdotes a amar, a deixar-se amar, a abrir seus corações a Jesus e dizer-lhe: “Aqui estou, Senhor!”
Ao concluir sua meditação aos milhares de sacerdotes presentes na Basílica, o Santo Padre respondeu a algumas perguntas feitas por representantes de diversos países. Assim, o Papa passou à celebração da Santa Missa da solenidade do Sagrado Coração de Jesus! 

Fonte: Rádio Vaticano 

Namoro, noivado e casamento

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém (PA)

Neste final de semana ocorrem comemorações que tocam de perto o coração. Santo Antônio é celebrado com manifestações religiosas e festas populares típicas do mês de junho. Pela sua fama de "casamenteiro", a véspera de sua festa é dia dos namorados. E o Calendário litúrgico traz a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, para o qual se votaram os santos, homens e mulheres que aceitaram o desafio da vivência do amor que brota do mistério de amor do Divino Coração, que assumiu e elevou à máxima dignidade as realidades humanas.
Desejo mais uma vez fazer propaganda do namoro e do noivado, como passos em preparação ao Matrimônio, que é a forma cristã de viver o casamento. A pressa com que se estabelecem tantas vezes os vínculos, por isso mesmo volúveis, não respeita a necessidade de amadurecimento do amor. Quando a expressão e a realidade do "ficar" dos adolescentes, jovens e até adultos se espalha, como vemos em nosso tempo, a consequência é a fragilidade da família. Basta verificar a quantidade de crianças que são geradas sem o necessário sustento de um relacionamento equilibrado sólido e duradouro entre homem e mulher, capaz de oferecer as condições indispensáveis ao crescimento sadio da personalidade. Que o digam tantos avós que assumem a função de pais, mães e provedores. Sem estes verdadeiros heróis e heroínas o quadro seria ainda mais perturbador.
Namoro é tempo de conhecimento, valorização da diversidade dos gêneros, aprendizado do diálogo e da capacidade de escolha e, devo dizer com toda força, não é tempo de iniciação sexual precoce e irresponsável. Se tal posição é considerada por muitos como conservadora, ela o é por convicção pessoal e pela constatação dos dramas em que resultaram as facilitações irresponsáveis que nossa geração tem cultivado.
Noivado! Quando presido uma bênção de noivado, costumo dizer que esta é a festa da palavra dada, para que noivo e noiva exercitem a confiança mútua. Recentemente o Papa Francisco incluiu em suas catequeses sobre a família um oportuno ensinamento sobre esta etapa na preparação do matrimônio, no qual veio em relevo justamente o tema na confiança, do qual considerei oportuno transcrever em grande parte, por ocasião do Dia dos Namorados e a Festa de Santo Antônio.
Diz o Papa, em sua já proverbial capacidade de ir com clareza aos pontos essenciais: "O noivado é o tempo durante o qual os dois estão chamados a fazer um bom trabalho sobre o amor, um trabalho profundo, participado e partilhado. Descobrindo-se pouco e pouco reciprocamente: ou seja, o homem 'aprende' a mulher aprendendo esta mulher, a sua noiva; e a mulher 'aprende' o homem aprendendo este homem, o seu noivo. Não subestimemos a importância desta aprendizagem: é um compromisso bom, e o próprio amor o exige, porque não é apenas uma felicidade despreocupada, uma emoção encantada. A narração bíblica fala da criação inteira como de um bom trabalho de amor de Deus; o livro do Gênesis diz que 'Deus viu o que fizera, e era coisa muito boa' (Gn 1, 31). Só no final, Deus 'repousou'. Compreendemos assim que o amor de Deus, que deu origem ao mundo, não foi uma decisão extemporânea. Não! Foi um trabalho bom. O amor de Deus criou as condições concretas de uma aliança irrevogável, sólida, destinada a durar. A aliança de amor entre o homem e a mulher, aliança para a vida, não se improvisa, não se faz de um dia para outro. Não há o matrimônio rápido: é preciso trabalhar sobre o amor, é necessário caminhar. A aliança do amor do homem e da mulher aprende-se e aperfeiçoa-se. Permiti que eu diga que é uma aliança artesanal. Fazer de duas vidas uma só, é quase um milagre, um milagre da liberdade e do coração, confiado à fé".
E o Papa entra em detalhes que podem ser libertadores para muitos casais de noivos: "As nossas coordenadas sentimentais entraram um pouco em confusão. Quem pretende tudo e imediatamente, depois também cede sobre tudo — e já — na primeira dificuldade ou na primeira ocasião. Não há esperança para a confiança e a fidelidade da doação de si, se prevalece o hábito de consumir o amor como uma espécie de integrador do bem-estar psicofísico. Não é isto o amor! O noivado focaliza a vontade de preservar juntos algo que nunca deverá ser comprado ou vendido, atraiçoado ou abandonado, por mais aliciadora que seja a oferta".
E Papa Francisco abre uma meditação profunda, à disposição de quem tem vocação ao matrimônio: "Também Deus, quando fala da aliança com o seu povo, algumas vezes fá-lo em termos de noivado. No Livro de Jeremias, ao falar ao povo que se tinha afastado dele, recorda-lhe quando o povo era a 'noiva' de Deus e diz assim: 'Lembro-me da tua afeição quando eras jovem, de teu amor de noivado' (2, 2). E Deus fez este percurso de noivado; depois faz também uma promessa no Livro do Profeta Oseias: 'Então te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor' (2, 21-22). É um longo caminho o que o Senhor faz com o seu povo neste percurso de noivado. No final Deus desposa o seu povo em Jesus Cristo: em Jesus desposa a Igreja. O Povo de Deus é a esposa de Jesus. Mas quanto caminho a ser feito!" Este é o noivado com que a Igreja sonha e quer anunciar!
Enfim, o Casamento, Sacramento do Matrimônio na visão do Papa e da Igreja: "A Igreja, na sua sabedoria, conserva a distinção entre ser noivos e ser esposos — não é o mesmo — precisamente em vista da delicadeza e da profundidade desta verificação. Estejamos atentos a não desprezar com superficialidade este ensinamento sábio, que se nutre também da experiência do amor conjugal felizmente vivido. Os símbolos fortes do corpo possuem as chaves da alma: não podemos tratar os vínculos da carne com superficialidade, sem causar ao espírito alguma ferida perene (1 Cor 6, 15-20). Sem dúvida, a cultura e a sociedade de hoje tornaram-se bastante indiferentes à delicadeza e à seriedade desta passagem. E por outro lado, não se pode dizer que sejam generosas com os jovens que estão seriamente intencionados a constituir uma família e a ter filhos! Ao contrário, muitas vezes levantam numerosos impedimentos, mentais e práticos. O noivado é um percurso de vida que deve amadurecer como a fruta, é um caminho, até ao momento que se torna matrimônio".
E chegamos com o Papa Francisco até aos Cursos de Noivos! "Os cursos pré-matrimoniais são uma expressão especial da preparação. E nós vemos tantos casais, que talvez chegam ao curso um pouco contra a vontade, 'Mas estes padres obrigam-nos a fazer um curso! Mas por que? Nós sabemos!'... e vão contra a vontade. Mas depois ficam contentes e agradecem, porque com efeito encontraram ali a ocasião — muitas vezes única, para refletir sobre a sua experiência em termos não banais. Sim, muitos casais estão juntos há muito tempo, talvez até na intimidade, por vezes convivendo, mas não se conhecem de verdade. Parece estranho, mas a experiência demonstra que é assim. Por isso deve ser reavaliado o noivado como tempo de conhecimento recíproco e de partilha de um projeto. O caminho de preparação para o matrimônio deve ser organizado nesta perspectiva, servindo-se também do testemunho simples mas intenso de casais cristãos."
Aos namorados, aos noivos e aos casados chegue o abraço amigo e a bênção da Igreja, para que busquem no Coração de Jesus a fonte do amor verdadeiro. E que encontrem em Santo Antônio a intercessão e os ensinamentos que os ajudem a realizar esta magnífica vocação do matrimônio.

Fonte: CNBB 

Bispos do Estado de São Paulo divulgam notas sobre Parada Gay e Ideologia de Gênero.

Os bispos do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo) reunidos em Aparecida (SP) para a 78ª. Assembleia dos Bispos, divulgaram duas notas.
Segue as notas na íntegra:
MENSAGEM AOS CATÓLICOS E A TODOS OS CIDADÃOS
Nós, Bispos Católicos das Dioceses do Estado de São Paulo, reunidos na 78ª Assembleia do Regional Sul I da CNBB, diante dos acontecimentos da recente “parada gay 2015”, ocorrida na cidade de São Paulo, com claras manifestações de desrespeito à consciência religiosa de nosso povo e ao símbolo maior da fé cristã, Jesus crucificado, em nome da verdade que cremos, vimos através desta, como pastores do Povo de Deus:
  1. Afirmar que a fé cristã e católica, e outras expressões de fé encontram defesa e guarida na Constituição Federal: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” (artigo 5º, inciso VI).
  2. Lembrar que todo ato de desrespeito a símbolos, orações, pessoas e liturgias das religiões constitui crime previsto no Código Penal: “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” (Art. 208 do Código Penal).
  3. Apelar aos responsáveis pelo Poder Público, guardiães da Constituição e responsáveis pela ordem social e pelo estado democrático de direito, que defendam o direito agredido.
  4. Expressar nosso repúdio diante dos lamentáveis atos de desrespeito ocorridos; queremos contribuir com o bem-estar da sociedade, pois somos, por força do Evangelho, construtores e promotores da liberdade e da paz.
  5. Manifestar nossa estranheza ao constatar um evento, como citado seja autorizado e patrocinado pelo poder público, e utilizado para promover atos que afrontam claramente o estado de direito que a Constituição garante.
  6. Lembrar a todos as atitudes firmes do Papa Francisco quanto ao respeito pelo ser humano, aos mais pobres, aos mais simples, à religiosidade popular.
  7. Recordar aos católicos que a profanação de símbolos religiosos pede de nós um ato de desagravo e de satisfação religiosa, pela oração e pela penitência, pedindo ao Senhor Deus perdão pelos pecados cometidos e a conversão dos corações.
  8. Reafirmar, iluminados pelo Evangelho e conduzidos pelo Espírito Santo, nosso respeito a todas as pessoas, também a quem pensa diferente de nós. E convidamos os católicos e pessoas de boa vontade a contribuírem, em tudo, para a edificação da justiça e da paz, do respeito a Deus e ao próximo.
Por fim, confirmamos nosso seguimento a Jesus Cristo e damos testemunho da beleza de nossa fé católica, na certeza de que, assim, contribuímos para o bem da sociedade, anunciando o que de melhor recebemos: Jesus Cristo crucificado, “força e sabedoria de Deus” (1Cor 1,23s), fonte de toda misericórdia.
Aparecida, 11 de junho de 2015.
Memória Litúrgica do Apóstolo São Barnabé
Dom Odilo Pedro SchererPresidente do Regional Sul I – CNBB
 Dom Moacir SilvaVice-Presidente do Regional Sul I – CNBB
 Dom Tarcísio ScaramussaSecretário do Regional Sul I – CNBB
* * *
NOTA DO REGIONAL SUL 1/CNBB SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO
Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores dos Municípios, 
educadores e pais no Estado de São Paulo;
Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão de Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o próximo decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos, além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas, grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar da produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue, no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação:
A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as expressões da ideologia de gênero.
Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram novamente, em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação, tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar a natural diferença sexual.
A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o processo educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em razão de sua orientação sexual.
A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.
As consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.
Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira.
Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número 4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).
Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na escola.
Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a orientação sexual.
Deus abençoe a todos que trabalham na educação das crianças, adolescentes e jovens.
Aparecida, 11 de junho de 2015.
Cardeal Dom Odilo Pedro SchererPresidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
 Dom Moacir SilvaVice-Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
 Dom Tarcísio ScaramussaSecretário do Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB

11 de jun. de 2015

Papa: Matrimônio não é forma de compensação afetiva

11/06/2015

“Nessa evangelização renovada vocês não estão sozinhos. Podem contar com os seus sacerdotes. Junto com eles vocês sentem a urgência de uma pastoral vocacional ativa que, apoiando nas orações a Deus, conscientize as famílias, as paróquias e toda a comunidade cristã a fim de que os jovens se coloquem à disposição do chamado de Deus”, disse ainda Francisco.
Formação sacerdotal
O Papa encorajou os bispos a cuidarem bem da formação sacerdotal, tanto na preparação teológica e eclesial quanto na maturidade humana, arraigada numa espiritualidade sólida e caracterizada por uma abertura capaz de discernir a realidade do mundo em que vivemos.
“Para o crescimento e o caminho de suas comunidades é preciosa a presença de homens e mulheres de vida consagrada. Especialmente neste Ano a eles dedicado é oportuno fazê-los entender que não são apreciados somente pelos serviços que prestam, mas pela riqueza intrínseca de seus carismas e seu testemunho, pois difundem em meio ao povo o perfume de Cristo, seguido na vida dos conselhos evangélicos. Os consagrados precisam ser apoiados espiritualmente e materialmente por meio de celebrações comuns e momentos de encontro e espiritualidade intensa para favorecer a familiaridade e o conhecimento recíproco, reforçar o sentido de pertença à Igreja particular e a disponibilidade em colaborar para a sua edificação.”
Papel dos leigos
Segundo Francisco, “o envolvimento dos fiéis leigos é indispensável na missão evangelizadora”. “Vocês podem contar com o compromisso de muitos católicos em várias atividades eclesiais. Os leigos levam adiante aquelas responsabilidades que, segundo o ensinamento do Concílio Vaticano II, eles são chamados a assumir no campo cultural, social, político, mas também caritativo e catequético”, sublinhou ainda o pontífice.
O Santo Padre disse que aos bispos é “confiada a tarefa de vigiar e incentivar para que no âmbito diocesano e paroquial, como também nas associações e nos movimentos eclesiais, os leigos possam formar suas consciências e aprofundar o seu sentido de Igreja, em particular no conhecimento de sua Doutrina Social. Os fiéis leigos são o trâmite vivo entre o que nós pastores pregamos e os vários ambientes sociais. Que eles sintam sempre perto o coração da Igreja”. 
Francisco disse ainda que os bispos e os leigos devem manter contato cotidiano com outras tradições cristãs presentes em seu território a fim de incentivar o diálogo ecumênico, tão necessário hoje, em vista da paz social às vezes abalada por diferenças étnicas e linguísticas.
Promoção da família
O pontífice pediu aos bispos para que eles “partilhem o desejo de promover a família como dom de Deus para a realização do homem e da mulher criados à sua imagem e como célula fundamental da sociedade, lugar onde se aprende a conviver na diferença e onde os pais transmitem a fé aos filhos”. 
“Constatamos que hoje o matrimônio é muitas vezes considerado uma forma de gratificação afetiva que pode se constituir de qualquer forma e se modificar segundo a sensibilidade de cada um. Infelizmente, essa concepção redutiva influi também na mentalidade dos cristãos, provocando a facilidade em recorrer ao divórcio e separação. Nós pastores somos chamados a nos interrogar sobre a preparação ao matrimônio dos noivos e também como ajudar os que vivem essas situações para que os filhos não se tornem as primeiras vítimas e os cônjuges não se sintam excluídos da misericórdia de Deus e da solicitude da Igreja, mas sejam ajudados no caminho de fé e educação cristã dos filhos”, destacou Francisco.
Crise econômica
O Papa sublinhou ainda que a crise econômica e social que afetou também esses dois países favoreceu a migração e muitas vezes em suas comunidades eclesiais se encontram famílias que precisam de uma atenção pastoral especial. “A ausência do pai ou da mãe em muitas famílias provoca uma fatiga maior do outro cônjuge no crescimento dos filhos. Para essas famílias é realmente preciosa a sua atenção, a caridade pastoral de seus sacerdotes e a proximidade da comunidade”, disse o Papa.
Francisco disse aos bispos da Letônia e Estônia que eles podem contar, em seu ministério, com o seu afeto e apoio, e com a proteção de Maria e São Meinardo.

Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Papa: combater escravidão do consumismo para derrotar a fome

11/06/2015

Cidade do Vaticano (RV) – O problema da fome e como derrotá-lo estiveram no centro do discurso que o Papa fez na manhã desta quinta-feira (11/06), ao receber cerca de 450 participantes da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em andamento em Roma até o dia 13 de junho.
Em seu discurso, Francisco saudou de modo especial o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, reeleito para um novo mandato à frente da instituição no decorrer da Conferência.
“O acesso ao alimento necessário é um direito de todos e os direitos não permitem exclusões”, afirmou o Papa, recordando que o combate à fome não se faz somente através de estratégias e planejamentos, mas é ação e um imperativo que não se pode delegar a terceiros.
“Ás vezes a sensação é de que a fome seja um argumento impopular, um problema irresolvível, que não encontra soluções no arco de um mandato legislativo ou presidencial e, portanto, não garante consensos. Falta vontade de assumir compromissos vinculantes”, advertiu o Papa, que criticou também a disparidade de situação entre o Sul e o Norte do mundo. No Sul, debate-se ainda sobre a quantidade de alimentos, enquanto o Norte preocupa-se com a qualidade.
Desperdício
O Pontífice declara-se preocupado com as estatísticas sobre o desperdício, pois um 1/3 dos alimentos produzidos acaba no lixo. Os produtos da terra têm um valor que poderíamos dizer “sagrado”, afirmou o Papa, porque é fruto do trabalho cotidiano de pessoas, famílias e comunidades de camponeses. “É preciso então tentar assumir com mais decisão o esforço para modificar os estilos de vida. A sobriedade não se opõe ao desenvolvimento, pelo contrário, é evidente que se tornou a sua condição.”
Outro motivo de preocupação para Francisco são as mudanças climáticas, que levam ao deslocamento forçado de populações e a tantos dramas humanitários por falta de recursos. Um desses recursos é a água, que já se tornou causa de conflitos. “Não basta afirmar que existe um direito à água sem agir para tornar sustentável o consumo deste bem e eliminar todo desperdício.”
Empresas transnacionais
Além da água, o Pontífice apontou para a posse das terras cultiváveis, que estão sempre mais destinadas a empresas transnacionais. Para ele, esta política não só priva os agricultores de um bem essencial, mas ameaça diretamente a soberania dos países.
“São muitas as regiões em que os alimentos produzidos vão para o exterior e a população local se empobrece duplamente porque não tem nem alimentos nem terra. E que dizer das mulheres que em muitas regiões não podem possuir os terrenos que cultivam, com uma disparidade de direitos?” E sabemos que no mundo a produção mundial de alimentos é em grande parte obra de empresas familiares”, disse o Papa, pedindo para que a FAO reforce os projetos em favor das famílias.
Como derrotar a fome
Nestes esforços da FAO, Francisco garantiu o suporte da Igreja e de suas instituições e concluiu:
“Devemos começar pela nossa cotidianidade se quisermos mudar os estilos de vida, conscientes de que os nossos pequenos gestos podem garantir a sustentabilidade e o futuro da família humana. E depois continuemos a luta à fome sem segundos fins! As projeções da FAO dizem que até 2050, com nove bilhões de habitantes no planeta, a produção deve aumentar e até mesmo duplicar. Ao invés de nos impressionarmos diante dos dados, modifiquemos a nossa relação com os recursos naturais, com o uso dos terrenos, os consumos, sem cair na escravidão do consumismo, eliminando o desperdício: assim derrotaremos a fome."
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Francisco: "verdadeiros cristãos servem gratuitamente"

11/06/2015 

Cidade do Vaticano (RV) – “Caminho, serviço e gratuidade”: é o trinômio sobre o qual o Papa desenvolveu sua homilia na missa matutina na Casa Santa Marta, quinta-feira (11/06).

O Pontífice frisou que um discípulo é chamado a caminhar para servir e a anunciar o Evangelho gratuitamente, vencendo o engano “que a salvação vem das riquezas”.
Comentando o trecho do Evangelho em que Jesus envia os discípulos a anunciar a Boa Nova, o Papa disse que Jesus não lhes aponta um caminho ‘passeio’, mas os envia com uma mensagem: anunciar o Evangelho, sair para levar a Salvação, o Evangelho da Salvação.
Levar a Boa Nova
“Este – acrescentou – é o dever que Jesus dá a seus discípulos. Se um discípulo fica parado e não sai, não dá o que recebeu no Batismo aos outros, não é um verdadeiro discípulo de Jesus: falta-lhe a missionariedade, já que não sai de si mesmo para levar o bem aos outros”.
“O percurso do discípulo de Jesus é ir além para levar esta Boa Notícia, mas há outro também: o percurso interior, o percurso dentro de si, o percurso do discípulo que procura o Senhor todos os dias na oração, na meditação. O discípulo deve fazer este percurso porque se não buscar sempre a Deus, o Evangelho que levará aos outros será um Evangelho frágil, aguado, sem força”.
Um discípulo que não serve não é cristão
“Este duplo percurso – disse – é o duplo caminho que Jesus quer de seus discípulos. Há ainda a segunda palavra: ‘Servir’. Um discípulo que não serve aos outros – disse o Papa – não é cristão. Ele deve fazer o que Jesus pregou nos dois alicerces do cristianismo: as Bem-aventuranças e o ‘protocolo’ com o qual seremos julgados. Estes dois alicerces – advertiu – são a base própria do serviço evangélico”:
“Se um discípulo não caminha para servir não serve para caminhar. Se a sua vida não é para o serviço, não serve para viver como cristão. E ali está a tentação do egoísmo: ‘Sim, eu sou cristão, eu estou em paz, eu me confesso, vou à missa, cumpro os mandamentos'. Mas o serviço aos outros: o serviço a Jesus nos doentes, nos encarcerados, nos famintos, nos despidos. É o que Jesus nos disse que devemos fazer, porque Ele está ali! O serviço a Cristo nos outros”.
Servir gratuitamente, contrastar engano das riquezas
A terceira palavra é “gratuidade”. “Gratuitamente vocês receberam, gratuitamente devem dar”, é a advertência de Jesus. “O caminho do serviço é gratuito – sublinhou –, porque nós recebemos a salvação gratuitamente, pura graça: nenhum de nós comprou a salvação, nenhum de nós a mereceu. É pura graça do Pai em Jesus Cristo, no sacrifício de Jesus Cristo”:
“É triste quando se encontram cristãos que se esquecem destas Palavras de Jesus: “Gratuitamente vocês receberam, gratuitamente devem dar”. É triste quando encontramos comunidades cristãs, sejam paróquias, congregações religiosas, dioceses, quaisquer que sejam as comunidades cristãs, que se esquecem da gratuidade, porque por trás disso e sob isso há o engano (de presumir) que a salvação vem da riqueza, do poder humano”.
Três palavras, disse o Papa, “como um caminho para anunciar. Serviço: a vida do cristão não é para si mesmo, é para os outros, como foi a vida de Jesus”. E terceiro: “gratuidade. A nossa esperança está em Jesus Cristo, que nos envia uma esperança que nunca desilude”. Mas, advertiu, “quando a esperança está na própria comodidade do caminho ou a esperança esta no egoísmo de buscar as coisas por si mesmo e não servir os outros, ou quando a esperança está nas riquezas ou nas pequenas seguranças mundanas, tudo isso desmorona. O próprio Senhor o faz desmoronar”.
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...