14 de fev. de 2015

Em 17 de maio, quatro Beatas serão elevadas à honra dos altares

Cidade do Vaticano (RV) – Após criar os novos Cardeais, o Papa Francisco presidiu o Consistório que abre caminho para a canonização de três religiosas Beatas. Trata-se da Irmã Giovanna Emilia de Villeneuve, fundadora da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres; Maria de Jesus Crucificado, monja professa da Ordem Carmelita Descalça e Maria Alfonsina Danil Ghattas, fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém. As três serão canonizadas em 17 de maio próximo, junto a Maria Cristina da Imaculada Conceição.
Giovanna Emilia de Villeneuve
“É por Deus que vos deixo, quero servir os pobres, porque devemos ir onde a voz dos pobres nos chama”. Assim Emília, em 1836, com 25 anos, despediu-se de seu pai, o Marquês Louis de Villeneuve, para fundar, junto com outras duas jovens, uma nova Congregação consagrada a Imaculada Conceição. Elas passaram a ser chamadas de “irmãs azuis” devido à cor do hábito que vestiam, um sinal da proteção do manto de Maria que a fundadora queria que fosse visível, em uma época em que todas as religiosas vestiam-se de preto.
O amor pelos outros e o impulso pelas atividades sociais ela aprendeu justamente do pai, que dentro de sua indústria que trabalhava com coro, criou uma sociedade de socorro recíproco,  promovendo, entre outros, cursos de alfabetização para os jovens. Mas foi a morte prematura da mãe e da irmã que fez com que ela se aproximasse da Virgem, que logo torna-se sua companheira de viagem. A experiência da morte lhe ensinou que a vida não é a única coisa importante nesta terra, mas “se deve ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus, ouvir a sua Palavra, recolher-se em momentos de oração profunda para aprender a olhar o mundo com os olhos de Jesus”. Com as suas novas irmãs, passa a viver ao lado dos doentes, dos encarcerados e prostitutas, para mostrar-lhes que Deus os ama, até sua morte por cólera em 1853.
Maria de Jesus Crucificado
Mariam vinha de Nazaré e tinha o mesmo nome da Virgem. Após professar os votos no Carmelo de Pau, na França, assumiu o nome de Maria de Jesus Crucificado. “Uma pequena árabe obediente até ao milagre”, a definia sua Madre Superiora, que lhe foi próxima quando os místicos dons dos quais era rica começaram a se manifestar. Humilde e iletrada, Maria incialmente esconde os estigma que lhe sangravam no dia da Paixão de Cristo, acreditando ter contraído lepra. Também não contou sobre as experiências de êxtases e da bilocação, que atribuía à própria incapacidade de permanecer acordada enquanto rezava. Após, quando se viu a compor salmos, algo que o seu analfabetismo lhe impossibilitaria, entendeu: “A quem me assemelho, Senhor? Aos passarinhos implumados em seus ninhos. Se o pai e a mãe não lhes levam a comida, morrem de fome. Assim é a minha alma sem você: não tem sustento, não pode viver”.
Por meio dela, o Senhor quis que fosse construído um Carmelo em Belém, para onde se transfere, e após um em Nazaré. Além do contínuo diálogo com o Espírito Santo, Mariam começou a receber também as visitas do maligno que a perseguia e a obsessionava. Mas quanto mais a atormentava, mais ela se aproximava de Deus. Por fim, disse exausta: “Chama-me para ti!”. A resposta a este pedido veio em 1878, sendo então enterrada no convento carmelita de Belém, onde todas já a chamavam de “kedise”, a “santa”.
Maria Alfonsina Danil Ghattas
Palestina era também Sultaneh, de 15 anos, filha de Danil Ghattas, que com o hábito religioso sobre o Santo Calvário passou a fazer parte das Irmãs de São José da Aparição com o nome de Maria Alfonsina. Mas não era este o seu destino. A Virgem apareceu a ela pela primeira vez no dia da Epifania de 1874 e após novamente no mês a ela consagrado, maio, inspirando-a a fundar uma nova Congregação: as Irmãs do Santíssimo Rosário de Jerusalém, a primeira inteiramente feminina presente na Terra Santa. Era esta a missão da Beata: promover o papel da mulher na sua amada pátria terrena; uma tarefa dificílima também para quem, como ela, tinha uma confiança total na divina Providência.
Iniciou sua missão com novas irmãs, ocupando-se do ensino religioso para vencer o analfabetismo imperante, mas logo a Congregação se difunde, tanto que hoje é considerada como o braço direito do Patriarcado Latino nos países árabes, onde se ocupam de escolas, paróquias e outras instituições diocesanas. Silenciosa e humilde até desaparecer dentro da oração do Santo Rosário, entrega a alma ao Pai enquanto recitava os 15 mistérios, na noite de 25 de março de 1927. (JE)
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Consistório para a criação de 20 novos cardeais: "serviço de amor e caridade à Igreja"

14/02/2015

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu, na manhã deste sábado, na Basílica Vaticana, ao Consistório Ordinário Público de 2015, durante o qual foram criados 20 novos Cardeais, 15 Eleitores e 5 Eméritos, provenientes de 14 países. Quatro deles contam pela primeira vez com uma sede cardinalícia: Cabo Verde, Panamá, Tonga e Myanmar (Birmânia), o que reforça a diversidade e universalidade do Colégio dos Cardeais. O Papa Emérito Bento XVI participou da cerimônia.
Com a realização deste Consistório, o segundo do Pontificado do Papa Francisco, o Colégio Cardinalício fica agora composto de 227 Cardeais, dos quais 125 eleitores e 102 não-eleitores. Os Cardeais provenientes da Europa são 118; da América do Norte, 27; da América do Sul, 26; da América Central, 8; da Ásia, 22; da África, 21 e da Oceania, 5.
O Santo Padre deu início à celebração do Consistório, com um momento de oração, em silêncio, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro.
Durante a cerimônia do Consistório Público para a criação dos 20 novos Cardeais, após uma breve liturgia da Palavra, o Santo Padre fez uma alocução aos presentes, refletindo sobre a “dignidade cardinalícia”, que não é honorífica, como indica o próprio nome “cardeal”, que quer dizer junção cardinal, principal.
Não se trata de algo acessório, decorativo que leva a pensar a uma honorificência, mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da comunidade. Os Cardeais são incardinados na Igreja de Roma, que “preside à assembleia universal da caridade”. A Igreja de Roma tem uma função exemplar: presidir na caridade. Assim, toda Igreja particular é chamada a presidir na caridade.
Aqui, o Papa, referiu-se ao “hino da caridade”, da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, que constitui a palavra-chave da celebração deste Consistório para o ministério dos novos Cardeais e, de modo particular, para os que, hoje, passam a fazer parte do Colégio Cardinalício:
Quanto mais se amplia a responsabilidade dos Cardeais, a serviço da Igreja, tanto mais se deve ampliar seus corações, dilatar-se na medida do coração de Cristo. A “magnanimidade”, da qual fala o apóstolo Paulo, é, em certo sentido, sinônimo de catolicidade: é amar sem limites, com gestos concretos. Saber amar com gestos benévolos. A “benevolência” é a intenção firme e constante de querer sempre o bem para todos”.
Depois, São Paulo diz que a “caridade não é invejosa, não é arrogante, não é orgulhosa”. Trata-se de um verdadeiro milagre da caridade, porque nós, seres humanos, sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho por causa da nossa natureza ferida pelo pecado. As próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação.
Outro aspecto do “hino à caridade” do Apóstolo é que a “caridade não falta ao respeito, não procura o seu próprio interesse”. Estes dois pontos revelam que, quem vive na caridade, se descentraliza de si mesmo. O único e verdadeiro centro da Caridade é Cristo.
Paulo recorda ainda que a “caridade não se irrita, não leva em conta o mal recebido”. O pastor, que vive em contato com as pessoas, não está isento de se irritar. Mas, só a caridade nos livra do perigo de reagir impulsivamente, dizer e fazer coisas erradas; e, sobretudo, nos livra do risco mortal da ira em nosso interior. Isto não é aceitável para um homem de Igreja. 
A caridade, acrescenta o Apóstolo Paulo, “não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade”. Quem é chamado ao serviço de governar a Igreja deve ter um forte sentido da justiça e ver toda e qualquer injustiça como inaceitável, para si ou para a Igreja. Mas, ao mesmo tempo, se “rejubila com a verdade”. O homem de Deus é aquele que vive fascinado pela verdade. O povo de Deus deve sempre ver em nós verdadeiros homens que denunciam a injustiça e prestam alegre serviço à verdade.
Por fim, São Paulo recorda que a “caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Nestas quatro palavras, concluiu o Papa, encontra-se um verdadeiro programa de vida espiritual e pastoral para os Pastores da Igreja:
O amor de Cristo, infundido em nossos corações pelo Espírito Santo, permite-nos viver assim, ser assim, como pessoas capazes de perdoar sempre; dar sempre confiança, pela sua fé em Deus; infundir sempre esperança, pela esperança que vem de Deus. Tais pessoas sabem suportar, com paciência, todas as situações, em união com Jesus, que suportou com amor o peso de todos os nossos pecados”.
Ao término da sua reflexão, na cerimônia do Consistório Ordinário Público, o Papa Francisco recordou que “Deus é amor e realiza tudo, se formos dóceis à ação do Santo Espírito. Eis como devemos ser: “incardinados e dóceis”.
Quanto mais estivermos incardinados na Igreja que está em Roma, tanto mais devemos nos tornar dóceis ao Espírito, para que a caridade possa dar forma e sentido a tudo o que somos e fazemos. Incardinados na Igreja que preside na caridade, dóceis ao Espírito Santo, que derrama nos nossos corações o amor de Deus”.
O Papa concluiu sua alocução afirmando que Jesus é a Caridade encarnada. Por isso, invocou Maria, sua Mãe, para que nos ajude a acolher a Palavra e a seguir sempre este Caminho da caridade; que ela nos ajude, com a sua conduta humilde e terna de mãe, porque a caridade, dom de Deus, se desenvolve e cresce onde há humildade e ternura.
A cerimônia prosseguiu com a leitura, em latim, da fórmula de criação, que, depois, fizeram a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência ao Papa e aos seus Sucessores; receberam o barrete cardinalício e o anel, símbolo do amor pela Igreja.
Enfim, cada Cardeal recebeu seu título de uma igreja de Roma, que simboliza a participação na solicitude pastoral do Papa na cidade Eterna, bem como a bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz. (MT)
No final da cerimônia da criação dos 20 novos Cardeais, deu-se o Consistório Ordinário Público, presidido pelo Bispo de Roma, para a votação de três Causas de Canonização das seguintes beatas: Giovana Emília de Villeneuve (França, 1811-1854), Maria de Jesus Crucificado (Palestina, 1846-1878) e Maria Afonsina Danil Ghattas (Palestina, 1843-1927).
Na tarde deste sábado, os 20 novos Cardeais recebem a chamada “visita de cortesia”, durante a qual são cumprimentados pelos seus convidados, em diversas salas da Residência Apostólica, no Vaticano.
Eis a homilia na íntegra:
Amados Irmãos Cardeais!
 A dignidade cardinalícia é certamente uma dignidade, mas não é honorífica. Assim no-lo indica o próprio nome – «cardeal» –, que evoca a «charneira», a junção cardinal, principal; não se trata, portanto, de algo acessório, decorativo que faça pensar a uma honorificência, mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da comunidade. Vós sois «junções cardinais» e estais incardinados na Igreja de Roma, que «preside à universal assembleia da caridade» (CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Lumen gentium, 13; cf. SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA, Carta aos Romanos, Prólogo).
 Na Igreja, toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. Também nisto a Igreja que está em Roma desempenha uma função exemplar: assim como ela preside na caridade, assim também cada Igreja particular é chamada, no seu âmbito, a presidir à caridade e na caridade.
 Por isso, penso que o «hino à caridade» da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (cap. 13) possa constituir a palavra-orientadora para esta celebração e para o vosso ministério, de modo particular para aqueles de vós que hoje passam a fazer parte do Colégio Cardinalício. E far-nos-á bem – a começar por mim e vós comigo – deixarmo-nos orientar pelas palavras inspiradas do apóstolo Paulo, nomeadamente quando refere as características da caridade. Venha em nossa ajuda, nesta escuta, a Virgem Maria, nossa Mãe. Deu ao mundo Aquele que é o «caminho que ultrapassa todos os outros» (cf. 1 Cor 12, 31): Jesus, Caridade encarnada. Que Ela nos ajude a acolher esta Palavra e a seguir sempre por este Caminho; nos ajude com a sua conduta humilde e terna de mãe, porque a caridade, dom de Deus, cresce onde há humildade e ternura.
 São Paulo começa por nos dizer que a caridade é «magnânima» e «benévola». Quanto mais se amplia a responsabilidade no serviço à Igreja, tanto mais se deve ampliar o coração, dilatando-se de acordo com a medida do coração de Cristo. A magnanimidade é, em certo sentido, sinónimo de catolicidade: é saber amar sem limites, mas ao mesmo tempo fiéis às situações particulares e com gestos concretos. Amar o que é grande, sem negligenciar o que é pequeno; amar as coisas pequenas no horizonte das grandes, porque «non coerceri a maximo, contineri tamen a minimo divinum est». Saber amar com gestos benévolos. A benevolência é a intenção firme e constante de querer o bem sempre e para todos, incluindo aqueles que não nos amam.
 Depois, o Apóstolo diz que a caridade «não é invejosa, não é arrogante nem orgulhosa». Isto é verdadeiramente um milagre da caridade, porque nós, seres humanos (todos, e em todas as idades da vida), sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho por causa da nossa natureza ferida pelo pecado. E as próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação. Mas por isso mesmo, amados Irmãos, pode sobressair ainda mais em nós a força divina da caridade, que transforma de tal modo o coração que já não és tu que vives, mas Cristo que vive em ti. E Jesus é todo amor.
 Além disso, a caridade «não falta ao respeito, não procura o seu próprio interesse». Estes dois traços revelam que, quem vive na caridade, se descentralizou de si mesmo. A pessoa que vive auto-centralizada, inevitavelmente falta ao respeito e, muitas vezes, nem se dá conta disso, porque o «respeito» é precisamente a capacidade de ter em conta o outro, a sua dignidade, a sua condição, as suas necessidades. Quem está auto-centralizado, procura inevitavelmente o seu próprio interesse, parecendo-lhe isso normal, quase um dever. Tal «interesse» pode inclusivamente apresentar-se amantado com nobres revestimentos, mas por debaixo está sempre o «próprio interesse». Ao contrário, a caridade descentraliza-te, situando-te no único verdadeiro centro que é Cristo. Então, sim, podes ser uma pessoa respeitadora e atenta ao bem dos outros.
 A caridade, diz Paulo, «não se irrita, não leva em conta o mal recebido». Ao pastor que vive em contacto com as pessoas, não faltam ocasiões para se irritar. E o risco de se irritar é talvez ainda maior nas relações entre nós, irmãos, embora tenhamos efectivamente menos desculpa. Também disto é a caridade, e só a caridade, que nos liberta. Liberta-nos do perigo de reagir impulsivamente, dizer e fazer coisas erradas; e sobretudo liberta-nos do risco mortal da ira retida, «aninhada» no interior, que te leva a ter em conta os malefícios recebidos. Não. Isto não é aceitável no homem de Igreja. Entretanto se é possível desculpar uma indignação momentânea e imediatamente moderada, não se pode dizer o mesmo do rancor. Que Deus nos preserve e livre dele!
A caridade – acrescenta o Apóstolo – «não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade». Quem é chamado na Igreja ao serviço da governação deve ter um sentido tão forte da justiça que veja toda e qualquer injustiça como inaceitável, incluindo aquela que possa ser vantajosa para si mesmo ou para a Igreja. E, ao mesmo tempo, «rejubila com a verdade»: é uma bela expressão! O homem de Deus é alguém que vive fascinado pela verdade e que a encontra plenamente na Palavra e na Carne de Jesus Cristo. Ele é a fonte inesgotável da nossa alegria. Possa o povo de Deus encontrar sempre em nós a denúncia firme da injustiça e o serviço jubiloso da verdade.
 Por fim, a caridade «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta». Temos aqui, em quatro palavras, um programa de vida espiritual e pastoral. O amor de Cristo, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, permite-nos viver assim, ser assim: pessoas capazes de perdoar sempre; de dar sempre confiança, porque cheias de fé em Deus; capazes de infundir sempre esperança, porque cheias de esperança em Deus; pessoas que sabem suportar com paciência todas as situações e cada irmão e irmã, em união com Jesus, que suportou com amor o peso de todos os nossos pecados.
 Amados irmãos, nada disto provém de nós, mas de Deus. Deus é amor e realiza tudo isto, se formos dóceis à acção do seu Santo Espírito. Eis então como devemos ser: incardinados e dóceis. Quanto mais estivermos incardinados na Igreja que está em Roma, tanto mais nos devemos tornar dóceis ao Espírito, para que a caridade possa dar forma e sentido a tudo o que somos e fazemos. Incardinados na Igreja que preside na caridade, dóceis ao Espírito Santo, que derrama nos nossos corações o amor de Deus (cf. Rom 5, 5). Assim seja.
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

13 de fev. de 2015

Qual o segredo da alegria do cristão?

143917072-man-prays-to-god-gettyimages“O pecado é a tua tristeza, deixa que a santidade seja a tua alegria.” Santo Agostinho
A alegria do cristão não se confunde com prazer, que é a satisfação do corpo; é o bem estar da alma. É importante saber que a alegria não está nas coisas, mas em nós. As coisas nos dão prazer, mas nem sempre nos dão alegria, que é a felicidade da alma. A alegria nasce no interior de um espírito cultivado pela beleza, pela pureza e pelas virtudes. Esta é a alegria cristã, brota no bojo das virtudes.
São Paulo disse aos romanos: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração.
Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram.” (Rom 12, 12-16).
O Apóstolo recomenda três remédios contra a tristeza: esperança, paciência e oração. Em primeiro lugar é preciso esperança, que é uma virtude teologal, vem de Deus. Ele é a nossa esperança, a nossa força; Ele comanda o mundo e nada escapa de suas mãos; então, essa esperança traz a vida e a coragem de vencer a tristeza que sufoca a alma.
O salmista nos ensina: “Em silêncio, abandona-te ao Senhor, põe tua esperança nele”. (Sl 36,7)
Paul Claudel, um grande convertido francês, dizia que “uma alma que se eleva, é uma alma que canta”. Para cantar é preciso se elevar, isto é, cultivar no coração coisas boas e belas. O bom e o belo nos levam a cantar; é a alegria do espírito, que não se consegue com os simples prazeres da carne. O salmista sabia que a alegria viria depois da luta:
“Os que semeiam entre lágrimas, recolherão com alegria. Na ida, caminham chorando, os que levam a semente a espargir. Na volta, virão com alegria, quando trouxerem os seus feixes” (Sl 125,5-6).
Mas a alegria brota somente em um coração justo e cheio de esperança. Não pode haver alegria onde impera o pecado. Santo Agostinho dizia: “o pecado é a tua tristeza, deixa que a santidade seja a tua alegria”. “Para o justo é uma alegria a prática da justiça, mas é um terror para aqueles que praticam a iniquidade” (Prov. 21,15). “A luz resplandece para o justo, e a alegria é concedida ao homem de coração reto” (Sl 96,11). “Possam minhas palavras lhe ser agradáveis! Minha única alegria se encontra no Senhor” (Sl 103,34). “Brados de alegria e de vitória ressoam nas tendas dos justos” (Sl 117,15).
Você pode notar que as pessoas bondosas e caridosas são alegres e prestativas. A alegria é como que uma medida pela qual se pode julgar o grau de caridade de uma alma e até mesmo de um grupo de pessoas.
A alegria cristã brota do amor. “Nada se iguala ao sabor do pão partilhado”, disse Saint-Exupéry. Quando olhamos para as feridas dos outros, e as curamos, as nossas quase desaparecem; o mal é ficar morbidamente debruçado sobre nossas misérias. Isto nos leva ao mal da auto piedade e nos rouba a alegria.
Vimos que São Paulo recomenda a paciência. Quando o sofrimento está a nossa frente e nada podemos contra ele, resta então a paciência, com esperança, certo de que “não há bem que dure para sempre nesta vida, mas também não há mal que não se acabe”, como diz o povo.para_estar_menor
Impacientar-se diante da dor é o mesmo que aumentá-la; não se livra da tristeza desesperando-se diante dela ou, pior ainda, desanimando. Ao contrário, é preciso agir com a paciência sustentada pela esperança e pela fé em Deus, que tudo comanda. A Bíblia é repleta de exortações sobre a paciência; pois ela é a virtude dos mártires.
“O homem paciente esperará até um determinado tempo, após o qual a alegria lhe será restituída” (Eclo 1, 29).
“Vós, que temeis o Senhor, esperai nele; sua misericórdia vos será fonte de alegria” (Eclo 2, 9).
Por fim o Apóstolo recomenda rezar. Quem reza permanece alegre, porque Deus é a sua força e alegria; mas é preciso “orar sem cessar” e sem desanimar. O que quer dizer isso? É manter o espírito em Deus, ter a alma ligada a Deus, mesmo no trabalho, no volante do carro, no banho da criança, na parede que se levanta… elevar o espírito a Deus, sentir sua Presença, falar com Ele familiarmente, recomendar-se a Ele, entregar-lhe as preocupações e ansiedades, confiar Nele.
Rezar é também viver os Sacramentos. Que bem faz a santa Missa pela manhã! Que alegria entregar o dia a Jesus na Comunhão! “O temor do Senhor alegra o coração. Ele nos dá alegria, regozijo e longa vida” (Eclo 1, 12).
Como você pode notar nessas palavras, a alegria brota também no coração daquele que ama a Palavra de Deus e seus ensinamentos.
“Minha herança eterna são as vossas prescrições, porque fazem a alegria de meu coração (Sl 118,111). “Encontro minha alegria na vossa palavra, como a de quem encontra um imenso tesouro” (Sl 118,162).
Não nos é proibido desfrutar das saudáveis alegrias da vida; a presença dos filhos, um passeio agradável, um almoço festivo… mas tudo isso é transitório e deve apenas nos ajudar a viver em Deus e para Deus.
São Paulo manda alegrar-se em Deus. Deus está perto e tudo vê. Em Deus podemos nos alegrar continuamente, pois Ele não muda. Se você põe a sua alegria somente no seu time de futebol, já experimentou que essa alegria é alternada com muitas tristezas. O mesmo se dá se a raiz da nossa alegria forem as coisas que passam e que mudam.
O Apóstolo nos garante que assim “a paz de Deus guardará os nossos corações“.
“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus.” (Fil 4, 4-7)
Prof. Felipe Aquino

Que designações tem a ceia de Jesus e que significam?

eucaristia-1-300x215Distintos nomes designam este mistério insondável: Santo Sacrifício, Santa Missa, Missa Sacrificial, Ceia do Senhora, Fração do Pão, Assembleia Eucarística, Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição, Santa e Divina Liturgia, Sagrado Mistério, Sagrada Comunhão [1325-1332]
Santo Sacrifício, Santa Missa, Missa Sacrificial: o singular sacrifício de Jesus, que leva à plenitude todos os sacrifícios, torna-se presente na celebração eucarística. A Igreja e os crentes inserem-se com a sua própria entrega do sacrifício de Cristo. A palavra Missa provem da formula de despedida em língua latina Ite missa est, que significa <<Ide, sois enviados!>>
Ceia do Senhor: cada celebração eucarística continua a ser a única ceia que Jesus celebrou com os Seus discípulos e simultaneamente a antecipação da ceia que o Senhor celebrará com os redimidos no fim dos dias. Não somos nós que fazemos a celebração litúrgica; é o Senhor que nos chama a ela, onde está misteriosamente presente.
Função do Pão: a “fração do pão” era um antigo banquete ritual que Jesus aproveitou por ocasião da Última Ceia, para exprimir a Sua entrega <<por nós>> (Rm 8,32). Na “fração do pão”, os discípulos reconheceram-n’O após a ressurreição. A comunidade primitiva designava as suas celebrações eucarísticas por “fração do pão”.
Assembleia Eucarística: a celebração da Ceia do Senhor é também uma assembleia de “ação de graças”, na qual a Igreja encontra a sua expressão.
Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição: na celebração eucarística, não é a comunidade que é celebrada; antes, ela descobre e celebra de um modo sempre novo a passagem de Cristo à Vida, por meio do sofrimento e da morte.
Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios: na celebração eucarística unem-se, numa única festa, a Igreja celeste e a terrestre. Porque os dons eucarísticos em que Cristo está presente são, em certa medida, o que de mais santo se encontra no mundo, fala-se também do Santíssimo Sacramento.
Sagrada Comunhão: porque na Santa Missa nos unimos a Cristo, e n’Ele nos unimos uns aos outros, fala-se de Sagrada Comunhão.
FONTE: Youcast

Cardeais apreciam trabalho de reforma da Cúria Romana, diz Pe. Lombardi

13/02/2015

Cidade do Vaticano (RV) - Um trabalho de reforma muito apreciável, a ser aplicado gradualmente, e que seja capaz de expressar um profundo sentido de “comunhão” entre o centro e a periferia da Igreja, sem limitar-se a um mero “eficientismo”.
Foram alguns dos temas que emergiram durante a sessão da tarde de quinta-feira e sessão da manhã desta sexta-feira no Consistório, realizadas na presença do Papa Francisco, e dedicadas, respectivamente, à renovação da Cúria e à verificação do caminho feito até agora no âmbito administrativo e econômico.
No encontro desta sexta-feira com os jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, tratou dos trabalhos em andamento e precisou que na parte desta tarde se teria o pronunciamento do Cardeal O’Malley sobre a Comissão vaticana de tutela dos menores.
Uma “comunhão” entre o coração da Igreja e as comunidades locais, não uma simples “comunicação” de ordem pragmática, voltada a fazer funcionar a máquina.
Esse é o espírito profundo da reforma que deverá brotar do processo de revisão da Cúria Romana. Os votos foram expressos pelos 165 cardeais que esta quinta-feira terminaram – com 28 pronunciamentos além dos 12 já contabilizados na manhã de ontem – de argumentar sobre o trabalho de reorganização realizado até então pelo Conselho de Cardeais.
A relação entre Vaticano e Conferências episcopais, afirmou Pe. Lombardi, é um dos pontos principais mais sentidos da reforma e essa expectativa se une à necessidade, ressaltada por várias partes, de que as responsabilidades até então de pertinência dos dicastérios vaticanos possam ser descentradas no sentido da “subsidiariedade”, conservando aquilo que já se dá de eficaz no seio das repartições da Santa Sé e mudando, quem sabe destinado a outros, aquilo que, ao invés, é possível melhorar:
“Tomando o critério da simplificação como critério partilhado, considerações sobre os membros, que seja um grupo qualificado do ponto de vista quer da competência, quer também do espírito eclesial, da espiritualidade, da dedicação e que venha das diferentes partes da Igreja de modo tal que a Cúria seja reflexo também da riqueza e da variedade da Igreja universal. Houve também pronunciamentos que voltaram ao tema da responsabilidade dos leigos e, em particular, também das mulheres e da presença delas em posições de responsabilidade na Cúria Romana.”
A reforma em andamento é longa e complexa e não necessariamente – ponderou um dos presentes no Consistório – deve representar uma ruptura em relação à “Pastor bonus”, que, aliás – foi reiterado –, contém “elementos muito positivos e importantes” que “não se devem perder”.
Além disso, o próprio percurso de renovação poderá ser feito “por partes”, como observou Pe. Lombardi referindo-se à preferência expressa por alguns dos purpurados:
“Um certo consenso sobre o fato que é positiva a possibilidade de uma aplicação, também gradual, quando há decisões ou medidas que parecem amadurecidas, que podem começar a ser aplicadas sem a necessidade de esperar a conclusão de toda a obra, que – como dizíamos – requer também um tempo prolongado.”
A parte da manhã desta sexta-feira foi ocupada por um amplo relatório sobre questões de economia apresentado aos 164 participantes.
O Cardeal George Pell introduziu a apresentação com a projeção de “slide” acompanhada das respectivas explicações, seguida da participação do vice-coordenador do Conselho de Economia, Joseph Zahra, que na veste de ex-presidente da Cosea (Cooperativa serviços empresariais) descreveu o estudo realizado no ano passado pela Comissão pontifícia para questões econômica-administrativas da Santa Sé.
O terceiro pronunciamento foi feito pelo Cardeal Reinhard Marx, o qual tratou da composição e funcionamento do Conselho para a Economia.
Antes de os quatro relatores responderem a umas vinte perguntas dos presentes, o presidente do Ior (Instituto para as Obras de Religião), Jean-Baptiste de Franssu, fez uma apresentação sobre a situação atual e sobre suas perspectivas – disse Pe. Lombardi.
Muitas das perguntas finais, precisou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, foram, na realidade, explícitas apreciações pelo empenho feito na reorganização da administração da Santa Sé no sentido “da transparência, da responsabilidade, da integridade, da competência” que conferem grande “credibilidade” ao caminho de mudança tomado pela Cúria Romana. (RL)
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Quando rezar?

1427658_41429283São Paulo disse aos tessalonicenses “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças a Deus porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus”(1 Tes 5,16). O mais importante é não esquecer a doce presença do Senhor, como faz a maioria dos homens. Não precisamos marcar hora para falar com Deus, como exigem os grandes homens.
O nosso Deus tem prazer em descer até nós, pobres pecadores, e quer saber mesmo das menores das nossas preocupações e ocupações. Ele as vê e conhece melhor do que nós, mas procede como se ignorasse as necessidades de que não lhe falamos e não pedimos sua ajuda. Jesus sabia da morte de Lázaro, mas não demonstrou sabe-lo a não ser quando Marta e Maria lhe comunicaram; só então as consolou, ressuscitando o seu irmão (João 11,1).
Assim, quando passarmos por enfermidades, tentações, perseguições, tribulações, devemos ir sem demora ao Senhor, e suplicar-lhe força e coragem. Pedir ao Espírito Santo o dom da fortaleza e da piedade. Nas dúvidas e incertezas pedir-lhe o dom da sabedoria, da ciência e do conselho. Diga como Jeremias nas Lamentações: “Vede Senhor, a minha angústia! Tremem as minhas entranhas e meu coração está perturbado…” (Lam 1,20).
Certamente o Senhor não deixará de nos animar e dar forças e paciência para carregar a nossa cruz de cada dia, que Ele mandou que tomássemos (cf. Lc 9,23). Se Deus não nos tira do caminho do sofrimento nos dá coragem e perseverança. Clame ao Senhor quando a cruz pesar muito: “Senhor, em Vós ponho a minha esperança; ofereço-Vos esta provação e me resigno à Vossa santa vontade, mas tende compaixão de mim; livrai-me desta aflição ou ajuda-me a suportá-la.” Paul Claudel disse que “Ele não veio abolir o sofrimento, nem mesmo explicá-lo; mas veio trazer-lhe a plenitude da sua Presença”.
Jesus mandou recorrer a Ele com fé e amor: “Vinde a Mim vós todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11,28). Assim como buscamos alguma consolação e ajuda com os amigos, também a Jesus temos de recorrer. Se for difícil encontra-Lo diga como o Salmista: “Por que Senhor, ficais tão afastado de mim e vos escondeis no tempo da angústia?” (Sl 9,22). Por misericórdia, vinde a meu socorro, não me abandoneis! E se a desolação for muito grande, una a sua dor a de Cristo na Cruz e diga: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46). Mas reanime-se, sabendo que o Pai celeste não permite nada que não seja para o nosso bem. “Sabemos que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom 8,29).
O livro da Sabedoria começa nos exortando: “Tendes para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-O na simplicidade do coração, porque Ele é encontrado pelos que não o tentam, e se revela aos que não lhe recusam a confiança” (Sab 1,1-2). Deus quer muito nos abençoar. São Tiago diz: “A misericórdia triunfa sobre o julgamento” (Tg 2,13). Deus é misericordioso e justo, mas o Seu braço direito é o da misericórdia. São Pedro nos convida a confiar em Deus em tudo: “Lançai sobre Ele todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5,7). Davi tinha esta confiança: “Nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus” (Sl 67,21). Nossa Senhora disse que: “Sua misericórdia se estende sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 51).
Se alguma vez você for tentado a respeito de sua salvação eterna, fique tranquilo e veja nessas promessas acima, quanto o Senhor deseja nos salvar, desde que você esteja disposto a amá-lo e servi-lo.
Humilhados por seus pecados não desanime, peça perdão a Jesus e confie na sua misericórdia. Esta confiança muito lhe agrada. Ele falou pelo profeta Ezequiel: “Eu juro, por mim mesmo, não quero a morte do pecador, mas sim que ele deixe o mau caminho e viva” (Ez 33,11). “Não serão lembradas as faltas que cometeu, viverá por causa da justiça que praticou” (Ez 18,22). E pela boca de Isaías diz: “Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã” (Is 1,18).
Na oração devemos louvar a Deus, interceder por todas as nossas necessidades, as dos outros e da Igreja, reparar os nossos pecados, pedir a conversão dos pecadores, os sufrágio das almas do purgatório, etc., e não se esquecer de agradecer a Deus todos os bens que Dele recebemos a cada dia. Jesus ficou triste com os nove leprosos curados que não voltaram para agradecer. Não podemos fazer de Deus um “pronto socorro” onde correndo a Ele nas horas difíceis e depois esquecendo Dele. Dele vem nossa alegria e paz. O profeta Habacuc disse: “Eu, porém, exultarei no Senhor, me alegrarei em Deus, meu salvador” (Hab 3,18). O salmista canta: “Alegre-se meu coração na vossa salvação! Que eu cante ao Senhor pelos benefícios que me concedeu!” (Sl 12,6).
Nas dúvidas não deixe de consultar a Deus para saber como proceder segundo a Sua vontade. Reze como Judite:
“Lembrai-Vos Senhor da Vossa promessa; inspirai as palavras de minha boca e fortalecei, nessa empresa o meu coração!” (Jt 9,18). Ou como Samuel: “Falai, Senhor, que teu servo escuta!” (1Sam 3,10).
Deus responde ao homem que reza; mas você não ouvirá a Sua voz, mas Ele falará ao teu coração, mesmo que você não perceba. A linguagem de Deus é a do coração. Mas Ele não fala no barulho; mas no silêncio do coração. As almas são como as plantas, crescem no silêncio. Pela boca do profeta Oséias, Ele disse: “Eu levarei você ao deserto, à solidão, e ai falarei ao teu coração” (Os 2, 14).
Deus nos fala pelas boas inspirações, pelas luzes interiores, pelos sinais de sua bondade, pelos outros, pela certeza do perdão, pela paz, pelas alegrias da alma, pela natureza, pelo vento que acaricia teus cabelos… As almas que O amam compreendem a Sua linguagem de amor.
Logo que acordar reze: “Meu Deus, eu Vos adoro e Vos amos, agradeço por me terdes criado, feito-me cristão, redimido, conservado-me nesta noite; ofereço-Vos todas as minhas ações deste dia, pensamentos e palavras, desejos e sentimentos, fazei que tudo seja conforme a Vossa Santa Vontade e para a Vossa maior glória. Livrai-me Senhor, da tentação, do pecado e do Mal. Esteja, Senhor, a Vossa graça comigo e com todos os meus caros. Cada vez que eu olhar para o céu, cada vez que vir a beleza de uma flor, a pureza de uma criança, cada vez que meu coração bater, eu quero fazer um ato de fé, um ato de amor, e oferecer a minha vida. Que o Senhor seja conhecido e amado por todos os homens. Amém.”
Consagre seu dia ao Coração de Jesus e de Maria, e faça sua meditação da manhã e outras orações. Não deixe de agradecer a Deus o alimento em cada refeição. Quando possível vá a Missa ou ao menos faça uma visita a Jesus sacramentado no Sacrário. Ali ele te espera para te dar as graças que você precisa; mas você precisa ir busca-las.
“A noite, não deixe de rezar antes de dormir; peça uma noite calma e tranquila, sem pesadelos, examine a consciência e peça perdão dos pecados cometidos durante o dia. Não reze deitado para não dormir. Como disse Davi: “Dormirei e repousarei em paz” (Sl 4,9).
Reze com o coração, em todo tempo e em todo lugar. Quando contemplar os campos, as montanhas, a praia, o mar, o vento, as flores, os frutos, cuja beleza alegram o teu coração, cuja cor e perfume inebriam os teus sentidos, exclame extasiado: “Que belas criaturas o Senhor pôs para mim na terra, para que eu veja a Sua beleza, o Seu amor e O ame. Que delícias me reserva no céu!…”
Santa Teresa, contemplando a beleza da natureza, dizia que ela gritava contra a sua ingratidão para com Deus. Santo Agostinho dizia que o céu e a terra, e tudo o que eles encerram, me dizem que eu devo Te amar. Santa Margarida Madalena de Pazzi, quando tinha uma flor nas mãos, dizia: “Meu Deus pensou, desde a eternidade, em criar essas maravilhas para dar-me um sinal do seu amor.”
Quando você ouvir o canto dos pássaros, diga: “Escuta, meu coração, como pequeninos seres privados de razão louvam o Criador!
E tu, que fazes? Quando você contemplar o céu estrelado, diga como um santo disse: “Esses astros, estarão um dia, debaixo de meus pés”.
Fonte: Cléofas 

Maria: Vencedora de Satanás e das heresias

novena-de-nossa-senhora-das-gracasMaria é a vitória de Deus sobre o Mal.
Desde os primórdios da humanidade Maria recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça da serpente maligna. Disse Deus a ela no paraíso:
“Porei inimizade entre ti e a mulher entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).
Os Santos Padres afirmam que assim como o pecado entrou no mundo por meio da mulher, assim também a salvação haveria de chegar à humanidade pela mulher. E esta mulher, a nova Eva, a nova Virgem, desde toda a eternidade Deus escolheu que fosse Maria.
Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez de chamá-la de mãe, em Caná da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta “Mulher” é Sua Mãe. Assim, nas bodas de Caná, Jesus lhe diz: “Mulher, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou (Jo 2,4). E depois, na cruz, momentos antes de morrer, quando Jesus nos dá Sua Mãe para nossa Mãe, Ele diz a ela: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26).
Fica assim, muito claro, que a “mulher” do Gênesis que esmagaria a cabeça da serpente maligna é Maria. Como nos ensina São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja no século V, Deus usou Maria para ludibriar a sagacidade da serpente, como já dissemos. Por sua virgindade e por sua concepção imaculada desconhecidas do tentador, Deus fez com que Maria concebesse Jesus, Deus e homem, por obra do Espírito Santo, livre das garras do pecado e do demônio. Assim Jesus, livre e soberano, homem e Deus, pôde destruir o império do Mal. É o que São João nos garante:
“Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio” (1Jo 3,8).
Mesmo com essa afirmação categórica de São João, ainda há infelizmente muitos que, em total desobediência à Palavra de Deus, ao Magistério da Igreja e à Sagrada Tradição, teimam em afirmar que o demônio não existe, ou, o que é pior ainda, menosprezam sua ação sobre as pessoas.
Na verdade, esta é sua maior cilada, fazer-se desacreditado pelos homens, como se não existisse ou não agisse com sagacidade. Seu intuito é que as pessoas não se defendam contra suas tentações com a ordem expressa de Jesus: “Vigiai e orai”.
São Paulo nos adverte sobre isto: “Não quero que sejamos vencidos por Satanás, pois não ignoramos suas maquinações” (2Cor 2,11).
Em outra passagem, mais clara ainda, São Paulo nos alerta para o fato de que ele se transfigura em “anjo de luz”, isto é, lobo disfarçado de cordeiro. E é então que ele faz muito estrago na vida das pessoas e no reino de Deus. Falando dos falsos profetas que se disfarçam em apóstolos de Cristo, São Paulo diz:
“O que não é de se espantar: pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, parece bem normal que seus ministros se disfarcem em ministros da justiça…” (2Cor 11,14-15).
Os Santos Padres ensinavam que no Gênesis o demônio é identificado com a serpente porque age como ela; isto é, às escondidas, esperando a hora certa para dar o bote sobre os desprevenidos e neles injetar todo seu veneno mortífero. Ninguém tem medo de uma cobra num pátio limpo; ela é perigosa quando está escondida no meio do mato.
Também São Pedro, a quem o Senhor confiou o encargo de “confirmar os irmãos na fé” (Lc 22,32), fala muito claro sobre isto:
“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem possa devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pd 5,8-9).o_socorro_de_maria_nova_capa
Estas são palavras que não deixam margem à dúbia interpretação.
Também os outros Vigários de Cristo na terra, sucessores de São Pedro, falaram do assunto. Por exemplo, o Papa Paulo VI, na alocução Livrai-nos do Mal, explicando este último pedido que Jesus nos ensinou a fazer ao Pai na oração do Pai-Nosso, em 15 de novembro de 1972 disse:
“O Demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade: foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original. Com a falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a Redenção de Cristo nos pode libertar… Sabemos, portanto, que este ser mesquinho e perturbador existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história dos homens.”
É preciso, portanto, lembrar uma vez mais o que São João nos ensina: “Cristo veio para destruir as obras do demônio”.
Mas isto Deus tornou-se possível por Maria; por isso ela é odiada por Satanás, porque trouxe no seio Aquele que seria o Salvador da humanidade, o Vencedor de Satanás.
O demônio já não tem mais poder sobre aqueles que creem em Jesus e lhe entregaram sua vida, mediante a fé e o Batismo. Neste sacramento, afirma São Paulo, nós morremos com Cristo para o pecado e o demônio, e ressuscitamos para Deus. Pelo Batismo aplica-se a cada um a salvação que Cristo nos conquistou por Sua Cruz. Ouçamos o Apóstolo:
“Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados com Ele em Sua morte pelo Batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim também vivamos uma vida nova (…) Sabemos que nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado. Pois quem morreu, libertado está do pecado… O pecado já não vos dominará” (Rm 6,4-14).
Para São Paulo, ser liberto do pecado é ser liberto da morte e do demônio; e isto, só o Cristo nos pode conceder. E Cristo veio por Maria.
Certa vez uma criança pequena entrou num quarto escuro e sem perceber pisou a cabeça de uma serpente venenosa. Tentou esmagar a cabeça da cobra que lhe queria dar o golpe mortal, mas era fraca e impotente para vencer a batalha. Que fez ao ver-se perdida? Gritou por sua mãe. Esta, ao ver o perigo em que se encontra a sua filhinha, colocou seu pé sobre o da pequenina e ambas, então esmagam a cabeça da serpente. A filha estava salva.
É assim que nossa Mãe Santíssima faz para conosco nas horas de tentações. Nesses horas é preciso rogar a Ela: “A vós bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos gemendo neste vale de lágrimas… Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei…”. Não tenha dúvidas de que a Imaculada virá em nosso socorro e esmagará a cabeça da serpente.
Prof: Felipe Aquino 

12 de fev. de 2015

Papa: reforma da Cúria é um meio, não um fim

12/02/2015

Cidade do Vaticano (RV) – Os Cardeais da Cúria Romana estão reunidos a partir desta quinta-feira (12/02) com o Papa Francisco para o Consistório. Os primeiros dois dias de reuniões serão a portas fechadas. No sábado, será público, com a criação de 20 novos purpurados.
Na manhã desta quinta, ao abrir os trabalhos, o Papa disse como é “belo” e “doce” que os irmãos vivam juntos. “Bem-vindos a esta comunhão, que se expressa na colegialidade”, disse ele.
O Pontífice agradeceu a todos os que preparam este evento, em especial ao Decano do Colégio Cardinalício, Card. Angelo Sodano, à Comissão dos nove Cardeais e ao seu coordenador, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, e a Dom Marcello Semeraro, secretário, pela apresentação da síntese do trabalho realizado por esta Comissão.
Meta a alcançar
A síntese, recordou o Papa, foi realizada com base nas muitas sugestões por parte dos próprios Cardeais. “A meta a alcançar é sempre a de favorecer maior harmonia no trabalho dos vários dicastérios e departamentos, a fim de realizar uma colaboração mais eficaz naquela absoluta transparência que edifica a autêntica sinodalidade e a colegialidade.”
O Pontífice recordou que a reforma não é fim em si mesma, mas “um meio para dar um forte testemunho cristão; para favorecer uma evangelização mais eficaz; para promover um espírito ecumênico mais fecundo; e para encorajar um diálogo mais construtivo com todos”.
Francisco ressaltou que a reforma desejada “vivamente” pela maioria dos cardeais no âmbito das Congregações gerais antes do Conclave deverá aperfeiçoar ainda mais a identidade da própria Cúria Romana, ou seja, que é coadjuvar o Sucessor de Pedro no exercício da suprema missão pastoral pelo bem e pelo serviço da Igreja universal e das Igrejas particulares. Exercício com o qual se reforçam a unidade de fé, a comunhão do povo de Deus e se promove a missão da Igreja no mundo.
Determinação e colaboração
“Certamente alcançar esta meta não é fácil”, constatou o Papa: requer tempo, determinação e, sobretudo, a colaboração de todos. “Mas para realizar isto devemos, antes de tudo, confiar-nos ao Espírito Santo, que é o verdadeiro guia da Igreja, implorando na oração o dom do autentico discernimento. “Com este espírito de colaboração, tem início o nosso encontro, que será fecundo graças à contribuição que cada um de nós poderá expressar com  parresía, fidelidade ao Magistério e consciência de que tudo se realiza em prol da lei suprema. Obrigado.”
Missas na Santa Marta
Devido à presença dos cardeais em Roma, a Rádio Vaticano informa que nesta quinta, sexta e no dia 16, segunda-feira, não haverá as missas da manhã do Papa Francisco na Casa Santa Marta.
Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...