17 de jan. de 2015

Enfrentando os conflitos familiares

Situações pessoais que podem gerar conflitos nos casamentos
Enfrentando os conflitos familiares
João Carlos e Maria Luíza. Fotos: Wesley Almeida/cancaonova.com
Sou João Carlos e sou psicólogo há mais de vinte anos, e casado com a Maria Luzia que é terapeuta familiar e também psicóloga. Nós temos três filhos – Maria Júlia, a Clara e o João Miguel, e somos do 2º elo de compromisso na Comunidade Canção Nova.
Maria Luíza - O tema que vamos falar hoje é ‘Onde dois ou três estão reunidos, ali há conflitos’. Temos duas novidades e notícias, onde uma é excelente e a outra é difícil de ser escutada e de ser entendida. Vamos fazer um caminho de formação com quatro tipos de crise:
- A crise no conflito familiar;
-A diferenciação sexual;
- A influência dos meios sociais;
- As crises próprias do casamento.
João Carlos – A primeira novidade é a dificuldade das pessoas. A minha dificuldade pessoal interfere no relacionamento, e pode gerar crises.
Maria Luíza – A primeira crise: Somos construídos a partir da nossa história de vida, na qual se geram conceitos, formas de pensar, temperamentos diferentes, tem pessoas que podem ter transtornos e ansiedade, também quanto a forma de falar, uns são mais dóceis e outros, mais grosso. Estas são situações pessoais que podem gerar conflitos em nosso casamento e que faz parte de cada ser humano- diferenças de identidade.
João Carlos – Talvez você pede a Deus para te Ele mudar, mas não tem noção, que as suas características podem influenciar no seu casamento. A nossa história de vida é muito importante e ela influencia no nosso comportamento. Ex: “Talvez você é uma pessoa triste, e acha que é o seu casamento que gera tristeza, mas isso é fruto da sua história e não culpa do seu marido.
Maria Luíza – Atendemos casais onde a mulher não dá conta de ficar sozinha porque o marido tem que trabalhar longe, e na verdade o problema não está no marido, mas na carência e nas feridas que ela traz da sua história. Estamos falando aqui disso, porque a sua história tem influência naquilo que você é e que influência no seu casamento. Talvez os seus pais tenham sido alcoólatras, e você esta seguindo este comportamento. Ou eles foram duros com você e, você também é duro (a) com seus filhos.
João Carlos – Precisamos fazer um diagnóstico do que está acontecendo conosco. Hoje, o que estamos fazendo aqui é para você ter oportunidade de ver o que está acontecendo, porque trazemos a nossa dificuldade pessoal.
A segunda crise: é a diferenciação sexual desde o ponto da nossa concepção, onde herdamos dos nossos gametas, a informação genética de que x com y vai gerar um ser homem e o ser mulher. Temos teorias que nos dizem que os cérebros são constituídos a partir dessas características. O homem tem o seu jeito de ser, e a mulher tem o seu jeito de ser, e se não compreendemos estas diferenças, seriamente vamos ter problemas.
João Carlos – A mulher fala mais que o homem, isso é da mulher, e não é algo ruim, é genético. Isto não é uma característica do homem, mas é uma constituição biológica- constituída no ser feminino. A orientação espacial da mulher, não é como a do homem. Isso não quer dizer que um é melhor que o outro, mas que existem as diferenças biológicas humanas.
Veja como o extinto do homem é diferente da mulher: Eis que um dia nós acordamos com um gato, e eu gosto de animais, “mas bem longe de mim”. E um dia eu acordei e deparei com um bendito gato, peguei o cabo de vassoura para tirar ele para fora. Depois peguei a luva e estava segurando o pescoço do gato e a Maria Luiza disse: “Tadinho, não faz isso com o gato!”. E eu disse para ela resolver, então. Ela como mulher foi proteger.
Está vendo as diferenças sexuais? Se não soubermos disso, as coisas se complicam. A visão de mundo da mulher é diferente do homem, e é isso que nos aproxima. O que nos aproxima são as nossas diferenças, são elas que vão nos complementar. Foi ali que vi o que estava fazendo, pois estava agindo como um defensor da minha casa. Isso é coisa de homem: defender. Já o papel da mulher é proteger… isso é que dá equilíbrio.
E se não entendermos isso, vão haver os conflitos. A minha maneira de pensar, de homem, é rápido e lógica como dois mais dois são quatro. Já a mulher, coloca sentimento e conta toda uma história para explicar que dois mais dois são quatro.
Enfrentando os conflitos familiares
“A nossa história de vida é muito importante e ela influencia no nosso comportamento”, afirma João Carlos. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Maria Luíza – Precisamos de diálogo para nos entendermos.
João Carlos - A Maria Luíza vai ver o mundo como mulher, e eu como homem. Se um dia a Maria Luíza morrer, eu não vou poder ser a mãe dos meus filhos, porque sou homem, o máximo que eu vou conseguir é ser um homem que tenta cuidar como mãe. Se não entendemos isso: homem pensa e age diferente da mulher, criaremos um conflito que vai ser motivo de muitas brigas entre nós. Louvado seja Deus porque você homem é homem, e você mulher é mulher.
Maria Luíza – O Senhor nos fez juntos por causa de uma missão.
O terceiro conflito: são as dificuldades geradas pelos meios sociais. Não tem como nós não sermos influenciados pelo mundo. Existem músicas que ficam na nossa cabeça, e existem técnicas para fixá-las na nossa cabeça. Nós somos induzidos pelas coisas que passam, como as imagens. Não sejamos inocentes, mas começamos a pensar a partir dos programas que assistimos. É uma ideologia de morte que nos é passada.
João Carlos - O mundo hoje está sendo organizado principalmente, para destruir o ser humano. E o que ele ataca é a família, porque uma família desestruturada, gera um ser humano desequilibrado. Há todo um movimento de várias organizações que estão atacando a família para destruir o ser humano, e um dos meios é a TV e as tecnologias. Por um lado ela vem construir, mas por outro lado ela vem deformar.
Maria Luíza – Nós aprendemos por aquilo que vemos, cheiramos, sentimos. Temos estas vias sensoriais e a partir delas, criamos uma memória para evocar futuramente. As imagens voltam quando você tem uma sensação forte, por exemplo: Se você vê imagens pornográficas você tem uma tendência, de toda vez que ver uma mulher, lembrar das imagens que ficaram registradas. Somos influenciados pelos meios que querem roubar as nossas famílias.
João Carlos – Constantemente esta cultura de morte, está invertendo a figuras de valores. Muitos jovens já não querem mais casar, e não é porque a família não foi muito boa, mas porque estes valores já foram tirados, através dos meios de comunicação, da cultura de morte. O meio social tem invertido os papéis.
Maria Luíza - Antigamente a mulher ficava em casa e quase não tinha tempo para cuidar dos filhos. E dai a cultura de morte, disse que as mães também precisam trabalhar. Antes era só o pai que ficava fora, agora são os dois. Na hora do almoço a família fica no celular, na televisão. Os meios vão entrando para dentro da nossa casa.
Talvez você tenha um filho, mas parece que tem mil. Porque o mundo está nos roubando, nos tirando as nossas famílias. Quanto vale um filho?
Quarto conflito: As crises eventuais. Neste as famílias passam por sete crises:
- A crise de ser dois;
- A convivência efetiva do casal;
- O nascimento dos filhos;
- O crescimento dos filhos;
- O casamento dos filhos;
- Quando se tornam avós;
- Algo inesperado.
João Carlos - Na crise de ser dois, percebemos que muitos casais nos chamam, e que a influência não está nos problemas, mais nas dificuldades de se assumirem como dois agora, e não mais como um. O casal não toma mais a decisão por si só, porque agora são dois. Quando casamos, são os dois que decidem a vida de cada um, por isso se gera a crise, porque não percebemos que não somos mais um.
A segunda crise – a convivência efetiva do casal. Vocês precisam se respeitar dentro de casa, e daí vem a confusão, porque cada um acha que a maneira que aprendeu é a correta, mas vocês vão decidir juntos qual é a melhor forma. Agora é um projeto de vida a dois. Cada um tem um jeito de ser, porque foi criado deste jeito, mas precisa ver, qual é melhor maneira para este momento. Qual é a melhor forma de cuidar? Não da maneira das nossas famílias, mas da nossa forma.
A terceira crise – O nascimento do filho. O pai vai sair de férias e não programa nenhuma atividade com o filho. Ele não entendeu que agora existe uma terceira pessoa e que a responsabilidade é deles. Tem homens que quando o filho chora, em vez de acalmá-lo, ele quer bater. Isso porque não se deu conta de que agora são três e não dois.
A quarta crise – Crescimentos dos filhos. Precisamos entender que precisaremos mudar como pai e mãe. Muitos casamentos se acabam porque os filhos vão embora e agora vão voltar a ser dois.
A quinta crise – Quando nos tornamos avós.
A sexta crise – As crises acidentais, que acontece quando perdemos alguém, ou ficamos desempregado.
A primeira notícia é que existem os conflitos pessoais, dos meios sociais e as crises próprias do casamento, mas que são crises humanas. E a notícia boa é que, onde dois ou três estiverem reunidos, Deus estará no nosso de vós. É uma graça sobrenatural. Você vai mudar se Deus entrar na sua vida? Você vai continuar com problemas pessoais, mas não estará mais sozinho. Jesus vai entrar e abrir a sua consciência para dar conta de enxergar os seus problemas e mudar. A pessoa que tem Deus, não acusa o outro, mas ela tenta mudar, naquilo que ela mesma pode contribuir para que, a família caminhe e tenha um rumo diferente. Aí entra a graça sobre-humana, onde Deus vem com sua graça. Precisamos assumir com propriedade esse Deus maravilhoso. E Ele não é uma ideia, nem uma ideologia, mas é uma pessoa. Você pode sentar e conversar com Deus e perceber o que está acontecendo, porque Ele também é uma pessoa, um Deus, que quer fazer parte da vida a dois.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.
Fonte: Canção Nova 
17/01/15 

Papa Franciso em Tacloban, com sobreviventes de “Iolanda”

17/01/15

Neste seu segundo dia de visita às Filipinas, o Papa Francisco deslocou-se de avião às 8.15 da manhã (1.15 da madrugada em Roma) de Manila à cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, onde chegou uma hora e meia depois. 
O Papa celebrou uma Missa rápida, no Aeroporto no meio da chuva e vento, que não impediram, todavia a participação de milhares de pessoas.
Depois fez uma deslocação rápida à Catedral, onde em breves palavras improvisadas, agradeceu pelo acolhimento e disse ter que anunciar com muita pena que devido ao mau tempo tinha de regressar a Manila antes da ora prevista. Pediu desculpas, até porque, frisou, tinha um discurso escrito para dirigir às pessoas, mas, disse, “deixemos tudo nas mãos de Nossa Senhora”. Depois rezou com os presentes a Avé Maria, deu a sua bênção e pediu a todos que rezassem por ele e permanecessem em silêncio.
Seguiu-se uma rápida troca de dons, e regresso imediato a Manila, para evitar a tempestade.
A jornada do Papa em Tacloban previa, para além da Missa no Aeroporto, o encontro com os bispos, sacerdotes, religiosas, religiosos, seminaristas e familiares dos sobreviventes na Catedral de Palo, seguido de um breve encontro com alguns bem-feitores que financiaram as reparações da Catedral e a restauração de algumas igrejas destruídas pelo tufão de 2013; e uma paragem na proximidade do Memorial das vítimas do tufão para uma oração silenciosa e acendimento de uma vela.
Entre a Missa no Aeroporto e o encontro na Catedral estava prevista, ao meio dia local, a transferência do Aeroporto à residência do Arcebispo de Palo a 12 km de distância. A casa ainda por completar, ergue-se sobre uma colina, na encosta da qual se está a construir um Centro para acolher anciãos e órfãos. O Centro, mandado construir com o financiamento de “Cor Unum”, traz o nome do Papa Francisco, que o devia abençoar, depois do almoço com alguns sobreviventes do tufão “Iolanda”. Conseguiu dar apenas uma  bênção rapidíssima. No almoço estava prevista a participação de 30 parentes das vítimas, entre os quais alguns seminaristas.
Estava também prevista o acolhimento do Papa, ao chegar ao Centro, por uns cinquenta órfãos e anciãos, juntamente com algumas religiosas e voluntárias da Comunidade Carismática de “Kkottongnae Brothers of Jesus”, Comunidade coreana, criada há 70 anos pelo P. John Oh Woong Jin, inspirando-se nas palavras de São Mateus: “tudo o que fizestes a um só destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes”.
Situada a 10km de Palo, cidade principal de Leyte, Tacloban foi, recorde-se, duramente fustigada a 8 de Novembro de 2013 pelo terrível tufão “Iolanda-Haiyan”, que deixou atrás de si mais de 10 mil mortos, devastação de todas as estruturas, incluindo o aeroporto da cidade e todos os meios de comunicação.
Mas esta cidade pertencente à arquidiocese de Palo está a levantar-se. A arquidiocese tem 4.620 kmq e uma população de um milhão 863 mil habitantes, 77% dos quais católicos servidos por 65 paróquias e 17 igrejas ou estações missionárias. Os padres são 163 e cerca de 200 os religiosos e sobretudo religiosas.
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Vim dizer-vos que Jesus não vos abandona - Papa em Tacloban

17/01/15

Num imenso terreno em frente do Aeroporto de Tacloban, destruído, tal como toda a cidade,  a 4 de Novembro de 2013, pelo maior tufão até hoje conhecido, o Papa celebrou Missa perante centenas de milhares de fiéis dessa região central do arquipélago filipino.
Assim como os outros concelebrantes e os fiéis, foi coberto por uma capa de chuva amarela que o Papa presidiu a essa Missa. Uma Missa excepcionalmente tocante; emoção acentuada pela aproximação da tempestade tropical à região (fustigada por uma chuva intensa e forte vento).
O Papa pediu desculpas por pronunciar a sua homilia em espanhol, deixando de lado o texto inicialmente previsto em inglês. Vou-vos confiar uma coisa – disse o Papa falando de todo o coração: logo que vi a catástrofe Iolanda a partir de Roma, senti que devia vir aqui.
E o Papa foi direito ao centro da sua mensagem: vim dizer-vos que o Senhor não vos abandona, não vos deixa cair – exclamou, traduzido em inglês, para os fiéis, por um prelado da Secretaria de Estado do Vaticano. Cristo passou por todas calamidades que experimentamos; passou por todas as provações, exclamou o Pontífice. E é por isso que é capaz de nos perceber e chorar connosco, de nos acompanhar nos momentos mais difíceis mais difíceis da vida. Ao pé da Cruz estava a sua mãe – continuou o Papa – convidando os fiéis a pegar Nossa Senhora nas mãos e a chamá-la Mãe, assim como quando uma criança tem medo pega nas mãos da mãe.
Depois o Papa Francisco rezou em silêncio com os milhares de fiéis reunidos sob a chuva. A meio da Missa abraçou diversos sobreviventes do tufão que levaram as ofertas ao altar.
No fim da celebração, deu graças a Deus, pedindo-lhe, de modo particular, para dar esperança aos fiéis e, depois, trazendo sempre a capa de chuva amarela de plástico, o Papa atravessou a multidão em “papamobile” protegido apenas por um tecto e uma tela de plástico.
Em Tacloban, Antoine Marie Isoire, para a Rádio Vaticano. 
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

17 Jan Santo Antão exemplo de castidade, de obediência e pobreza

Santo AntãoPai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.
Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão”.
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.
Santo Antão, rogai por nós!
Canção Nova 

16 de jan. de 2015

O papel da família na formação de um mundo novo

Os nossos filhos precisam ver o nosso testemunho dia a dia
É uma alegria pregar na Canção Nova, mais ainda com a minha esposa Neia! Hoje, vamos partilhar sobre a família.
Sempre é importante partilhar um pouco sobre a vida e a família. Vocês devem pensar: “Eles não tem problemas, tudo dever ser fácil!”. A nossa vida não é muito diferente da de vocês, a única diferença é a consagração à comunidade Canção Nova. Temos filhos que não são membros da Canção Nova; além disso, temos a grande família Canção Nova que são mais de dois mil irmãos, com os quais também enfrentamos desafios, situações difíceis para serem resolvidas. Muito daquilo que nós fazemos, você pode fazer igual no que se refere à família cristã. Somos iguais; inclusive, no começo do mês, temos de pagar nossas contas como todas as pessoas.
“Se tu te converteres, eu te converterei e na minha presença ficarás; e se souberes separar o que é bom daquilo que não presta serás a minha boca” (Jer 15,19).
Um dos deveres que precisa existir entre um homem e uma mulher é a conversão. Há momentos da nossa vida que vamos para direções erradas como o adultério, as brigas e os pecados, mas como provedores da casa, como um casal responsável, temos de tomar consciência da necessidade de mudança e mudar! “Se tu te converteres eu te converterei”. Deus diz que vai realizar aquilo que Ele sonhou para nós se, na nossa liberdade, decidirmos pela conversão. Assim, a alegria será plena.
Dunga – Eu tinha em casa pais que fizeram por mim e por meus irmãos o melhor que podiam, dando-nos tudo para nos educar, inclusive valores como comprar, pagar; chegar na hora certa e assumir responsabilidades. Nesse período, a Neia terminou o namoro comigo, porque eu já estava nas drogas e na bebida. Embora ela também tivesse a história dela, o meu caminho foi mais errado. O que garantiu a nossa volta para Deus foi o fato de termos pais convertidos. Se não fosse o testemunho do meu pai, senhor Chico, e da minha mãe, eu não teria saído das drogas.
Neia – Os nossos pais se conheceram quando as nossas mães estavam grávidas. A minha mãe ia à Missa e encontrava com a mãe do Dunga. Segundo elas, nós nos conhecíamos desde a barriga.
O papel da família na formação de um mundo novo
Casal com 54 anos de casados participa da pregação com Neia e Dunga. Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Dunga – Nossos pais rezavam o terço, iam à Missa e às novenas. Isso nos capacitou, mesmo vivendo no erro, a voltarmos para Deus um dia. Eu me converti e fiz um propósito de não namorar por dois anos, para resgatar o processo de castidade no meu coração. Depois desse tempo de purificação, um dia, no grupo de oração, eu encontrei com ela e começamos a namorar.
Nossos pais nos deram a chance de ser quem somos. Meu pai trabalhou por 30 anos em uma fábrica; depois, aposentou-se varrendo rua e arrumando o meio fio. Durante muito tempo, eu comi arroz e lambari, mas via a garra do trabalho honesto do meu pai. O quanto isso é importante para a família e para os filhos!
Neia – Quando nos casamos, aos 23 anos, o Dunga estava no começo de sua vida profissional. Então, começamos nosso casamento praticamente sem nada. Só fomos ter uma geladeira depois de seis meses.
Dunga – Quando eu pedi a Neia em casamento, eu disse a ela: “Você tem duas opções: ou você não se casa comigo e fica sem nada, ou nos casamos com nada e teremos tudo”.
A religiosidade dos nossos pais nos garantiu a possibilidade de continuarmos nossa história para formarmos homens e mulheres novos para um mundo novo. Nós temos três filhos: Filipe, que é casado e já tem uma filhinha; Carol e Priscila.
Neia – Quando eu conheci o Dunga, não tínhamos noção daquilo que seríamos hoje. Eu sempre tive uma vontade muito grande de casar,  por ver o testemunho dos meus pais. Eles foram a “boca de Deus” para mim; hoje, estamos sendo “boca de Deus” para vocês. Quando chegamos à comunidade Canção Nova, o nosso filho já tinha três anos; sentíamos que o Senhor queria algo a mais de nós: a nossa vocação. Por isso digo que só temos a chance de estar aqui e ter uma família, porque estávamos atentos ao que Deus propôs para nós. Os nossos filhos precisam ver o nosso testemunho dia a dia, até quando acordamos em casa e arrumamos a cama juntos. Quando nós estamos juntos, eu faço questão de mostrar para os meus filhos que eu amo o pai deles, o respeito e o apoio naquilo que ele faz.
Dunga – Uma experiência muito legal que fazemos é arrumar a cama juntos, e o registro que isso tem no coração dos meus filhos é muito grande. Quantas vezes, mesmo na correria, nós sentamos e ficamos ali na mesa, durante as refeições, para estarmos juntos!
Os nossos filhos precisam saber que seus pais namoram, que tem uma convivência sadia, que são um homem e uma mulher que vivem o amor conjugal. Essas coisas são registros de família e o casal precisa colocar isso no coração dos filhos: “É meu pai e a minha mãe”! Quantas vezes, eu cheguei em casa “mijado”, drogado, e minha mãe rezava para mim. Ela foi sendo a “boca de Deus” para mim, e eu fui saindo das drogas.
Nós pais precisamos saber qual é o melhor momento para falar com os filhos, para conquistá-los. Precisamos ter um filtro na nossa casa para saber aquilo que pode entrar em nosso lar. Não podemos deixar entrar revistas pornográficas, sites pornográficos e tantas outras coisas. “Se tu te converteres, eu te converterei”.
Neia – Não posso deixar de dizer também de Nossa Senhora, pois, graças a ela, conseguimos muitas graças diante de situações difíceis. Nós encontramos as respostas para nossos problemas por meio da união, da partilha e do amor. Muitos acham a família ultrapassada, mas ela não o é. Lute pela sua família, porque ela é um projeto de Deus.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio. 

Fonte : Canção Nova 
15/01/15 

Papa convida autoridades filipinas a rejeitar a corrupção

16/01/15


No discurso dirigido às autoridades e o Corpo Diplomático no Palácio Presidencial,  o Papa frisou, tal como fizeram em Colombo, o carácter primariamente pastoral da sua visita no momento em que a Igreja que está nas Filipinas se prepara para “celebrar o quinto centenário do primeiro anúncio do Evangelho de Jesus Cristos” nessas costas, mas também para exprimir a sua solidariedade para com quantos sofreram “a tribulação, as perdas e a devastação causadas pelo tufão Iolanda” em 2013. A este respeito, o Papa pôs em realce a solidariedade demonstrada pelos próprios filipinos e recordou os desafios que tanto as Filipinas como outras nações asiáticas têm pela frente no sentido de construir uma sociedade sólida baseada em sãos valores humanos que, com base em Deus, tutelem a dignidade humana. Para isso é necessário que “os políticos se distingam por honestidade” – disse - mas não só:
“Essencial para a realização destes objectivos nacionais é o imperativo moral de assegurar a justiça social e o respeito pela dignidade humana.”
E chamando a atenção para com os pobres, o Papa recordou que os bispos das Filipinas declararam 2015 “Ano dos Pobres” e acrescentou: “
“Espero que esta instância profética determine em cada um, a todos os níveis da sociedade rejeição de todas as formas de corrupção” .
Francisco sublinhou o papel da família na educação e transmissão de valores aos jovens, convidando a apoiá-la e a encorajá-la nesta tarefa.
Igualmente realçada pelo Papa o papel das Filipinas na promoção do entendimento e cooperação entre as nações da Ásia, bem como a contribuição dos filipinos da diáspora para a vida das sociedades onde residem. E desafiou os filipinos a proporcionar a todos – à luz da sua rica herança cultural e religiosa – um progresso humano integral. O Papa exprimiu também a esperança de que os ”esforços de diálogo e cooperação entre os seguidores de diferentes religiões produzirão frutos na busca desta nobre fidelidade” e que os esforços para levar a paz ao Sul do país gere novas soluções justas no respeito dos direitos inalienáveis de todos. 
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Papa nas Filipinas: comovente encontro com crianças de rua

16/01/15


o Papa Francisco encontra desde ontem, quinta-feira, à tardinha, nas Filipinas, tendo chegado a Manila, proveniente de Colombo (Sri-Lanka) por volta das 18 horas locais. Depois da cerimônia
das boas-vindas no Aeroporto, o Papa jantou e pernoitou na Nunciatura de Manila.
Não há palavras para descrever o grandíssimo entusiasmo com que os filipinos acolheram e estão a acompanhar cada momento desta visita do Papa, procurando tocar o Papa, e elevar a sua mão à testa, para se sentirem abençoados por ele. Entusiasmo e interesse que transparece também em toda a imprensa local. Os jornais dedicam todos as suas secções, desde a primeira página às páginas de lazer e moda ao Papa Francisco, procurando colher desta visita significado para todos os sectores da vida quotidiana dos Filipinos.
Um Papa sempre atento aos pobres, como se viu também aqui com a visita improvisada a um centro para crianças (directo por um padre francês, ao pé da Catedral) e que tanto comoveu os presentes.
O Centro denominado “Fundação TNK” hospeda 20 crianças de rua. No pátio foram reunidas muitas outras das 320 crianças de rua assistidas pela Fundação também noutras casas. As crianças acolheram o Papa (que se deteve com eles uns 20 minutos) com pequenos discursos, abraços, fotos, pequenos dons (entre os quais uma imagem em madeira de Nossa Senhora e uma foto do Santíssimo Sacramento exposto sobre o lixo por ocasião duma adoração com um grupo de recolhedores de lixo e um mosaico realizado por uma criança com pedaços velhos de papel colorido, etc.) . O Papa concluiu, dando às criancinhas as sua bênção.
Mas vejamos mais pormenorizadamente como se desenrolou este primeiro dia de trabalho do Papa nas Filipinas.
Logo de manhã, o Papa deslocou-se ao Palácio Presidencial de Manila, onde foi recebido com todas as honras pelo Presidente Benigno Aquino III; foi-lhe oferecido uma toalhinha refrescante, conforme a tradição do país, assinou o livro de ouro, e dirigiu um discurso às autoridades e ao corpo diplomático ali reunidos.
Depois do encontro com as autoridades, o Papa foi à Catedral de Manila, onde pouco depois das 11 horas locais celebrou a Santa Missa e neste momento está a chegar ao Palácio do Desporto de Manila, designado “Mall of Asia Arena”  para um encontro com as famílias. Haverá liturgia da palavra em inglês e intercessões em diversas línguas locais. 

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

A corrupção tira dinheiro aos pobres: o Papa durante a missa em Manila

16/01/15

Depois do encontro com as autoridades filipinas e o Corpo Diplomático, o Papa Francisco celebrou a Missa nesta sexta-feira na Catedral de Manila dedicada a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, uma celebração particularmente dedicada ao Clero das filipinas. Participaram na Eucaristia, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosos e seminaristas, para além de quase dois milhares de fiéis.
Cada cristão é chamado a uma vida honesta, mas também para "criar círculos de honestidade" – foi a mensagem do Papa Francisco durante a Missa nesta sexta-feira 16 de janeiro, onde falou de uma sociedade oprimida pela corrupção e a pobreza para, logo em seguida, sublinhar com energia e espontaneamente, que "os pobres são o centro do Evangelho e se nós tirarmos os pobres do Evangelho não podemos compreender a mensagem de Cristo". Outro aspecto fundamental das palavras do Papa o apelo às comunidades cristãs das Filipinas para estarem próximas dos excluídos da sociedade e proclamarem a beleza do matrimónio cristão.
Na homilia o Papa recordou antes de tudo a Igreja nas Filipinas que olha para o quinto centenário da sua evangelização, manifestando gratidão pela herança deixada por tantos bispos, sacerdotes e religiosos das gerações passadas que se esforçaram não só por pregar o Evangelho e construir a Igreja nesta nação, mas também por forjar uma sociedade inspirada pela mensagem evangélica da caridade, do perdão e da solidariedade ao serviço do bem comum. O Papa dirigiu-se depois aos religiosos chamando-os “embaixadores de Cristo” sublinhando que ser embaixador de Cristo significa, antes de tudo, convidar cada pessoa a um renovado encontro com o Senhor Jesus:
“Mas o Evangelho é também uma exortação à conversão, a um exame da nossa consciência, como indivíduos e como povo … a Igreja nas Filipinas é chamada a individuar e combater as causas da desigualdade e injustiça profundamente enraizadas, que desfeiam o rosto da sociedade filipina, contradizendo claramente o ensinamento de Cristo. O Evangelho chama os indivíduos cristãos a conduzirem vidas honestas, íntegras e solícitas pelo bem comum. Mas chama também as comunidades cristãs a criarem «círculos de integridade», redes de solidariedade que possam impelir a abraçar e transformar a sociedade com o seu testemunho profético”.
Para os sacerdotes e pessoas consagradas, continuou o Papa, a conversão à novidade do Evangelho implica um encontro diário com o Senhor na oração; para os religiosos significa encontrar na vida da comunidade o incentivo para uma união com o Senhor na caridade perfeita. E O Papa adverte:
“Naturalmente, a grande ameaça a isto mesmo é cair num certo materialismo que pode insinuar-se dentro das nossas vidas e comprometer o testemunho que prestamos. Somente o tornar-nos pobres, expulsando o nosso autocomprazimento, permitirá identificar-nos com os últimos dos nossos irmãos e irmãs. Veremos as coisas sob uma nova luz e, deste modo, poderemos responder, com honestidade e integridade, ao desafio de anunciar a radicalidade do Evangelho numa sociedade acostumada à exclusão, à polarização e a uma desigualdade escandalosa”.
O Papa Francisco tem também uma palavra especial aos jovens sacerdotes, religiosos, e seminaristas, pedindo-lhes para que partilhem a alegria e o entusiasmo do seu amor por Cristo e pela Igreja com todos, mas sobretudo com os da sua idade, e se mantenham presentes no meio dos jovens por vezes confusos e desanimados,  mas que entretanto continuam a ver a Igreja como sua amiga no caminho e uma fonte de esperança:
“Sede solidários com aqueles que, vivendo no meio duma sociedade molesta pela pobreza e a corrupção, sentem-se com o espírito abatido, tentados a largar tudo, deixar a escola e viver pela estrada. Proclamai a beleza e a verdade do matrimônio cristão a uma sociedade que é tentada por apresentações confusas da sexualidade, do matrimônio e da família. Como sabeis, estas realidades estão cada vez mais sob ataque de forças poderosas que ameaçam desfigurar o plano criador de Deus e trair os verdadeiros valores que inspiraram e moldaram quanto de belo existe na vossa cultura”.
O Papa concluiu com um pensamento em Maria, Mãe da Igreja, pedindo-lhe faça jorrar de todos uma grande abundância de zelo e possa o amor reconciliador de Cristo penetrar profundamente no tecido da sociedade filipina e, por intermédio da sua Igreja, nos ângulos mais distantes do mundo. (BS)

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

Papa às famílias filipinas: Não percam a capacidade de sonhar

16/01/15

Sexta-feira, 16 de janeiro, o Papa Francisco encontrou-se com as famílias filipinas na Arena de Manila. No percurso até ao local do encontro, foram milhares os fiéis que saudaram o Santo Padre. Os que puderam entrar no grande pavilhão do encontro ouviram testemunhos de diferentes famílias marcadas por histórias concretas de amor e serviço em situações de pobreza, deficiência e necessidades especiais e ainda de distância devido ao trabalho no estrangeiro longe da família.
Todos estes testemunhos sensibilizaram o Santo Padre que de seguida dirigiu a palavra a todos fiéis. Apresentou uma comunicação sobre a figura de S. José falando em inglês. Em particular, o Papa Francisco abordou o facto de que as Escrituras quando se referem a S. José revelam-no a repousar. A repousar no Senhor – afirmou o Papa Francisco – e, assim, o seu discurso às famílias iniciou-se com o verbo sonhar. Falando em espanhol e recorrendo a um tradutor, o Santo Padre proferiu as afirmações que marcaram a sua intervenção:
“Não é possível uma família sem sonhar.”
“Sem sonhar perde-se a capacidade de amar.”
“Hoje sonhei com o futuro dos meus filhos e da minha esposa e também com os meus pais e avós.”
“Não percam a capacidade de sonhar.”
“Nunca deixem de ser noivos”
Foram três os aspetos que o Papa Francisco apresentou sobre a figura de S. José: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria e ser voz profética. E, desde logo, o Papa Francisco contou uma pequena história referindo o facto de ter na sua escrivaninha uma imagem de S. José que dorme: sempre que algo o preocupa o Santo Padre escreve num pequeno papel o seu problema e coloca-o debaixo da imagem para que S. José repouse sobre o problema e o ajude a solucionar.
Para ouvir o chamamento de Deus é preciso pois rezar em família:
“Para ouvir e aceitar o chamamento de Deus, para construir uma casa para Jesus, deveis ser capazes de repousar no Senhor. Deveis encontrar em cada dia o tempo para rezar.”
O Santo Padre referiu de seguida o segundo aspeto: levantar-se com Jesus e Maria. Ou seja, enfrentar a vida, aprender a amar, a perdoar, a ser generosos e não egoístas. Mas também a saber dizer não às colonizações ideológicas da família – declarou o Papa Francisco que citou o Papa Paulo VI pela defesa da vida durante o seu pontificado.
Finalmente, o terceiro aspeto: S. José é uma voz profética e também nós devemos ser – disse o Papa – exortando os cristãos a não terem medo de afirmar a sua fé em Jesus Cristo:
“Não escondais a vossa fé, não escondais Jesus, mas colocai-O no mundo e oferecei o testemunho da vossa vida familiar.”
Este encontro do Santo Padre com as famílias em Manila concluiu-se num ambiente de música, cor e grande alegria. (RS)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/

O que é o Islamismo?

O Islamismo, hoje dividido em dois seguimentos – os sunitas e os xiitas –, tem sua origem com o profeta Maomé
O Islamismo (ou Islã) foi fundado por Maomé (Muhammad-ibn-Abdallag-ibn-Mottalib), que nasceu em Meca (Arábia Central), por volta de 580, e morreu em 632. Desde adolescente, viajava com seu tio comerciante em caravanas pela Arábia, a Assíria e a Mesopotâmia, e teve contato com judeus e cristãos. Foi casado com a viúva Kadija.
Impressionado pela desunião dos homens entre si, mortificava-se e rezava nas montanhas. Diz ele que, certa vez, na “Noite do Destino”, teve uma visão: em sonho, um estranho personagem lhe deu um livro (rolo), o Corão ou Alcorão. Ele, então, sentiu que Deus lhe dava a missão de reformar as crenças, pôr termo à idolatria e às disputas religiosas do povo árabe, indicando a todos o caminho do céu. Diz ele que julgava-se perseguido por espíritos, quando, certa vez, a estranha voz lhe declarou: “Sou o anjo Gabriel e tu serás o apóstolo do Senhor”.
-O-que-e-o-Islamismo
Daí para frente, pôs-se a pregar nova forma de religião: o “Islã” ou, em árabe, a Submissão, Dedicação à Vontade de Deus. Maomé apoiava-se na fé em um só Deus, Alá, criticando os cultos pagãos. Isso irritou a aristocracia de Meca, que o perseguiu. Transferiu-se, então, para a cidade de Medina na noite de 16 de julho de 622. Esse acontecimento ficou com o nome de Hidjra ou Hegira, Fuga, e marca o início da era maometana.
Em Medina, Maomé, apoiado pela população, fortaleceu-se e agrupou adeptos. Em 629, conseguiu entrar em Meca e tomou posse do famoso santuário desta cidade, “a Caaba”, donde removeu os ídolos. Nos anos seguintes, foi dilatando o seu poder mediante guerras. Em 08 de junho de 632, morreu; mas já tinha conseguido unir os árabes e lançá-los, unidos, à conquista de numerosas nações com a prática da “guerra santa”, Jihah, em nome de Alá.
Depois da morte de Maomé, os sucessores (califas = lugar-tenentes) conquistaram países vizinhos e distantes da Arábia. O Cristianismo foi altamente prejudicado pela expansão maometana. Os califas Abu Bekr (632-4) e Omar (634-44) conquistaram a Palestina, a Síria, o Egito e a Pérsia. Assim, os patriarcados cristãos de Antioquia (637), Jerusalém (638) e Alexandria (642) ficaram sob a dominação árabe. O Califa Othmam (644-56) mandou invadir também a Armênia, Chipre e o Norte da África (especialmente Cartago, grande centro cristão que caiu em 698). As tropas muçulmanas foram avançando para o Ocidente, atravessaram a Espanha de Sul a Norte e chegaram até Poitiers na França. Finalmente, os muçulmanos estabeleceram a sua capital ou a sede do seu Império no califado de Bagdad (750-1258). Na Espanha, ficaram sete séculos e só foram expulsos, em 1492, pelos reis católicos Fernando e Isabel.
Doutrina Islâmica
As fontes doutrinárias do Islã são o código sagrado do Corão (em Árabe, recitação, declamação, recitado no culto) e a tradição oral dita Sunna. É uma religião monoteísta, reconhece um só Deus Criador, derivado do monoteísmo judaico-cristão. Maomé nunca se apresentou como o fundador de uma religião nova, e sim como o novo profeta de tradições mais antigas. A sua teologia é proveniente da antiga religião árabe, a religião israelita, professada por judeus residentes na Arábia. Daí Maomé tirou a base de sua orientação religiosa: existe um só Deus, que se foi revelando aos profetas da humanidade: Adão, Abraão, Moisés, Jesus Cristo e consumou a sua revelação por meio de Maomé, o maior de todos os profetas. Ele via em Jesus Cristo não o Filho de Deus feito homem, mas um profeta eminente. E tomou alguns dados do Cristianismo que conheceu em suas viagens. Venerava a Virgem Maria, “a única mulher que não foi tocada pelo demônio”, diz o Corão.
Maomé se definiu como o continuador da religião de Abraão e de seu filho Ismael ( o povo árabe é descendente de Ismael, filho de Abraão e Agar). Para justificar sua independência religiosa, Maomé atribuiu a judeus e cristãos “o grande erro de terem falsificado os livros sagrados e o monoteísmo de Abraão e Ismael”.
A moral maometana ensina cinco grandes deveres:
1) professar a fé – o maior pecado é a apostasia da fé ou a adesão à idolatria e ao paganismo; a bem-aventurança celeste é prometida àqueles que morrem na guerra santa;
2) orar cinco vezes por dia (ao amanhecer, ao meio-dia, pela tarde, ao pôr do sol, no primeiro quarto da noite), cumprindo-se, de cada vez, as abluções rituais prescritas;
3) jejuar durante o mês inteiro de Ramadã, desde o nascer até o pôr do sol diariamente;
4) dar esmola aos pobres, e também a obrigação de dar hospedagem momentânea seja a quem for e a qualquer hora;
5) peregrinar a Meca uma vez na vida.
O Corão autoriza todo homem a ter quatro esposas legítimas e tantas concubinas escravas quantas seus recursos financeiros lhe permitam. O conceito de guerra santa é central no Islamismo e foi responsável pela rápida propagação árabe nos séculos VII e VIII; morrer em batalha armada torna o maometano “mártir”, ou seja, herói religioso. Aceitam a “predestinação”, que marca para cada pessoa a hora da sua morte; isso muito concorreu para que os discípulos de Maomé se lançassem em guerras.
O Islã defende um regime de governo teocrático (poder exercido em nome de Alá), um poder religioso; como acontece hoje no Irã e no Paquistão.
O Corão foi capaz de inspirar uma piedade intensa e profunda; criou-se uma mística muçulmana, da qual dois grandes expoentes são Al-Hallaj († 922) e Al-Ghazali († 1111). Especialmente a corrente sufita dedicou-se ao cultivo da vida interior. A partir do século XII foram-se formando comunidades de sufitas ou derviches, que seguiam os ensinamentos dos grandes mestres; observavam regras de vida cenobítica, assemelhando-se às congregações religiosas do Catolicismo.
O islamismo é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje mais de 1,2 bilhão de pessoas (7 milhões só nos EUA). Uma em cada cinco pessoas na Terra é muçulmana, seguidoras do Islamismo.
O Islã não aceita a veneração de imagens nem música instrumental, apenas percussão, e não permite sexo antes do casamento. O ano muçulmano é medido pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra. Numa média, seu ano é 11 dias menor que o nosso ano solar.
Os muçulmanos sofreram uma cisão, como a que ocorreu entre católicos e protestantes. A divisão foi entre os sunitas e xiitas, que disputam o direito à sucessão de Maomé. Os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo.
Por Prof Felipe Aquino 
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...