15 de fev. de 2014

Reflexão do Evangelho (6° Domingo Comum)

16/02/2014

Litúrgica do Domingo ano A
 
1°  Leitura:   Eclo 15,16-21
Sl 118
2° Leitura: 1Cor 2,6-10
Evangelho Mt 5,17-37

Caros Irmãos, hoje a Palavra santa nos fala sobre a Lei de Deus. Logo de saída, impressiona a afirmação peremptória de Jesus, nosso Senhor: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, Eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra!” Sejamos sinceros: um cristão deveria ficar inquieto com tais palavras, afinal nós não mais observamos a Lei de Moisés: não nos deixamos circuncidar, não guardamos o sábado, não fazemos restrições alimentares, distinguindo entre alimento puro e impuro... E agora: como nos haveremos com a palavra tão clara de Jesus?
 
Mas, o que o Senhor deseja mesmo dizer? Ele diz que não vem abolir a Lei, vem cumpri-la. Atenção: cumprir aqui não significa obedecer a Lei, mas realizá-la, dar cumprimento ao que ela anunciou e prometeu! Assim, cumprindo a Lei, Jesus a supera, como um botão que se cumpre na flor. Pensai, irmãos: o botão prepara a flor e sem botão não há flor. Mas, o botão existe para tornar-se flor e, quando se torna, cumpre-se, passa, deixando lugar à flor. É assim que Jesus cumpre a Lei: realiza o que ela anunciou. Agora, como o Velho Simeão, a Lei bem que pode dizer: “Agora, Senhor, podes deixar Tua serva ir em paz. Meus olhos viram a Tua salvação que prometeste!” (Lc 2,29s). Jesus não abole a Lei, não a despreza; cumpre-a plenamente e, cumprindo-a, supera-a definitivamente! Com a chegada do nosso Salvador, com Sua santa morte e ressurreição, nem uma letra, nem uma vírgula da Lei ficou em vão: tudo se cumpriu Nele, que é a plenitude da Lei e dos profetas. Por isso mesmo, no Tabor, Moisés e Elias, a Lei e os profetas, apareceram envoltos na Glória de Jesus. É Ele, o Santo Messias, Nosso Senhor, Quem leva a Lei e os profetas à plenitude do cumprimento! É Ele – e só Ele – que, realizando tudo quanto a Antiga Aliança legislou e profetizou, a tudo deu cumprimento e a tudo superou!
 
Talvez algum de vós pergunte: Então não há mais lei alguma no cristianismo? Os cristãos são livres para fazerem como bem desejarem, para viverem como bem imaginarem, tudo em nome da bondade de Deus revelada em Jesus? Não, queridos irmãos! Este pensamento seria totalmente falso! O próprio São Paulo nos previne contra esta ideia torta: “Iremos pecar porque não estamos soba Lei, mas sob a graça? De modo algum!” (Rm 6,15) – ele mesmo responde! A Lei de Moisés foi superada, mas o cristão vive sob uma nova Lei, dada no Espírito Santo de Amor, Espírito de Cristo Jesus, Espírito de Amor! Por isso mesmo, o Espírito foi derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, festa judaica que celebrava o dom da Lei. Para os discípulos de Cristo, a Lei é o Espírito de Amor que, no Batismo foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5,5); o cristão vive agora debaixo da Lei do Espírito de Cristo! Por isso o Apóstolo diz: “Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós!” E previne: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo!” (Rm 8,9) Portanto, é Ele, esse Santo Espírito, Quem nos dá a vida de Cristo, os sentimentos de Cristo, a sabedoria de Cristo, tão diferente daquela do mundo, para viver segundo Cristo. É o que diz o santo Apóstolo na Epístola de hoje: quem pode compreender os preceitos do Senhor? Somente os que são sábios segundo Deus! Mas, essa sabedoria de Deus é escondida aos olhos do mundo, à lógica da nossa sociedade; é uma sabedoria que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória! Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria! E São Paulo adverte: “Se a tivessem conhecido não teriam crucificado o Senhor da glória”. A sabedoria do mundo, fechada para o Espírito de Cristo, mata o Senhor da Glória no nosso coração! A verdadeira sabedoria, da verdadeira lei, somente pode ser revelada através do Espírito, que “esquadrinha as profundezas de Deus!”
 
Compreendei, Irmãos: é o Espírito que Cristo nos deu no Batismo e nos dá sempre de novo nos sacramentos da Igreja, é Ele, esse Espírito de Amor, Quem imprime em nós a nova Lei, a Lei do Amor! Para os cristãos, a Lei, os mandamentos, resumem-se nisto: amar ao Senhor Deus e amar os irmãos como Cristo Jesus amou! E amou até entregar-Se na cruz! Eis a Lei de Cristo, eis a medida, eis o desafio, eis nosso consolo (porque ela é tão bela!), eis a nossa desolação (porque, por nós mesmos, é impossível amar assim, na medida de Cristo!)... Pensando na Lei do Senhor Jesus, sigamos o conselho do Eclesiástico: guardemos o preceito de amor do Senhor e viveremos Nele, graças a presença do Seu Espírito de Amor em nós! Deixemos conduzir pelo Espírito, obedeçamos a voz do Espírito em nós, pois “o Senhor não mandou ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar”, muito menos pecar contra o Espírito Santo de Amor, que nos impele a amar como Jesus! Mas, irmãos meus, coragem: o que é impossível ao homem não é impossível ao Senhor! Por isso Ele nos deu o Seu próprio Espírito: para que impulsionados por Ele, nós tenhamos em nós os Seus sentimentos, as Suas atitudes, cumprindo o preceito do Apóstolo:“Tende em vós os mesmos sentimentos do Cristo Jesus” (Fl 2,5).
 
Agora sim, podemos compreender a palavra do Senhor Jesus: “Eu vos digo: se a vossa justiça não for maior que a justiça dos escribas e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus!”  Vede bem: a justiça, isto é a religiosidade, o cumprimento da Lei dos escribas e fariseus, ficava na Lei de Moisés, tinha a Lei de Moisés como critério. Isto serve para os judeus, não para nós! Para o cristão, a Lei é o Espírito de Cristo, Espírito de Amor, que nos imprime no coração os sentimentos de Cristo Jesus! A justiça do cristão, sua prática religiosa, deve ultrapassar a dos escribas e fariseus, pois é impulsionada pelo Espírito de Jesus! Por isso mesmo, no evangelho de hoje, o Senhor dá três exemplos da Lei de Moisés e os radicaliza, indo direto ao espírito mais profundo contido neles. São apenas exemplos, que nos mostram que o Espírito de Amor em nós, Espírito Santo de Cristo, leva-nos a amar na medida de Cristo, Ele que nos amou sem medida! Que coisa, que mistério, que desafio: diante do amor de Cristo, jamais poderemos estar em dia, tranquilos, achando que merecemos um prêmio! Diante Dele, por nós entregue, morto e ressuscitado, seremos sempre tão pequenos, tão devedores, tão deficitários!
 
Pensemos nestas coisas, Amados no Senhor, e deixemo-nos guiar pelo Espírito do Senhor! Que Ele mesmo venha amar em nós e nos fazer sentir como Jesus, pensar como Jesus, falar como Jesus, agir como Jesus, viver como Jesus – esta é a Lei e os profetas! A Cristo nosso Senhor, plenitude e cumprimento da Lei, que nos libertou da Lei de Moisés, a glória pelos séculos eternos. Amém.

Por: Dom Henrique Soares da Costa 

Fonte: http://www.domhenrique.com.br/

Shalom lança Campanha de Oração pelo Papa Francisco.

 2014-02-14





Fortaleza (RV) - “Eu Rezo Pelo Papa” já obteve quase dez mil curtidas no Facebook em 5 dias de atividade. Foram criadas hastags em 7 línguas. “Rezem por mim” é o pedido constante do Papa Francisco. É assim que ele termina suas mensagens, intervenções e orações. No dia da eleição protagonizou um gesto comovente: inclinou-se e pediu que em silêncio os presentes na Praça de São Pedro rezassem por ele.

Motivados por esta súplica constante do Pontífice, a Comunidade Católica Shalom mobiliza uma campanha de oração pelo Papa. O nome da iniciativa diz o compromisso de quem adere à ação: “Eu Rezo Pelo Papa”.

A Fanpage criada no dia 3 de fevereiro já conta com mais de 9 mil curtidas até a conclusão deste texto. Na página, os participantes declaram que rezam pelo papa e oferecem terços, missas e outras devoções como intercessão pelos trabalhos do pontífice.

Para aderir basta rezar por Francisco e publicar o conteúdo no Facebook, Twitter, Instagram com a hashtag#EuRezoPeloPapa. As hashtags também estão disponíveis em mais outras seis línguas: inglês: #IprayForthePope, italiano: #IoPregoPerIlPapa, espanhol: #YoRezoporElPapa, húngaro: #Pápáértimádkozok, francês: #jepriepourlepape, alemão: #IchbetefürdenPapst.

“Queremos motivar as pessoas a rezarem pelo Papa. É uma forma de apoiá-lo em sua missão. Esta é uma iniciativa voltada para todos aqueles que gostam de Francisco”, explicou João Edson Queiroz, membro do Conselho Geral do Shalom e um dos responsáveis pela iniciativa. Ainda segundo Queiroz, a meta é que até o final do mês a página chegue a 20 mil seguidores.

Fazem parte da história da Comunidade Católica Shalom o amor, zelo, obediência e intercessão pelos Papas. Foi aos pés do Beato João Paulo II, durante uma celebração eucarística, que Moysés Azevedo, fundador da instituição, ofereceu sua vida pela evangelização dos jovens em 9 de julho de 1980.

Durante o anúncio da renúncia do Papa emérito Bento XVI, a comunidade encontrava-se em Retiro de carnaval no ginásio Paulo Sarate, ocasião em que já começaram a rezar pelo novo Papa.

Durante o período da Sé Vacante foi orientado para os membros da instituição um tempo especial de oração pela eleição do novo Papa que viria ser o Cardeal Bergoglio. “Rezar pelo Papa e suas intenções é um dever nosso como cristão, como ovelhas que são guiadas pelo seu pastoreio”, disse João Edson.

O fundador da Comunidade, Moysés Azevedo, é recebido em audiência pelo Papa Francisco sexta-feira, 14, na Casa Santa Marta.
(CM)

Link da pagina no face #Eu rezopelopapa ttps://www.facebook.com/eurezopelopapa?fref=ts


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Papa Francisco recebe o fundador da Comunidade Católica Shalom

 2014-02-14




 
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã desta sexta-feira, na Casa Santa Marta, no Vaticano, o fundador da Comunidade Católica Shalom, Moyses de Azevedo Filho.

O pontífice conheceu a Comunidade Shalom em 2007, durante a Conferência de Aparecida. Naquele ano, Bento XVI concedeu à comunidade o reconhecimento pontifício. Em 2012, a Comunidade Católica Shalom obteve o Reconhecimento e Aprovação Definitiva de seus Estatutos, pelas mãos do Papa Bento XVI.

Depois da audiência, Moyses foi entrevistado pelo colega Rafael Belincanta. Clique acima para ouvir. (MJ/RB)





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A beleza do namoro cristão

As amizades e os namoros devem ser marcados pelo autêntico desejo de uma auto construção positiva, no respeito recíproco, no domínio de si, na dedicação a deveres assumidos com seriedade e responsabilidade. São ocasiões de crescimento verdadeiro.   namoro
O tempo que antecipa a vivência do matrimônio deve ser uma etapa de mútuo conhecimento, diálogo, oração e descoberta da pessoa  amada numa acolhida positiva e fecunda. É um tempo de aprender a superar os conflitos e conviver sadiamente com as diferenças. Seguramente exigirá algumas renúncias; estas, assumidas com coragem e generosidade, criarão nos noivos ou namorados capacidades e possibilidades de assumirem sempre novas renúncias e os desafios próprios na vivência madura de um matrimônio autenticamente cristão.
O deterioramento de certos casamentos pode ter como causa o desgaste. E por que este amor esfriou e acabou? Por faltarem bases sólidas. O amor, durante o tempo do namoro, foi superficial, muito apegado aos prazeres e às facilidades. Faltou a renúncia, a oblatividade. Talvez tenha sido marcado pela incapacidade de sofrer e dar a vida pela pessoa amada. Sem o espírito altruísta, sem a gratuidade que se consolida no sacrifício e na renúncia, o amor não se sustenta.
Quem pode garantir que haverá fidelidade nas tribulações, nas crises matrimoniais, nas doenças, nas dificuldades econômicas, nos desafios do controle de natalidade responsável, da gestação e da criação dos filhos, nas tentações de outros amores que prometem e parecem resolver todos os problemas? Os noivos, na liturgia do matrimônio, prometem ser fiéis um ao outro “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-se e respeitando-se todos os dias da própria vida”. Estas promessas não serão cumpridas quando o amor é hedonista, egoísta, superficial, sem nenhuma capacidade de abraçar renúncias e sofrimentos. A intimidade – tantas vezes entendida como acesso ao corpo do outro – “acontece quando um indivíduo é capaz de equilibrar o dar e o receber e pode buscar satisfazer mais o outro do que simplesmente buscar a auto-satisfação e o sucesso”[1].
Relacionamentos superficiais e instrumentalizadores da pessoa do outro em proveito próprio (do próprio prazer) podem gerar frustrações, desconfianças e medo de viver um relacionamento profundo e verdadeiro.
É bem verdade que um desejo de manifestar fisicamente o amor, o afeto profundo, é natural e compreensível. Mas quando assume conotações claramente sexuais (através de carícias que induzem ao uso da genitalidade) esse relacionamento queima etapas e assume atitudes que são próprias do matrimônio enquanto convívio estável na manifestação de um amor esponsal sacramentalizado com finalidades unitivas (o bem dos cônjuges) e procriativas (abertura à geração de filhos), formando assim uma família.
Se o amor humano, na sua expressividade sexual-genital e demais dimensões, foi elevado à dimensão de sacramento, então significa que o uso da sexualidade-genitalidade antes do matrimônio não manifesta só a ausência de um rito, mas a ausência da Igreja e, por conseguinte, de Cristo[2].
Na intimidade sexual, e também nas demais expressões da união matrimonial, Deus se serve da mediação dos esposos para manifestar o seu amor. Deus ama o esposo através da esposa e a esposa através do esposo. E quem introduz Cristo e sua graça no convívio estável de uma vida a dois entre um homem e uma mulher é exatamente o sacramento do matrimônio. Por isso, seria banalizar o matrimônio todo reducionismo da sexualidade ao prazer genital ou destituir tal prazer da necessidade de uma inclusão integrada na esfera do amor a dois elevado à dignidade de sacramento.
Bem nos ensina o prof. Felipe Aquino: “A vida sexual de um casal não pode começar de qualquer jeito, às vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro de prostituição. (…). O namoro é tempo de conhecer o coração do outro, não o seu corpo; é tempo de explorar a sua alma, não o seu físico. (…). Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por muitos anos e com a consciência em paz, certo de que você não vai complicar a sua vida, a da sua namorada, e nem mesmo a da criança inocente”[3].
A partir disso, a pessoa estrategicamente vai evitando tudo o que de alguma maneira pode excitá-la ou agitá-la sexualmente, tendo sempre em vista um bem maior. Assim, namorados e noivos evitarão carícias exageradas, uma vez que isso levará a certos movimentos hormonais e psíquicos que direcionarão a uma busca de prazer, culminando no uso da genitalidade. Se, por exemplo, o encontro dos namorados é em lugar isolado e esta solidão constitui a possibilidade de certas liberdades, seria bom passar a namorar em lugar mais iluminado e freqüentado por outras pessoas. Bom seria dialogar mais, algumas vezes rezar juntos etc. Um namoro autêntico não se esgota nas manifestações afetivas de ordem física. O importante é usar de sinceridade consigo mesmo e com Deus. O senso da medida, a prudência e a temperança, o bom senso e o discernimento evangélico vão abrindo os caminhos para namoros e noivados santos e maduros. Quem aprendeu a se controlar e a viver estas saudáveis renúncias agora, se capacitará para viver as renúncias que lhe serão exigidas no matrimônio.
Além disso, o auxílio divino é sempre indispensável. “Tu me ordenas a continência: concede-me o que ordenas, e ordena o que quiseres”[4].
Rezar e viver a amizade com o Senhor ajuda a entender que, mesmo existindo elementos de ordem biológica e psíquica ou mesmo influências de ordem sociocultural, existem também forças espirituais que atuam nesse contexto. Não nos iludamos, nossa luta não é apenas “contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares” (Ef 6,12). Poderíamos até considerar ingenuidade o fato de tantas pessoas atribuírem somente à esfera bio-psíquica uma realidade que também comporta um acirrado combate espiritual!
Diz o apóstolo que “Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade” (1Ts 4,7), e para tanto ele exorta: “Mortificai, pois, os vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixão, desejos maus, e a cupidez, que é idolatria” (Cl 3,5).
O próprio Mestre Divino aborda o assunto afirmando essa necessidade: “Por isso, se o teu olho direito é para ti ocasião de queda, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado na geena. E, se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado na geena” (Mt 5,29-30).
Note-se, porém, que este arrancar não deve ser entendido no sentido literal, pois tudo o que Deus colocou no corpo humano tem uma finalidade boa, um sentido positivo, válido e significativo: “Deus viu tudo o que tinha feito; e era muito bom” (Gn 1,31). Todas as pessoas, tanto os celibatários quanto os casados, precisam tomar consciência que os órgãos sexuais continuam sendo sagrados e fazem parte do grande tabernáculo do Espírito Santo que é corpo humano e integram a dignidade da pessoa humana. Portanto, o sentido do cortar, arrancar, lançar fora não diz respeito ao anular, destruir ou sufocar, mas envolve um direcionamento que leve a integrar, direcionar, sublimar numa dinâmica positiva de abertura ao querer de Deus.
maosPara que este processo atinja níveis de bom êxito na vivência da castidade, vai ser muito útil que a vontade seja sadiamente exercitada, iluminada por uma consciência bem esclarecida; eis a importância dos estudos, da reflexão da Escritura e, sobretudo, da intimidade com Deus na oração.
O Senhor também diz que o “olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho for são, todo o teu corpo terá luz. Mas se o teu olho for defeituoso, todo o teu corpo estará em trevas” (Mt 6,22-23). Portanto, se a inteligência e a vontade do homem forem obscurecidas e corrompidas pelo apego aos bens passageiros da terra ou pelas paixões ou apetites desordenados, toda a vida espiritual da pessoa ficará comprometida e corrompida pelo vício e como que lançada na escuridão, sem possibilidade de discernir o bem do mal e apreciar as coisas retamente.
À luz desta indicação que o Senhor nos oferece, importa abraçar com generosidade uma vida de sacrifício. É tolice imaginar que terá domínio e controle sereno de seus impulsos sexuais quem se expõe às ocasiões, quem tem vida mole, folgada, vive no conforto, na preguiça, no espontaneísmo, na falta de disciplina pessoal.
Os casais de namorados e noivos, bem como cada indivíduo, busquem trabalhar-se corajosamente, encontrar soluções e não desistir de conduzir livremente a própria vida exercendo um decidido senhorio sobre seus impulsos, tendo por base os valores evangélicos e o equilíbrio afetivo.
A felicidade é também uma conquista que brota do autodomínio. A Igreja nos instrui que o domínio de si mesmo “é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida” (Cat, 2342). A quem sinceramente se empenhar para atingir este bem-aventurado autodomínio, não faltará o auxílio generoso e abundante da graça divina. Vale a pena conferir!
Pe. Marcos Chagas
Fonte:http://www.comshalom.org/

14 de fev. de 2014

"O cristão é sempre cordeiro. Não deve ceder à tentação de ser lobo", afirma o Papa.

.2014-02-14


Cidade do Vaticano (RV) – O cristão nunca fica parado, caminha sempre além das dificuldades. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta. 

Em sua homilia, o Papa falou da identidade do cristão, inspirando-se nos santos padroeiros da Europa, Cirilo e Metódio, que a liturgia celebra esta sexta-feira. Francisco recordou que o Senhor envia os seus discípulos para que eles prossigam sempre avante. “E isso – observou – significa que o cristão é um discípulo do Senhor que caminha”: 

Não se pode pensar num cristão parado: um cristão assim está doente na sua identidade cristã. O cristão é discípulo para caminhar, para ir. É aquilo que o Senhor nos pede: Ide e proclamai o Evangelho. Ir. Caminhar. Eis que a primeira atitude da identidade cristã é caminhar, e caminhar mesmo em meio às dificuldades, ir além das dificuldades.

Um segundo aspecto da identidade do cristão é permanecer sempre “cordeiro”. “O Senhor nos manda como cordeiros em meio aos lobos”, disse o Papa, advertindo que contra eles não se deve usar a força, mas fazer como fez Davi, que usou uma brecha e venceu a batalha: 

Como cordeiros... Não se tornar lobos… Porque, às vezes, a tentação nos faz pensar: ‘Mas isso é difícil, esses lobos são astutos e eu serei mais astuto do que eles, eh?’. Cordeiro. Não tolo, mas cordeiro. Com a astúcia cristã, mas sempre cordeiro. Porque se você é cordeiro, Ele o defende. Mas se você se sente forte como um lobo, Ele não o defende, o deixa só, e os lobos o devorarão. Como cordeiro.
O terceiro aspecto desta identidade, disse, é o “estilo do cristão”, que é a “alegria”. Os cristãos são pessoas que exultam porque conhecem e carregam o Senhor. Mesmo “nos problemas, inclusive nas dificuldades, mesmo nos próprios erros e pecados – reiterou o Papa – há a alegria de Jesus, que sempre perdoa e ajuda”. O Evangelho então “deve ir na frente, levado por esses cordeiros enviados pelo Senhor que caminham, com alegria”: 

Esses cristãos que vivem assim, sempre se lamentando, num estado de lamentação contínua, sempre tristes, não fazem um favor nem ao Senhor nem à Igreja. Este não é o estilo do discípulo. Santo Agostinho diz aos cristãos: ‘Vá avante, canta e caminha!’. Com a alegria: este é o estilo do cristão. Anunciar o Evangelho com alegria. E o Senhor faz tudo. Ao invés, a demasiada tristeza e também a amargura nos levam a viver um cristianismo sem Cristo: a Cruz esvazia os cristãos que estão diante do Sepulcro chorando, como Madalena, mas sem a alegria de ter encontrado o Ressuscitado.
O Senhor, concluiu o Papa, “por intercessão desses dois irmãos santos, padroeiros da Europa, nos conceda a graça de viver como cristãos que caminham como cordeiros e com alegria”.


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Encontro do Papa com os noivos: "Senhor, dai-nos o amor nosso de cada dia"

 2014-02-14



Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se em clima de festa e comoção, na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, na Praça São Pedro, a audiência especial do Papa Francisco aos noivos do mundo inteiro, no contexto do encontro "A alegria do Sim para sempre", promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, no dia de São Valentim – bispo e mártir, data em que se celebra na Europa, e em vários países do hemisfério norte, o Dia dos Namorados.

Foram mais de 25 mil participantes, provenientes de aproximadamente trinta países. Após uma manhã de cantos, testemunhos, poesias e reflexões, com a presença do presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia – e após o seguinte tuíte do Santo Padre lançado pouco antes de encontrar os noivos: "Jovens, não tenhais medo de vos casar: unidos num matrimônio fiel e fecundo, sereis felizes" –, o Papa saudou os casais presentes e respondeu às perguntas sobre o valor do matrimônio, que três deles lhe fizeram.

"Senhor, dai-nos hoje o nosso amor cotidiano." Foi uma sugestão para a oração que o Papa quis dar aos noivos do mundo inteiro, inspirando-se no Pai-Nosso. De fato, Francisco pediu que se repetisse esta súplica em forma de oração.

Respondendo às perguntas de três casais, o Pontífice fez um quadro da sociedade contemporânea: "Muitas pessoas – disse – têm medo de fazer escolhas definitivas, para a vida inteira, parece impossível".

"Hoje – acrescentou –, tudo muda rapidamente, nada dura muito tempo." Contudo – explicou o Papa em seu primeiro encontro oficial com os noivos –, o amor é uma relação, "é uma realidade que cresce", "que se constrói como uma casa. E a casa se constrói juntos, não sozinhos": "Construir – acrescentou – significa favorecer e ajudar o crescimento":

"Caros noivos, vocês estão se preparando para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Mas todos juntos: afeto, auxílio, esperança, apoio! Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. Por favor, não nos deixemos vencer pela "cultura do provisório"! Essa cultura que hoje nos invade a todos, essa cultura do provisório. Isso não é bom!"

Diante do medo do "para sempre", a "cura" dia após dia é confiar-se "ao Senhor numa vida que se torna um caminho espiritual cotidiano, feito de passos, de crescimento comum, de compromisso a se tornarem homens e mulheres amadurecidos na fé". Porque – explicou Francisco – o "para sempre" não é somente uma questão de duração:

"Um matrimônio não obtém bom êxito somente se dura, mas é importante a sua qualidade. O desafio dos esposos cristãos é estar juntos e saber amar-se para sempre."

Referindo-se ao milagre das bodas de Caná, o Santo Padre recordou aos noivos que "o Senhor pode multiplicar" o amor deles e oferecê-lo "fresco e agradável todos os dias", porque "dispõe de uma reserva infinita", "o renova", "o reforça" e "o torna inda maior quando a família cresce com os filhos". Neste caminho devem ser observadas algumas "regras", já indicadas por Francisco encontrando as famílias: com licença, obrigado, desculpe-me. "Com licença" é um "pedido gentil":

"Pedir licença significa saber entrar com cortesia na vida dos outros. Mas ouçam o seguinte: saber entrar com cortesia na vida dos outros não é fácil! Não é fácil! Ao invés, por vezes, se usam maneiras de certo modo pesadas, com botas de montanha! O amor verdadeiro não se impõe com dureza e agressividade."

Por outro lado, refletiu o Santo Padre, "em nossas famílias, em nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, é preciso muita cortesia". Em seguida, falou sobre a gratidão, outro "sentimento importante":

"Na relação de vocês, e amanhã na vida matrimonial, é importante manter a consciência clara de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus se diz: "Obrigado!" Aos dons se diz: Obrigado! E com essa atitude interior dizer obrigado reciprocamente, para todas as coisas."

Depois, um exame de consciência, porque "na vida cometemos erros, muitos erros": o homem é levado "a acusar o outro e a justificar a si mesmo", é "um instinto que está na origem de muitos fracassos: Aprendamos a reconhecer nossos erros e – acrescentou o Santo Padre – a pedir desculpas"; nunca terminar o dia "sem fazer as pazes":

"Todos sabemos que não existe a família perfeita, e nem mesmo o marido perfeito, ou a mulher perfeita. Nem falemos da sogra perfeita! Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensina um segredo: jamais terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte a nossa casa, a nossa família."

Em seguida, fez uma reflexão sobre a festa nupcial: o convite do Papa foi a fazer de modo "que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa mundana", porque o que torna o matrimônio "pleno e profundamente verdadeiro" é "a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça". "Ele é o segredo da alegria plena, daquela alegria que verdadeiramente aquece o coração":

"É bom que o matrimônio de vocês seja sóbrio e ressalte aquilo que é verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas e a flores... São coisas importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da alegria de vocês: a bênção do Senhor sobre o amor de vocês."

Por fim, o Papa dirigiu um pensamento aos jovens que fizeram ou ainda estão fazendo um percurso de preparação para o matrimônio, em vista das núpcias nos próximos meses: uma reflexão sobre o matrimônio, como "trabalho de todos os dias", "trabalho artesanal", para "crescer também em humanidade, como homem e como mulher":

"Chegar a isto, alcançar isto: a crescerem juntos, um ao outro. E os filhos terão essa herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se – um ao outro – mais homem e mais mulher!" (RL)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

14 de Fevereiro - São Cirilo

Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa. 

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo. 

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas. 

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano. 

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo. 

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados. 

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".

Outros santos e beatos:
Santo Abraão (†422) — eremita na Síria, depois bispo de Carras.
Santo Antonino de Sorrento (†830) — abade beneditino no mosteiro de Santo Agripino, é venerado como protetor deste local da Campânia.
Santo Auxêncio da Bitínia (†470) — soldado, depois eremita.
Santos Basso, Antônio e Protólico — martirizados em Alexandria do Egito. 
Santos Cirião, Bassiano, Agatão e Moisés — mártires condenados à pira em Alexandria do Egito. No mesmo local, foram decapitados Dionísio e Amônio. 
Santo Eleucádio — terceiro bispo de Ravena, no século II. 
São João Batista da Conceição (1561-1613) — nascido em Almodovar, na Espanha. Religioso da ordem dos reformados da Santíssima Trindade (descalços), aí promoveu a obra de reconstrução. Canonizado em 1975.
São Marão (†435) — monge eremita. Emprestou o nome à comunidade sírio-católica dos “maronitas”.
São Nostriano (†450) — bispo de Nápoles.
Santos Próculo, Efebo e Apolônio — martirizados em Terni, em 273. 
São Teodósio (†554) — bispo de Vaison, na França.

Fonte: http://www.paulinas.org.br/

A sabedoria do silenciar

O silêncio é valioso, sobretudo quando estamos em uma situação difícil, quando é preciso mais ouvir do que falar.


Até os insensatos quando se calam passam por sábios

Sócrates, o sábio filósofo grego, dizia que a eloquência é, muitas vezes, uma maneira de exaltar falsamente o que é pequeno e de diminuir o que é, de fato, grande. A palavra pode ser mal-usada, mascarada e empregada para a dissimulação. É por isso que os sábios sempre ensinaram que só devemos falar alguma coisa “quando as nossas palavras forem mais valiosas que o nosso silêncio”. A razão é simples: nossas palavras têm poder para construir ou para destruir. Elas podem gerar a paz, a concórdia, o conforto, o consolo, mas podem também gerar ódio, ressentimento, angústia, tristeza e muito mais. “Mesmo o estulto, quando se cala, passa por sábio, por inteligente, aquele que fecha os lábios” (Pr 17,28).

silêncio é valioso, sobretudo quando estamos em uma situação difícil, quando é preciso mais ouvir do que falar, mais pensar do que agir, mais meditar do que correr. Tanto a palavra quanto o silêncio revelam o nosso ser, a nossa alma, aquilo que vai dentro de nós. Jesus disse que “a boca fala daquilo que está cheio o coração” (cf. Lc 6,45). Basta conversar por alguns minutos com uma pessoa que podemos conhecer o seu interior revelado em suas palavras; daí a importância de saber ouvir o outro com paciência para poder conhecer de verdade a sua alma. Sem isso, corremos o risco de rotular rapidamente a pessoa com adjetivos negativos.

Sabemos que as palavras são mais poderosas que os canhões; elas provocam revoluções, conversões e muitas outras mudanças. A Bíblia, muitas vezes, chama a nossa atenção para a força das nossas palavras. “Quem é atento à palavra encontra a felicidade” (Eclo 16,20). “O coração do sábio faz sua boca sensata, e seus lábios ricos em experiência” (Eclo 16, 23). “O homem pervertido semeia discórdias, e o difamador divide os amigos” (Eclo 16,28). “A alegria de um homem está na resposta de sua boca, que bom é uma resposta oportuna!” (Pr 15,23).

Quanta discórdia existe nas famílias e nas comunidades por causa da fofoca, das calúnias, injúrias, maledicências! É preciso aprender que quando errarmos por nossas palavras, quando elas ferirem injustamente o irmão, teremos de ter a coragem sagrada de ir até ele pedir perdão. Jesus ensina que seremos julgados por nossas palavras: “Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado” (Mt 12, 36).

Nossas palavras devem sempre ser “boas”, isto é, sempre gerar o bem-estar, a edificação da alma, o consolo do coração; a correção necessária com caridade. Se não for assim, é melhor se calar. São Paulo tem um ensinamento preciso sobre quando e como usar a preciosidade desse dom que Deus nos deu que é a palavra: “Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem” (Ef 4, 29).

Erramos muito com nossas palavras; mas por quê?

Em primeiro lugar porque somos orgulhosos, queremos logo “ter apalavra” na frente dos outros; mal entendemos o problema ou o assunto e já queremos dar “a nossa opinião”, que muitas vezes é vazia, insensata, porque imatura, irrefletida. Outras vezes, erramos porque as pronunciamos com o “sangue quente”; quando a alma está agitada. Nesta hora, a grandeza de alma está em se calar, em conter a fúria, em dominar o ego ferido e buscar a fortaleza no silêncio.

Fale com sinceridade, reaja com bom senso e sem exaltação e sem raiva e expresse sua opinião com cautela, depois que entender bem o que está em discussão. Muitas vezes, nos debates, estamos cansados de ver tanta gente falando e poucos dispostos a ouvir. Os grandes homens são aqueles que abrem a boca quando os outros já não têm mais o que dizer. Mas, para isso, é preciso muito exercício de vontade; é preciso da graça de Deus porque a nossa natureza sozinha não se contém.

Deus nos fala no silêncio, quando a agitação da alma cessou; quando a brisa suave substitui a tempestade; quando a Sua palavra cala fundo na nossa alma; porque ela é “eficaz e capaz de discernir os pensamentos de nosso coração” (cf Hb 4,12).

Prof. Felipe Aquino

(Cléofas)

Francisco na missa: "Pagão que procura Deus com humildade O encontra"

2014-02-13


Cidade do Vaticano (RV) – Um cristão pode perder a fé por causa de suas paixões e da vaidade, enquanto um pagão pode se tornar cristão pela sua humildade: este foi o centro da homilia proferida pelo Papa na missa presidida quinta-feira, 13, na Casa Santa Marta. 

A meditação do Papa se baseou no Evangelho do dia, em que “uma mulher corajosa” de Cananéia, ou seja, pagã, pediu a Jesus para libertar sua filha do demônio. “Era uma mãe desesperada - disse Francisco - e uma mãe, diante da saúde de seu filho, faz de tudo. Jesus lhe disse, duramente: ‘Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos’. A mulher, que certamente não era letrada, respondeu com o ânimo de uma mãe: ‘Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos’. A mulher – explicou o Papa – não teve vergonha e, por sua fé, Jesus lhe fez o milagre”. 

Este é o caminho de uma pessoa de boa vontade, que procura Deus e O encontra. O Senhor a abençoa. Cada dia, na Igreja do Senhor, muitas pessoas fazem este caminho de busca do Senhor, deixando-se conduzir pelo Espírito Santo”.

“No entanto, existe também o caminho oposto”, observou o Pontífice. “A primeira leitura narra que Salomão era o homem mais sábio da terra, havia recebido de Deus grandes bênçãos, tinha fama e todo o poder; acreditava Nele, mas o que aconteceu? Ele gostava demais de mulheres e suas concubinas lhe desviaram o coração, que começou a seguir outros deuses”. 

Seu coração se enfraqueceu tanto que ele perdeu a fé. O homem mais sábio do mundo se deixou levar por um amor indiscreto; se deixou levar por suas paixões. Ele era capaz de recitar a Bíblia, sim, mas ter fé não significa rezar o Credo. Você pode sabê-lo de cor e ter perdido a fé!”, alertou o Papa. 

“Salomão era pecador como seu pai, Davi, mas o Senhor lhe havia perdoado porque ele era humilde e pediu perdão. Salomão, por sua vez, era ‘sábio’ mas tornou-se corrupto. A semente maligna de suas paixões cresceu no coração de Salomão e o levou à idolatria. “É no coração que se perde a fé!”, afirmou. 

Acolham com docilidade a Palavra” – aconselhou Francisco, lembrando o Aleluia. “A Palavra que foi plantada em vocês pode levá-los à salvação. Sigamos o caminho daquela mulher de Cananéia. Que a Palavra de Deus nos guarde nesta estrada e nos mantenha afastados da corrupção e da idolatria!”. 



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va

Ir a Deus de coração sincero, mesmo pecador

Durante muitos anos eu preguei que a multidão que estava com Jesus na entrada de Jerusalém foi a mesma que depois gritaria “crucifica-o”. No entanto, J. Ratzinger-Bento XVI, no seu novo livro “Jesus de Nazaré – Da entrada de Jerusalém até a Ressurreição”, deu-me outra visão das coisas. Ratzinger nos explica que há duas multidões, a primeira é a que acompanhava a Jesus e que o aclamava com “hosanna” e com “bendito o que vem em nome do Senhor”; a outra multidão foi a que gritou “crucifica-o”. Ainda que não me estranhasse que algumas pessoas que faziam parte da primeira multidão estivessem entre os da segunda, pareceu-me convincente a explicação de Ratzinger. Ajuda-me a ver a primeira multidão de uma maneira mais próxima a nós. As pessoas que aclamam a Jesus no dia de hoje não aparecem como falsas ou mesquinhas e traidoras no porvir. Elas atuavam com um coração sincero. Ainda que as pessoas possam perverter-se, é preciso dar-lhes sempre um voto de confiança.
Nós, quando louvamos e bendizemos a Deus, quando estamos bem perto dele e dizemos que nós o amamos e depois, talvez não muitas horas depois, o traímos com alguma ofensa grave ou pedimos a sua morte a través dos nossos pecados, não estávamos sendo falsos nem hipócritas. Nós que louvamos a Deus, mas depois nos deparamos com as nossas fraquezas patentes, temos que apoiar-nos mais na misericórdia, mas não devemos pensar que estamos fazendo teatro.
Quando nós dizemos nos nossos atos de contrição, “eu não quero mais pecar”, o Senhor sabe que a nossa vontade é débil e sabe que o ofenderemos novamente, no entanto, Deus acredita de verdade, ele não finge que acredita na nossa contrição. Ele conhece o nosso coração e sabe que não queremos enganá-lo, sabe também que nem sempre nós acreditamos nas nossas promessas de fidelidade e de bons desejos. Não é verdade que nalgum momento fizemos um ato de contrição com aquela pergunta mais profunda que questionava a nossa sinceridade para com Deus?
Deus sabe mais. Claro que sim. Não é hipócrita quem peca e se arrepende, não é falso que ofende a Deus e se confessa, não é descarado quem chora os seus próprios pecados e depois se alegra em praticá-los. Não. A debilidade humana existe. E como existe! Mas a graça de Deus também existe. E como existe!
Aclamemos o Senhor no dia de hoje com todas as nossas forças. Nós nem sabemos quando gritaremos “crucifica-o”, talvez nunca mais diremos essas palavras. No entanto, livre-nos Deus da “presunção petrina”. Presunção petrina? Refiro-me àquele episódio no qual Jesus anuncia a Pedro que ele o negaria três vezes. O apóstolo, confiando nas suas próprias forças e no seu amor ao Senhor, diz que isso não aconteceria. Pobre Pedro! Nós já sabemos como termina a história. Graças a Deus termina bem: com um ato de arrependimento, com o perdão de Jesus e com um trabalho apostólico depositado nos ombros de Pedro que o faria não complicar a própria existência, mas simplesmente continuar trabalhando pela glória de Deus e pelo bem dos irmãos.
Não nos compliquemos a existência desde o começo, ou seja, evitaremos inclusive a presunção petrina. Deus nos recorda com frequência: “meu filho, cuidado, confia mais em mim; do contrário, você se quebrará”. Digamos ao Senhor: “é certo, Senhor, reconheço o real perigo de quebrar-me interiormente. Salva-me; do contrário, perecerei.” Digamos com o coração, sem nenhuma falsa humildade: “salva-me!” Não nos assustemos conosco mesmos. Haja sempre paz em nossa alma. Deus é nosso Pai e nós somos os seus filhos. Que mais queremos? Além do mais, o Senhor colocou à nossa disposição os meios para que fôssemos restaurados: a confissão, a comunhão, a oração, a caridade, etc. Permanecendo sempre no caminho de Deus, continuemos o nosso louvor a ele junto aos da primeira multidão: “bendito o que vem em nome do Senhor”.
Fonte: http://www.comshalom.org/

12 de fev. de 2014

O ato de fé pode não significar nada

Foi meditando o texto do evangelista Marcos, quando narra o endemoninhado dizendo: “ Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele, e gritou bem alto: Que tens a ver comigo, Jesus Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! Com efeito Jesus lhe dizia: Espírito impuro sai deste homem”! (Mc 5,6-8).
Chamou-me a atenção porque o demônio acredita, tem fé. Reconhece o Filho de Deus, e conjura por Deus. Porque ele faz isso e continua fazendo o mal, atormentando as pessoas? Porque faz um ato de fé e nada muda em sua vida? Nunca muda de caminho, está sempre na contramão da história.
Fiquei pensando e me veio um certo temor. O demônio reconhece Jesus, professa a fé Nele, mas não O segue e continua sempre pela própria estrada.
Jamais será diferente porque sabe quem é Jesus: o Filho de Deus. Mas a sua convicção não interfere no seu modo de agir. É fácil professar a fé, o complicado é deixar essa fé transformar o modo de agir e pensar.
Por isso o maligno continuará sempre maligno, porque a fé não tem nada a ver com a vida concreta. A diferença esta na fé, que faz verdadeiramente ser discípulo de Jesus; caso contrário eu fico parecendo o demônio que acredita, faz um ato de fé, mas continua sendo o rei da maldade e do pecado.
Vive fazendo de conta que não acredita. Confesso que essa reflexão me causou um certo temor e me fez repensar o meu seguimento, enquanto escolhido e chamado a colaborar na vinha do Senhor.
Entendi melhor a expressão de Jesus: “O único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo”. Esse é o pecado, professar com os lábios e negar com as atitudes, ou seja, não deixar Deus agir em nós, porque é Ele que vem ao nosso encontro.
Não fomos nós que amamos a Deus. Foi Ele quem nos amou por primeiro. Negar a iniciativa de Deus, fechar-se em si mesmo, nos colocando no lugar de Deus, é negar toda e qualquer ação do Espírito Santo em nós. Esse é o pecado que não tem perdão.
Não que Deus não perdoe, mas sim porque não acreditamos no perdão. Como o Papa Francisco repetiu várias vezes: “Deus não se cansa de perdoar, nós nos cansamos de pedir perdão”. O caminho de seguimento de Jesus é um caminho de perdas e ganhos. Perco o meu jeitão de ser e aceito o jeitão do Mestre e Senhor da minha vida. Serei discípulo se serei capaz de assumir a disciplina do Mestre. Não basta dizer eu creio. A fé sem obras é morta.
No caminho do seguimento do Senhor a astúcia como as serpentes e a simplicidade como as pombas devem ser sempre as atitudes primordiais para não cairmos na tentação do demônio. É como nós rezamos sempre no Pai Nosso: "não nos deixeis cair na tentação". A tentação é exatamente a incoerência do nosso falar e do nosso ser.
Somente quem está em Deus é uma criatura nova, ou seja renovada, disposta ao seguimento de Jesus como verdadeiro discípulo e discípula. Não tenho dúvidas de que o demônio existe e não tenho dúvidas de que ele nunca para de trabalhar, principalmente, fazendo-nos professar a fé e vivendo como se Deus não existisse. Orar sempre, professar sempre, viver sempre na luz da Fé, assim nada será inútil. A vida terá outro sentido.
Por:  Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)

Fonte: http://www.cnbb.org.br/

Preparemos a Quaresma

Estamos nos aproximando de um tempo muito importante para nossa vida cristã: tempo de conversão e de retorno à vida batismal: tempo da Quaresma, com sua espiritualidade e suas práticas ascéticas e místicas.
Para nós no Brasil temos a Campanha da Fraternidade que neste ano nos chama a ver os pecados de nossa sociedade com relação ao tráfico humano.O lançamento da mesma na Quarta-feira de Cinzas.
O Papa Francisco também já nos orienta mundialmente sobre o que ele deseja da Igreja Católica neste ano: “Fez-Se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza” (cf. 2 Cor 8,9). Esse mesmo teor ele nos indica para a reflexão e prática como tema da Jornada Mundial da Juventude que ocorre em nível diocesano no Domingo de Ramos: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3). E com essa proposta, já indica os próximos temas dos anos seguintes, dentro do “Sermão da Montanha”.
O nosso convite é para que neste tempo vivamos intensamente a vida de silêncio, conversão – preparando-nos para celebrar festivamente a Páscoa da Ressurreição.
A palavra "Quaresma" vem do latim "quadragésima", isto é, "quarenta", e está ligada a acontecimentos bíblicos, que dizem respeito à história da salvação: jejum de Moisés no Monte Sinai, caminhada de Elias para o Monte Horeb, caminhada do povo de Israel pelo deserto, jejum de Cristo no deserto. Como outrora, o povo de Deus caminhou 40 anos no deserto, rumo à Terra prometida (Terra de Canaã), e Jesus se retirou 40 dias no deserto, preparando sua paixão, morte e ressurreição, assim, os cristãos, hoje, acompanham os passos do Divino salvador, preparando devotamente a santa Páscoa.
A Quaresma é um tempo de Preparação Penitencial para a Páscoa, e tem dois momentos distintos: o primeiro vai da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo da Paixão e de Ramos, e o segundo, como preparação imediata, vai do Domingo de Ramos até à tarde de Quinta-feira Santa, quando se encerra então o tempo quaresmal. Aí começamos a celebrar o Solene Tríduo Pascal.
O tempo da Quaresma é tempo privilegiado na vida da Igreja. É o chamado tempo forte, de conversão e de mudança de vida. Sua palavra-chave é: "metanóia", ou seja, conversão. Nesse tempo se registram os grandes exercícios quaresmais: a prática da caridade e as obras de misericórdia. O jejum, a esmola e a oração são exercícios bíblicos até hoje recomendáveis na imitação da espiritualidade judaica. No Brasil, como dissemos, realiza-se a Campanha da Fraternidade, com sua proposta concreta de ajuda aos irmãos (temos a coleta da solidariedade), focalizando sempre um tema da vida social.
Seis são os domingos da Quaresma, sendo o sexto já o Domingo de Ramos. A Quaresma tem o seu domingo da alegria: o 4º domingo, chamado "Laetare".
A Espiritualidade Quaresmal é caracterizada pela:
Escuta da Palavra de Deus: a Palavra de Deus é a luz que ilumina nossos passos, chama à conversão e reanima nossa confiança na misericórdia e bondade de Deus. Vamos ouvir o que Deus quer nos dizer nesta Quaresma através de sua Palavra!
Oração: na Quaresma devemos intensificar a vida de oração pessoal e comunitária. Lembramos as reuniões da CF e da via-sacra em família ou nas comunidades como momento forte de oração comunitária. Pela oração entramos em sintonia e intimidade com Deus e discernimos sua vontade.
Caridade: na Quaresma somos chamados ao exercício da caridade fraterna e solidariedade com os irmãos. Caridade que se expressa, sobretudo, através da esmola. A esmola é um exercício de libertação do egoísmo. A partilha dos bens materiais é um gesto de caridade cristã que enobrece a alma humana. Lembramos que neste ano a Arquidiocese vive o “ano da caridade”, e este gesto deveria ser ainda mais intensificado. Porém, dar esmola não é apenas dar dinheiro, roupas e alimentos... É fazer-se doação e entrega aos irmãos no serviço de construção da fraternidade que é expressão do evangelho. O Papa Francisco nos recorda de comprometer-se com o outro, “olhar o outro” com quem estou partilhando. A Igreja no Brasil promove neste período a Campanha da Fraternidade, que é um grande chamamento e mobilização em favor de uma sociedade fraterna, justa e solidária. Neste ano temos como tema: Fraternidade e Tráfico Humano e o lema: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1).
A Campanha da Fraternidade, desde 1964, tem como objetivo unir os cristãos de todo país e pessoas de boa vontade num grande mutirão pela fraternidade e solidariedade entre as pessoas. Reflexões em comunidades, gestos concretos, aprofundar o tema, viver a conversão e profetizar em nosso tempo: eis passos importantes para a CF.
Jejum: o jejum e a abstinência de carne são gestos exteriores que expressam nosso esforço de conversão e mudança interior. Porquanto, a Quaresma é tempo de retomar o caminho do Evangelho, de renovação espiritual, de morte ao pecado e de cultivo da vida nova ou vida da graça.
Assim sendo, preparemos com entusiasmo Cristão a nossa santa Páscoa através da oração, do jejum e da caridade! Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa são dias especiais para manifestarmos esse gesto, além de todos os demais dias de Quaresma, em especial, às sextas-feiras.
Confissão: o gesto da celebração penitencial quando reconhecemos nossos pecados e experimentamos a misericórdia de Deus deve ser outro gesto que não pode faltar neste tempo. Para isso as paróquias fazem mutirões de confissões, quando os padres de uma mesma região se unem para atender as pessoas de uma paróquia, dando assim oportunidade de todos se confessarem.
A mística deste tempo tem uma riqueza imensa. O Papa Francisco nos ajuda neste ano com o tema: "Fez-se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza"(cf. 2 Cor 8, 9)
Ele nos pergunta em que consiste em ser pobre? "Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na beira da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu 'jugo suave' (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua 'rica pobreza' e 'pobre riqueza', a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogênito (cf. Rm 8, 29)".
O Papa Francisco nos convida a viver e a testemunhar a pobreza: "Poderíamos pensar que este 'caminho' da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo".
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna.
São muitas riquezas a serem aprofundadas neste tempo que se aproxima. Desde já vamos nos preparando! Um grande acontecimento tem que ser bem preparado. É este o sentido que queremos viver desde já!
Que nesta Quaresma que se aproxima possamos fazer experiência da misericórdia, tornarmo-nos misericordiosos e agentes de misericórdia com um coração e vida de pobre, comprometendo-nos com a libertação das pessoas subjugadas por tantas situações de tráfico humano. Eis que se aproxima a oportunidade de vivermos o “tempo de conversão”.
Por: Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro

Fonte: http://www.cnbb.org.br/

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

A natividade de  São João Batista  é  uma solenidade muito importante no ano litúrgico, porque nesse dia lembramos o maior dos profetas, com...